No place like home escrita por Koya


Capítulo 1
Bittersweet home


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaa! ♥

Essa história foi criada para o amigo secreto dos amores da minha vida todinha ?” AsakuraYumi, @SenseiArê e Tilim ?”, enroladas como eu e, por isso, compreensivas com prazos e enroscos hahahaha aliás, essa história vai ser uma Threeshot que, espero eu, será completada em breve! O primeiro capítulo vem com muito carinho, então espero que atinja tudo o que minha amiga secreta gostaria de receber.

Arezinha, muito obrigada pela jornada até aqui. Ela é só o começo, mas espero que essa história consiga dar conta de mostrar meu imenso amor e respeito por você, musa que me inspira há anos! Fiquei nervouser escrevendo, mas, como disse, é de coração demais.

Boa leitura!



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Tá, recapitulando…

Suspirei mais uma vez — pelas minhas contas, já tinham sido umas cinco desde que liguei pra minha melhor amiga potencialmente maluca esperando que ela me reconfortasse por estar sozinha em uma estação velha de trem com o Sr. Tanaka, o mesmo bilheteiro desde… 1810, provavelmente — e cruzei as pernas em cima do banco de madeira, cansada.

Não quero recapitular essa história, Ino.

Re-ca-pi-tu-lan-do. — Tá, é inútil contrariar. Não conteste os loucos, só aceite. — Por que te incomoda tanto voltar pra casa da sua família?

Mordi os lábios, lá vai.

O complexo é… Especialmente solitário e antiquado.

Você é meio solitária e antiquada, até aí nada de novo, continue. E não revire os olhos pra mim, eu sei que você fez isso.

Você é bizarra – comentei e ri baixinho, esperando que ela risse comigo. — Se você acha essas coisas de mim, pode e deve imaginar que aqui é tudo mil vezes pior. Quer dizer, minha família tem uma vinícola, Ino. Tem noção disso? São hectares e hectares de tradição, dinheiro e chatice. Por mais que eu os ame, estar aqui me traz de volta a uma vida sem liberdade e eu odeio essa vida.

Uau, e você nem odeia nada. – A voz surpresa não poderia ser outra. Ela me conhecia muito bem, mas me conhecia muito bem há só sete anos. Vivi no interior por vinte e muita coisa mudou desde que eu fui pra Tóquio. Eu mudei e ela nunca precisou saber muito do meu passado. Até agora… — É só isso que te deixa tão incomodada, Hina? Mesmo? Nada a ver com o bonitão de olhos escuros?

Enrubesci. Eu sabia que beber vinho naquela noite e soltar minha maldita língua me traria pra essa conversa uma hora ou outra.

O nome dele é Itachi.

Ai, caralho, estamos lidando com nomes! Agora sim, vai, me conta! – A voz já indicava animação mas eu soube que não teria escapatória principalmente pelas palminhas eufóricas do outro lado da linha.

Bom, como Neji aparentemente se esqueceu de vir me buscar e não carregou a droga do celular – comecei e olhei para os lados na esperança de que ele aparecesse num cavalo branco, ou, no conto de fadas da vida real, na 4x4 perolada e me salvasse, mas isso não aconteceu –, posso te falar um pouco mais sobre ele. E não se empolgue, eu só te disse o nome pra não ter que ficar me referindo a ele como bonitão.

Ela riu, o que me confortou um pouquinho. Ao encostar minha cabeça na parede fria, abracei meu sobretudo e coloquei o microfone do fone de ouvido mais perto da minha boca, esperando que isso garantisse que ela ouvisse o meu tom baixo.

Vai, tô empolgada!

Tá bom, tá bom. Itachi é o nome dele, como eu disse. Uchiha Itachi, mais especificamente. – Ino soltou o ar pela boca, mas não me interrompeu. Sim, ela conhecia parte daquela história e agora estava juntando o quebra-cabeça. — A família dele tem terras próximas das do meu pai e a gente cresceu mais ou menos juntos… Essas coisas de interior. Sei lá, ele era mais velho e meio reservado, então eu nunca me aproximei de fato. Ele era mais amigo do Neji e eu mais amiga do irmão dele…

O Sasuke.

Bingo!

Cara, isso fica cada vez melhor!

Ino conhecia o Sasuke. Ele se mudou pra Tóquio dois anos antes de mim, aos dezoito, e virou vizinho dela, que depois se tornou minha colega de apartamento.

Um ano antes de eu me mudar, Itachi e eu nos envolvemos. Ele foi o primeiro cara que eu… bom, me envolvi de verdade. Mas ele também é o cara que pertence a esse lugar, então era o cara que namorava a mesma pessoa desde sempre.

Ino fez um barulho que indicava surpresa e malícia, então eu esperei pra ver o que sairia daquela cabeça loira cheia de minhoca.

Meu Deus do céu, você era a outra!

Eu não fui a outra. Quer dizer, não exatamente. Eu sabia que ele namorava, mas nós bebemos muito vinho e, ah, que droga, foi uma besteira. Eu me senti tão culpada que me mudei não muito depois. É isso, basicamente.

Como assim “é isso”? – ela parecia ofendida e isso definitivamente não era bom. Ainda bem que eu não dei o endereço exato pra que ela não viesse me socar aqui mesmo. — O que aconteceu depois? Você apanhou na rua da namorada dele? Ele largou ela por você e correu atrás do seu trem? Me conta isso direito, droga! Eu estou com o seu gato aqui em casa e não tenho medo de usá-lo para o mal! Sim, eu vou agarrar ele até ele explodir, né, bolinha de pelo?!

Você tá doida? A gente não tá numa fanfic, Ino – respondi, sorrindo à reação completamente desproporcional. Se ela não fosse a rainha do drama eu teria ficado mais surpresa. — Ele quer muito seguir o negócio da família, quer viver no interior pra sempre como um velho rico de um romance do século dezoito. Eu não queria isso, principalmente levando em consideração que eu era muito jovem, idiota e que ele era comprometido. Quando me mudei praí, eu queria mais; queria seguir com meus próprios passos, me sentir livre. Eu sei que isso tudo parece muito bobo, mas voltar pra cá me deixa ansiosa e desconfortável, principalmente porque eu praticamente fugi dele.

Vocês não conversaram mais?

Até parece… ele é muito certo das coisas que quer, Ino, e eu quero descobrir muitas mais.

Você é tão romântica – brincou. — Essa história parece longe de acabar, Hinata. Fugir nunca leva a nada e você sabe disso. Vai encontrar com esse bonitão uma hora ou outra e vocês vão ter que fazer algo que a fuga por anos deixou ainda mais aterrorizante: conversar… Bu!

Você que é romântica, eu sou realista. – Seu tom de voz não consegue convencer nem você mesma, Hinata.

Aham, na cadeia.

Como uma luz no fim do túnel, faróis gigantescos piscaram na minha direção. Sorri aliviada depois de uma hora de espera e desliguei com Ino, mandando um beijo do tamanho da pizza que ela comeria sozinha essa noite e dizendo pra ela não beber demais na minha ausência porque ninguém ia dar banho nela. Acenei para o velhinho da bilheteria, mas ele provavelmente não me viu porque estava pescando em frente ao computador velho, e peguei minha mala rapidamente, ansiosa por sentar em algum lugar mais macio do que um assento de trem ou um banco caindo aos pedaços.

Neji, finalmente! Que aleg- ué, Itachi?

E essa agora, universo?

Sem esperar que ele respondesse, comecei a caminhar pela estrada de terra de forma desajustada, tropeçando em algumas pedras e arrastando as rodinhas da mala com certa dificuldade: tudo isso na direção contrária dele. Hoje não, satã! Claro, como os carros são muito mais rápidos do que as pernas humanas – ainda mais as minhas pernas de quem mora em um apartamento do centro da cidade grande –, ele logo me alcançou.

Itachi, por que é que você está me seguindo como um sequestrador? – perguntei sem olhar para o carro preto que me acompanhava lentamente, sentindo minha voz sair muito menos agressiva do que tinha imaginado.

Oi pra você também, Hina! Faz um tempo… Olha, não é por nada, eu posso iluminar a estrada pra você até o complexo Hyuuga, mas são cinco quilômetros, então eu entraria no carro se fosse você.

Parei bruscamente e ele freou em seguida.

Responde minha pergunta… Por favor.

Ele fez uma mesura com a cabeça que me indicava que estreitou os olhos e me mediu por um segundo, parando de uma vez no meu rosto quando eu tossi de levinho. O arrepio que correu pela minha espinha foi menor do que eu imaginei nas mil vezes em que pensei nesse reencontro; isso porque os olhos dele estavam cobertos por um óculos de lentes escuras ridiculamente inapropriadas para a noite.

Neji me pediu pra te buscar. Ele teve que ir antes pra cidade e estava sem bateria. Desculpa pelo atraso, eu me enrolei na empresa. Entra aí, vai. – Acenou com a mão, distraído. — Não quero ter que explicar que você foi comida por lobos no meu turno.

Maldição!

Sorri de canto de lábio com a última parte. Como ele conseguia fazer essas piadas livremente? Nenhum climão era capaz de atingir esse homem?

Tá, só porque o Neji pediu.

Amém, Hyuuga master!

Queria dedicar um tempo a narrar o momento em que coloquei minha mala no carro e sentei ao lado dele, mas sinceramente a minha cabeça anuviou quando eu decidi que iria para casa com ele. Não pensei mais no que fazia, só fiz automaticamente e, quando percebi, estava sentindo o balançar do carro na estrada enquanto minha cabeça se escorava no vidro escuro da janela. Ele não falou nada e eu evitei um contato visual direto. Era ridículo pensar que uma situação dessa estava acontecendo mesmo anos depois. Tá, grande parte da tensão era culpa minha, confesso. Mas o que eu faria? “E aí, continua namorando?”, “lembra da vez que a gente transou e aí eu corri pra Tóquio? haha engraçado, né, quanto tempo. Ai ai, a juventude”. Corei só de pensar.

Você ficou bem mais quieta.

E sobre o que você quer conversar? – respondi sem pensar muito, ainda olhando para a escuridão da estrada.

O que você faz em Tóquio? Tem uma vida confortável por lá?

Eu senti, talvez pretensiosamente demais, que o tom dele estava mais indignado do que curioso. Fazia sentido, como alguém que nunca quis ir embora, que pra ele eu ter feito isso seja um choque grande. Enfim, talvez eu esteja dando importância demais pra mim mesma. Me ajeitei no banco e pensei um pouco antes de responder.

Tenho uma vida confortável. Gosto muito dela… Não é cheia de luxos como aqui, mas é uma boa vida. Eu sou professora de artes plásticas e… rufem os tambores… assistente financeira – sorri para ele, esperando que ele dissesse algo como “eu sabia que ia te influenciar” já que era a área dele.

Em vez disso, ele me olhou de canto e assentiu, mais sério do que eu gostaria.

É a sua cara.

Sim… e, ah… – balancei a cabeça negativamente, mudando de assunto. — Estamos chegando.

Ele parou perto da entrada principal, abaixando os faróis e diminuindo a música que só agora eu percebi que tocava. Virou pra mim e esperou que eu voltasse pra ele de novo. Não fiz isso antes de olhar para a mansão e morder os lábios, nostálgica. Lar doce lar.

E eu, você ia perguntar? – questionou logo que meus olhos encontraram os dele. Quer dizer, mais ou menos. Estendi a mão devagar e subi os óculos escuros, enfim encarando aqueles orbes negros intensos. Era avassalador, eu não podia negar. Itachi era, de fato, um bonitão.

Ele colocou os óculos no topo da cabeça, e eu reparei que os cabelos dele estavam, também nostalgicamente, presos em um rabo de cavalo baixo.

Sim. E você, tem passado bem?

Me sinto incrivelmente abandonado – brincou, colocando a mão sobre o peito. Bem no coração.

Você é impossível. – Tentei sair do carro depois de revirar os olhos uma vez só, disfarçando o sorriso que começava a se formar. Ele foi mais rápido e me impediu, puxando meu cotovelo esquerdo de encontro ao seu peito. — O que foi?

Estou bem, Hina. Nós estamos, caso não tenha percebido. Não quero que você se sinta mal por voltar pra casa por algo que aconteceu há tantos anos. Pode ficar tranquila.

Meu coração pareceu querer saltar do peito ou subir e pular pela minha boca afora. A imagem não seria bonita, mas pelo menos ele teria uma noção do peso das palavras dele sobre o meu corpo. Engoli em seco uma vez e martirizei o silêncio da noite porque até minha saliva sendo engolida soou como um megafone dizendoa de tesão! Opa, tensão!

Tudo bem, Itachi. Obrigada pela carona.

Vem cá, me dá um abraço.

Hesitei por um momento, mas não o suficiente.

Meu erro sempre foi não conseguir dizer não pra você – brinquei pela primeira vez na noite e me encontrei dentro de braços quentes e acolhedores. — Por isso eu fujo como o diabo foge da cruz – disse mais baixinho dessa vez, sentindo mãos grandes apalparem minhas costas.

Era estranho estar perto dele. Tão estranho que uma conversa de alguns minutos não poderia dar conta de apagar, mas… Sei lá, já era alguma coisa. Ele pareceu sentir tudo o que eu pensei, então propôs:

Venho te buscar amanhã pro café.

Soltei os braços firmes ao meu redor e desci do carro, rindo baixo. Ele realmente escalava as coisas rápido demais. Enquanto pegava a minha mala, respondi:

Eu vou trabalhar. Meu pai vai precisar de ajuda sem o Neji. Aliás, é por isso que estou aqui.

Depois de amanhã, então.

Vou curtir minha família – cantarolei, subindo as escadas da mansão enquanto mandava uma mensagem para o meu pai avisando que tinha chegado.

Domingo, sem falta! Daqui dois dias, Hyuuga Hinata. Eu venho te buscar – ele disse mais alto dessa vez, o que me fez virar parcialmente e colocar um dedo nos lábios.

Shhhh! Boa noite, Itachi. Obrigada de novo.

Domingo – sussurrou devagarinho para que eu lesse os lábios.

Me virei e acenei de costas, indo enfim para a porta principal. Ele viria domingo, eu sabia. Resta saber se eu estaria pronta pra isso ou não.

—x-

Acordei de supetão com o barulho de pássaros na minha janela e sentindo o sol esquentar o meu rosto. Essa era uma das coisas que eu sentia falta no meu apartamento — nenhuma luz solar parecia suficiente se ela era acompanhada de luzes artificiais e barulhos de carros. Ajustei meu cabelo ao sentar na cama e me espreguicei, olhando o celular de canto. Oito horas, logo algum empregado viria me acordar para o café se eu não tivesse despertado. Em vez disso, alguém bateu na minha porta e, pela quantidade de soquinhos indiscretos, eu já sabia quem era.

Entra, Hanabi.

Nee! Você nem me avisou que tinha chegado! – Como um furacão insatisfeito, ela entrou e se jogou, mesmo que a minha cama fosse espaçosa, bem em cima de mim — Sua ingrata!

Tombei na cama novamente, agora do lado da minha irmã mais nova.

Eu cheguei tarde, poxa. Senti sua falta. Tá tudo bem por aqui?

Sim. – Deu de ombros distraída, bocejando. — Vou me arrumar daqui a pouco porque minha tutora chegará. Sabe como a Kurenai é, nada de atrasos, blá-blá-blá.

Ri de forma compreensiva. Eu lembrava das broncas de Kurenai, mesmo que nunca tivesse dado muito trabalho. Hanabi, por outro lado, dava trabalho de verdade, então eu não tirava a razão de nossa tutora nem por um segundo. Nos arrumamos juntas e conversamos sobre as coisas no complexo. Quando eu cheguei, todos já estavam dormindo por isso meu pai só leu minha mensagem pela manhã; deixou, como alguém responsável e atento, um bilhete ao lado da minha cama dizendo que estava indo para o escritório e desejando boas vindas.

O que será que tem pro café?

Kou disse ontem que mandaria prepararem um bolo de nata pra mim – respondi animada enquanto descíamos as escadas. — Nem comece a me chamar de filha preferida, você pode comer essa maravilhosidade todos os dias.

Entendi, preferida-san!

Fique quieta! – brinquei, dando um soquinho leve no ombro dela.

Estar em casa, no geral, era agradável. O problema começaria em breve. Sem pensar muito nisso, tentei aproveitar o café da manhã me entupindo de bolo e suco fresco de laranja, coisas que, por mais que eu tentasse fazer em Tóquio, só tinham um gosto especial no complexo Hyuuga, eu tinha que dar o braço a torcer. Respirando fundo algumas vezes, me preparei e fui para o escritório do meu pai a passos rápidos.

Toc, toc.

Entre, Hinata.

Eu sei que você queria que fosse o Neji, mas infelizmente essa semana sou só eu e os números.

Pai, bom dia. Desculpe o horário.

Sentado atrás de uma mesa extensa de madeira escura, ele lia alguns relatórios de forma atenta e séria. Me chamou com a mão, sem tirar os olhos dos papéis. Quando me aproximei, vi que ele já fazia algumas contas de cabeça e anotava, como se ainda estivéssemos na idade da pedra, tudo em uma planilha manual.

O senhor quer que eu passe esses dados para uma planilha no computador?

Por favor. Quem faz isso é o Neji, eu odeio robôs.

Coloquei uma mão nos lábios, tentando não rir. Ele percebeu e me lançou um olhar de reprovação, mas eu vi aquela pequena linha inclinada para cima em seus lábios. Senti uma nostalgia gostosa.

Sim senhor.

Ficará mais do que algumas horas com seu velho pai dessa vez? – O tom era neutro, mas tinha uma dose de reprovação. Hoje em dia ele já aceitava melhor que eu não vivia mais no centro de tradições Hyuuga, mas ainda não totalmente.

Contrariando todas as expectativas, eu aproveitei que ele me olhava por cima dos óculos e recostei minha cabeça nos cabelos perfeitamente alinhados dele.

Uma semana a partir de hoje.

Ótimo.

Isso era uma espécie de “aprecio sua presença”, então, conhecendo a face carrancuda e contrafeita por demonstrar afeto tão diretamente, assenti e peguei os documentos para começar o trabalho.

—x-

Estar em casa era, contrariando todos os medos que eu sempre tinha, bastante confortável. Tinha medo disso estar mais tranquilo dessa vez porque eu tinha recebido o aval de Itachi, então a curiosidade — principalmente ela, tentei dizer todas as vezes que outros sentimentos atrapalhavam minha mente — me fez descer rapidamente as escadas, levar uma bronca de todas as pessoas que me encontravam por correr no piso liso e abrir a porta como se tivesse andado calmamente até lá quando o domingo chegou.

Oi.

Oi… – respondi mais baixo quando encontrei Itachi recostado à minha varanda.

Ele estava vestido casualmente, como eu, o que me deixou mais tranquila. Quer dizer, tudo em mim dizia “isso não é um encontro”, desde o cabelo preso em um rabo de cavalo e a bota marrom não muito nova.

Vamos indo? Tenho grandes planos.

Achei que só tomaríamos café na sua casa – respondi, franzindo o cenho. Fui até o carro e lá dentro o encarei com curiosidade.

Você já está se convidando para a minha casa? Caramba, que rapidinha…

O q-quê? Não, é que vocês produzem café e quando você disse que tomaríamos café eu pensei… Ah… D-deixa pra lá! – Me virei para colocar o cinto e tentar afugentar o vermelho tomate que eu já sentia esquentar todo o meu rosto.

Você é uma boba – respondeu depois de rir alto. Quando finalmente voltei a olhá-lo, me deparei com o braço tensionado no volante e o rosto virado em minha direção, como um maldito gato manhoso e… convincente. Ele piscou pra mim e continuou: — Por mais que eu queira te levar pra casa, hoje vamos fazer algumas coisas que te lembrarão que aqui é o seu lugar.

Certo. Depois você vai me pedir em casamento e eu vou morar no interior com você pra sempre? – Ri de nervoso e ele não negou, o que me deixou um pouco tensa. — Itachi?

Ele esperou um momento certeiro para que eu quase descesse do carro e saísse correndo e, vendo que isso não aconteceu, colocou o maldito óculos escuro e deu partida no carro.

Espera pra ver, princesa Hyuuga.

Um arrepio correu a minha espinha, mas eu me convenci que foi o vento matinal e o tremor do carro enorme. No entanto, logo me dei conta, pelo sorriso travesso nos lábios dele e pela minha garganta seca, que não era nada disso. Não conseguiria me convencer do contrário nem que tentasse muito; eu me atraía por ele e ele dar as cartas de atração por mim deixava tudo tão… confuso. Itachi era insubordinado, impulsivo e tão sério ao mesmo tempo que eu me vi rendida antes mesmo de perceber.

Mas quando percebi, foi a minha ruína manifestada por meio de um coração acelerado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem chegou até aqui! Grande beijo e até o próximo capítulo ♥



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