Reencontro escrita por CM Winchester


Capítulo 2
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Cada cena separada entre " " será Alice lembrando do passado. Enquanto temos o reencontro deles no mundo apocalíptico, teremos ela relembrando o tempo em que namoraram.



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Ficamos nos encarando ate que a mulher de cabelo branco limpou a garganta nos encarando de um para outro.

— Conhece ela, Daryl?

Por um segundo achei que ele fosse negar, ou ate mesmo não lembrar de mim o que era aceitável. Já se passaram 18 anos desde a ultima vez que estivemos juntos.

Muita coisa devia ter acontecido. Muitas outras mulheres deve ter passado por sua cama.

— Alice? - Perguntou me encarando.

— Sim. - Lancei um olhar ao meu filho. - Daniel, abaixe isso. - Ele abaixou a besta de má vontade e puxou a mascara para fora do rosto, mas continuou com capuz enquanto observava Daryl de longe.

— São só vocês? - A mulher de cabelo branco perguntou de novo.

— Sim. - Respondi. - Estávamos procurando alguma comida ou ate a saída dessa floresta. Nunca fui muito boa nesse lugar. - Olhei em volta e notei um sorriso pequeno no rosto de Daryl.

É claro que ele lembrava.

 

"Caminhei seguindo o caçador a minha frente, tentando não tropeçar ou pisar em algo. A floresta com certeza não era o meu lugar.

— Daryl, me espera, caramba. - Ele riu mais a frente enquanto parava e virava de lado para me esperar.

Estava mais relaxado, como sempre ficava quando estava na floresta.

— Patricinha. - Debochou e eu soquei sua barriga.

— Idiota. - Saltei nele passando minhas pernas por sua cintura e o beijei.

— Nesse ritmo não vamos caçar nada antes do anoitecer. - Olhou para o céu, mas ficou segurando meu corpo contra o dele.

A besta no chão aos seus pés.

— Claro. Esqueci que você veio caçar. - Voltei ao chão e juntei a besta o entregando. - Vamos lá caçador, mais duas horas de caminhada.

— O lado bom é que você não precisa gastar com academia. - Debochou beijando meus cabelos e voltando a caminhar.

Voltei a segui-lo de má vontade, mas Daryl era meu norte. Eu o seguiria sempre. Por ele troquei a vida de luxo para acompanha-lo pela mata, um dia de compras por uma tarde jogada no sofá bebendo cerveja, uma balada cheia de gente entojada por um bar cheio de gente da pesada.

Mas ninguém mexia comigo. Afinal era a garota do Dixon. E ninguém mexia com um Dixon a não ser que quisesse ter a cara arrebentada. Todos sabiam a fama de má influência dos Dixon, mas não ligava para isso. Daryl nunca se mostrou um cara nojento, muito pelo contrario era um homem de verdade que sabia tratar uma mulher e o principal na cama era excepcional.

Mais a frente o vi entrar em alerta e parei no mesmo segundo, ergueu a besta ficando com as costas rígidas e então o cervo mais a frente caiu no chão com uma flecha certeira, torci o nariz, mas o acompanhei ate lá.

Como sempre acontecia quando acompanhava ele nessas caçadas, segurei a besta e carreguei de volta enquanto ele levava o cervo nos ombros sem problema algum, sangue escorrendo por sua camisa limpa."

 

— Temos uma comunidade a frente. - Daryl quebrou o silencio. - Se estiverem dispostos a conhecer e talvez ficar.

— Pode ser. Me chamo Alice, para quem não me conhece. E esse garoto aqui. - Puxei o capuz mostrando o garoto de olhos azuis e cabelos castanhos bagunçados. - É o Daniel. Meu filho.

Ouve um breve silencio em que todos olharam do meu filho para Daryl em uma pergunta muda, o vi ficar distante e apostava que estava fazendo uma conta mental de quantos anos fazia que ele havia terminado comigo e eu sumido no mundo.

A mulher negra se apresentou e apresentou os outros, notei Carol nos observando. Eles voltaram a caminhar e nós o seguimos. Assim que chegamos a tal comunidade parei no meio do caminho observando.

Não sabia que poderiam existir lugares assim, com pessoas. Avancei ao lado de Daniel com todos da comunidade nos encarando quando passamos pelo portão. Daryl se aproximou começando a apresentar o lugar chamado Alexandria, explicando sobre as outras comunidades que existiam. E as pessoas. Rick que coordenava o lugar se aproximou.

— Rick Grimes.

— Alice. - Respondi apertando sua mão.

— Estão sozinhos faz tempo?

— Encontramos algumas pessoas, mas... Perdemos pelo meio do caminho.

— Mataram muitos zumbis?

— Que tipo de pergunta é essa? - Dan resmungou.

— São perguntas que costumo fazer. Preciso saber quem estou colocando para dormir ao lado da minha família.

— Se tiver incomodado vamos embora. - Retrucou e eu balancei a cabeça.

— Matamos alguns zumbis. - Respondi. - Você quer saber se podemos nos defender?

— E quantas pessoas?

— Quantas pessoas matamos? - Perguntei.

— Tenho cara de assassino? - Dan perguntou passando por mim, mas segurei seu braço.

— Matamos alguns homens que se intitulavam Lobos. Meses atrás, talvez ano passado. Não sei. - Comentei. - Não queria que tivesse chegado a esse ponto, mas não tivemos escolha. Vamos dizer que não iria aceitar que marcassem minha pele. - Rick assentiu.

— Os Lobos estão mortos. Acabamos com eles faz algum tempo. - Lançou um olhar para a comunidade. - Tivemos muitos problemas. - Assenti.

— A ganancia já era um problema antes, piorou com o fim do mundo. - Assentiu.

— Vou ter que fazer mais algumas perguntas a você. Pode me seguir?

— Claro. - Dan e eu o seguimos ate uma casa, Daryl nos acompanhou.

Nos sentamos em uma mesa.

— Posso saber o que você fazia antes?

Não olhei para Daryl.

— Era policial.

— Policial? - Assenti. - Quantos anos?

— Fazia uns 10 anos que eu estava na policia.

— Por que quis esse emprego? - Mordi o lábio e balancei a perna totalmente desconfortável com a presença de Daryl.

— Sinceramente? Não sei. Sempre fui rica, uma patricinha. Tive todo o luxo do mundo. E tive Dan. Mas... Eu sempre quis mais. Não queria viver atrás de uma mesa em um escritório, não queria viver de pernas pro ar como uma madame.

— Não achava perigoso?

— Eu gostava da adrenalina. Gostava de saber que estava fazendo o que era certo.

— Eu era xerife. Então você já tinha matado antes?

— Sim.

— E a espada? - Apontou para minha katana nas costas.

— Quando essa droga começou eu juntei o máximo de armas que consegui, peguei a besta para Dan e a espada para mim. Não sabia como usa-la, mas acabei aprendendo com o tempo.

— E o garoto o que fazia?

— Ele estudava quando tudo começou e tinha aulas de box para se distrair afinal eu não passava muito tempo em casa.

— E ficar trancado naquela mansão cheia do luxo me deixava inquieto. - Dan resmungou cruzando os braços.

Rick encarou Dan depois lançou um olhar para Daryl. Dan era a copia de Daryl. Os mesmos cabelos castanhos, os mesmos olhos azuis mais pequenos, os lábios finos, era alto e mau humorado. Encrenqueiro e marrento. Um verdadeiro Dixon.

— Vocês se conhecem?

— Nos conhecemos quando éramos mais novos. - Respondi.

— Você confia nela? - Daryl assentiu. - Ótimo. Bem-vinda a Alexandria. Nós trabalhamos duro para manter o lugar e temos mais duas comunidades unidas.
Quando finalmente fomos liberados encontramos com Carol e Michonne na rua.

— Você quer comer algo? - Carol perguntou ao meu filho.

— Não. To legal. - Respondeu curto e grosso.

— Vai lá comer algo. - Falei. - Eu vou ficar bem e você precisa se alimentar. - Assentiu enquanto se afastava com Carol e Michonne entrou na casa. - Sua mulher parece ser uma boa pessoa. - Comentei lançando um olhar ao Daryl.

— Minha mulher?

— A senhora de cabelos grisalhos.

— Não. Carol e eu somos só amigos. - Senti meu rosto ficar vermelho por ter cometido um erro daqueles. - Quantos anos faz que a gente não se vê?

— Uns 18 anos.

— É a idade do garoto?

— Esta curioso com o que? - Perguntei encarando seus olhos azuis entrando em um jogo que eu nem sabia como tinha começado. - Esta curioso para saber se eu te trai? Se eu conheci outra pessoa? Ou se Dan é seu filho?

— Hum... - Ficou sem jeito me encarando. - Você simplesmente foi embora. Posso pensar o que quiser sobre isso. - Assenti.

— Achei que fosse meio obvio já que ele tem sua aparência, suas atitudes, suas manias... O garoto é a sua copia, tirando o fato é claro de que não pode ver uma garota e já esta dando em cima.

— Acho que isso ele puxou a mãe. - Sorriu me encarando.

— Mãe? - Dan se aproximou sorrindo. - Encontrei com Seline.

— Seline esta com nós faz alguns meses. - Daryl falou. - Encontrei ela e o namorado na cidade.

— Aquele garoto não ficou muito feliz da minha amizade. - Dan comentou de braços cruzados.

— Eles estão apaixonados. - Expliquei. - Deve ser ciúme.

— Então avisa aquele moleque que eu conheço a Seline desde que ela usava fraldas. - Resmungou recebendo vários olhares.

Lancei um olhar para Daryl do tipo "Igual a você".


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