Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 7
A Falsa Rapunzel


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800953/chapter/7

Na torre de Gothel, a mulher com a capa entrou pela porta no térreo e foi até o último andar, antigo quarto de Rapunzel.

— Não tiveram a decência de tirar todo esse cabelo daqui. – disse a mulher enquanto andava por cima dos cabelos cortados de Rapunzel.

A mulher revirou o quarto com os olhos. O local estava empoeirado.

De repente, uma luz, vinda da janela, ofuscou a mulher.

— Nenhum objeto mágico por aqui. – disse um homem, com uma capa e um capuz semelhante ao da mulher, sentado na janela.

A mulher virou para a janela.

— Eu já vasculhei esse lugar. – disse o homem saindo da janela.

— Maldita Gothel. Quando o corvo de Zhan Tiri nos avisou que ela estava no reino vazio, eu não imaginei que nossa irmã fosse a causa. – disse a mulher cerrando as mãos.

— Você pretende ficar por aqui? – perguntou o homem enquanto abaixava.

Um espelho surgiu numa das mãos da mulher.

— Sim. – respondeu a mulher olhando para o espelho.

— É uma boa ideia. A guarda real checou esse lugar depois que a princesa voltou, mas não se deram o trabalho nem de tirar a capa da Gothel do gramado. Atualmente, ninguém vem por aqui. – disse o homem enquanto segurava uma parte do cabelo cortado de Rapunzel.

A mulher olhou para o homem.

— Irmão, tem uma coisa que chamou minha atenção. Por que você mesmo não pegou a gota de sol depois que ela foi reativada? – perguntou a mulher em tom sério.

O homem levantou.

— Eu não sei por quê, mas minha pedra está limitada desde o momento que revi a Gothel aqui em Corona. – respondeu o homem retirando um colar com um cristal de dentro de sua vestimenta.

O cristal que o homem exibiu era verde, havia outro cristal mais interno de cor vermelha. Os cristais estavam reluzindo com a luz da lua.

— Você devia ter dito isso através do corvo. Talvez Tromus até parasse com aquela obsessão dele e viesse ajudar. – disse a mulher enquanto o espelho desaparecia de sua mão.

— Só um de nós já é o bastante para pegar a gota de sol. Se não fosse minhas limitações, eu mesmo já a teria pego. – disse o homem enquanto colocava o colar por dentro da vestimenta.

— Você não consegue mais se transformar? – perguntou a mulher em tom sério.

— Consigo. Mas, só assumo duas formas, além do meu disfarce. – disse o homem em tom sério.

— Para você ter pedido ajuda, presumo que essas formas sejam inúteis perante a gota de sol. – disse a mulher enquanto uma pedra amarela surgia em uma de suas mãos.

— Exatamente. Além disso, a gota de sol está diferente de antes. Ela está mais ágil, os cabelos são indestrutíveis e são capazes de atacar ou defender de acordo com a vontade dela. – disse o homem em tom sério.

— É por isso que precisamos ser muito cautelosos na abordagem. – disse a mulher olhando para a pedra amarela em suas mãos.

— Depois de pegarmos a gota de sol, voltaremos para a ca… – disse o homem antes de ser interrompido.

— Não. Vamos ficar aqui em Corona. Vai ser mais rápido assim. – disse a mulher com um leve sorriso.

— Espero que tenha uma boa explicação. – disse o homem em tom sério.

— Essa é uma pedra mágica. De acordo com Demanitus, ela se energiza drenando poder mágico de algum objeto. Ela atinge seu ápice de energia quando fica laranja, aliás, a energia só pode ser utilizada quando a pedra está laranja. Demanitus ainda afirmava que levaria cerca de um ano para que uma pedra desse tipo ficasse laranja se ficasse drenando poder mágico continuamente. Também de acordo com ele, se o processo de drenagem for interrompido, exceto quando a pedra já estiver laranja, ele terá que ser reiniciado. Além disso, o alvo tem que permanecer imóvel durante o processo. Movê-lo seria interromper o processo. – disse a mulher olhando para pedra em sua mão.

O homem foi até a janela e começou a olhar para a lua.

— Uma pedra mágica geralmente é inútil, pois só se energiza usando criaturas mágicas e objetos mágicos, duas coisas sem poder mágico suficiente para alaranjá-la, assim, o processo teria que ser reiniciado muitas vezes e nunca alcançaríamos o ápice de energia. Contudo, a gota de sol é um objeto mágico de poder mágico exorbitante. – disse o homem enquanto olhava a lua pela janela.

O homem virou para olhar a mulher.

— Eu sei o que é uma pedra mágica e sei qual é o nosso plano. Ainda não entendi por que temos que ficar em Corona. – disse o homem olhando para a mulher.

— Levaria um ano para energizar a pedra, mas, numa zona de campo mágico máximo, levaria cerca de um dia. Não é fácil encontrar um lugar assim até para um engenheiro mágico, porém, com uma bússola mágica, como a que o Demanitus criou, é possível um humano comum encontrar uma zona de campo mágico máximo. – disse a mulher olhando para o homem enquanto a pedra desaparecia de sua mão.

— Agora eu entendi. A bússola mágica, que Demanitus criou, só pode ser energizada em Corona, lugar onde ele a forjou. Além disso, a bússola só fica energizada por alguns dias. Quanto à zona de campo mágico máximo, lembro-me de que esses lugares são amplificadores de energia mágica. – disse o homem com um sorriso malicioso.

A mulher sorriu.

— Isso mesmo e, obviamente, não lembro onde fica. Por isso, sou, de certa forma, obrigada a energizar a bússola antes de sair deste reino. – disse a mulher um pouco brava.

— Eu também não lembro onde fica. Na verdade, nem lembrava das zonas de campo mágico máximo. – disse o homem um pouco bravo.

Os dois se calaram por um momento.

— Cérebro de mil anos maldito. – disse o homem e a mulher ao mesmo tempo. Logo em seguida, os dois sorriram.

— É por isso que preciso desse esconderijo. Pretendo drenar a gota de sol enquanto procuro esse local catalisador. Pelo que planejei, na pior das hipóteses, teremos que esperar um ano e não teremos que ficar fugindo com a princesa por aí. – disse a mulher olhando para um desenho na parede.

— De qualquer forma, temos que capturar a princesa. – disse o homem olhando para a mulher.

— Capturar a princesa? Não vamos fazer isso. – disse a mulher com um sorriso malicioso.

Um mês depois, pela manhã, no quarto de Rapunzel, ela estava usando uma sapatilha rosa para combinar com seu vestido. Cassandra estava limpando uma estante de livros, estava com sua vestimenta de dama de companhia. Pascal estava num dos ombros de Rapunzel.

— Cass, você soube? – perguntou Rapunzel muito empolgada.

— Raps, você sabe que não sou vidente. – disse Cassandra enquanto espanava um livro.

— Alguém comprou o depósito, ao lado da biblioteca pública, e, agora, o novo dono abriu uma galeria lá. – disse Rapunzel empolgada.

Cassandra continuou espanando.

— Não é o máximo? – perguntou Rapunzel ainda empolgada.

Cassandra colocou o livro de volta na estante e pegou outro.

— É, claro. – respondeu Cassandra com nenhuma empolgação.

Rapunzel notou o mau humor da amiga.

— Cass, eu sei que você não gosta muito de arte, mas… – disse Rapunzel com um sorriso forçado.

Cassandra arregalou os olhos e parou de espanar o livro.

— Não. Eu não vou com você até lá. – disse Cassandra olhando para Rapunzel.

— Puxa, Cass. Eu não queria ir sozinha. – disse Rapunzel em tom triste.

— Leva o Eugene. – disse Cassandra enquanto virava para colocar o livro na estante.

Naquele momento, Rapunzel ficou séria.

— Aquele idiota. – disse Rapunzel enquanto saía do quarto.

— O que será que ele fez? – perguntou-se Cassandra um pouco assustada.

Rapunzel saiu do castelo sozinha.

Na rua principal da ilha, muitas crianças abraçaram a princesa.

— Mamãe, eu abracei a princesa. – disse uma das crianças após abraçar Rapunzel.

Algumas crianças cutucaram bastante o Pascal.

— Você é muito bonita. – disse uma outra criança.

— Obrigada. – disse Rapunzel com um sorriso.

Após cumprimentar as pessoas, Rapunzel chegou à galeria.

Havia muitas pessoas na galeria, lá tinham muitos quadros dispostos num enorme salão. Um dos quadros chamou a atenção de Rapunzel. Nele, havia uma mulher de cabelo roxo com duas pedras entre suas mãos. As duas pedras eram ovais, mas uma era amarela e a outra, azul.

Uma mulher, um pouco mais alta que a princesa, de cabelos compridos e de olhos verdes se aproximou de Rapunzel e perguntou:

— Gostou desse?

— Na verdade, estou curiosa. – respondeu Rapunzel enquanto encarava o quadro.

— Esse quadro mostra a ambição de uma mulher em conseguir as pedras da lua e do sol. – disse a mulher olhando para o quadro.

— Eu nunca ouvi falar nessas pedras. – disse Rapunzel olhando para a mulher.

— A pessoa que possuir essas duas pedras se tornará um ser capaz de inverter a balança da magia. – disse a mulher em tom sério.

— Balança da magia? – pensou Rapunzel enquanto ainda olhava para o quadro.

— Pena que isso tudo é só lenda. – disse a mulher com um sorriso.

— Pedra do sol… Será que ela tem alguma ligação com a gota de sol? – pensou Rapunzel enquanto olhava para a pedra amarela no quadro.

— Bom, se quiser comprar, é só falar comigo. – disse a mulher antes de começar a andar.

— Espera. Foi você quem comprou o depósito? Qual o seu nome? – perguntou Rapunzel olhando para a mulher enquanto a mesma andava.

— Meu nome é Sugarby. – respondeu a mulher enquanto andava.

— Prazer. Meu nome é… – disse Rapunzel antes de ser interrompida.

— Todo mundo sabe quem é você. – disse Sugarby após parar e olhar para Rapunzel.

Rapunzel sorriu e foi ver outros quadros.

Sugarby voltou a andar.

Depois, na área externa do castelo, Rapunzel viu Eugene fazendo patrulha. Ele estava com sua armadura, mas sem o elmo. Eugene viu Rapunzel e acenou para ela. Rapunzel virou o rosto para Eugene e continuou andando. Eugene se aproximou e roubou um beijo dela.

— Você está maluco? – perguntou Rapunzel muito corada.

— Só fiz isso porque estava com saudades. – respondeu Eugene com um sorriso.

— A culpa é sua. – disse Rapunzel um pouco brava.

— Você tem me evitado esses dias por minha culpa? – perguntou Eugene um pouco nervoso.

Eugene se aproximou para beijar Rapunzel de novo e ela virou o rosto. Eugene beijou sua bochecha.

— Sem beijo. Você esconde coisas de mim. – disse Rapunzel enquanto afastava Eugene.

Eugene suspirou.

— Isso é maldade, Loirinha. – disse Eugene com um sorriso.

Rapunzel começou a andar.

— Idiota. – disse Rapunzel enquanto andava.

— Acho que eu deveria falar. Não gosto de ver a Sunshine assim. – disse Eugene para si mesmo em tom sério.

Um dia depois, pela manhã, Cassandra foi ao quarto de Rapunzel, ela estava com sua roupa habitual, a mesma que usou na noite em que Rapunzel tocou numa Rocha Negra, e sua espada. Cassandra bateu à porta e perguntou:

— Raps, você está acordada?

Rapunzel abriu a porta e respondeu:

— Sim.

Rapunzel estava com Pascal em um de seus ombros. Estava usando seu vestido rosa e sapatilhas combinando.

Depois, as duas saíram do castelo.

Na estrada principal, após a ponte, Rapunzel parecia cabisbaixa.

— Vocês ainda não se resolveram? – perguntou Cassandra olhando para frente.

— Não. Ele não quer me contar. – disse Rapunzel com os olhos “pegando fogo”.

— Raps, você devia controlar esse ciúme. Você está brigada com seu namorado por causa de algo que um ladrão qualquer disse e, aliás, nem lembro dele falar algo sobre a filha do Barão. – disse Cassandra levando uma mão ao queixo.

Rapunzel olhou para Cassandra.

— Eu não sou ciumenta. Você quem é. – disse Rapunzel em tom de deboche.

— Sou e não nego. Detesto quando vejo alguma garota muito perto do Varian. – disse Cassandra em tom bravo.

As duas riram.

— Ainda bem que você está de folga hoje e poderemos fazer uma visita ao Varian. – disse Rapunzel olhando para frente.

— Sim. Infelizmente, você não pôde vir da outra vez porque estava ocupada com o baile. – disse Cassandra olhando para frente.

De repente, uma mulher com capa e capuz, vinda da floresta, surgiu diante delas. Cassandra e Rapunzel não puderam reagir. A mulher estava usando manoplas prateadas. Rapidamente, a pessoa misteriosa abriu a mão direita e disparou um tipo de laser azul em direção à Rapunzel, seus cabelos cresceram a tempo de criar um escudo, que foi atingido em cheio. Rapunzel foi arremessada com o impacto, Pascal caiu no chão e desmaiou. Os cabelos da princesa voltaram ao seu tamanho padrão.

— Raps! – gritou Cassandra enquanto Rapunzel caía no chão.

Naquele momento, Cassandra sacou sua espada e foi em direção à pessoa misteriosa. De repente, Cassandra parou, começou a levitar e foi arremessada para trás por uma força invisível. Cassandra viu a pessoa misteriosa gesticular com a mão esquerda antes de ser arremessada para trás. Cassandra caiu um pouco distante de Rapunzel.

Rapunzel levantou e, quando olhou para a pessoa misteriosa, ela estava erguendo um espelho. Rapunzel viu seu reflexo e começou a se sentir fraca, sua vista ficou trêmula.

Naquele momento, Cassandra levantou. Ela viu a pessoa misteriosa segurando um espelho e, logo em seguida, fugindo para a floresta. Rapunzel balançou a cabeça e seguiu a pessoa. Cassandra pegou Pascal e tentou seguir Rapunzel, mas não a encontrou.

— Raps, cadê você? – gritou Cassandra.

Após um momento, Cassandra recebeu resposta.

— Cass, estou aqui. – gritou Rapunzel.

Cassandra seguiu o grito e encontrou Rapunzel encostada numa árvore. Rapunzel estava sangrando pelo nariz.

— Raps, o que aconteceu? – perguntou Cassandra muito preocupada.

— Eu acho que levei um soco. – respondeu Rapunzel enquanto botava a mão no nariz.

— Droga. Quem era esse maluco? – perguntou Cassandra revirando a floresta com os olhos.

— Ou maluca. – disse Rapunzel enquanto tentava levantar.

— Vem, Raps. Vamos voltar para o castelo. É arriscado ficarmos andando por aí com uma pessoa dessas a solta. – disse Cassandra enquanto ajudava Rapunzel a se levantar.

Rapunzel conseguiu ficar de pé, Cassandra lhe entregou Pascal e, logo em seguida, ela limpou o nariz com uma das mãos.

Depois, Rapunzel conseguiu esconder o nariz das pessoas que a cumprimentaram no caminho de volta ao castelo. Algumas pessoas disseram para Rapunzel que ela havia acabado de passar por elas. Ela e Cassandra ficaram confusas.

Pascal acordou antes delas chegarem ao castelo.

Na entrada da área externa do castelo, os dois guardas da entrada falaram:

— Ei, princesa.

— O que foi? – perguntou Rapunzel passando a mão no nariz para ver se ainda dava para notar o sangue.

— Você acabou de voltar. – disse um dos guardas apontando uma lança para Rapunzel.

— Ei, abaixe isso, idiota. – disse Cassandra encarando o guarda.

— É melhor alguém escoltá-las até a sala do trono para resolvermos isso. – disse o outro guarda.

— Ei, Eugene, leva essas impostoras da princesa e da Cassandra para o rei. – disse um dos guardas enquanto abaixava sua lança.

Eugene estava indo em direção ao portão.

— Impostoras? – perguntou Eugene olhando para Rapunzel.

De repente, Eugene arregalou os olhos. Ele havia percebido alguma coisa.

— Não. Essas são as verdadeiras. Na verdade, só a Rapunzel tem duplicata. Enfim, Rapunzel saiu com Cassandra, hoje, mais cedo, a outra deve ser a falsa. – disse Eugene enquanto corria em direção ao castelo.

Cassandra e Rapunzel se olharam e seguiram Eugene, assim como os guardas.

— Duplicata? O que está acontecendo? – perguntou Rapunzel confusa.

Quando se aproximaram do castelo, as duas ouviram gritos. Havia empregados correndo, fugindo do castelo.

Eugene entrou primeiro no castelo.

Quando Cassandra e Rapunzel entraram no castelo, viram Eugene sair voando pelas portas principais da sala do trono, que ficaram destruídas. Eugene caiu, perto das garotas, inconsciente. Era possível ver a marca de um pé no peitoral de sua armadura.

— Eugene! – gritaram Cassandra e Rapunzel ao mesmo tempo.

Rapunzel foi para a sala do trono.

— Vocês dois. Levem-no para fora. – disse Cassandra antes de seguir Rapunzel.

Quando Rapunzel entrou na sala do trono, viu alguns guardas inconscientes próximos ao trono. Havia um guarda, de pé, diante da outra Rapunzel e os reis estavam atrás desse guarda.

— Não posso usar meus poderes contra a minha própria filha. – pensou Arianna bastante aflita.

— Ei, falsa Rapunzel! – gritou Rapunzel.

— O quê?! – disseram os reis olhando para Rapunzel.

A falsa Rapunzel olhou para trás. Ela foi em direção à Rapunzel. Ela era muito rápida. Rapunzel levou um chute no rosto e bateu na parede. Uma cratera se formou na parede. Pascal e Rapunzel caíram no chão.

— Raps! – gritou Cassandra.

A falsa Rapunzel olho para Cassandra. De repente, os dedos da falsa Rapunzel viraram garras de vidro. A falsa Rapunzel desferiu um golpe contra Cassandra.

— A Willow não me perdoaria se eu ficasse parada. – pensou Arianna enquanto olhava para Cassandra.

Cassandra estava prestes a ser rasgada quando Arianna surgiu entre as duas e acertou um soco de direita na barriga da falsa Rapunzel, que caiu rolando perto do rei.

— Ei, guarda! Tire o Frederic daqui! – disse Arianna apontando para a saída lateral.

Frederic estava muito espantado com o soco que viu sua esposa desferir.

Arianna não usava pose de luta.

— Sim, senhora. – disse o guarda.

— Mas, Arianna… – disse o rei Frederic olhando para a rainha.

— Vai logo! – disse Arianna fulminando o marido com os olhos.

Frederic arregalou os olhos.

A falsa Rapunzel começou a levantar.

O guarda e Frederic saíram pela saída lateral, a falsa Rapunzel os ignorou.

As garras de vidro começaram a se retrair e as mãos da falsa Rapunzel voltaram a ter dedos.

— Mãe, não estou conseguindo me controlar, tem alguma coisa em mim. – disse a falsa Rapunzel enquanto levava as mãos a cabeça.

— Filha? – perguntou Arianna em tom de preocupação.

— Majestade, não caia nessa, a Rapunzel está caída bem ali. – disse Cassandra apontando para a Rapunzel desmaiada.

Arianna olhou alternadamente para a falsa e para a desmaiada Rapunzel.

— Mãe! – disse a falsa Rapunzel com as mãos na cabeça.

Arianna, aparentemente, deu um passo para chegar à falsa Rapunzel.

— O quê? Como ela chegou lá tão rapidamente? – perguntou-se Cassandra bastante surpresa.

As garras de vidro voltaram e a falsa Rapunzel tentou acertar Arianna, mas a rainha foi mais rápida e recuou.

— Desgraçada. Pretendia atacar sua própria filha? – perguntou a falsa Rapunzel com um sorriso cruel.

— Você não é minha filha. – respondeu Arianna olhando para a falsa Rapunzel.

Na torre de Gothel, a mulher com capa e capuz estava vendo e ouvindo tudo, a partir da falsa Rapunzel, olhando o espelho.

— Quem é essa mulher? Humanos não deviam ser capazes de usar magia, exceto por meio de objetos mágicos. – disse a mulher olhando para seu espelho.

Na sala do trono, a falsa Rapunzel foi em direção à rainha Arianna. A falsa Rapunzel deferiu vários golpes com as garras contra Arianna, que os evitou.

— Para de se esquivar! – disse a falsa Rapunzel impaciente enquanto atacava.

— Embora eu seja suspeita para falar, ela é muito lenta. – pensou Arianna enquanto evitava os golpes da falsa Rapunzel.

Arianna começou a correr pela sala e a falsa Rapunzel a seguiu.

Enquanto corria, Arianna evitou a área, perto dos tronos, onde havia pessoas desmaiadas.

— Cadê aquele seu soco? – perguntou a falsa Rapunzel enquanto perseguia a rainha.

A rainha estava, aos poucos, deslocando-se mais rapidamente. Arianna começou a saltar pelas paredes e a falsa Rapunzel a estava seguindo.

Cassandra estava perto da Rapunzel desmaiada. Pascal estava caído perto dela.

— Que movimentos são esses? Não tem como uma pessoa normal fazer isso. – disse Cassandra assustada enquanto acompanhava a rainha com os olhos.

A falsa Rapunzel parou de seguir a rainha e foi para o centro da sala.

A rainha Arianna continuou se movendo pela sala numa velocidade sobre-humana.

— Cansei. Se você não me enfrentar, eu vou atacar aquelas duas. – disse a falsa Rapunzel apontando, com uma das garras, para Cassandra e Rapunzel.

Arianna parou entre a falsa Rapunzel e a entrada principal.

A falsa Rapunzel sorriu.

De repente, a falsa Rapunzel notou que havia uma camada fina de luz branca por todo o corpo da rainha. Essa camada estava engrossando.

— Esse truquezinho não vai me fazer recuar. Eu vou matar todos vocês e depois levar a princesa. – disse a falsa Rapunzel com um olhar assassino.

Na torre de Gothel, a mulher com capa ainda observava pelo espelho.

— O que é isso? Em mil anos, nunca vi nada assim. – disse a mulher muito impressionada com a camada de luz no corpo da rainha.

Na sala do trono, a falsa Rapunzel foi em direção à Arianna em alta velocidade, mas, assim que chegou onde Arianna deveria estar, a rainha desapareceu.

— O quê? Para onde ela foi? – pensou a falsa Rapunzel muito surpresa.

Arianna estava em cima da falsa Rapunzel.

— Quando que ela saltou? – perguntou-se Cassandra mentalmente.

Arianna desferiu um soco de direita nas costas da falsa Rapunzel. Então, formou-se uma cratera com a falsa Rapunzel inconsciente no centro. Arianna caiu, de pé, em cima da falsa Rapunzel. Naquele momento, a camada de luz desapareceu.

Na área externa do castelo, próximo à escadaria que leva ao castelo, os guardas que estavam com Eugene notaram que ele estava sangrando muito pela boca e estava tossindo muito. Os guardas decidiram retirar o peitoral da armadura de Eugene.

— Um chute capaz de amassar uma armadura? – pensou um dos guardas enquanto tocava na marca de pé no peitoral da armadura de Eugene.

— Paciência, Eugene, mandamos alguns guardas trazerem um médico e reforço. – disse o outro guarda olhando para Eugene.

Eugene estava com muita dificuldade para respirar.

Os guardas estavam distraídos olhando para o peitoral da armadura amassado.

De repente, uma aura escura cercou o corpo de Eugene. Ele passou a respirar melhor e acordou. Eugene cuspiu sangue. A aura sumiu antes que Eugene a notasse.

— O quê? Eu estou vivo? – pensou Eugene enquanto olhava para as suas mãos.

Eugene olhou para os guardas e perguntou:

— O que eu estou fazendo aqui?

Os guardas olharam para ele muito surpresos.

— Eugene? Como? – perguntou um dos guardas olhando para Eugene.

Eugene lembrou de Rapunzel.

— Eu tenho que voltar para o castelo. – disse Eugene enquanto levantava.

Havia sangue no queixo de Eugene, mas ele não notou.

— Fiquem aqui no caso dela fugir. – disse Eugene enquanto corria para o castelo.

Os guardas ficaram sem reação.

Quando chegou na sala do trono, Eugene viu uma cratera com sua namorada desmaiada no meio.

— Rapunzel! Você está bem?! – perguntou Eugene enquanto andava na direção da falsa Rapunzel.

— Não sou eu, Eugene. – disse Rapunzel, sentada, encostada à parede perto de Cassandra e Arianna, que estavam de pé.

— O quê?! É mesmo. Havia duas. – disse Eugene olhando alternadamente para a falsa Rapunzel e para Rapunzel.

Eugene foi até Rapunzel. Ele viu que havia uma cratera na parede atrás dela.

— Loirinha, você se machucou? – perguntou Eugene enquanto abaixava.

— Sim, mas acho que já estou melhor por causa do cabelo. – respondeu Rapunzel sorrindo para Eugene.

— Eugene, Cassandra. Fiquem com a minha filha. Vou procurar o Frederic. – disse Arianna antes de ir até a entrada lateral.

Eugene e Cassandra fizeram gesto afirmativo com a cabeça.

Depois, Rapunzel e Eugene levantaram e foram até a falsa Rapunzel.

Cassandra virou a falsa Rapunzel. Ela estava desmaiada.

— Ei, acorda! – gritou Cassandra.

A falsa Rapunzel abriu os olhos e tossiu.

Naquele momento, Cassandra levantou.

— Quem diria que um monstro do espelho apanharia para uma humana? – perguntou o monstro do espelho olhando para cima.

Eugene e Cassandra estavam mais próximos do monstro. Rapunzel ficou um pouco mais atrás segurando Pascal que ainda não havia acordado.

— Explique-se. O que é você e o que você quer? – perguntou Cassandra encarando o monstro.

O monstro do espelho sorriu, olhou para Cassandra e respondeu:

— Eu sou um monstro do espelho. Diferente de vocês, humanos, eu sou uma criatura mágica invocada a partir do reflexo de alguém para servir a pessoa que me invocou. Hoje, mais cedo, uma pessoa de capa e capuz me invocou na floresta e me mandou causar o caos no castelo até a princesa de verdade aparecer para eu sequestrá-la. Chegar ao castelo foi fácil porque somos invocados com as memórias da pessoa de quem somos oriundos.

— Hoje, quando eu e a Raps estávamos indo para a Velha Corona, uma pessoa trajada desse mesmo jeito apareceu diante de nós e mostrou um espelho para a Raps. Essa pessoa fugiu pela floresta. – disse Cassandra olhando para Eugene.

Eugene levou uma mão ao queixo.

— Quem foi que te invocou? – perguntou Eugene olhando para o monstro.

Na torre de Gothel, a mulher com capa estava transtornada.

— Esse desgraçado está falando demais! Eu ordenei que não falasse nada! Eu já devia saber que ele seria defeituoso! – disse a mulher antes de socar a parede.

Naquele momento, a mulher sorriu e disse:

— Como se eu não tivesse previsto isso.

Na sala do trono, o monstro do espelho olhou para Eugene e respondeu:

— Eu não sei! Mas…

De repente, o monstro começou a brilhar e agonizar. Ele estava assustado.

— Ei, o que foi? – perguntou Eugene surpreso.

— O quê?! Como isso é possível?! Você também… – disse o monstro antes de rachar como vidro e quebrar por inteiro.

Os pedaços do monstro começaram a desaparecer antes se chegarem ao chão.

— O que foi isso? – perguntou Eugene muito surpreso olhando para o lugar onde estava o monstro.

— Eu não sei, mas esse negócio de magia está começando a ficar bizarro. – respondeu Cassandra, olhando para a cratera, tão surpresa quanto Eugene.

— Tem alguém me procurando, alguém muito poderoso. O que será que essa pessoa quer? – perguntou Rapunzel olhando para Cassandra.

— Provavelmente, a mesma coisa que fez a Gotel te sequestrar há mais de 18 anos. – respondeu Eugene olhando para Rapunzel.

Rapunzel e Cassandra olharam para Eugene.

— Essa pessoa quer o seu poder. – ele continuou.

Após passar pela entrada lateral, Arianna chegou à cozinha após passar por um corredor, alguns cozinheiros e alguns guardas estavam lá com Frederic.

— Querido, está tudo bem? – perguntou Arianna com um olhar de preocupação.

— Sim. Os cozinheiros e esses guardas, que vieram pelos fundos, ficaram aqui me protegendo. – disse Frederic olhando para as pessoas ao seu redor.

— Ainda bem. – disse Arianna olhando para as pessoas enquanto sorria.

— Sou eu quem deveria estar preocupado, Arianna. Você ficou naquela sala com aquele monstro. Aliás, que soco foi aquele? – perguntou Frederic olhando para Arianna.

— Depois conversamos sobre isso. – disse Arianna desviando o olhar.

Frederic suspirou.

— Tudo bem. Tenho que admitir que fiquei aliviado quando a Rapunzel entrou naquela sala. Não conseguiria colocar minha filha na cadeia. – disse Frederic sorrindo.

Arianna sorriu também.

Eu sei. – disse Arianna olhando para Frederic.

Frederic começou a andar.

— Vamos voltar para a sala do trono. Guardas, venham conosco. – disse Frederic enquanto andava.

Na sala do trono, Eugene estava observando a cratera.

— Sunshine, o que você fez para derrotar esse monstro? – perguntou Eugene antes de abaixar e tocar no chão.

— O quê? – perguntou Rapunzel bastante surpresa.

— Foi a rainha. – disse Cassandra olhando para Eugene.

— A rainha? Como? – perguntou Eugene muito surpreso.

— Eu também gostaria de saber. – disse o rei Frederic enquanto se aproximava.

Frederic parou diante da cratera e arregalou os olhos. Ele ficou muito surpreso.

Eugene, Cassandra e Rapunzel estavam dentro da cratera. Eugene estava de cócoras.

Arianna parou ao lado do marido e os guardas ficaram checando as pessoas desacordadas na sala.

— Arianna… Isso foi você? – perguntou o rei Frederic com os olhos arregalados.

Arianna sorriu para Frederic.

Eugene levantou.

— Mãe, tem como eu aprender a fazer isso? Eugene tem me irritado muito ultimamente. – disse Rapunzel olhando para a rainha Arianna.

Eugene olhou assustado para Rapunzel.

Frederic e Arianna riram.

Willian e outro homem, um pouco mais baixo que o rei Frederic, com roupas similares às de Varian e cabelos castanhos escuros que se estendiam até a metade do pescoço, levantaram. Eles estavam de pé com o suporte dos guardas.

— Quirin, Willian. Vocês precisam ir a um hospital. – disse Frederic em tom de preocupação.

— Não se preocupe, majestade. Acho que a sua filha pegou leve com a gente. – disse Quirin ofegantemente.

— Na verdade, aquela não era minha filha. – disse Frederic olhando para Rapunzel.

Quirin e Willian ficaram confusos.

— Depois conversamos sobre isso. – disse Frederic olhando para Quirin.

— Mandei prepararem as carroças cobertas. Vamos levar todos os feridos até um hospital. – disse Lucius entrando na sala.

— Cobertas? O senhor pretende abafar isso aqui? – perguntou Eugene olhando para Lucius.

— É o melhor a se fazer. Se os súditos souberem de uma segunda invasão ao castelo, ficarão assustados. – respondeu Lucius olhando para o rei.

O rei Frederic fez gesto afirmativo com a cabeça.

— Aliás, Rider, você vai para o hospital também. Disseram-me que você estava à beira da morte. – disse Lucius olhando para Eugene.

Eugene tinha sangue coagulado no queixo.

— E essa nem foi a melhor parte. – disse Cassandra olhando para Lucius.

— Tem mais? – perguntou Lucius olhando para Cassandra.

Mais tarde, pela noite, Rapunzel foi chamada na sala do trono. Frederic e Arianna estavam sentados e não havia mais ninguém na sala.

— Filha, desculpe-me, mas, pelo que você me disse hoje de manhã, tem alguém muito perigoso querendo te sequestrar, então eu e sua mãe decidimos que você não deve mais sair do castelo. – disse Frederic em tom sério.

— Eu sei que você preza pela sua liberdade, mas… – disse Arianna antes de ser interrompida por Rapunzel.

— Tudo bem. – disse Rapunzel enquanto sorria.

Os reis se olharam surpresos.

— Eu sei que vocês prezam pela minha segurança e, mesmo com esse cabelo, seria muita irresponsabilidade sair por aí com aquela pessoa soltando raio pela mão. – Rapunzel continuou.

— Obrigado pela compreensão, filha. – disse o rei Frederic antes de sorrir.

— Você vai ficar no seu quarto a maior parte do tempo, gostaríamos que você só saísse de lá para fazer as refeições conosco. – disse Arianna em tom sério.

— Entendi. – disse Rapunzel em tom sério.

— Algo mais? – perguntou Rapunzel mantendo o tom sério.

— Não, filha, pode se retirar. – disse Arianna antes de sorrir.

Após Rapunzel sair da sala, Arianna disse:

— Ela amadureceu.

— Sim. – disse Frederic enquanto sorria.

No quarto, quando Rapunzel entrou, Pascal estava em cima de seu diário na estante de livros. Rapunzel passou por ele, retirou as sapatilhas e foi deitar.

Mais tarde, durante a madrugada, o cavaleiro negro estava diante de duas pessoas com capa e capuz, diferentes da capa da pessoa na torre de Gothel, na floresta. Estas capas tinham o símbolo de Corona na parte de trás.

— As Rochas Negras já estão dentro do reino? Eu não sabia. – disse um dos homens encapuzados.

— Então, Rapunzel escondeu isso de mim? – pensou o outro homem encapuzado.

Sob os capuzes, era possível notar que se tratavam do rei de Corona e do capitão da guarda real.

— Destrua as Rochas na Velha Corona e não se importe em chamar atenção. O importante é manter aquilo longe da minha filha e dos súditos. – disse o rei Frederic em tom sério.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A rainha deu uma surra no monstro?! Como assim?!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Rochas Negras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.