Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 8
A Chegada de Strongbow


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800953/chapter/8

Na Velha Corona, Varian estava dormindo quando ouviu uma explosão. Ele caiu da cama com o susto. Varian estava de pijama.

— O que foi isso?! – perguntou-se Varian ainda no chão.

De repente, Dira abriu a porta do quarto. Ela também estava de pijama.

— Varian, você está bem? – perguntou Dira enquanto ajudava Varian a levantar.

Varian sentou na cama após levantar.

— Dira, esse barulho veio lá de fora. – disse Varian olhando para Dira.

— Eu sei. Vamos olhar. – disse Dira com um sorriso.

Dira desceu e Varian a seguiu mancando.

Quando chegou na frente de sua casa, Varian viu Dira parada antes da cerca. Mais a frente, ele viu vários pedaços de Rochas Negras no chão. Todas as Rochas, que sobraram do dia em que Rapunzel o visitou, foram destruídas. Havia pessoas na rua com tochas, algumas estavam com roupas de dormir.

— Varian, cadê o Quirin? – perguntou um homem que estava abaixado olhando alguns fragmentos de Rochas no chão.

— Ele foi até o castelo hoje para tentar resolver essas Rochas, mas houve um acidente e ele teve que ir para o hospital. Ele deve voltar daqui uns dois dias. – disse Dira olhando para a árvore onde o cerco de Rochas Negras estava.

— Hospital? O que aconteceu? – perguntou uma moça com uma criança no braço.

Varian foi até a rua mancando.

— Ele escorregou no piso molhado. Uma faxineira distraída esqueceu de enxugar. – disse Varian olhando para a moça.

— E se tivesse sido o rei? – perguntou a moça enquanto voltava para sua casa.

— Pessoal, voltem para as suas casas! Dira é da guarda real, amanhã ela vai contar ao Capitão o que aconteceu e uma investigação começará! – gritou Varian.

— Vocês ouviram o chefinho! Voltem para suas casas! – gritou Dira.

Dira olhou para Varian com um sorriso.

Varian riu e disse:

— Chefinho?

Um mês depois, pela manhã, Eugene, trajando sua armadura, sem o elmo e segurando uma lança, estava andando numa rua da área comercial. Era possível ver alguns cartazes de procurado na frente de algumas lojas. Nomes como Stalyan e Anelise eram perceptíveis nestes cartazes.

Depois, Eugene notou que a loja de armas do Xavier estava fechada. Eugene bateu à porta, mas ninguém a abriu.

— Procurando o meu pai? – perguntou uma guarda que estava passando.

Essa guarda era da altura de Cassandra, negra, tinha cabelos compridos e castanhos escuros. Seu nome era Xawana. Ela estava de armadura e segurando uma lança.

— Sim. Faz uma semana que não vejo a loja dele aberta. – disse Eugene olhando para a porta.

— Eu também notei isso. Passei na casa dele, na área residencial, aqui na ilha, há dois dias e ele não estava por lá. Os vizinhos disseram que ele saiu para trabalhar e não voltou. – disse Xawana olhando para Eugene.

— Você não acha isso estranho? – perguntou Eugene olhando para Xawana.

— Sim, mas, por outro lado, meu pai tem o costume de sair do reino sem avisar para pegar materiais para forjar armas. – respondeu Xawana olhando para o céu.

— Entendo. – disse Eugene enquanto saía de perto da porta.

Xawana voltou a andar, afastando-se.

— Bom, se ele não aparecer em alguns dias, eu mesma vou atrás dele. – disse Xawana enquanto andava.

— Até mais, Xawana. – disse Eugene olhando Xawana se afastar.

Pela tarde, naquele mesmo dia, Eugene foi parado pelo Mão de Gancho quando estava passando pelo porto. Mão de Gancho estava carregando peixes numa sacola.

— Ei, Flynn Rider, um tal de Lance Strongbow passou na Taverna ontem, procurando por você. – disse Mão de Gancho olhando para Eugene.

— Lance?! Tem certeza? – perguntou Eugene em tom sério.

— Sim e ele disse que está hospedado no hotel da madame Crowley. Sorte dele que o único lugar do reino com cartaz dele é a taverna. – respondeu Mão de Gancho.

Mão de Gancho começou a andar e disse:

— Boa sorte! Pela sua cara, não deve ser coisa boa!

— O que será que ele quer aqui? – pensou Eugene um pouco aflito.

Naquele momento, Eugene se dirigiu ao hotel da madame Crowley.

O hotel era como um duplex gigante.

Após a entrada, havia uma sala com um balcão. Tinha uma senhora sentada anotando algo.

— Com licença, senhora Crowley. – disse Eugene com um sorriso.

— Flynn Rider?! Não me rouba! Por favor! – disse Crowley desesperada.

O silêncio tomou conta do ambiente por um momento.

Eugene e Crowley começaram a rir.

— O que posso fazer para ajudá-lo? – perguntou Crowley depois de parar de rir.

Eugene ficou sério.

— Tem alguém hospedado aqui que se chama Lance Strongbow? – perguntou Eugene em tom sério.

— Deixe-me ver… – disse Crowley enquanto checava uns papéis.

Eugene esperou um pouco.

— Achei! Ele se hospedou há dois dias. Quer que eu o chame? – perguntou Crowley enquanto guardava os papéis.

— Não se preocupe. Basta me falar em qual quarto ele está. – respondeu Eugene olhando para o corredor que levava aos quartos.

Após saber em qual quarto Lance estava, Eugene foi até o final do corredor, onde havia uma escada em espiral que levava a um corredor no primeiro andar, subiu a escada e foi até o final do corredor, ele bateu na última porta à esquerda.

Um homem forte, negro, careca, um pouco mais alto que Eugene abriu a porta. Ele estava usando um colete vermelho, blusa cor de salmão, calça preta e botas pretas. Este era Lance Strongbow.

— Eugene, que bom te ver! – disse Lance entusiasmado.

— Lance? O que você está fazendo aqui? – perguntou Eugene em tom sério.

— Não dá para falar aqui. Entra. – disse Lance enquanto se afastava da porta.

Há cerca de dezoito anos, Eugene foi largado num orfanato chamado de Residência Strongbow, no reino de Munique. Somente duas pequenas caixas foram deixadas com ele na cesta em que o deixaram na frente da Residência. O pequeno Eugene estava de fraudas. Alguém bateu à porta e a mãe de Lance foi abri-la. Ela era baixa, negra e tinha cabelos castanhos escuros.

— Não tem ninguém, querido! – disse a mãe de Lance após abrir.

O pequeno Eugene começou a chorar.

— Tem um bebê grandinho aqui. – disse a mãe de Lance surpresa.

O pai de Lance correu até a porta. Ele tinha altura mediana e era negro e careca.

— Um bebê? – perguntou o pai de Lance surpreso.

A mãe de Lance pegou a cesta.

O pequeno Eugene parou de chorar.

— Que bebê mais lindo. – disse a mãe de Lance alisando Eugene.

A mãe de Lance entrou com o pequeno Eugene e o pai de Lance fechou a porta.

A Residência Strongbow ficava no final de uma estrada de solo batido, no meio de uma floresta.

Oito anos depois, Eugene, Lance e, sua irmã, Sword foram até a área comercial do reino de Munique. Sword era negra, mais baixa que Lance e Eugene, de cabelos curtos e castanhos escuros, lembrava a mãe.

Na área comercial, havia muitas pessoas circulando, tinham muitas lojas e barracas de frutas.

— Tem muitas pessoas aqui. – disse Sword enquanto olhava as pessoas andando.

— Maninha, essa é a área comercial do reino. A maioria das lojas estão aqui, por isso há muitas pessoas trafegando. – disse Lance olhando para Sword.

— Meu irmão é tão inteligente. – disse Sword sorrindo.

Os três continuaram andando.

— Eu quero crescer logo! – disse Eugene muito empolgado.

Sword tomou um susto.

— Por que disse isso do nada? – perguntou Lance um pouco assustado.

— Porque eu quero viajar o mundo como o grande Flynn Rider. Pegar a mulherada e fazer fortuna com o roubo. – respondeu Eugene enquanto fingia que estava numa luta com espadas.

— Você é maluco. – disse Sword com um pouco de desprezo.

— O Flynn é incrível. Ele sabe exatamente quem é e o que quer. – disse Eugene ignorando Sword.

— Vou pedir para a mamãe confiscar os livros dele. – disse Sword enquanto fitava Eugene com os olhos.

Quando eles passaram na frente de uma viela, viram duas garotinhas sentadas pedindo ajuda. Eugene parou e olhou para as garotinhas. Elas eram muito magras e estavam usando vestidos muito desgastados, seus cabelos estavam muito bagunçados. Uma era ruiva e a outra tinha cabelos escuros.

— Eugene, vem logo. – disse Lance enquanto andava.

Lance e Sword pararam quando chegaram a uma barraca de frutas, havia uma mesa com cestas contendo algumas frutas e tinham, também, algumas cestas no chão atrás da mesa. Eugene continuou andando como se não estivesse com os irmãos Strongbow.

— Senhor, dez maçãs, por favor. – disse Lance antes de dar algumas moedas ao vendedor.

Enquanto o vendedor pegava as maçãs numa cesta no chão, Sword derrubou algumas frutas que estavam numa cesta em cima da mesa.

— Sword, sua desastrada. – disse Lance encarando Sword.

— O que está havendo? – perguntou o vendedor após levantar.

— Desculpa, senhor, eu derrubei. – disse Sword com um olhar fofo.

— Está tudo bem. Eu arrumo. – disse o vendedor enquanto entregava uma sacola com maçãs para Lance.

— Obrigada, senhor, até mais. – disse Sword antes de ir embora com Lance.

O vendedor apanhou as frutas e as colocou nas suas respectivas cestas.

— Que garotos honestos. Não estava faltando nenhuma. Ainda bem. Detestaria ser tapeado por causa de um olhar bonitinho. – pensou o vendedor antes de olhar para Lance e Sword se afastando cada vez mais.

Um cliente se aproximou pedindo maçãs.

Quando o vendedor olhou para a cesta de maçãs, achou-a um pouco mais vazia.

— Esta cesta não estava mais cheia? – pensou o vendedor antes de pegar as maçãs do cliente.

Na viela, onde estavam as garotinhas, Eugene apareceu com duas maçãs.

— Aqui. – disse Eugene enquanto dava as duas maçãs à garotinha de cabelos escuros.

A garotinha que recebeu as duas maçãs deu uma maçã à garotinha ruiva.

— Desculpem-me. Eu não posso levar vocês comigo. Infelizmente, o orfanato em que vivo não aceita mais crianças. – disse Eugene enquanto olhava as duas garotinhas comerem as maçãs.

— A maioria dos orfanatos por aqui estão assim. – disse a garotinha de cabelos escuros em tom triste.

— É, eu sei. – disse Eugene em tom triste.

— Vou dar, a vocês, isso aqui. – disse Eugene enquanto entregava um pente preto a garota de cabelos pretos.

— Qual a serventia disso? Tem coisa mais importante do que o penteado dos nossos cabelos, não acha? – perguntou a garota de cabelos escuros em tom sereno.

Eugene sorriu.

— Esse pente é para vocês se lembrarem de mim e nunca perderem a esperança de que alguém como eu vá aparecer com comida para vocês. – respondeu Eugene piscando um dos olhos.

A garota ficou surpresa com a resposta e pegou o pente.

— Obrigada. – disse a garota ruiva com um sorriso.

Eugene deu as costas e foi embora. Era possível notar uma lágrima caindo de um dos olhos de Eugene enquanto ele deixava as duas garotinhas.

— Eu não posso fazer nada. – pensou Eugene enquanto cerrava as mãos.

Lance e Sword estavam na entrada da viela esperando Eugene.

Os três voltaram juntos para casa.

Quando chegaram à casa, Eugene foi correndo para o quarto. O quarto tinha vários treliches. Eugene foi para a cama mais alta de um deles. Nessa cama, havia um livro. Tinha o nome “As Aventuras de Flynn Rider” na capa.

— Ótimo. Finalmente vou terminar esse livro. – disse Eugene folheando o livro.

Lance entregou as compras a seus pais e, depois, foi brincar com as outras crianças atrás da Residência e Sword acompanhou o irmão.

Enquanto os senhores Strongbow cozinhavam, alguém bateu à porta. A senhora Strongbow foi atender. Um homem branco de meia idade, alto, loiro e musculoso estava diante dela após abrir a porta. O homem estava usando sobretudo azul-escuro.

— Com licença, senhora, eu gostaria de adotar umas crianças. – disse o homem com um sorriso malicioso.

— Claro. Entre. – disse a senhora Strongbow.

Na sala de estar, o homem sentou numa poltrona, ficando de frente para os pais de Lance, que estavam sentados no sofá. Entre eles, havia uma mesa pequena com três xícaras de café. O senhor Strongbow pegou uma xícara e tomou seu café.

— O senhor quer adotar uma de nossas crianças? – perguntou o senhor Strongbow após tomar seu café.

O homem pegou uma xícara.

— Sim e, se me deixarem adotar, vou dar uma boa quantia em dinheiro. – respondeu o homem enquanto assoprava o café em sua xícara.

— As crianças não estão à venda. – disse a senhora Strongbow em tom sério.

O homem sorriu e tomou seu café.

— Eu soube por aí que vários orfanatos deste reino estão recusando crianças por causa de lotação ou de condições financeiras. E, pelo que soube, este lugar, além de estar lotado, está precisando de uma grana. Eu só estou tentando ajudar. – disse o homem após tomar seu café.

O homem colocou sua xícara de volta na mesa pequena.

Os senhores Strongbow ficaram calados. Era possível perceber a frustração em seus rostos.

— Se eu levasse algumas crianças e desse um bom dinheiro para vocês, as coisas só melhorariam por aqui. – disse o homem com um sorriso malicioso.

O senhor Strongbow levantou e disse:

— Ei, cara, minha mulher já te disse: “As crianças não estão à venda.”.

— Chamem-me de Barão, por favor. – disse o Barão enquanto levantava.

— Não nos interessa quem você é! – disse a senhora Strongbow, após levantar, muito exaltada.

— Bom, eu tentei ser legal. Eu vou levar as crianças de qualquer jeito. Se vocês ficarem no caminho, eu vou matar vocês, destruir esse lugar inteiro e, depois, levar alguns pivetes. – disse o Barão antes de assoviar.

Três homens entraram na casa.

Os senhores Strongbow permaneceram encarando o Barão.

— Aceitem o dinheiro e tragam as crianças aqui para eu escolher quais eu vou levar. – disse o Barão antes de sentar novamente.

Enquanto isso, Eugene estava lendo no quarto.

— O Flynn Rider conseguiu comprar uma ilha no final. Incrível! – disse Eugene muito empolgado.

Eugene fechou o livro e pulou da cama.

— Espero um dia conseguir comprar uma também. – disse Eugene após cair de pé.

Lance apareceu na entrada do quarto. Ele estava ofegante.

— Eugene, a mamãe mandou te chamar. Parece que alguém veio adotar algumas crianças. – disse Lance bastante empolgado.

Todas as crianças foram reunidas na parte de trás da Residência. Eugene chegou por último.

O Barão e os senhores Strongbow estavam lado a lado. Os outros homens não estavam presente. Lance e Sword ficaram perto dos pais.

O Barão deu um passo a frente e disse:

— Hoje, enquanto passava na área comercial do reino, três crianças chamaram a minha atenção.

Eugene, Sword, Lance e os Senhores Strongbow arregalaram os olhos.

— Eu sou um homem muito rico, depois de levar essas crianças, vou dar um bom dinheiro para esse orfanato. É nítido que a situação aqui não é das melhores. – disse o Barão olhando para Eugene.

— Será que ele viu o furto? Se sim, por que esse maluco gostaria de adotar três ladrões? – pensou Eugene enquanto olhava para o Barão com aflição.

— Esse cara não deve ser uma boa pessoa. – pensou Lance olhando para o Barão.

— Você. – disse o Barão apontando para Eugene.

Os senhores Strongbow ficaram aflitos.

O Barão virou.

— E vocês dois. – disse o Barão olhando para Lance e Sword.

— Esses são nossos filhos, eles não estão disponíveis para adoção. – disse a senhora Strongbow encarando Barão.

O Barão sorriu.

— Vocês sabem que não têm escolha. – disse o Barão olhando alternadamente para o senhor Strongbow e para a senhora Strongbow.

Um clima de tensão dominou o ambiente, as crianças ficaram um pouco assustadas.

— Eles não têm escolha? Como eu suspeitava, esse cara não é normal. Provavelmente, vai nos fazer roubar para ele. – pensou Eugene enquanto sorria de leve.

— Mãe, nós vamos com ele. – disse Lance e Sword ao mesmo tempo enquanto olhavam para Barão..

— Filhos. – disse a senhora Strongbow olhando para os filhos.

— Nós já entendemos tudo. Esse cara aí provavelmente vai fazer algo ruim com o orfanato se não formos com ele. – disse Lance olhando para a mãe.

Sword fez gesto afirmativo com a cabeça.

Os senhores Strongbow começaram a chorar e abraçaram os filhos.

— Estou chateado pelo Lance e a Sword serem forçados a deixarem seus pais, mas, por outro lado, estou feliz, pois essa é a oportunidade perfeita para dar um propósito a minha vida. – pensou Eugene olhando para os senhores Strongbow abraçados com os filhos.

Eugene, Lance e Sword subiram numa carroça com a roupa do corpo. Eugene só pegou as duas caixinhas que foram deixadas com ele quando o abandonaram na frente da Residência. O Barão deu um grande saco com moedas para os senhores Strongbow, que choraram muito.

Enquanto a carroça se afastava da Residência, as crianças acenavam para Eugene, Lance e Sword.

— Moleques, como vocês se chamam? – perguntou o Barão olhando para frente.

— Lance Strongbow. – respondeu Lance encarando o Barão.

— Sword Strongbow. – respondeu Sword, também, encarando o Barão.

— Flynn Rider. – respondeu Eugene olhando para o céu.

Lance e Sword arregalaram os olhos.

— Ótimo. Eu sou o Barão e vou aprimorar suas habilidades e, em troca, vocês só têm que permanecerem roubando. – disse Barão com um sorriso malicioso.

Os três ficaram calados.

— Vocês estão surdos? – perguntou um dos homens, na carroça, um pouco exaltado.

— Está tudo bem. Eles devem estar confusos com toda essa mudança brusca, mas acredito que não estão o suficiente a ponto de chamarem algum guarda ou fugirem. – disse um outro homem, que estava comandando o cavalo.

Eugene olhou para o homem que estava comandando o cavalo.

— O que quer dizer? – perguntou Lance em tom sério.

— Quer dizer que, caso fujam ou peçam ajuda, vamos destruir aquele orfanato. Devem estar confiantes porque só somos quatro aqui, mas, na verdade, somos um grupo bem maior. – disse o homem comandando o cavalo.

— Fugir? Pedir Ajuda? Eu nem pensei nisso. – pensou Eugene enquanto olhava para o céu.

O Barão permaneceu olhando para frente.

— Lá se vai o meu plano. – pensou Lance enquanto olhava para o homem comandando o cavalo.

— Era o que eu pretendia fazer. – pensou Sword olhando para o Barão.

— Parece que eles entenderam. – disse o Barão antes de olhar para Lance com um olhar cruel.

Atualmente, Eugene entrou no quarto em que Lance estava hospedado em Corona.

— Lance, por que está aqui? – perguntou Eugene em tom sério.

Lance se dirigiu até a janela, que tinha vista para o mar.

— Há uns meses, o Barão foi pessoalmente na minha casa e me disse para vir até aqui roubar uma coroa. Eu perguntei por que ele não mandou você, mas foi aí que me surpreendi. Ele disse que você resgatou a princesa desse reino de uma torre e devolveu a coroa. – disse Lance olhando para o mar.

— Então, ele mandou você me matar e pegar a coroa? – disse Eugene com um olhar sério.

— Não. Ele me obrigou. Ele disse que, se eu me recusasse, ele mataria todos no orfanato. – disse Lance olhando para um bracelete dourado em seu pulso direito.

— Lance, é melhor você ir embora, não posso permitir que você leve a coroa. Mesmo sendo meu irmão, eu não posso. – disse Eugene enquanto cerrava as mãos.

— Ele me entregou isso aqui e me mandou para cá. – disse Lance enquanto tocava no bracelete.

— É um objeto mágico, não é? – perguntou Eugene encarando Lance.

— Como você sabe? Fiquei surpreso quando o Barão fez uma demonstração. – respondeu Lance antes de virar e olhar para Eugene.

Um clima de tensão tomou conta do quarto.

— Estou em desvantagem. Se esse objeto do Lance disparar raios como as luvas daquela mulher… – pensou Eugene enquanto encarava o bracelete de Lance.

Lance ergueu a mão esquerda, mostrando outro bracelete.

— Eugene, eu tenho orgulho do fato de você ter saído da vida de ladrão. – disse Lance antes de sorrir.

Eugene arregalou os olhos.

— O quê? Você não vai me matar, nem tentar roubar a coroa? – perguntou Eugene muito surpreso.

— É claro que não. Quando eu saí há dois anos, foi para nunca mais voltar. – respondeu Lance enquanto sorria.

— Mas, Lance, sua família… – disse Eugene com preocupação.

— É por isso que eu vim, preciso da sua ajuda para não fazer o que o Barão mandou, sem que ele mate minha família. – disse Lance olhando para Eugene.

No outro dia, Lucius reuniu muitos guardas no C.T. da guarda real, para um comunicado do rei Frederic. Eugene, Cassandra, Dira, Peter, Stan e Xawana estavam presentes. Frederic estava ao lado de Lucius, ambos estavam a frente da forca.

— Guardas reais, eu conheço e admiro muito bem o trabalho de vocês. São muito leais e trabalham duro para manterem a segurança no reino. Porém, agora, essa segurança está mais ameaçada do que nunca. Lady Caine teve a audácia de invadir o castelo no dia da coroação da princesa. Anthony Weasel teve a audácia de invadir o castelo no Baile de Máscaras. Contudo, foram detidos por vocês. – disse Frederic em alto e bom som.

— Porém, eles dois só foram o começo. Todos aqui conhecem a gota de sol e como a magia nela curou a rainha e a princesa há mais de dezoito anos. Porém, descobrimos recentemente que é possível usar magia como arma. – disse Lucius em alto e bom som.

Muitos guardas ficaram surpresos.

Após os guardas se acalmarem, Lucius disse:

— Infelizmente, descobrimos, também, que criminosos portando essas armas estavam a caminho de Corona para tentarem roubar a coroa da princesa.

Os guardas começaram a gritar frases como “Desgraçados!” e “Como ousam?”.

— O primeiro apareceu ontem no castelo. – disse o rei Frederic em alto e bom som.

Stan, Peter e Xawana arregalaram os olhos, assim como muitos outros guardas.

— Ele passou por muitos guardas, mas foi morto pela minha filha. Como vocês sabem, os cabelos loiros voltaram e ela está… Um pouco mais forte. – Frederic continuou.

— É isso aí, princesa! – disseram vários guardas.

Eugene e Dira estavam prendendo o riso. Cassandra os repreendeu com os olhos.

Stan e Peter se olharam, estavam muito impressionados com esse desfecho.

— Esse ladrão estava usando umas adagas elásticas, algo que nunca vi antes. As adagas foram confiscadas pelo Lucius e estão trancadas num baú no arsenal. – disse Frederic em alto e bom som, antes de olhar para Lucius.

— Esse homem foi o primeiro de muitos que virão até este reino. Provavelmente, alguns já estão por aqui esperando uma oportunidade de agirem, por isso, preciso que vocês redobrem suas atenções, estamos enfrentando pessoas que usam habilidades surreais. – disse Lucius em alto e bom som.

Na noite daquele mesmo dia, Eugene foi ao quarto de Rapunzel.

A princesa estava pintando na varanda quando Eugene entrou. Pascal estava no ombro esquerdo dela. Eugene foi até a namorada e ela parou de pintar.

Após alguns minutos de conversa, Rapunzel levantou e disse:

— Então, seu amigo Lance era um ladrão, parou e voltou para casa, aí esse tal de Barão, o bandido que quer minha coroa, foi na casa do Lance e deu uma arma mágica para ele vir aqui te matar e pegar minha coroa e, caso ele se recusasse a fazer o serviço, esse Barão mataria a todos na casa dele? E, por causa disso, você falou com o Capitão e vocês decidiram forjar a morte dele para preservar a família dele?

— Exatamente, Loirinha. – disse Eugene antes de beijar Rapunzel.

Pascal fechou os olhos.

— Eugene, onde o Lance está agora? – perguntou Rapunzel olhando para Eugene.

Pascal abriu os olhos.

Eugene olhou para o horizonte e disse:

— Na casa da Dira. Achei melhor ele ficar na Velha Corona por enquanto.

— Ótima ideia. Se o traidor soubesse que o seu amigo não fez o serviço, a família dele estaria em perigo. – disse Rapunzel olhando para o horizonte.

— Lance me disse que Barão não contou a ele sobre um ajudante dentro da guarda. Como eu já imaginava, ele não arriscou contar para o meu irmão sobre o traidor. – disse Eugene olhando para Rapunzel.

— A arma está mesmo no arsenal? – perguntou Rapunzel em tom de ironia.

Eugene começou a rir.

— É claro que não. Aquilo é uma armadilha para atrair o informante do Barão. – disse Eugene antes de beijar Rapunzel novamente.

— A arma está com o Lance, talvez ela seja útil caso algo dê errado. – disse Eugene antes de olhar novamente para o horizonte.

Rapunzel olhou para o horizonte e disse:

— Entendi.

Eugene e Rapunzel passaram um tempo abraçados.

— Loirinha, você está numa rotina mais rígida há um mês. Não quer dar uma volta amanhã? – perguntou Eugene olhando para Rapunzel.

Rapunzel se afastou e deu as costas para Eugene.

— Eu estou bem, Eugene. Só estou com medo daquela pessoa aparecer e fazer alguma coisa comigo. – respondeu Rapunzel enquanto cerrava as mãos.

— Medo? Sunshine, você tem o cabelo. Aliás, a Cassandra me disse que o cabelo te protegeu do rai… – disse Eugene antes de ser interrompido.

— Já chega, Eugene. Eu não vou sair do castelo. – disse Rapunzel ainda de costas para Eugene.

— É você quem sabe, Loirinha. – disse Eugene, em tom triste, antes de ir embora.

No último andar da torre de Gothel, a mulher com capa e capuz estava observando algo no espelho, o mesmo que usou em Rapunzel, em sua mão esquerda quando uma luz, vinda da janela, dominou o ambiente. Ela virou e viu seu companheiro, o homem com capa e capuz.

— O Rider está errado, você é quem deveria ser chamado de Sunshine. – disse a mulher antes do espelho desaparecer.

O homem andou até o centro da sala.

— O que você quer aqui? Nosso plano está indo muito bem. – disse a mulher olhando para o homem.

— Algo interessante aconteceu: um ladrão tentou roubar a coroa da princesa, ontem, usando uma arma mágica como as que nós usamos. – disse o homem olhando para a mulher.

A mulher sorriu.

— Veio aqui só por isso? Eu já estou sabendo disso e até já sei onde a guarda real escondeu a arma. – disse a mulher antes de abrir a porta do quarto e descer.

O homem seguiu a mulher.

Enquanto desciam a escada, a mulher disse:

— O aparecimento dessa arma é algo muito estranho. É necessário um engenheiro mágico muito habilidoso para conseguir juntar objetos mágicos a armas, porém os engenheiros mágicos estão extintos há meio século, eles simplesmente começaram a sumir. Tínhamos dificuldades para achar um engenheiro capaz de forjar armas mágicas mesmo na época que havia vários por aí. Atualmente, é praticamente impossível achar um engenheiro mágico. Mas, esse tal de Barão possui algumas armas mágicas, então, esse bandido, pelo menos, tem um bom engenheiro mágico trabalhando para ele.

— É o que eu acho também. Tenho interesse nessa arma, mas eu soube que ela está trancada num baú no arsenal da guarda real. Porém, você já “esfregou na minha cara” que sabe onde a arma está. – disse o homem antes de uma luz amarela na sala chamar sua atenção.

O homem e a mulher chegaram ao térreo.

— O baú é uma armadilha para pegar o informante do Barão. A arma está na Velha Corona. – disse a mulher olhando com um sorriso para a luz amarela.

O homem sorriu e disse:

— Por um momento, esqueci que, agora, você está bem mais informada do que eu.

A mulher virou.

— Irmão, estava pensando sobre sua pedra e recomendo você ir no pináculo. Talvez haja algum livro que te ajude a resolver o problema na sua pedra quimera. – disse a mulher em tom sério.

— O pináculo… Eu não havia pensado nisso. – disse o homem com um sorriso malicioso.

— Voe até Berlim. Eu vou atrás dessa arma, agora. – disse a mulher sorrindo para o homem.

Na frente da casa de Dira, estava a mulher com capa e capuz. Havia um guarda caído atrás dela. Ela ergueu a mão direita, estava portando uma manopla prateada. Uma luz azul surgiu e começou a ganhar intensidade e, de repente, um laser azul saiu da mão direita da mulher.

O cavaleiro negro saltou na frente do laser, puxou uma de suas espadas e disparou um raio negro na direção do laser. O laser azul se chocou com o raio negro e uma explosão elétrica ocorreu devido a esse choque, o raio e o laser cessaram.

Varian, Dira e Lance abriram a porta e viram uma nuvem de poeira.

Os guardas que estavam em cima dos muros correram para a área acima da casa de Varian para verem melhor o que estava acontecendo.

Algumas pessoas começaram a sair de casa. Porém, logo voltaram para suas casas com medo.

Quando a poeira começou a dispersar, eles viram o cavaleiro negro apontando uma de suas espadas para uma mulher com capa e capuz, que estava com a mão direita aberta na direção do cavaleiro.

— Irmandade? Isso vai ser interessante. – disse a mulher com um sorriso cruel.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, a Velha Corona será palco de uma batalha mágica.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rochas Negras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.