Reencontro escrita por CM Winchester


Capítulo 4
Capitulo 3




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— Vocês podem ficar aqui. - Michonne falou apontando para um casa. - Tem roupas e comida. Rick providenciou. Acho que vocês precisam de um banho.

Dan entrou na casa e Michonne me encarou.

— Ele é filho do Daryl não é?

— Daryl contou? - A encarei e ela sorriu.

— Não. Daryl não gosta de falar da vida dele. Desconfiei por causa da semelhança. Sangue forte. - Me permiti rir.

— Não sabe o quanto de confusão esse garoto já arrumou, tive que matricula-lo na aula de boxe para ele gastar energia. E assim ele socava alguma coisa. - Ela riu depois balançou a cabeça.

— Ele sabia?

— Daryl? - Assentiu. - Acabou de descobrir. E como não desmaiou acho que foi uma grande evolução. Se eu contasse isso há 18 anos, ele teria dado o maior piti.

— Daryl mudou muito com o passar dos anos, mas ele é uma boa pessoa. - Sorri.

— A melhor.

— Você ainda o ama?

— Achei que não amasse, mas... Não tem como esquece-lo. Ele marcou minha vida. Agora eu vou entrar. Preciso tomar um banho. Não sei qual foi a ultima vez que tomei banho. - Fiz uma careta antes de seguir para dentro da casa.

Encontrei Dan deitado em um sofá meio empoeirado dormindo, subi as escadas e procurei o banheiro. Tomei um banho demorado depois me enrolei na toalha e sai do banheiro. Olhei as roupas dobradas em cima da cama, eram de homens então segui para o outro quarto.

Era uma blusa de alcinha cinza, um cardigan roxo e uma calça jeans. Me vesti e desci as escadas descalça. Era bom vestir uma roupa limpa. Balancei Dan ate ele acordar.

— Banho. - Mandei e ele bufou antes de levantar.

Fui ate a cozinha e preparei uma comida rápida.

 

"- Você sabe cozinhar? - Daryl perguntou me observando cortar os alimentos.

— Por que não saberia? - Perguntei olhando por cima do ombro.

Era a primeira noite em que passávamos na minha casa, ele estava vestido enquanto eu estava só com uma blusa de alcinha e calcinha. Eu tinha completa noção que seus olhos estavam grudados no meu corpo.

— Por que você é filhinha de papai. Achei que tivesse um monte de empregados.

— Faz dois anos que eu moro sozinha. Aprendi a me virar. - Levei o prato com as panquecas para ele e me sentei com a minha salada de frutas matinal.

— Cozinha bem, ruiva. - Se inclinou e beijou meu ombro. - Devia colocar uma roupa.

— Esta com vontade de voltar para a cama?

— Você sabe que não precisa ser na cama. - Sorri antes de beija-lo."

 

— Tudo bem? - Me virei assustada para Dan.

Ele estava com uma roupa limpa e os cabelos molhados.

— Sim, só estou pensando.

— Se é seguro ficar aqui? - Pegou um prato do armário e me entregou depois pegou outro para ele.

— Sim. O que você acha? Vou ficar se você quiser ficar.

— Mãe, você quer ficar.

— Não sei. - Ele ficou me encarando e eu sorri. - Sim. É protegido, parecem serem boas pessoas e podemos ajudar.

— E de quebra ainda tem o meu pai.

— Será bom que você se aproxime dele.

— Você tambem quer ficar próxima dele.

— O que o seu pai e eu tivemos... Ficou no passado. Ele deve ter seguido a vida dele. Ele é uma boa pessoa, Dan. Vai ser bom conhece-lo melhor.

— Vamos ver. - Sentou-se a mesa e começou a comer.

Alguém bateu na porta e eu fui abri-la. Era Seline.

— Posso entrar tia?

— Sim. Acabei de terminar o jantar. Quer comer?

— Claro. - Sorriu e eu fechei a porta.

Nos sentamos a mesa e ela acompanhou Dan. Eu já tinha comido mais cedo por isso não estava com muita fome.

— E o seu namoradinho? - Dan perguntou limpando a boca com a mão.

Como uma pessoa que nunca conviveu com Daryl fosse ser tão igualzinho?

— Esta na casa dele, Dan. Vocês tem que se entender.

— Vai sonhando. - Dan resmungou antes de levantar e ir servir mais comida.

Seline me lançou um olhar e eu dei de ombros.

Depois do jantar eles ficaram conversando mais um pouco ate ela se despedir e ir embora.

— Vai dormir no quarto? - Dan perguntou.

— Sim. Mas coloque a arma perto. Só por precaução. - Ele assentiu antes de beijar minha cabeça.

Já estava noite então sentei na varanda e fiquei observando a noite.

Algumas pessoas estavam caminhando ainda. Vi guardas nos muros. Parecia um bom lugar para ficar.

Os dias seguintes foram de reconhecimento. Dan e eu andamos pelo lugar, observando as pessoas, os muros.

Ele logo assumiu um lugar nos grupos de vigias ou estava trabalhando em alguma construção.

Vi algumas crianças correndo pelo lugar, inclusive uma loirinha no colo do Daryl. Ele estava caminhando pela calçada enquanto conversava com Rick e tinha a menina no colo. Parecendo confortável e feliz.

Fingi não vê-los e voltei para dentro da casa. Fiquei com o grupo que saia para buscar mantimentos. E acabei fazendo amizade com Michonne. Vi Dan passar conversando com Seline varias vezes, eles tinham voltado a ser a dupla que nunca se largava.

— Nunca a vi tão feliz. - Michonne comentou olhando na mesma direção que eu.

— Eles se conhecem desde criança, como Dan falou desde que usavam fraldas. Ele é um ano mais velho que ela. Éramos vizinhos.

— Ela parece gostar bastante dele.

— Ela sempre teve certa influencia sobre ele. Eles nunca entenderam por que sentimentos são complicados, mas acho que acabaram se apaixonando. Não sei como vai ser, Seline tem namorado e pelo que vi ate agora ele não gostou muito de Dan.

— Mark é um ótimo trabalhador, mas é bem estourado.

— E Dan é marrento. Perdi a conta de quantas vezes fui chamada na escola, ele foi expulso de uma escola inclusive. Achei que fosse ter que sair da policia. Foram tempos complicados. Eu não tinha tempo para ele e não queria ter que ser chamada para uma ocorrência e encontrar meu filho.

— Mas ele estava seguindo um caminho pesado?

— Estava. Ele tinha 16 anos, estava fumando e bebendo. Fiquei com medo que estivesse usando drogas. Foi uma época conturbada. Não conversávamos direito. - Acabei rindo. - Nunca esteve tão parecido com Daryl quanto naquela época. Tive que parar e pensar. Conversamos, uma conversa dura. Então o convenci a praticar esportes. Ele escolheu o boxe é claro. Seline foi uma grande amiga dando força e conselhos. Então ele começou a melhorar.

— Ele é muito parecido com o Daryl.

— Quando vocês se conheceram?

— Hum... Conheci uma comunidade, O Governador não era um homem bom. O irmão de Daryl trabalhava para ele.

— Merle? Merle esta vivo?

— Não. Eu não estive com eles quando tudo começou. Os conheci mais ou menos um ano depois. Eu tinha fugido da comunidade e Merle tinha vindo atrás de mim. Mas ele encontrou um casal e os levou. Glenn e Maggie. Eu vi as latas de formula e tinha ouvido a conversa deles então segui para a prisão. Eu tinha que voltar para me vingar do Governador e eles teriam que voltar pelos seus amigos. Foi ai que conheci Daryl. Eles viviam em uma prisão. Merle mudou de lado e morreu para nos dar uma chance de se defender. Tivemos um tempo de paz. Meses sem noticias do Governador ate que ele voltou e derrubou a prisão. Passamos mais alguns meses separados. Ate que nos reencontramos e então chegamos aqui.

— Eles disseram que tiveram problemas aqui.

— Primeiros com os Wolfes. - Assenti. - Depois com os Salvadores de Negan. Perdemos muitas pessoas, pessoas amigas. As comunidades se uniram contra Negan e ganhamos. Agora reconstruímos. Temos a esperança de viver alguns anos de paz. Tranquilos. Estamos unidos e fortes.

— Dan e eu encontramos pessoas tambem, algumas boas outras nem tanto. Tivemos que ver pessoas morrer, tivemos que matar pessoas ruins. Quando encontramos o grupo dos Wolfes... Foi a primeira vez que me senti realmente aterrorizada. Eu já tinha encontrado algumas mulheres amarrada em arvores com um W na testa ou homens zumbis caminhando por ai tambem com o W na testa. Quando nos encontramos eu soube que tínhamos que fazer algo ou seriamos os próximos. Tivemos muita sorte de ter encontrado 5 homens, conseguimos lidar com eles e escapar.

— Agora vocês estão a salvo. - Sorri.

— Você usa uma katana tambem? - Ela assentiu. - Pode me dar umas aulas?

— É claro.

Ela pegou sua katana e eu peguei a minha. Nós ficamos lado a lado enquanto ela explicava o movimentos, acompanhei fazendo os mesmo movimentos.

Desde que essa porcaria toda começou, foi a primeira vez que me senti tranquila.


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