A Farsa escrita por Linesahh


Capítulo 1
Isso é sério?


Notas iniciais do capítulo

LINESAHH NA ÁREA!

Yoooooo!!! Depois de longos TRÊS MESES, cá estamos trazendo “A Farsa” para vocês!!! Foi um processo longo e parcialmente demorado, principalmente por ter sido planejado e estruturado dentre vários outros projetos e ideias que eu e a Sahh não paramos de inventar, mas no fim valeu a pena cada momento que gastamos escrevendo essa Short-fic ♥️

Eis umas explicações rápidas:

“A Farsa é uma continuação indireta de outra Short-fic, chamada “O Engano”, com os casais Kuroken e Bokuaka como protagonistas. Não é necessário ler “O Engano” primeiro para depois vir para “A Farsa”, mas é importante ressaltar que haverá uma ou outra referência durante essa fanfic, e que há uma cronologia real entre ambas as fanfics, ok?

Bem, não quero segurar muito vocês, só espero que se divirtam com A Farsa tanto quando O Engano! (Detalhe: o nível de comédia e vergonha alheia está um poooooouquiiinho mais elevado nessa daqui )

Boa Leitura ♥️



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A Farsa

por Linesahh

 

Havia completado um mês desde o término de Iwaizumi Hajime e Oikawa Tooru. Ainda que a separação já tivesse sido anunciada há tempos, o assunto não deixava de ser abordado e comentado por uma alma sequer na Província de Miyagi. Numa região relativamente pequena e afastada da civilização avançada de Tóquio, uma notícia dessas era uma verdadeira "bomba" para ser espalhada e discutida em palcos de todos os colégios e academias.

— Nossa, mas eles faziam um casal tão bonito... — alguns suspiravam, tristes.

— Mesmo diferentes um do outro, era certo que eles se completavam. — outros afirmavam.

O choque era evidente. Ninguém conseguia acreditar que um relacionamento de quase um ano havia terminado sem mais nem menos.

E a pergunta que não queria calar na cabeça de todos, sem exceção, era apenas uma:

Por que, afinal, eles terminaram? Qual foi o motivo?

Havia muitas especulações, é claro. Algumas mais mirabolantes que outras, sim, e também havia muita mentira envolvida em cada versão, naturalmente.

No entanto, havia um detalhe que todos sabiam ser a única verdade:

Iwaizumi, de alguma forma, foi o culpado pelo relacionamento ter chegado ao fim.

— Ouvi dizer que Iwaizumi-san comentou que o modelo da marca de shampoo era mais bonito que Oikawa. — alguns comentavam.

— Que nada, a história verdadeira não é essa. Parece que o Iwaizumi falou pro Oikawa que o "Jornada nas Estrelas" é uma droga, e foi por isso que eles terminaram. — outros retrucavam.

— Vocês estão todos mal-informados, a história que eu ouvi foi a seguinte: uma garota deu um presente para Iwaizumi, e ele, sem saber o que fazer, aceitou. Ouvi dizer que Oikawa ficou uma arara quando soube...

... E a cada dia que passava, as suposições e boatos iam aumentando e se espalhando, com um dizendo isso, e outro dizendo aquilo; sucessivamente e eternamente, um ciclo que já havia se tornado rotina na vida de todos.

E, com isso, afastando-se cada dia mais da verdade.

Embora ninguém tivesse presenciado a causa da separação, todos viram o fora inesquecível que Iwaizumi recebeu de Oikawa numa segunda-feira de manhã no meio do pátio da Seijoh — acompanhado de uma multidão de revoltosos que jogavam bolas-de-vôlei contra ele e várias faixas de "Xô, Hajime!" erguidas no alto.

Sim. Claro que Oikawa havia pago pra toda aquela gente fazer aquilo.

Todavia, o que ninguém sabia, era que todos seriam pegos de surpresa naquela noite fresca de domingo, pois uma bomba estava para explodir; uma que garantia abalar todas as estruturas dos jovens de Miyagi e que prometia ser dez vezes mais bombástica que a anterior.

◾◾◾

Fazia mais uma noite fresca de domingo na residência dos Hinata. Com a casa localizada nas montanhas da Província de Miyagi, eles já estavam mais do que acostumados a conviver com o frio e, principalmente, com a distância dos lugares a que tinham que ir todos os dias. Sendo um local mais afastado e de difícil acesso, não havia muita gente para encher o saco ou incomodá-los. Os únicos visitantes que apareciam de vez em quando para dar um "oi" eram os javalis que viviam nos matos, e eles sempre tinham que estar atentos para não ser pego desprevenidos quando um desses "amiguinhos" estava de tocaia na porta de casa.

Bem, Hinata Shouyou já estava mais do que acostumado a lidar com tudo isso. Desde o fundamental, vivia essa rotina de pegar a bicicleta e percorrer as montanhas de manhãzinha para ir à escola — sempre atento aos javalis, é claro. Sua irmãzinha, Natsu, ainda era pequena demais para se virar sozinha, então sua mãe sempre a acompanhava a todo lugar que a garota tinha que ir.

Antes de entrar no colegial, Hinata até conseguia acompanhar a irmã e ser mais presente em casa; contudo, agora, 90% de seu tempo era voltado ao vôlei e 10% aos estudos.

... E era exatamente nesses dez por cento que o garoto de cabelos ruivos e estatura magrela estava se focando naquela noite de domingo, sentado em sua escrivaninha e fazendo todo o dever de casa acumulado da semana.

"Acho que eu devia ter começado antes...", coçou a nuca com o lápis, massageando os olhos já cansados de ver tantas palavras e números. Olhou para a pasta recheada de pequenos simulados e textos de inglês para traduzir, soltando um lamento logo em seguida.

— Nhaa, se pelo menos eu tivesse a Yachi-san aqui... — fez um bico, chateado com sua situação tão lamentável. As anotações e dicas de Hitoka Yachi estavam lhe ajudando bastante nos últimos tempos, mas, ainda assim, era difícil para Hinata se concentrar em algo que não entendia bem, principalmente quando não tinha alguém para lhe explicar e ajudar.

No momento, tudo aquilo à sua frente se parecia com um monte de borrões e informações embaralhadas. E já se aproximava das 22:00.

Tentou resolver mais algumas questões de matemática até desistir de vez e se espreguiçar na cadeira. Seu bumbum já estava doendo...

Ficou um minuto parado, reavaliando suas opções. Poderia tentar pedir ajuda de Yachi nos intervalos das aulas no dia seguinte. Talvez atrasasse para entregar algumas coisas, mas tendo a ajuda da garota, ao menos a chance de receber uma nota alta era grande. Ela era da turma 1-5, afinal, uma bem avançada.

"Nem Tsukishima está no nível dela", deu uma risadinha maldosa antes de guardar o lápis e os papéis na mochila. Faria isso mesmo: pediria ajuda a Yachi.

Nem bem terminou de guardar as coisas e sua palpitação nas mãos cresceu rapidamente, ansioso. Logo, localizou a bola de vôlei embaixo da cama, pegando-a como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. O vôlei já havia virado um vício que Hinata Shouyou não era capaz de conter, e sempre fazia um auto-desafio para levantar a bola com a ponta dos dedos trezentas vezes antes de dormir — bem de leve, é claro. Suas mãos já reconheciam cada centímetro da bola, como se ela já fizesse parte de seu corpo e não pudesse ficar muito tempo longe.

— Pelo menos amanhã vai ter treino, mal posso esperar! — o solilóquio habitual do alaranjado ecoou pelo quarto, e sentiu a empolgação agir em cada centímetro de seu corpo, observando a bola quicar repetidas vezes no alto, esforçando-se para não deixá-la cair.

Hinata já estava entediado e impaciente com aquele fim de semana que não parecia acabar nunca, só queria treinar e treinar até não poder mais, queria melhorar suas habilidades o mais rápido possível para, assim, conseguir derrotar qualquer oponente que entrasse em seu caminho, mesmo o mais forte e o mais alto entre eles.

Ouviu a voz de sua mãe, mandando-o dormir, e pediu só cinco minutos para acabar a sequência. Deixou a bola cair cerca de trinta vezes antes de chegar aos trezentos, para seu desgosto. Com certeza Kageyama não deixaria cair uma única vez...

Enquanto guardava a bola e preparava sua cama para dormir, pensou nos últimos treinos que andavam tendo em Karasuno. Era ótimo ver como todos estavam dando seu máximo para evoluir e afinar suas habilidades antigas e novas, principalmente depois do árduo treinamento que tiveram no Acampamento de Verão, em Tóquio. Jogar contra todas aquelas potências levantou o ânimo de todos, e aprender com aqueles caras foi uma das melhores coisas na jornada de Hinata no clube de vôlei.

Quanto a parte individual, sua sincronia com Kageyama estava ótima, e o novo rápido estava se saindo cada vez melhor e sem tantos erros contínuos. Agora que podia ver tudo com clareza e ainda mirar a trajetória da bola, Hinata sentia-se mais confiante para atacar. Kageyama estava impecável como sempre, somente nas semanas anteriores ele andou meio estressado demais por conta de a máquina de bebidas ao lado do ginásio estar quebrada e ele não encontrar o iogurte que bebia todos os dias em lugar algum; contudo, nos últimos dias, por algum motivo, ele estava bem mais calmo.

"Calmo até demais...", pensou, refletindo esse fato. "Na verdade, ele anda muito calado nos últimos tempos".

Hinata havia reparado que Kageyama estava bastante aéreo na última semana, como se estivesse pensando em várias coisas ao mesmo tempo. Às vezes, ele fazia uma expressão preocupada, desprovida da vileza comum, que durava apenas alguns segundos antes de sumir de seu rosto. Além de Hinata, apenas Sugawara pareceu notar alguma coisa, pois o resto do time agiu como se nada estivesse acontecendo.

"Como esperado do Sugawara-san...", colocou a pasta sabor-morango na escova de dentes, molhando-a em seguida. "Ele sempre está de olho em todos nós".

De toda forma, não achava que era necessário se preocupar com Kageyama. Se ele estava jogando bem como sempre e não deixando nada atrapalhar sua concentração no jogo, então estava tudo bem.

"E ele só deve estar preocupado por estar indo tão mal quanto eu em inglês", acrescentou, guardando a escova e limpando a boca com a toalha pendurada ao lado do espelho.

Decidindo por esquecer esse assunto, apagou a luz do quarto e rumou até a cama, enfiando-se embaixo dos lençóis e cobertas quentinhas. Fisgou a bola de vôlei do chão e colocou-a ao seu lado. Natsu achava engraçado o fato do irmão mais velho dormir abraçado a uma bola, mas, para Hinata, aquilo já fazia parte de seu espírito.

Antes de se deitar completamente, decidiu dar uma última checada no celular, e ficou um pouco surpreso ao ver uma mensagem de Yamaguchi brilhando na tela. Devia estar no banheiro na hora que ela foi mandada...

Curioso, desbloqueou o aparelho. Sentiu-se intrigado na mesma hora ao ver a frase curta e apressada que o companheiro de time havia enviado:

22:27 "Vê o perfil do Kageyama AGORA!''

"Perfil?", franziu o cenho, contudo, decidiu seguir logo o que era pedido. Encucado, Hinata abriu o aplicativo e procurou pelo perfil de Kageyama em sua lista de amigos. O que seria?...

À princípio, não viu nada de diferente, até seus olhos lerem a seguinte frase abaixo da foto de rosto de Kageyama:

"Kageyama Tobio — em um relacionamento sério com Iwaizumi Hajime"

 

◾◾◾

Longe das montanhas e há vários quilômetros dali, em uma outra residência localizada na região nobre de Miyagi, um copo de água havia acabado de ser atirado contra a parede de um quarto, seus cacos espalhando-se pelo carpete do recinto e molhando um uniforme de vôlei cor branco e ciano muito bem passado acima da cômoda.

No centro do quarto, havia um garoto estático, como se fosse um mármore em exposição. Ele era alto e seus cabelos castanhos, com suas mechas mesclando a uma cor vinho-desbotado, expunham um brilho fascinante, exibindo o quão bem tratados deveriam ser. Seu rosto apolíneo e de feições delicadas, responsável por atrair a admiração secreta e escancarada de pessoas de todos os gêneros, encontrava-se agora pálido e mortífero, seus olhos do mesmo tom do cabelo transpassando puro choque, ambos pregados na tela do celular que tinha em mãos.

As palavras que flutuavam diante de seus olhos precisaram ser lidas pelo menos umas cinquenta vezes antes que começassem a adentrar sua mente e fazer algum sentido para seu cérebro petrificado.

"Iwaizumi Hajime — em um relacionamento sério com Kageyama Tobio"

Leu novamente. Esfregou os olhos e passou-os mais uma vez pelas palavras. Desligou o aparelho e tornou a ligá-lo, tendo a vã esperança de que aquela frase malévola desaparecesse do perfil de Iwaizumi.

Iwaizumi Hajime. Seu ex-namorado.

— Não, não, não... — cerrou os dentes.

Sem pensar e movido pelo desespero, passou a apertar todos os botões da tela, como se convencendo de que aquilo era um engano, que não fazia o menor sentido, que estava sonhando, ou melhor, tendo um pesadelo terrível!

Mas não adiantava. Aquilo era real.

Apertou o aparelho na palma, com força suficiente para ameaçá-lo partir em dois.

Oikawa Tooru estava à beira de um colapso.

Depois de passar minutos achando que a tinha perdido, finalmente conseguiu encontrar sua voz, e a única frase mais coerente que conseguiu sair de sua boca e expor todo o turbilhão de emoções que estava sentindo foi:

— Mas que merda é essa???!! 


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Notas finais do capítulo

Como é mesmo o meme do pica-pau? “E lá vamos nós...” HUAHAUAHAUA

Psé, antes a treta foi sobre Akaashi and Kenma, e agora vai ser Iwaizumi and Kageyama!!! Sim, sim, eu e a Sahh temos ideias BEMMMM loucas kkkkkk

Vamos lá: essa Short-fic terá 10 capítulos, a maior que já fizemos até agora. Iremos postando semanalmente, e esperamos DE CORAÇÃO que vocês gostem ❤️

Só posso dizer que vocês passarão bastante nervoso e MUITA vergonha alheia em alguns momentos, mas garantimos que vai valer a pena

Até o próximo



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