O Peso da Profecia escrita por Melody Holy


Capítulo 5
;capítulo 5




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Quem é vivo sempre aparece!! Olá~

Eu tentei demorar menos dessa vez, mas esse capítulo já tava pronto, revisado e editado tem um bom tempo já, me desculpem kkkkkk esse ano a coisa tá bagunçada e tá sendo difícil arrumar tempo pra tudo o que eu quero fazer.

Mas eu estou aqui agora!, e vim com um capítulo novinho e que marca o início da viagem do trio ♥

Como sempre, o capítulo foi betado pela @HikariMinami, no Spirit e Ao3, simplesmente a maior que temos heheheh

Não vou me alongar demais, então boa leitura!

☽☾

[ARME]

Eu não fazia ideia de que cinco dias podiam passar tão rápido como aqueles passaram. Quase não tive sossego enquanto tentava decidir o que era realmente crucial para levar naquela viagem, além de precisar conversar pessoalmente com os professores e explicar que não iria participar das aulas por tempo indeterminado (e fazer isso teria me causado muito mais dor de cabeça se eu não estivesse com uma carta assinada pelo vovô).

Mari continuava a mesma incógnita que tinha sido até então, mas de vez em quando demonstrava um pouco de nervosismo por uma viagem ou por encontrar um Highlander.

Uma pesquisa rápida tinha sido suficiente para descobrir que Elenius Sieghart havia sido um soldado de Calnat. Eu provavelmente descobriria mais sobre ele na biblioteca de Canaban, mas era bom saber com quem eu iria viajar.

Vovô também havia, apesar dos resmungos, admitido que Elenius poderia ser a melhor opção de escolta que ele poderia querer e que, embora parecesse completamente irreverente e agisse como um adolescente, Sieghart era extremamente responsável e cuidaria bem de nós duas.

Eu, sinceramente, tinha lá minhas dúvidas depois daquele encontro, mas vovô o conhecia há muito mais tempo (desde sua adolescência, de acordo com ele), então não seria eu a negar aquilo. Mas tinha minhas ressalvas.

E uma dessas ressalvas talvez fosse por, quando os cinco dias se passaram e nós finalmente chegamos aos portões do Castelo, Sieghart ainda não estava lá. Os guardas do Castelo nos cumprimentaram e não fizeram perguntas sobre o porquê de estarmos ali.

Vovô resmungou algo sobre atrasos — ele os odiava — e bateu com seu cajado no chão algumas vezes enquanto esperávamos. 

Algumas pessoas passavam pelo lugar e nos olhavam com certo assombro. Ainda que eu mesma não saísse muito do Colégio, eu sabia que as pessoas conheciam o vovô. Serre, o Arquimago do reino e diretor do Colégio Violeta; ele era alguém importante, vê-lo de bobeira devia ser algo muito incomum.

Sieghart não demorou tanto a aparecer, virando a esquina com uma mochila simples nas costas e rindo de algo que sua companhia, uma pessoa encapuzada e mais baixa que ele, havia dito. Ele nos viu rapidamente e acenou, e assisti a vovô revirar os olhos mais uma vez enquanto Sieghart ajudava a outra pessoa a atravessar a rua movimentada.

— Ora, se não são os Glenstids! —  ele saudou enquanto se aproximavam, informal demais para o que eu estava acostumada, e abriu um sorriso para Mari, acenando com a cabeça — Olá!

Mari acenou de volta, e eu a encarei fixamente por alguns momentos, esperando ver alguma reação ou sinal de reconhecimento; Elenius Sieghart havia servido Calnat na época da Grande Explosão, então havia uma chance mínima de Mari reconhecê-lo, apesar de não se lembrar do nome. Ela não esboçou nenhuma reação, e me senti murchar por dentro.

Tudo bem, talvez ela se lembrasse com o tempo.

— Você está atrasado — vovô resmungou e eu segurei o riso quando Sieghart abriu um sorriso debochado. 

— Ei! Eu disse “depois do almoço”! E eu acabei de almoçar; não tenho culpa se essa daqui demora pra comer e quis ir no restaurante de frutos do mar. — Ele olhou para a pessoa que o acompanhava e passou um braço sobre os ombros dela, resmungando com um sorriso. — Sabe como é difícil fazer uma reserva naquele lugar? Principalmente sem citar certos nomes? Nem sei como consegui.

Eu estava prestes a perguntar por que aquilo seria importante ao ponto de não ser adiado até que ele voltasse da viagem, quando a pessoa se encostou na parede do portão e, com Sieghart e nós cobrindo a visão de civis, tirou o capuz que cobria sua cabeça, olhando para o Imortal com um sorriso triunfante de quem aprontou.

— Por que eu não estou surpreso, Enna? — vovô perguntou, pronunciando baixo o apelido para não chamar atenção, enquanto eu ainda estava em estado de choque.

A Rainha de Serdin deu de ombros, dando uma risadinha. 

— Elenius nunca fica no Reino por tempo o suficiente para fazer algo comigo, e ele me devia um almoço! — ela se explicou, embora não fosse exatamente necessário. Sieghart revirou os olhos de forma divertida.

— Agora que a riquinha aqui já extorquiu meu pobre dinheiro, posso viajar e sumir de novo. 

Ennaruv mostrou a língua para ele de um jeito que me lembrou que ela não era mais que alguns anos mais velha do que eu. Eu estava acostumada a vê-la como a Rainha de Serdin que lidou com a Guerra dos Cinco Anos e conseguia manter o reino em ordem apesar dos rastros de caos que a Guerra deixou. Vê-la agir como uma jovem normal era… estranho, no mínimo.

— Pobre. — Vovô abriu um sorriso. — Pensei que você tinha uma conta milionária, já que faz tantos serviços, Elenius.

— Você não sai muito do reino, não é, Serre? — Sieghart abriu um sorriso provocador. Parecia um adolescente prestes a pregar uma peça em um idoso inocente, tirando o fato de que eles não eram nenhum dos dois. — Quando se está na estrada, um teto para passar a noite e comida quente são melhores pagamentos do que qualquer ouro. 

— Ei! Eu e Anyu lhe pagamos muito bem pelos seus serviços. — Ennaruv franziu as sobrancelhas. — Você tem dinheiro, sim.

Elenius deu de ombros. 

— Essas moedas só são válidas em Vermécia e na Ilha Eryuell. E em alguns lugares da Terra de Prata. Se eu quiser ir pros outros continentes, preciso da moeda deles. Compensa mais fazer favores do que andar com tanto dinheiro; ladrões de estrada são um pé no saco.

— E você espera que Arme e Mari durmam ao ar livre se não encontrarem algum lugar pra dormir? — Vovô perguntou, colocando uma mão no meu ombro, e eu sabia que ele estava preocupado com aquilo. Eu não tinha muita experiência acampando.

— Vamos, senhor Arquimago, não seja tão super protetor. — Elenius ergueu uma sobrancelha. — Elas estão seguras comigo. Eu tenho um plano.

Vovô não pareceu muito convencido sobre o tal “plano”, mas não discutiu muito. De qualquer jeito, ele havia dito que confiava no Highlander, então devia ser apenas implicância entre eles. 

— Vocês vão direto para Canaban? — Ennaruv perguntou, encolhendo-se um pouco mais contra a parede e puxando Sieghart para cobri-la quando um grupo maior de civis passou pela rua, falando e rindo mais alto que o normal.

— Você sabe que não tem problema mostrar seu rosto, né? — Sieghart sibilou, baixo o bastante para ter que se inclinar para falar, mas alto o suficiente para que todos no círculo escutassem. Ele suspirou. — Não, vamos passar a noite na Floresta Élfica. Tenho uma entrega para Liod e ele disse que tudo bem dormirmos por lá.

Sieghart me parecia cada vez mais um entregador intercontinental. E isso explicaria muito a presença inconstante e viagens a todo o momento; eram poucas pessoas que tinham coragem de fazer um serviço assim. Entregadores no eixo Vermécia-Terra de Prata eram bem comuns, mas poucos se atreviam a visitar Ellia, Áton ou outros continentes mais ao norte. 

Se ele era um dos poucos a prestar esse serviço, não era nenhuma surpresa estar sempre tão ocupado e passar poucos dias em um único lugar.

— Tem uma coisa, Sieghart — vovô comentou, e eu já estava pronta para longos discursos sobre cuidar da “garotinha” dele e todas essas coisas, quando ele apertou meu ombro de leve e abriu um sorriso — Essa daqui adora adotar coisas do nada. Não deixe que ela pegue uma Gosma ou outro bicho para criar. 

— Ei! 

Fiz uma careta com a exposição desnecessária, o que só causou uma crise de riso nos outros. Até Mari esboçou um sorriso, e aquele gesto serviu para dissipar minha indignação. Ela sorria!

— Pode deixar, Serre. Nada de pets não aprovados. Devemos chegar em Canaban amanhã à noite, se formos pelo caminho secundário.

Ennaruv franziu as sobrancelhas, parecendo confusa. Eu também queria perguntar, mas ele mesmo decidiu explicar, segurando um bocejo.

— Existe a rota principal entre os reinos. — Ele parecia meio entediado em explicar. — Aquela que todos usam quando vão viajar ou para a praia e todas essas coisas. Mas alguns comerciantes, geralmente mensageiros ou pessoas andarilhas como eu, preferem usar rotas secundárias, que passam por lugares como a casa do Gorgos ou o cemitério do Lich. Relaxem. — Ele ergueu as mãos quando fiz menção de falar. Ele esperava que fôssemos ver um Lich!? — É seguro. Todas as rotas secundárias em Vermécia são seguras e, se você ver o Gorgos, vai ser quase como estar em um zoológico; distante e seguro o suficiente para achá-lo fofo.

Cruzei os braços, desconfiada. Não que eu acreditasse que fôssemos correr algum tipo de perigo durante essa viagem até Canaban, mas não conseguia levar Sieghart realmente  a sério quando ele falava daquele jeito. Parecia muito algum jovem tentando convencer o amigo a fazer algo perigoso.

Fiquei surpresa quando vovô suspirou e concordou; e, depois de trocar um olhar com Mari, eu estava pronta para encerrar aquele encontro e começar a viagem (se tínhamos que chegar à Floresta Élfica até o anoitecer, era melhor que fôssemos logo), mas Ennaruv me cortou, a expressão denunciando que tinha se lembrado de alguma coisa.

— Elenius! Preciso que entregue uma coisa pra Anyu. — Ela mexeu na bolsa transversal que levava consigo e entregou um embrulho plastificado cinza para o Highlander, que suspirou, exasperado.

— Mais? Não basta levar essas duas pra ela? — Ele revirou os olhos enquanto reclamava, mas dava pra perceber que já esperava algo do tipo, já que abriu a mochila que usava e colocou o embrulho lá dentro sem mais perguntas. — Eu devia me demitir, tô cansado de ser burro de carga de rainha, sério.

Ri mais alto do que devia quando Ennaruv fez uma careta indignada diante da acusação. E quase gritei quando ela deu um chute no tornozelo de Sieghart, que fez um som exagerado, como se aquilo tivesse doído mais do que realmente doeu.

Eu me sentia no meio de pessoas da minha idade. Ou, pelo menos, era daquele jeito que eu imaginava que pessoas da minha idade se comportavam.

— Bom, já está ficando tarde — vovô interrompeu a interação, e eu fiquei grata ao sentir o tom de despedida na conversa. Mal podia esperar para sair de Serdin. — Eu preciso assinar relatórios e acredito que Enna também tenha coisas a fazer, certo?

A Rainha concordou, voltando a colocar o capuz sobre os cabelos verdes chamativos. 

— Verdade. Foi muito bom sair e ver vocês, mas todos temos responsabilidades. — ela anunciou, e agora parecia bem mais com a rainha que eu já tinha visto antes. Era difícil encaixar as duas versões, pareciam tão diferentes. — Serre, até breve, nos veremos no final de semana que vem para falarmos sobre assuntos importantes. Elenius, Arme, Mari, boa viagem até Canaban. Que as deusas abençoem seus caminhos e que possamos nos encontrar novamente.

— Que as deusas a guiem pela luz e que os deuses a mantenham sã em seu caminho. — Sieghart respondeu com uma leve reverência e um sorriso. Eu e Mari nos curvamos rapidamente, para não chamarmos muita atenção.

Aquelas despedidas eram frases formais, e era a primeira vez na vida que eu escutava alguém as pronunciar sem ser nas aulas de educação real que frequentei por um período na infância. Teoricamente, eram ditas quando alguém se retirava para realizar alguma tarefa e desejava sorte, mas eu não conseguia reconhecer a segunda parte da resposta de Sieghart.

“Que os deuses a mantenham sã em seu caminho” não era a resposta padrão para a despedida. É claro que existem variações dessas saudações a rodo por Ernas, mas essa em específico eu nunca tinha ouvido e não conseguia nem pensar sobre quais deuses ela estaria se referindo. 

— Meninas? Vamos? — Sieghart chamou depois que Ennaruv e o vovô decidiram voltar às suas responsabilidades. E, aparentemente, eu e Mari éramos as de Elenius agora. — Quero chegar na casa de Liod a tempo do jantar.

☽☾

— Quanto tempo até chegarmos na casa do seu amigo, mesmo? — perguntei depois de duas horas andando e de começar a me sentir grata por trazer poucas coisas comigo. Com toda certeza, eu não aguentaria carregar muito peso por um caminho muito longo.

Ao contrário de mim, que levava uma mochila apenas com o essencial (como troca de roupa, algumas barrinhas de cereal, água e itens de higiene pessoal), Mari, que levava praticamente as mesmas coisas que eu, havia invocado de sabe-se lá onde um pequeno robô que carregava sua bolsa com facilidade. 

Se Sieghart havia estranhado a invocação ou se sentia desconfortável por estar perto da princesa de Calnat, ele sabia esconder muito bem. Andava assobiando algumas canções, tanto atuais como mais antigas — algumas que eu nunca ouvira a melodia e que tinha medo de perguntar e descobrir ser de 200 anos atrás —, e resmungava alguma coisa sobre goblins e oaks que constantemente habitavam os arredores de Serdin e que não causavam mais danos do que assustar turistas desavisados.

— Mais umas 3 horas — ele respondeu enquanto se abaixava para passar por baixo de uma árvore. Eu não sabia como seria viver com alguém tão mais alto do que eu.

— Tudo isso? Minhas pernas vão cair de tanto andar. — Fiz drama, cruzando os braços e olhando para Mari. — Sua invocação aguenta me carregar até Canaban, Mari?

Ela repetiu aquele sorriso suave de mais cedo, e eu soube que ela tinha entendido a brincadeira — embora eu não fosse, de jeito nenhum, reclamar se pudesse ser carregada.

— Não o caminho todo. Deve aguentar por volta de duas horas. Esse é um modelo simples demais para levar uma pessoa.

— Duas horas? Passa pra cá, eu aceito a carona.

— Vamos ter uma pausa pra descanso assim que sairmos dessa estrada — Sieghart cortou a brincadeira, rindo alto de nós duas — Deixe o boneco em paz, baixinha.

Inflei as bochechas e estreitei os olhos. Baixinha? Eu sinceramente tacaria uma bola de fogo bem no meio daquele sorriso cretino que ele exibiu quando bufei, contrariada e irritada. 

 — É sério isso? — resmunguei, ainda mais tentada a pular na invocação de Mari e deixar que me carregasse até a Floresta Élfica.

— Quer mudar de ideia? Dá tempo de voltar pra Academia — Sieghart propôs, o sorriso cretino ainda presente — Eu imagino como deve ser angustiante para uma maga visitar Canaban. 

— Para sua informação, eu já visitei Canaban antes. Três vezes! Tenho até uma amiga por lá.

— Já foi para o outro reino? — Mari perguntou, e eu me toquei de que não havíamos conversado sobre aquilo.

Todas as vezes em que saí de Serdin, estava acompanhada de alguém da Academia Violeta, geralmente do vovô. De vez em quando aconteciam alguns eventos importantes a que o Arquimago de Serdin precisava comparecer, e em algumas dessas ocasiões o vovô aproveitava para me levar para conhecer algumas pessoas que ele gostaria que soubessem quem eu sou.

Da última vez que estive em Canaban, no ano anterior, tive a sorte de encontrar alguém da minha idade e ficamos amigas bem rápido. Nossos gênios eram totalmente diferentes e, se não fosse a vigilância do evento, provavelmente teríamos acabado brigando pra valer, mas ela era bem divertida de contrariar e ainda mantínhamos contato de vez em quando, a maioria das vezes para fofocar sobre algo que acontecia nos reinos.

Isso me fazia lembrar…

— Sim, algumas vezes. Inclusive! Sieghart, a minha amiga é dos Cavaleiros Vermelhos. Isso te diz alguma coisa? — Eu não esperava que ele soubesse quem era a menina em questão, mas a guilda dos Cavaleiros Vermelhos era famosa por ter descendido de um dos cidadãos de Calnat que ajudava e era próximo da primeira rainha Canaban.

— Ah. — Ele ergueu as sobrancelhas. — Não sabia que tinha uma adolescente Sieghart nessa geração. — Deu de ombros, causando a impressão de ignorar o assunto. Ele realmente não se importava?

 — Ser imortal deve ser um saco pra você não acompanhar nem sua própria família. — reclamei. Como era possível que alguém não quisesse acompanhar a história da sua própria família, ainda mais quando se pode presenciá-la, e não depender de registros? 

Senti minhas pernas reclamarem do tempo andando e estava começando a me perguntar quanto tempo demoraria até chegarmos ao fim daquela estrada. Eu podia correr pela maior parte das ruas de Serdin sem me perder e conseguia invocar um monstro de outro continente para lutar por mim, mas aparentemente andar por alguns quilômetros? Não, isso era pedir demais.

Ele riu, e não tinha certeza se iria responder, já que Mari pareceu ter se tocado de uma coisa apenas naquele momento.

— Imortal? Você é mesmo imortal?

Sieghart diminuiu o passo por um momento e olhou para Mari com uma sobrancelha erguida. 

— Isso mesmo, totalmente imortal. Se cortar minha cabeça fora, eu grito com você — Elenius disse em tom de brincadeira, mas eu não tinha a menor ideia se aquilo era mentira ou verdade.

— Como isso funciona? — Mari se aproximou mais dele e arrumou os óculos sobre o nariz. Ela parecia ainda mais curiosa do que quando estava desmontando uma televisão no meu quarto. — É por regeneração? Você fica doente? Quantos anos você tem? Como é a sua resistência a venenos? 

Oi? — Elenius sorriu de nervoso e desviou o olhar para mim, perguntando silenciosamente se Mari era sempre assim. Ergui as mãos, sorrindo diante do nervosismo escancarado dele. Eu não podia fazer nada sobre Mari, estava ali apenas para acompanhá-la. Ele suspirou. — Ai, ai… Pra que tantas perguntas?

— Quero estudá-lo.

Sieghart parou de andar, encarando Mari como se visse um demônio ou algo pior. Eu e Mari também paramos para esperá-lo assimilar o pedido. Era uma cena muito engraçada de assistir, mas confesso que provavelmente também teria ficado chocada se fosse comigo.

— Mari… Princesa Mari, que tal focar suas energias em recuperar suas lembranças? Não tem nada sobre os Highlanders que você já não soubesse antes. Não precisa se preocupar em reaprender.

Ri alto, não conseguindo segurar a gargalhada. Ele estava tão descaradamente com medo, fugindo de Mari como um gato foge da chuva. 

Ao meu lado, Mari parecia não ter percebido que eu estava rindo da desculpa esfarrapada do homem. Ela cruzou os braços de forma elegante — por que tudo nela parecia elegante? — e negou com a cabeça.

— Prefiro estudar do zero agora. Por favor, permita-me estudar sua imortalidade e responda às minhas perguntas.

Ela estava séria sobre aquilo — Mari sempre estava séria sobre tudo. Sieghart passou a mão no rosto quando percebeu que ela provavelmente não desistiria e deu um suspiro agoniado. Voltamos a andar.

— Vamos chegar na casa de Liod primeiro. Depois conversamos sobre isso.

Eu tinha certeza de uma coisa: Sieghart evitaria aquele assunto o máximo possível.

☽☾

E foi isso!!

Espero que tenham gostado. Esse foi o primeiro capítulo com os 3 juntos e não teve tanta coisa, mas ainda vem bastante caminho pela frente heheh

O próximo capítulo deve sair em Julho, por causa de falta de tempo e uns outros fatores pessoais. Mas ele vem!

E aí, gostaram do capítulo? Acham que vai dar ruim esses três juntos?

Beijinho, Mel ♥


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