Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 23
O Segredo da Gota de Sol


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



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Na área comercial, na ilha, um dia antes do aniversário de dezenove anos da princesa, Eugene e Rapunzel estavam passeando. Muitas pessoas cumprimentaram a princesa durante o passeio. Pascal estava no ombro esquerdo da princesa.

— A Rapunzel está ótima. Nem parece que aconteceu tudo aquilo com a Sugracha no final do ano passado. – pensou Eugene enquanto observava sua namorada brincando com algumas crianças.

Naquele momento, Dira, usando sua armadura, aproximou-se de Eugene. Ela estava acompanhada de uma mulher muito parecida com ela, mas um pouco mais alta. Esta mulher tinha, também, uma listra vermelha no lado esquerdo da face. Ela estava de cabelo preso, ao contrário de Dira. Adira estava com roupas comuns entre os habitantes da Velha Corona.

— Então esse é o Flynn Rider? Tem muitos cartazes pedindo a cabeça dele fora de Corona. – disse a mulher olhando para Dira.

Eugene notou as duas e disse:

— Dira, quem é ela? Sua irmã?

— Minha mãe. – respondeu Dira com um leve sorriso.

Eugene ficou muito surpreso.

— Prazer em conhecê-lo. Meu nome é Adira. – disse Adira estendendo a mão direita.

Eugene apertou a mão de Adira.

Enquanto isso, uma garotinha disse para Rapunzel que algumas pedras estranhas estão atrapalhando o trabalho do pai dela.

— Eu já estou sabendo. A princesa vai dar um jeito. – disse Rapunzel antes de piscar para a garotinha.

Depois, Rapunzel notou Eugene conversando com Dira e Adira e foi até eles.

— Dira, você tem uma irmã? Por que nunca a apresentou para nós? – perguntou Rapunzel olhando para Adira.

Eugene, Dira e Adira começaram a rir.

Rapunzel ficou confusa e perguntou:

— Qual é a graça?

— De qualquer forma, temos que ir ao castelo. – disse Adira em tom sério.

— O que está acontecendo? – perguntou Rapunzel em tom sério.

Na sala do trono, Frederic e Arianna estavam com um súdito da Velha Corona.

— Rochas Negras? Tem certeza? – perguntou Arianna um pouco surpresa.

— Sim. Elas estão em toda parte na Velha Corona. Elas surgem do nada e estragam plantações, além de matar alguns gados. – disse o súdito em tom sério.

— Já é a sétima pessoa que vem reclamar disso. – pensou Arianna olhando para Fredric.

— Nós vamos resolver isso. Pode voltar e avisar a todos. – disse Frederic um pouco irritado.

— Já é a sétima vez que ele promete resolver isso. – pensou Arianna ainda olhando para Frederic

O súdito saiu pela entrada principal.

— Frederic, você parece saber de algo. O que você não está me contando? – perguntou Arianna olhando para Frederic.

Frederic não respondeu.

No quarto de Varian, Cassandra estava conversando com ele. Varian estava deitado em sua cama. Cassandra estava sentada do lado dele.

— Lance o encontrou dentro desta casa há mais de um mês, mas, antes que pudesse fazer algo, Varian quebrou uma bola em sua mão e desmaiou. Ele está assim desde então. – disse Cassandra com lágrimas nos olhos.

De repente, um mico-leão-dourado, usando um terno, subiu em cima da cama e disse:

— Provavelmente era uma esfera manipuladora.

— Ah! – gritou Cassandra, muito assustada, enquanto levantava.

— Prazer. Meu nome… – disse o macaco antes de Cassandra gritar:

— O macaco está falando!

— Calma. Eu sei que eu sou feio, mas não é para tanto. – disse o macaco em tom sério.

Naquele momento, Lance entrou no quarto e disse:

— Eu te falei para esperar a senhora Adira no meu quarto.

— Eu fiquei entediado. – disse o macaco antes de tentar acordar Varian com tapas.

— Lance, o que está acontecendo aqui? – perguntou Cassandra, tremendo, enquanto apontava para o macaco.

A íris dos olhos do macaco ficaram vermelhas e ele encarou a cabeça de Varian.

— O garoto está bem. O cérebro está gerando vetores normalmente. – disse o macaco antes de suas íris voltarem a coloração normal.

— Então, por que ele não acorda? – perguntou Cassandra um pouco mais calma.

— Pelo que você disse antes, ele provavelmente destruiu uma esfera manipuladora que mantinha ele submisso a alguém. – respondeu o macaco em tom sério.

— Faz sentido. Ele era escravo da Sugracha. – disse Cassandra em tom sério.

— Sugracha?! Tem certeza?! Então, ela sabe que a gota de sol está aqui? – perguntou o macaco muito preocupado.

— Vocês se conhecem? – perguntaram Lance e Cassandra ao mesmo tempo.

— Mais importante do que isso, esse garoto está em um sono profundo. É difícil saber quando ele vai acordar. É como se ele estivesse num estado suspenso. – disse o macaco olhando para Varian.

— Não tem nada mágico que possa fazer ele acordar? – perguntou Cassandra olhando para Varian.

— Quando a esfera manipuladora é destruída, ela transfere sua energia mágica para o escravo, para mantê-lo dormindo. A única forma de acordar o garoto é o levando para um lugar de campo mágico nulo. É difícil encontrar um lugar assim até para mim, que sou um engenheiro mágico. O ideal seria usar uma bússola mágica, mas a bússola, que eu criei, está com a Sugracha. – explicou o macaco.

— Droga. Nem o macaco falante sabe como ajudar. – pensou Cassandra enquanto cerrava as mãos.

— Eu acho improvável que aquela mulher entregue a bússola. – disse Lance um pouco irritado.

— Bom, acredito que agora eu possa me apresentar… Meu nome é Demanitus. – disse o macaco fazendo gesto positivo com o polegar direiro.

— A mãe da Dira trouxe esse macaco com ela, mas ficou com medo da reação das pessoas, então o deixou aqui. – disse Lance antes de pegar o macaco e colocá-lo em seu ombro esquerdo.

— Eu não sei por quê. Os coronianos têm uma princesa com cabelos brilhantes. Por que se assustariam com um macaco falante? – perguntou Demanitus pensativo.

— O que ele diz faz sentido, mas, considerando que eu me assustei… – pensou Cassandra rindo de “nervosa”.

Naquele momento, o cavaleiro negro apareceu com uma espada enorme nas costas, pegou o Demanitus e sumiu.

— O quê?! – disse Cassandra muito surpresa.

— Era a senhora Adira. Ela também tem uma armadura como a do Quirin. – disse Lance antes de sair do quarto.

— E você fala isso como se não fosse nada? – pensou Cassandra um pouco irritada.

De repente, Cassandra sumiu.

Na sala do trono, Rapunzel surgiu segurando Dira e Eugene com seus cabelos.

— Filha, o que foi? – perguntou Frederic olhando para Rapunzel.

Naquele momento, Willow entrou com Lucius pela entrada lateral. Logo em seguida, Cassandra apareceu com Adira. Demanitus estava em cima da cabeça de Adira. A armadura negra da mãe de Dira era igual a armadura de Quirin, exceto pelo símbolo da irmandade em sua testa. Além disso, ela portava uma grande espada negra nas costas.

— Agora, todas as pessoas relevantes estão aqui. – disse Adira antes de sua armadura brilhar e sumir.

— Adira?! – disseram Lucius e Frederic ao mesmo tempo.

— De onde vocês se conhecem? – perguntou Arianna, com um olhar assassino, olhando para Frederic.

— Acho melhor ela explicar. – disse Frederic olhando para Adira.

— Fiquei surpresa quando minha mãe me mostrou sua armadura ontem. Porém, eu já devia imaginar que ela teria uma dessas. O cinto que ela me deu tem o símbolo da irmandade. – pensou Dira enquanto olhava para a mãe.

— Ninguém vai falar desse macaco na cabeça dela? – perguntou Eugene encarando o Demanitus.

— Prazer. Meu nome é Demanitus. – disse o macaco em tom sério.

— Loirinha, o macaco falou. – disse Eugene muito surpreso.

Rapunzel sorriu.

— Amanhã faz dezenove anos que o meu reino foi completamente tomado por Rochas Negras. Isso aconteceu porque a pedra da lua enlouqueceu e começou a criar muitas Rochas. Como muitas pessoas morreram por causa disso, o atual rei sombrio, Edmund, mandou que seus súditos e guardas fossem embora, pois o reino estava condenado. – explicou Adira.

— Onde está o rei? – perguntou Eugene em tom sério.

— Ele e a rainha sombria ficaram para protegerem a pedra da lua de forças do mal. – respondeu Adira em tom sério.

— Adira, continue. – disse Demanitus fitando Eugene com os olhos.

— Eu e o Quirin pegamos nossos filhos e saímos do reino sombrio. Decidimos ir para um reino distante, então viemos para Corona. Quando chegamos aqui, soubemos que o rei usou a gota de sol para salvar sua esposa e filha e, no mesmo dia, a criança foi sequestrada. Alguns anos depois, percebemos que havia Rochas Negras vindo em direção à Corona. Então, decidimos destruí-las, pois pensávamos que elas estavam nos seguindo. – explicou Adira.

— Pensavam? E que outro motivo haveria para essas Rochas… – pensou Cassandra antes de olhar para Rapunzel.

— Raps. Só pode ser ela. – pensou Cassandra muito assustada.

— Contamos nossa história para Lucius e Frederic e eles nos deixaram ficar em troca de destruirmos as Rochas. Depois, percebemos uma coisa. A princesa nasceu no mesmo dia em que a pedra da lua enlouqueceu. Por isso, era muito provável que a pedra da lua estivesse atrás dela e não de mim ou de Quirin. – explicou Adira.

— Então, deve ter sido por isso que ela foi embora. – pensou Dira um pouco triste.

— Eu e o Quirin decidimos que eu procuraria um jeito de parar as Rochas permanentemente enquanto ele permaneceria aqui, destruindo-as, visto que não sabíamos onde, exatamente, a princesa poderia estar. – explicou Adira.

— Isso explica eu nunca ter visto a mãe da Dira. – pensou Eugene enquanto olhava para Dira.

— Eu concordei com a ideia. Mesmo não sabendo onde minha filha estava, não gostei da ideia de Rochas Negras a perseguindo. – disse Frederic em tom sério.

— Meu pai já conhecia as Rochas Negras?! – pensou Rapunzel muito surpresa.

— Por que ele nunca me contou sobre isso? – pensou Arianna enquanto olhava para Frederic.

— A pedra da lua está atrás da Loirinha? – pensou Eugene preocupado.

— Eu fui até um lugar chamado pináculo, nos arredores de Berlim, na esperança de encontrar algo que pudesse parar as Rochas Negras, mas não encontrei nada. Depois de uns anos, o Quirin me mandou um corvo avisando sobre o retorno da princesa e o desativamento da gota de sol. Porém, a mensagem também falava que as Rochas não pararam. Por isso, permaneci no pináculo. Há alguns meses, alguém invadiu o pináculo e fez a maior bagunça por causa de um pergaminho de teletransporte. O invasor destruiu uma chave que mantinha o Demanitus dormindo, o que foi ótimo, visto que é o lendário engenheiro mágico. O Demanitus estava dormindo em algum lugar mais ao leste de Berlim, então ele custou uns meses para chegar ao pináculo. E, quando eu perguntei a ele sobre como parar as Rochas Negras… – explicou Adira.

— Eu disse que basta a gota de sol encostar na pedra da lua para isso tudo parar. – disse Demanitus olhando para Rapunzel.

— Então, você quer que a minha filha vá até esse reino sombrio? – perguntou Arianna em tom sério.

— Há muito tempo, uma gota do sol e outra, da lua, caíram na Terra. Uma numa flor e outra numa opala. A lenda diz que a flor e a opala, também chamadas de pedras do sol e da lua, querem se encontrar e farão de tudo para isso. Eu nunca encontrei a pedra da lua, então pensei que fosse só uma lenda. – disse Demanitus em tom sério.

Demanitus saltou e parou no chão.

— Pedra da lua e pedra do sol? – pensou Rapunzel após ouvir Demanitus.

— A lenda também diz que a pedra do sol emitirá um sinal e a pedra da lua tentará alcançá-la por meio da criação de Rochas Negras. O mistério é o motivo da pedra do sol ter emitido o sinal somente após entrar na princesa. – disse Demanitus antes de subir no ombro direito de Eugene.

— Em outras palavras, a Rapunzel será perseguida por essas Rochas Negras até ir de encontro com a pedra da lua. – disse Eugene em tom sério.

— Sim. Viemos aqui pedir aos reis para deixá-la ir conosco até o reino sombrio. – disse Demanitus olhando para Arianna.

— Nós vamos pensar no assunto. Responderemos depois do lançamento das lanternas, amanhã. – disse Frederic olhando para Rapunzel.

— Eu gostaria que todos saíssem da sala. Preciso conversar com meus pais. – disse Rapunzel em tom sério.

Naquele momento, Dira, Adira, Cassandra, Lucius e Willow saíram da sala. Quando Eugene e Demanitus estavam perto da entrada principal, Rapunzel disse:

— Você fica, Eugene.

Demanitus desceu do ombro de Eugene e foi embora com os outros. Então, Eugene foi para o lado esquerdo da namorada.

— Pai, por que nunca me falou que sabia das Rochas Negras? – perguntou Rapunzel em tom sério.

— Eu não queria que você se sentisse culpada. Além disso, o Quirin e a Adira estavam lidando com o problema. – disse Frederic em tom sério.

— Eu falei ao senhor que meus poderes voltaram quando toquei numa Rocha Negra e, mesmo assim, você preferiu esconder isso de mim. Até me proibiu de sair do reino. – disse Rapunzel enquanto cerrava as mãos.

— Faz sentido. O rei já sabia que, provavelmente, as Rochas estavam atrás da Rapunzel. – pensou Eugene enquanto olhava para Rapunzel.

— Eu não fui o único a esconder coisas. Por que não me falou das Rochas Negras na Velha Corona? Eu só fiquei sabendo pelo Quirin. – disse Frederic em tom sério.

— Estou curiosa… Por que eu não estava sabendo de quase nada? – perguntou Arianna enquanto fulminava Frederic com os olhos.

Frederic ficou assustado e pensou:

— Eu esqueci, completamente, que ela estava aqui.

— Eu sabia da aventura da minha filha fora do reino, mas essa história de Rochas Negras é novidade. Além disso, eu só soube dessa história de cavaleiro negro e do Quirin ser cavaleiro negro quando Dira e Xawana resolveram os desaparecimentos. – explicou Arianna.

— Eu tive medo de falar e meu pai me trancar no meu quarto. – disse Rapunzel olhando para Frederic.

— Vocês dois esconderam coisas de mim. A Rapunzel eu até entendo, já tive a idade dela, mas… Não consigo entender por que você fez isso. – disse Arianna olhando para Frederic.

Frederic ficou em silêncio.

Naquele momento, Willow surgiu na sala e disse:

— As Rochas Negras… Elas estão aparecendo em toda parte na Velha Corona. Adira já foi para lá. Arianna, vamos.

Willow sumiu.

Rapunzel e Eugene se olharam. Logo em seguida, o cabelo de Rapunzel começou a brilhar, crescer e eles desapareceram.

Pascal surgiu no ombro esquerdo de Frederic.

Arianna, antes de sumir, disse:

— Depois conversamos.

Na frente da casa de Quirin, na Velha Corona, Rochas Negras emergiam em sequência. Algumas estavam indo em direção a uma criança, mas Lance a salvou com suas adagas.

— O que é isso? – pensou Lance enquanto olhava as Rochas Negras emergirem.

Numa das fazendas, Rochas Negras estavam indo de encontro a uma mulher, mas lâminas laranjas acertaram as Rochas dianteiras e elas derreteram.

— Fuja! – disse Adira enquanto cortava outro grupo de Rochas Negras com sua espada.

Demanitus estava no ombro esquerdo de Adira.

Enquanto isso, em outra fazenda, Willow socou um grupo de Rochas que estava indo de encontro a alguns fazendeiros, mas ela não conseguiu destruí-las.

— Droga. – disse Willow antes de retirar os fazendeiros do local.

Rapunzel e Eugene apareceram na estrada principal da Velha Corona. Rapunzel colocou o namorado no chão.

— Loirinha, estou conseguindo vê-las. Elas estão realmente vindo até você. – disse Eugene olhando ao redor.

— Será que consigo destruí-las? – pensou Rapunzel antes de dizer:

— Não custa tentar.

Algumas Rochas invadiram casas, mas foram destruídas pelos grandes cabelos loiros de Rapunzel antes que machucassem alguém.

— Ainda virão muitas, Eugene? – perguntou Rapunzel

— Sim. Posso vê-las convergindo em sua direção. – disse Eugene olhando para algumas Rochas transparentes.

Naquele momento, Adira apareceu perto de Eugene.

— Ei, garoto. Você consegue prever essas Rochas? – perguntou Demanitus em tom sério.

— Sim. – respondeu Eugene enquanto apontava lugares para Rapunzel.

— Como? – perguntou Demanitus antes de pular no ombro direito de Eugene.

— Acho que ganhei algumas habilidades estranhas depois que a Rapunzel me ressuscitou. – respondeu Eugene com um leve sorriso.

— Então foi isso. Ainda bem. Por um momento pensei que ele fosse o… – pensou Adira antes de Eugene apontar para a direita e ela destruir as Rochas que emergiram na posição indicada por ele.

Arianna e Willow levaram várias pessoas para fora da Velha Corona enquanto Adira e Rapunzel destruíam várias Rochas Negras.

— Princesa, tente se conectar com as Rochas. Peça para elas se retirarem. – disse Demanitus enquanto bocejava.

— Esse macaco está com sono? – pensou Eugene estranhando a situação.

— Como faço isso? – perguntou Rapunzel enquanto destruía algumas Rochas.

— Tocando em uma delas. – respondeu Demanitus apontando para um grupo de Rochas Negras que estavam indo na direção da princesa.

— Por que você não disse isso antes? – perguntou Eugene um pouco irritado.

— É uma teoria que bolei agora. Provavelmente, a pedra da lua injetou poder mágico na princesa para despertar a pedra do sol. Dito isso, ela deve ter alguma influência sobre essas Rochas. – disse Demanitus olhando para Rapunzel.

— E se a sua teoria estiver errada? – perguntou Eugene em tom sério.

Demanitus deu um enorme sorriso para Eugene.

Rapunzel apareceu perto de Eugene.

— Loirinha, é arriscado. Você decide. – disse Eugene em tom sério.

— Eu não tenho escolha. – disse Rapunzel olhando para Eugene.

Adira ainda estava destruindo algumas Rochas.

— Então eu vou com você. – disse Eugene enquanto piscava para a namorada.

Naquele momento, Rapunzel e Eugene esperaram, de mãos dadas, as Rochas se aproximarem.

— Eles vão mesmo fazer isso. – pensou Adira antes de desaparecer.

Várias Rochas vieram de todas as direções, destruindo algumas casas e fazendas. Quando as Rochas Negras chegaram muito perto de Rapunzel e Eugene, elas pararam. Era possível ver que Rapunzel estava tocando em uma delas com o dedo indicador direito.

— Eu estava certo! – disse Demanitus bastante empolgado.

Eugene e Rapunzel fitaram Demanitus com os olhos.

De repente, as Rochas começaram a emitir uma luz azul e uma imagem de um reino repleto de Rochas Negras surgiu na cabeça de Rapunzel, Demanitus e Eugene. Em seguida, a imagem de um castelo escuro foi mostrada. E, por último, a imagem de uma pedra, azul, opala, cercada de Rochas Negras, foi mostrada.

— A pedra da lua… Ela realmente quer me encontrar. – disse Rapunzel olhando para Eugene.

As Rochas negras imergiram e, após alguns segundos, não era mais possível vê-las em nenhum lugar.

— Foram embora. Porém, se você não for para o reino sombrio, esse reino estará condenado. – disse Demanitus olhando para Rapunzel.

Depois, pela noite, na sala do trono, no castelo, Lucius falou ao rei que houve muitos danos materiais, algumas pessoas feridas, mas ninguém morreu.

No quarto de Rapunzel, Demanitus estava conversando com ela e Eugene. Pascal estava em cima de um travesseiro e Demanitus, em pé na cama. Rapunzel e Eugene estavam de pé.

— Eu soube que você foi sequestrada pela Gothel e depois pela Sugracha. Sinto muito, eu devia tê-las matado em vez de me isolar do mundo naquele caixão. – disse Demanitus com tom de tristeza,

— Você as conhece? – perguntou Rapunzel olhando para Demanitus.

— Sim. No passado, eu tive quatro aprendizes. Gothel e Sugracha eram duas de meus aprendizes. Porém, eles, juntos a Zhan Tiri, traíram-me, pois queriam exterminar os humanos e eu não concordava com isso. – disse Demanitus ainda triste.

— Então, algo aconteceu. A Sugracha tentou usar a gota de sol para libertar essa tal de Zhan Tiri do reino vazio. Parece que a Gothel a prendeu lá. – disse Eugene em tom sério.

— O quê?! Tem certeza disso?! – perguntou Demanitus muito surpreso.

— Sim. Eu ouvi isso enquanto estava na torre com a Sugracha. A Gothel quis ficar com a gota de sol só para ela. – disse Rapunzel em tom sério.

— Entendi. Nesse caso, bem feito para a Zhan Tiri. – disse Demanitus enquanto sorria.

— Eu não disse para os meus aprendizes onde a gota de sol estava. Preferi manter a localização em segredo, afinal, era muito poder. – disse Demanitus antes de descer da cama.

— Então, você entende bem de magia, não é? – perguntou Rapunzel olhando Demanitus ir até a porta.

— Não se preocupe. Vou ensiná-la a usar algumas habilidades da gota de sol… Se eu lembrar delas. – disse Demanitus tentando alcançar a maçaneta.

Eugene riu e Rapunzel o olhou com desaprovação. Após perceber como Rapunzel o estava olhando, Eugene foi abrir a porta para Demanitus.

— Aproveite e me leve na cozinha. Tem alface por lá? – perguntou Demanitus antes de subir no ombro direito de Eugene.

Na área externa do castelo, no local onde os reis costumam almoçar, Adira estava com Willow e Arianna.

— O símbolo na testa da sua armadura… Reino sombrio… Eu já li algo sobre vocês num livro. – disse Arianna olhando para Adira.

— Eu vi o que vocês fizeram hoje mais cedo. Vocês são da família real de Arendelle, não é? Por que vocês não estão… Em Arendelle? – perguntou Adira olhando para Arianna.

— Você já viu habilidades como as nossas? – perguntou Willow muito surpresa.

— Não. Mas, já li sobre seus poderes em alguns livros. Só alguém da família real pode usar a Retention[1]. Vocês são anomalias, como o rei sombrio. – disse Adira em tom sério.

— O motivo de não estarmos lá é que fomos… Apagadas. – disse Arianna em tom sério.

— O quê? – perguntou Adira um pouco surpresa.

Na cozinha, Demanitus estava “detonando” um prato de salada quando Arianna, Adira e Willow apareceram pela entrada que liga a cozinha à área externa. Os cozinheiros estavam abismados com o macaco.

— Demanitus, estávamos indo até o quarto da princesa para falar com você. – disse Adira impressionada com a velocidade que Demanitus comia.

— Vamos lá fora. – disse Willow olhando para Demanitus.

No local, onde as três estavam anteriormente, Arianna e Willow contaram suas histórias.

1 – Do alemão, “retenção”.

— Retention?! O que é isso?! – perguntou Demanitus muito surpreso após ouvir toda a história.

— Você nunca ouviu falar? – perguntou Willow um pouco confusa.

— Não embora eu saiba o que são anomalias. – respondeu Demanitus com uma mão no “queixo”.

— Você nunca viu uma anomalia? – perguntou Arianna enquanto olhava para Demanitus.

— Não. Fiquei surpreso quando Adira falou sobre o rei sombrio. – disse Demanitus pensativo.

— Entendo. – disse Arianna antes de suspirar.

— Eu pensei que anomalias fossem só lenda, assim como a pedra da lua. Interessante. Depois de mil anos, estou descobrindo coisas novas. Parece que foi o destino eu acordar nesta época. – pensou Demanitus.

— Você sabe por que elas foram apagadas? – perguntou Adira observando Demanitus pensar em algo.

— Ah, sim. Alguém quebrou uma pedra da mente tendo vocês duas e a tal Agnete como alvo. – disse Demanitus em tom descontraído.

— Pedra da mente? – perguntou Willow um pouco confusa.

— Eu já vi uma. São extremamente raras. A rainha sombria também é uma engenheira mágica. Ela usou duas dessas para fazer os machados do rei sombrio. – disse Adira olhando para Willow.

— Uma pedra da mente é uma pequena pedra amarela que, após o usuário se conectar a ela, movimenta-se de acordo com a vontade dele. Ela tem mais uma habilidade. Esta é conhecida por poucos. Uma engenheira mágica antiga, conhecida como Morgana, escreveu em um livro que a pedra da mente tinha a capacidade de apagar uma ou mais pessoas das memórias das outras. – explicou Demanitus.

— Eu não sabia disso. – pensou Adira enquanto olhava para Demanitus.

— Como isso funciona? – perguntou Arianna bastante curiosa.

— Basta quebrar a pedra pensando nos alvos. Por exemplo, se eu quebrasse uma pedra da mente pensando no rei, todas as pessoas no mundo, que sabem da existência do rei, esqueceriam dele. Qualquer livro ou imagem que fizesse menção a ele, seria envolvida por energia mágica que esconderia o rei das pessoas afetadas pela magia. – explicou Demanitus.

— Quando eu fui para Arendelle, há um ano, havia um quadro no castelo onde só eu e a Agnete conseguíamos enxergar o que ele realmente continha. Era uma pintura comigo, meus irmãos e nosso pai. As pessoas só viam meu irmão e meu pai na imagem. – disse Willow em tom sério.

— Pelo que vocês falaram, essa tal de Agnete também foi um alvo. Portanto, a energia mágica naquele quadro não a afeta. – disse Demanitus olhando para Willow.

— Entendi. – disse Willow pensativa.

— Quando se apaga alguém com a pedra da mente, exceto quando você tenta apagar a si mesmo, você também não vai lembrar do alvo. Por isso, considero esse poder de apagamento uma faca de dois gumes. – disse Demanitus com uma mão no “queixo”.

— Você sabe algo sobre reverter isso? – perguntou Willow olhando para Demanitus.

— É simples. Basta alguém destruir uma pedra da mente tendo vocês como alvo. Após a destruição da pedra, todos os afetados lembrarão de vocês e o quadro, e qualquer outra coisa afetada pelo apagamento, voltará ao normal. – explicou Demanitus antes de bocejar.

— Você ouviu isso, Arianna? – perguntou Willow com lágrimas nos olhos.

— Sim. – respondeu Arianna enquanto chorava.

Demanitus ficou “sem reação” e perguntou:

— Eu falei alguma bobagem?

— Não. São lágrimas de alegria. – disse Adira com um leve sorriso.

— Nesse caso, detesto estragar a alegria de vocês, mas uma pedra da mente é algo difícil de se encontrar. – disse Demanitus em tom sério.

— É verdade. As duas no reino sombrio já foram usadas no forjamento de armas. – disse Adira um pouco triste.

Willow e Arianna enxugaram as lágrimas e voltaram ao semblante sério.

— O único caminho que enxergo é as duas irem atrás de quem fez isso com vocês. É muito provável que essa pessoa saiba onde tem ou possua pedras da mente. – disse Demanitus em tom sério.

— Não fazemos ideia de quem possa ter feito isso. – disse Arianna olhando para Demanitus.

— Vocês falaram que desconfiam que o rei era um monstro do espelho, não é? – perguntou Demanitus olhando para Arianna e Willow.

— Sim. – disse Willow em tom sério.

— Se ele realmente era, a pessoa por trás disso tudo agiu de forma muito sistemática. Os poderes de vocês eram um segredo, então a única coisa de interessante que sobra é a tal floresta mágica, que, com certeza, visitarei um dia. – disse Demanitus pensativo.

— É verdade. Nosso pai teve um interesse repentino na floresta mágica depois da visita daquela mulher… – disse Arianna antes de perceber algo.

— Aquela mulher da espada de raios. Ela queria estudar a floresta mágica para fazer armas. Só pode ter sido ela. – disse Willow um pouco irritada.

— Qual era o nome dela mesmo? – pensou Arianna.

— Tenho certeza de que ela trabalhava para um grupo chamado de Sindicato. – disse Willow ainda irritada.

— É. Eu lembro disso também, mas o nome dela era estranho demais para eu lembrar. – disse Arianna um pouco pensativa.

— Sindicato. É um bom começo. – disse Demanitus enquanto bocejava.

— Vem. Vamos para casa. – disse Adira enquanto fitava Demanitus com os olhos.

— Espera, Adira. – disse Willow olhando para Adira.

— Estamos curiosas sobre essa aliança secreta. – disse Arianna olhando para Adira.

— Ah. Sobre isso… Depois que resolvermos esse problema da pedra da lua, eu conto a vocês. – disse Adira com um sorriso de leve.

No outro dia, pela noite, os reis estavam na frente da entrada principal do castelo com lanternas nas mãos. Várias pessoas estavam aglomeradas, desde a área externa do castelo, até a estrada principal na ilha. Era o aniversário da princesa e, embora ela tenha voltado para casa, decidiram não encerrar a tradição.

Lucius, Willow e Cassandra estavam perto dos reis.

— Onde está a Rapunzel? – perguntou Frederic olhando para Arianna, mas ela virou o rosto.

Frederic suspirou.

— Ainda bem que a Willow já me perdoou. – pensou Lucius enquanto observava Arianna ignorar o marido.

— Majestade, com licença. Raps está num barco com o Eugene e o Pascal. Aliás, eles foram com o Max. – disse Cassandra olhando para Frederic.

— Entendi. Obrigado, Cassandra. – disse Frederic olhando para Arianna.

— Preparem-se! Daqui a pouco, lançaremos as lanternas! – gritou Willow assustando a todos.

Num barco, entre a ilha e a costa, Rapunzel e Eugene estavam sentados observando o castelo. Pascal estava em cima da cabeça de Eugene.

Max estava observando o casal, na costa da ilha.

— Estou triste pelo meu pai ter escondido as Rochas Negras de mim. – disse Rapunzel um pouco desanimada.

— Ele estava preocupado, Loirinha. Acredito que ele saiba que a filha dele tem um coração tão grande que iria embora do reino só de saber da possibilidade das Rochas Negras a estarem perseguindo. – disse Eugene enquanto alisava os cabelos de Rapunzel.

— Pensando dessa forma… – disse Rapunzel pensativa.

— Você já conversou com eles sobre ter que sair do reino? – perguntou Eugene ainda alisando os cabelos da namorada.

— Eugene… Se eu for, você vai comigo, não é? – perguntou Rapunzel um pouco insegura.

— Sunshine, se você for para a lua, eu vou com você. Se você for para o sol, eu vou com você. Eu vou te seguir para onde você for. A não ser que… Você não queira. – disse Eugene com um leve sorriso.

— São em momentos assim que fico pensando… Por que não aceitei o pedido de casamento dele. Ele não me prende. Ele sempre me apoia. O que eu estava pensando? – pensou Rapunzel enquanto corava.

— Loirinha, olha. – disse Eugene apontando para as lanternas ascendendo.

Os olhos de Rapunzel reluziram com as lanternas.

Eugene tirou uma lanterna de um saco que estava no barco e entregou para Rapunzel. Logo em seguida, a princesa soltou a lanterna.

— Tudo é novo, pois agora eu vejo… É você, a luz. – disseram Rapunzel e Eugene simultaneamente.

Nos arredores do reino de Vardaros, Kiera estava na mansão do Barão, no andar subterrâneo. Ela estava com uma mochila.

Em outro local, numa espécie de casa abandonada, Stalyan estava num cômodo com Katalina.

— Você viu a coroa? Procurei ela, mas não achei. – disse Stalyan olhando para Katalina.

— A Kiera foi levar para o Barão. Ela estava agoniada para pegar em moedas de ouro. – disse Katalina enquanto bocejava.

— Droga. Se meu pai se aproximar da coroa… – disse Stalyan muito aflita.

Na mansão do Barão, ele chegou ao andar subterrâneo. Ele estava usando um sobretudo azul.

— Meus empregados me disseram que uma das minhas novas generais do crime queria falar comigo. – disse o Barão enquanto andava em direção à Kiera.

— Até me vendaram para me trazerem aqui. – disse Kiera olhando para o Barão.

— Não leve para o pessoal. É só um meio de me preservar. – disse o Barão antes de parar diante da adolescente.

— De qualquer forma, está aqui. – disse Kiera antes de jogar a mochila para o Barão. Ele a agarrou.

— O que tem aqui dentro? – perguntou o Barão olhando para a mochila.

— A coroa. – respondeu Kiera com um sorriso confiante.

Naquele momento, o Barão ficou muito aflito. Ele abriu a mochila lentamente.

— Não… Não é possível. – disse o Barão olhando para a falsa coroa da princesa de Corona.

— O que foi? – perguntou Kiera um pouco confusa.

— Era para eu estar morto a essa altura. – pensou o Barão ainda olhando para a falsa coroa.

De repente, o Barão jogou a coroa numa parede e disse:

— Essa coroa não é a verdadeira!

— O quê? – disse Kiera bastante surpresa.

— Rider! – gritou o Barão antes de dizer:

— Eu vou te matar.

Era possível ver o ódio nos olhos do Barão.


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Notas finais do capítulo

Continua no próximo livro: Além dos Muros.



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