Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 22
Zona de Campo Máximo


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



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No último dia do ano, como em todos os outros anos, aconteceu o baile de fim de ano. Os maiores comerciantes do reino estavam presentes com suas famílias. Por causa dos danos sofridos na sala do trono, as pessoas dançaram na área externa do castelo. Havia neve nas plantas, mas não estava nevando, nem estava muito nublado. Era possível ver o céu noturno.

Dentro do castelo, Rapunzel, com um vestido roxo, usando sua coroa e sapatilhas combinando com o vestido, passou correndo entre Eugene e seus pais, que estavam indo até seu quarto. Rapunzel parou e voltou correndo para abraçar seus pais e, logo em seguida, foi até Eugene e o beijou na bochecha. O rei fulminou Eugene com os olhos e Eugene riu muito nervoso. Rapunzel foi até a área externa com Eugene e seus pais. Pascal estava em seu ombro esquerdo.

— Nossa. Tem muitas pessoas aqui. – disse Rapunzel bastante empolgada.

Eugene estava de terno preto, assim como o rei, e a rainha estava usando um vestido branco. Os reis, assim como a princesa, estavam usando suas coroas.

Mão de Gancho estava tocando piano ao ar livre.

Muitas pessoas foram cumprimentar Rapunzel.

— A história da segunda falsa Rapunzel foi mantida em segredo. Achei melhor assim mas, ainda estou preocupado. Cadê a Sugarby? Quando ela pretende atacar? Hoje seria um ótimo dia para ela fazer isso. Não devo baixar a guarda. – pensou Eugene enquanto via Rapunzel abraçar algumas pessoas.

— O que foi, Eugene? Tem algo te incomodando? – perguntou Lance enquanto comia alguns salgados. Ele também estava de terno.

— Você já está comendo? – perguntou Eugene em tom de deboche.

— Ele foi logo atrás de comida no momento em que chegamos. – disse Dira fitando Lance com os olhos. Ela estava com um vestido escuro.

— Dira, obrigado por me deixar ficar em sua casa. Quer dançar? – perguntou Lance após terminar de mastigar.

— O quê? Assim, do nada? – perguntou Dira um pouco assustada.

— Lance voltou para a casa da Dira porque, a esta altura, a Sugarby não se importa nem um pouco com a arma dele. Além disso, agora que o Barão não está muito de olho em mim. Pedi a ele para vir para o baile. Porém, não podemos relaxar totalmente. Como o Barão tem um depósito por aqui, ele deve ter um vigia pelo reino. Por isso, não é bom o Lance sair o tempo todo. – pensou Eugene enquanto olhava Lance e Dira dançando.

— Eugene, vamos dançar. – disse Rapunzel antes de puxar Eugene pela mão.

— Eu ainda preciso discutir com o Lance como vamos fazer para ele se juntar com sua família novamente. – pensou Eugene enquanto dançava com Rapunzel.

Enquanto observava Eugene e Rapunzel dançando, Cassandra lembrou de Varian e de como estaria dançando com ele naquele exato momento. Havia algumas mesas espalhadas pela área externa do castelo. Cassandra estava sentada diante de uma delas com seus pais. A filha do capitão da guarda estava com um vestido azul. Willow estava com um vestido laranja e Lucius estava de terno.

— Está muito frio aqui, mas ninguém parece se importar, não é? – perguntou Willow olhando para Lucius.

— Você sente frio? – perguntou Lucius um pouco surpreso.

— Eu não estou com meus poderes ativados, idiota. – disse Willow muito irritada.

— Você quer dançar? – perguntou Lucius enquanto colocava uma parte do cabelo de Willow atrás da orelha esquerda dela.

— Pensei que não fosse perguntar. – disse Willow enquanto sorria.

Cassandra ficou muito confusa com o que testemunhou.

— Eu não entendi nada. – disse Cassandra enquanto olhava seus pais irem para perto das pessoas que estavam dançando.

Enquanto isso, na cozinha, um homem, um empregado, segurando uma bandeja, perguntou qual dos sucos era para a rainha.

— É esse aqui. Pode levar. – respondeu uma das cozinheiras apontando para um copo com suco.

— E o da irmã dela? – perguntou o homem segurando o suco destinado à rainha.

— Este. – disse a cozinheira apontando para outro copo com suco.

— Entendi. Obrigado. – disse o homem antes de se retirar.

— Estranho. Eu avisei à rainha que levaria o suco. Será que ela ficou impaciente? – pensou a cozinheira olhando para o homem que estava levando o suco da rainha.

Depois de entregar os sucos, o homem entrou no castelo pela entrada principal e, após verificar que ninguém estava olhando, uma luz tomou conta de seu corpo e ele se transformou numa lagartixa. A bandeja caiu.

Na área externa, Arianna e Willow desmaiaram de repente quando estavam dançando com seus maridos. Todos ficaram preocupados.

— A rainha… Chamem um médico! – disse um dos convidados.

Depois, colocaram Arianna e Willow deitadas numa das camas no quarto das damas de companhia.

Para a sorte das gêmeas de Arendelle, um dos convidados era um médico.

— A pulsação delas está muito baixa. Receio que talvez elas… – disse o médico para Rapunzel e Fredric.

— Droga. Elas não podem se recuperar sem ativar seus poderes. – pensou Eugene muito preocupado.

Cassandra e Lucius entraram no quarto.

— Já mandamos os convidados para casa. Como elas estão? – perguntou Cassandra olhando para o médico.

O médico ficou em silêncio.

Eugene percebeu algo e perguntou:

— Capitão, mais alguém passou mal?

— Não. Isso só aconteceu com elas. – disse Lucius bastante aflito.

— Logo essas duas?… – pensou Eugene olhando para a rainha acamada.

Naquele momento, Varian nocauteou todos na sala, exceto Pascal. Logo em seguida, pegou Rapunzel e a colocou por cima de seu ombro direito. Pascal deu uma “linguada” na cabeça de Varian, mas o alquimista o jogou longe. Pascal acertou uma parede e desmaiou.

Alguns minutos depois, Eugene acordou desesperado e gritou:

— Pessoal, acordem!

Todos acordaram bastante confusos.

— O que aconteceu? – perguntou Cassandra com uma mão na cabeça.

— Levaram a Loirinha. – disse Eugene olhando de um lado para o outro.

Mais tarde, perto da meia-noite, Eugene terminou de vasculhar a biblioteca real atrás de alguma dica do local para onde a bússola mágica poderia ter levado a Sugarby, mas ele não encontrou nada de útil.

— Eu já tinha vasculhado esse lugar e a biblioteca pública na semana passada e não encontrei nada. Por que eu pensei que poderia encontrar algo de diferente numa segunda vez? – pensou Eugene muito irritado.

Eugene saiu da biblioteca transtornado.

— Aquela desgraçada poderia simplesmente ter matado todos e levado a Rapunzel, mas ela preferiu nos deixar vivos para vermos a rainha e a vice capitã morrerem e a princesa nunca mais voltar. – pensou Eugene enquanto caminhava pelo corredor.

Depois, Eugene foi correndo até o quarto das damas de companhia. Havia dois guardas na entrada do quarto.

— Doutor. – disse Eugene ofegantemente.

Lucius, Frederic e Cassandra estavam na sala. Eles estavam chorando muito.

— Algum problema? – perguntou o médico olhando para Eugene.

— Você tem algum remédio que faça elas recuperarem a consciência? – perguntou Eugene enquanto andava pela sala.

— Sim, mas isso faria elas sofrerem acordadas. Além disso, não tenho certeza se elas conseguiriam acordar. – respondeu o médico olhando para as pacientes.

— Majestade, capitão. Permitam que ele dê o remédio. – disse Eugene olhando para Arianna.

Lucius, Frederic e Cassandra perceberam imediatamente no que Eugene estava pensando.

— Não é uma boa ideia. – disse o médico.

— Você esqueceu? Elas não são como a gente. – disse Lucius olhando para Willow.

— Faça. Se elas puderem recuperar a consciência, mesmo que por um instante, elas conseguirão voltar. – disse Frederic olhando para o médico.

O médico abriu sua maleta, que estava em outra cama, e retirou um frasco. Logo depois de retirar a tampa do frasco, ele abriu a boca de cada uma e soltou algumas gotas.

Enquanto isso, na Velha Corona, Dira e Lance estavam em casa. Lance estava vestindo uma roupa comum entre os habitantes de lá e Dira estava usando sua armadura.

— Eu gostaria de ajudar, mas… – disse Lance com tom de tristeza.

— Não se preocupe. Nós entendemos. – disse Dira com um sorriso gentil.

Naquele momento, alguém bateu à porta e Dira foi atender.

— Você é… – disse Dira tentando reconhecer a pessoa na porta de sua casa.

— Eu sou o Müller. O historiador que foi sequestrado pela mulher da galeria. – disse o homem.

No quarto das damas de companhia, no castelo, Willow e Arianna acordaram de repente.

— Ativem seus poderes! – gritou Frederic.

— O quê? – disse Arianna antes de sua visão ficar turva.

“Poderes!”, foi o que Arianna e Willow ouviram.

— Por que estou fraca? – pensou Willow antes de fechar os olhos.

Naquele momento, as duas lembraram do que Ragen disse uma vez: “Sintam o fluxo e retenham-no. Essa é base do poder de vocês”. Então, de repente, Willow e Arianna sumiram.

— Para onde elas foram?! – perguntou o médico muito assustado.

Eugene sorriu.

— Estamos aqui. – disse Arianna de pé, ao lado de sua irmã, na entrada do quarto.

No castelo, Dira apareceu, na entrada externa, montada em Max. Ela estava carregando uma grande bolsa.

— Eugene! – gritou Dira assim que entrou no castelo.

Eugene saiu depressa do quarto das damas de companhia e foi até Dira.

— O que foi? – perguntou Eugene ao se aproximar de Dira.

— Eu sei como encontrar o lugar onde a princesa está. – disse Dira erguendo a bolsa.

Na biblioteca do castelo, Dira colocou dois livros numa mesa.

— Um dos homens que foram sequestrados é um historiador. Depois de recuperar a consciência, ele ouviu sobre a bússola mágica e lembrou de já ter ouvido este nome. Ele costumava ignorar tudo sobre magia, mas as coisas mudaram desde a gota de sol. – disse Dira apontando para um texto numa das páginas de um dos livros.

— Na antiguidade, para orientar pessoas que não enxergavam o campo mágico, alguns engenheiros mágicos desenvolveram uma ferramenta, semelhante a uma bússola, que indicavam a zona de campo mágico máximo ou nulo, dependendo da vontade do usuário, mais próxima. Uma bússola desta só pode ser energizada perto do local onde foi criada. – disse Eugene lendo em voz alta.

— Espera. É isso. Provavelmente a bússola foi desenvolvida em Corona. Por isso, ela precisou ficar aqui. – pensou Eugene olhando para um desenho da bússola mágica no livro.

— Após ler sobre isso, o historiador lembrou de outra coisa. – disse Dira apontando para o texto numa página do outro livro.

— Conjuradores antigos, temendo uma guerra contra criaturas mágicas, forçaram uma zona de campo mágico máximo numa região ao oeste de Saporian. Eles fizeram símbolos arcanos no solo. Não se sabe ao certo onde fica essa zona de campo mágico máximo. – disse Eugene lendo em voz alta.

— Essa zona é, provavelmente, a mais próxima daqui. – disse Dira olhando para Eugene.

— Sim. O problema é como vamos encontrá-la. – disse Eugene pensativo.

— Quando eu era criança, minha mãe me levou para passear pela costa. Nós fomos bem longe, muito ao oeste. – disse Dira em tom sério.

— A mãe dela… Dira mal fala dela. Além disso, também nunca a ouvi falar de seu pai. – pensou Eugene enquanto ouvia Dira.

— Minha mãe decidiu parar quando encontramos um círculo enorme, no solo rochoso, com um triângulo inscrito nele. – disse Dira em tom sério.

— Então… Você acha que esse é o lugar para onde Sugarby levou a Rapunzel? – perguntou Eugene muito surpreso.

— Sim. – disse Dira com um sorriso confiante.

— Que sorte a nossa. – disse Eugene com um olhar confiante.

No quarto das damas de companhia, Willow e Arianna já estavam com uma grossa camada de luz ao redor de seus corpos.

— Vocês estão bem mesmo. Impressionante. – disse o médico muito impressionado com o estado das gêmeas de Arendelle.

Naquele momento, Eugene entrou na sala e disse:

— Dira conseguiu descobrir onde a Rapunzel está. Sigam a costa e vão para o oeste. Nós alcançamos vocês depois. – disse Eugene antes de sair correndo.

Willow sumiu.

— Frederic, nem pense em ir com os guardas. – disse Arianna antes de sumir.

Na costa, era possível ver Willow e Arianna correndo em alta velocidade.

Em algum lugar a oeste de Corona, havia um círculo com um triângulo inscrito nele e, no centro do círculo, Rapunzel estava flutuando enquanto uma pedra amarela, no solo, sugava poder mágico da gota de sol. O local era perto de um precipício, então era possível ouvir as ondas do mar. Sugarby, usando sua capa com capuz, estava sentada perto da pedra mágica quando um corvo se aproximou e disse:

— A rainha e a vice capitã estão indo até você.

— Como elas descobriram? E como estão vivas? – pensou Sugarby muito irritada.

O corvo voltou para a direção de onde veio.

— Meu plano era muito simples. Eu não queria arriscar com aquelas duas, não sei como os poderes delas funcionam. Então, pedi para ele envenená-las e depois o garoto pegaria a princesa desprevenida. Como a princesa usa um objeto mágico, ela só tem poderes depois de ativá-los. Eu notei que isso ocorre quando os cabelos dela brilham. – pensou Sugarby antes de seu escudo aparecer em seu antebraço esquerdo.

Sugarby levantou.

— Magia suprema: Globus[1]. – disse Sugarby antes dos símbolos no escudo brilharem, mas, após o cessar do brilho, não aconteceu nada.

Sugarby sentou novamente e pensou:

— O veneno era potente. Elas desmaiariam cerca de um minuto depois de tomarem ele. Caso elas não fossem afetadas, ordenei ao garoto para não agir. O que aconteceu?

Alguns minutos depois, Willow e Arianna chegaram no local.

— Chegaram. – disse Sugarby com um sorriso cruel.

— Filha! – disse Arianna antes de partir para cima de Sugarby.

Sugarby sorriu. Arianna se chocou com uma barreira invisível e recuou. Logo em seguida, uma sombra saiu do escudo e tentou se chocar com Arianna, que dissipou a sombra com um soco.

— Outra barreira. Que chatice. – pensou Willow muito irritada.

As camadas de luz em Willow e Arianna estavam mais grossas.

— Você é muito idiota. Bastava aparecer lá e atirar em todos com seu raio. Nós todos seríamos pegos desprevenidos e morreríamos. – disse Arianna em tom de deboche.

— Para sua informação, eu não conhecia bem a natureza de seus poderes, por isso preferi uma abordagem mais… – disse Sugarby sem esconder seu sorriso cruel.

— Covarde. – disse Willow antes de chutar a barreira pelo alto.

— Além do fato de eu não conhecer bem a capacidade da nova gota de sol, eu evito matar as pessoas. – disse Sugarby antes de uma sombra sair da barreira e tentar chutar Willow, que bloqueou o chute.

— Só pode ser piada. – disse Willow enquanto voltava, pelo ar, para perto de Arianna.

— Como todos os seres não mágicos serão exterminados por nós, não há necessidade de fazer um massacre agora. Além disso, no caso de vocês… Era mais interessante que vocês sofressem e não morressem imediatamente.– disse Sugarby com um sorriso cruel.

— Tire-me uma dúvida se possível. Por acaso, você conhece a Gothel? – perguntou Arianna olhando para Sugarby.

— Sim. Eu a conheci há muito, muito tempo. – disse Sugarby em tom sério.

1 – Do alemão, “globo”.

— Então, vocês são amigas? – perguntou Arianna enquanto cerrava as mãos.

— Fomos… No passado. Mas, aquela maldita quis ficar com a gota de sol só para ela e, como se não bastasse, trancou a Zhan Tiri no reino vazio. – disse Sugarby com um olhar sério.

Arianna começou a andar e disse:

— Ainda bem. Se você dissesse que era amiga dela, eu, provavelmente, descontaria toda a minha vontade de bater nela em você.

As camadas de luz em Willow e Arianna estavam mais grossas.

Arianna e Willow começaram uma série de socos e chutes, mas nada adiantava. As sombras apareciam e atacavam, mas elas conseguiam esquivar ou bloquear. Depois, tentaram as balas de ar, mas elas eram devolvidas.

— É impressão minha ou nossas habilidades estão exageradas para esse nível de poder mágico? – perguntou Willow olhando para Arianna.

— Vocês está certa. Provavelmente estamos num local de campo mágico máximo. Porém, do mesmo jeito que nossa magia está melhorada… – disse Arianna olhando para Sugarby.

— A dela também está. – disse Willow também olhando para Sugarby.

— Essa magia suprema cria uma grande e muito resistente esfera ao redor de mim por umas duas horas. Pelo que estou vendo, essas duas não vão ser derrotadas pelos ataques devolvidos e faltam cerca de 21 horas até a pedra mágica sugar poder mágico suficiente. – pensou Sugarby vendo Willow e Arianna atacarem a esfera protetora.

As camadas de luz em Willow e Arianna estavam mais grossas.

— Arianna, vou fazer como na floresta mágica. – disse Willow antes de começar a se deixar ser atingida pelas balas de ar devolvidas pela barreira.

— Boa ideia. – disse Arianna enquanto continuava se esquivando das balas.

— O que está acontecendo? Uma delas começou a ser atingida. – pensou Sugarby vendo Willow ser atingida diversas vezes.

Após cerca de um minuto, Willow estava cheia de arranhões e com sangue na boca e no nariz. Ela cuspiu sangue e disse:

— É agora. Magia suprema: Kritische Rückkehr[1].

1 – Do alemão, “retorno crítico”.

Uma esfera branca de 30 metros de diâmetro se formou em cima de Willow.

— O que é isso?! – pensou Sugarby desesperada.

— Willow pretende usar a explosão para destruir a proteção e, nesse momento, eu pegarei minha filha, deixando só a Sugarby na área de explosão. – pensou Arianna olhando para Sugarby.

Naquele momento, as duas manoplas prateadas surgiram nas mãos de Sugarby.

Willow foi lançar a esfera de poder mágico quando, de repente, seu corpo ficou paralisado.

— O quê? Meu corpo. – disse Willow enquanto tentava se mover.

Arianna percebeu que Sugarby estava restringindo os movimentos de Willow com a manopla esquerda.

— Sugarby! – disse Arianna enquanto golpeava a barreira. As sombras atacaram, mas a rainha evitou todos os ataques.

— É Sugracha. Magia suprema: Hitze[1]. – disse Sugracha antes de um laser azul emergir do chão, exatamente onde Willow estava.

— Não! – gritou Arianna.

Willow foi atingida em cheio, porém:

— Impossível. – pensou Sugracha muito surpresa.

Willow estava com muitos cortes e queimaduras, mas viva e de pé. Suas feridas estavam sarando.

— Um ataque medíocre desses… – disse Willow muito irritada.

As queimaduras e os cortes já não eram visíveis.

Arianna sorriu.

As camadas de luz em Willow e Arianna estavam mais grossas.

Willow continuava sem poder se mover, mas as “correntes” que a prendiam pareciam ter afrouxado.

— O meu controle telecinético… – pensou Sugarby enquanto olhava para sua manopla esquerda.

— É só questão de tempo até eu sair daqui, sua maldita. Você devia ter nos matado quando teve a chance. – disse Willow com um olhar assassino.

— Quem são essas duas? Elas conseguem usar magia sem o intermédio de um objeto e as habilidades delas continuam aumentando. – pensou Sugarby muito aflita.

— Pode continuar tentando, Sugracha. Uma hora você vai perder. – disse Arianna em tom de deboche.

— Droga. Esse meu jeito estúpido de poupar meus inimigos… – pensou Sugracha enquanto olhava, alternadamente, para Willow e Arianna.

As camadas de luz em Willow e Arianna estavam mais grossas.

— Eu tenho que mudar isso. Essas duas, aquele ex-ladrão, até mesmo aquele tal de Barão… Todos são meus inimigos, então devo eliminá-los na primeira oportunidade. – pensou Sugracha antes de dizer:

— Magia suprema: Gravitation[1].

— O quê? Meu corpo… – disse Willow antes de uma forte gravidade fazer ela e sua irmã “beijarem” o chão.

A esfera de poder mágico da Willow não estava sendo afetada.

— Não consigo me mover. – disse Arianna enquanto tentava levantar a cabeça.

As camadas de luz em Willow e Arianna estavam mais grossas.

Aos poucos, Willow e Arianna começaram a levantar, porém:

— Magia suprema: Hitze. – disse Sugracha antes de um laser azul emergir e atingir Willow.

— Irmã! – gritou Arianna de joelhos.

Em algum lugar entre Corona e a zona de campo mágico máximo, Eugene estava montado em Max, junto de um pelotão de guardas reais. Dira, Cassandra e Lucius estavam entre eles. Era possível ver uma luz azul ir em direção ao céu.

— Essa luz de novo. Será que elas estão bem? – pensou Eugene enquanto estava montado em Max.

1 – Do alemão, “gravitação”.

— Você ainda não entendeu?! A medida que o tempo passa, eu fico mais forte, mais resistente, mais tudo! – disse Willow ficando de pé como se o laser nem a tivesse atingido.

— Eu nem sei por que eu ainda me preocupo. – disse Arianna antes de ficar de pé.

— Magia suprema: Hitze. – disse Sugarby antes do laser emergir e atingir Arianna.

— Você é idiota? Não é só a minha irmã que fica mais poderosa com o tempo. Esses seus ataques nem arranham mais. – disse Arianna em tom de deboche.

Naquele momento, era possível perceber que Willow e Arianna estavam se movendo normalmente.

— Pague agora pelo crime de mexer com a minha família. – disse Willow antes de gesticular com a mão direita, fazendo a esfera de poder mágico ir até a barreira.

Quando a esfera “encostou” na barreira, por cima, Willow disse:

— Explosion[1]!

Uma enorme explosão ocorreu perto da esfera protetora.

— A esfera protetora não vai aguentar. – pensou Sugracha olhando para cima.

A barreira rachou e se desfez. O escudo desapareceu. Logo em seguida, Arianna pegou Rapunzel e se afastou da área onde a esfera protetora estava anteriormente. Ela e Willow correram para muito longe, no sentido sul. Quando pararam:

— Quase não deu tempo. – pensou Arianna muito ferida.

— Você se machucou? – perguntou Willow olhando para Arianna.

— Só um pouco. – respondeu Arianna enquanto suas feridas estavam fechando.

Começou a nevar.

O local, onde havia o círculo com o triângulo inscrito, não existia mais. A explosão deixou uma cratera enorme.

De repente, um pequeno portal escuro se formou e um braço saiu dele, mas o portal fechou com o braço do lado de fora. O braço desapareceu.

Sugracha estava perto do centro da explosão, mas, rapidamente, alternou de modo e, agora, estava com sua armadura de prata. Ela estava boiando no mar.

— Aquelas malditas. – pensou Sugracha antes de sumir em alta velocidade.

1 – Do alemão, “explosão”.

No céu, acima da posição onde estavam a rainha, a princesa e a vice capitã, um homem com capa e capuz estava em cima de uma criatura humanoide de pedra.

— Quem são elas? Estão, de certa forma, perto da área daquela explosão de agora a pouco. Além disso, por que estão brilhando? – pensou o homem.

Naquele momento, Sugracha apareceu, socou Arianna no rosto e chutou o abdômen de Willow. As duas irmãs foram parar longe. Rapunzel ficou deitada inconsciente, sendo encoberta pela neve.

— Essa armadura dura uma hora. É o bastante para matar essas duas. Elas ainda estão longe do nível daquele cara da irmandade. – pensou Sugracha enquanto andava em direção à Willow.

Estava um pouco difícil de enxergar, pois, além de estar de noite, estava nevando. A única coisa visível de longe eram as elipses, luminosas, brancas na altura dos olhos, na armadura de Sugracha.

— O que é isso? – pensou Willow olhando para as elipses luminosas ao longe.

Willow tinha sangue saindo da boca.

Do outro lado, Arianna, com o nariz sangrando, levantou e um ser de pedra estava diante dela. Um homem saiu de trás do ser e disse:

— Prazer. Meu nome é…

Arianna acertou um chute no rosto do homem, mas ele nem sequer saiu do lugar.

— Você é rápida, mas não pode quebrar as regras do jogo. – disse o homem em tom sério.

Arianna se afastou do homem.

— Quem é você? – perguntou Arianna olhando para o homem.

— Como eu tentei dizer antes… Meu nome é Tromus. – disse Tromus em tom sério.

— Tenho que lidar com isso rápido. Além de Rapunzel, estou preocupada com a Willow. – pensou Arianna olhando para o ser de pedra que acompanhava o homem.

— Este é um de meus monstros. – disse Tromus olhando para Arianna.

O monstro tinha três metros de altura, tinha forma humanoide e a cabeça era redonda com um círculo, luminoso, roxo, parecendo um olho.

— Estou intrigado com essa luz ao seu redor. – disse Tromus olhando para o poder mágico ao redor de Arianna.

Arianna correu para evitar a luta.

— Então, vai desperdiçar sua vez? – pensou Tromus olhando para frente.

Seis cartas surgiram na mão esquerda de Tromus.

— Estou com boas opções. – disse Tromus em tom sério.

Tromus ergueu uma carta com o desenho de um raio e disse:

— Ativar carta de suporte: Schnappschuss[1].

— Com essa carta, eu posso aumentar a velocidade de um de meus monstros. – pensou Tromus enquanto jogava uma carta de sua mão no chão. A carta sumiu.

Arianna avistou Willow e Sugracha brigando quando o monstro de Tromus apareceu diante dela.

— O quê? – pensou Arianna muito surpresa.

O monstro tentou socar Arianna, mas ela saltou e socou o ar. A bala de ar acertou a cabeça do monstro, mas não aconteceu nada.

— Ele é resistente. – pensou Arianna olhando para o monstro.

Quando Arianna voltou ao chão, algo passou rapidamente por ela.

— O que foi isso? – pensou Arianna enquanto revirava o ambiente com os olhos.

Tromus, montado no que parecia um wyvern foi até Sugracha, que estava trocando socos e chutes com Willow.

— Sugracha, onde está a gota de sol? – perguntou Tromus olhando a companheira trocar golpes com Willow.

— Eu estou aqui. – disse Rapunzel.

Naquele momento, Willow e Sugracha pararam lutar. Sugracha foi para perto de Tromus.

— Você está aqui? – perguntou Sugracha olhando para Willow.

— Resolvi ver como vocês estavam, pois fiquei curioso sobre as Rochas Negras que o nosso irmão nos informou. Aliás, vi duas mulheres brilhantes e uma garota desmaiada agora há pouco. – respondeu Tromus em tom sério.

1 – Do alemão, “instantâneo”.

— A garota é a gota de sol. Você não reparou na cor dos cabelos? – perguntou Sugracha ainda olhando para Willow.

— Não. – respondeu Tromus em tom sério.

— Sobre as Rochas Negras, só as vi na Velha Corona antes delas serem explodidas pelo cara da irmandade. – disse Sugracha.

— No que esse cara está montado? – pensou Willow olhando para Tromus montado no Wyvern.

— Fique esperto. Ela acordou. – disse Sugracha olhando para uma luz amarela se aproximando.

— Presumo que foi ela quem respondeu a minha pergunta no seu lugar. – disse Tromus em tom sério.

A luz amarela era o cabelo de Rapunzel brilhando. Havia algo de diferente com ela.

— Sobrinha? – perguntou Willow olhando para Rapunzel.

O cabelo de Rapunzel estava muito comprido e todo para cima. Havia uma aura amarela ao seu redor. Seus olhos estavam totalmente amarelos.

— Sugracha, você é a mulher mais cruel de todas, superando até a Gothel. – disse Rapunzel muito irritada.

— Obrigada. – disse Sugracha olhando para Rapunzel.

— Quando eu estava perto daquela pedra, na torre… Era como se eu estivesse consciente, mas eu não podia me mexer. Essa sensação é horrível. – disse Rapunzel enquanto uma lágrima caia de seu olho direito.

Sugracha tentou socar Rapunzel várias vezes, com socos muito rápidos. Contudo, Rapunzel bloqueou todos com seu dedo indicador esquerdo.

— Você teve a audácia de fazer isso hoje, novamente, e ainda mandou que alguém envenenasse minha mãe e minha tia. – disse Rapunzel bloqueando vários ataques com seu dedo.

— O que está acontecendo? Ela está muito rápida. – pensou Sugracha enquanto dava socos.

— Sugracha, afaste-se dela! – gritou Tromus.

Naquele momento, Sugracha se afastou e foi para perto de Tromus.

— Essa garota está bem mais rápida do que eu. Quase não consegui acompanhá-la enquanto ela bloqueava os golpes da Sugracha. – pensou Willow bastante surpresa.

— O que foi, Tromus? – perguntou Sugracha olhando para Rapunzel.

Tromus estava olhando para Rapunzel como se tivesse visto um fantasma.

— Sabe, desde que meus cabelos cresceram de novo, eu ganhei poderes diferentes. Lá, no reino, era como se eu estivesse em um mundo de papelão, onde eu poderia machucar alguém facilmente, por isso sempre me segurei e mantive meus poderes desativados perto dos súditos. Mas, naquele momento, a única coisa que sinto é ódio por tudo o que você fez. – disse Rapunzel enquanto cerrava as mãos.

— A pedra do sol tem dois encantos. O primeiro é o da cura. Aquele que o Demanitus vivia tagarelando. Porém, o segundo, aquele que o Demanitus escondeu de todos nós, é o encanto que desperta um alto poder destrutivo no usuário. – disse Tromus em tom sério.

— É mesmo, lembrei-me. Mas, como… Como ela ativou esse poder sem saber o encanto? – perguntou Sugracha em posição de luta.

— Uma vez Demanitus me disse que era possível quebrar regras da magia quando você tinha sentimentos muito fortes, como ódio ou amor. – disse Tromus em tom sério.

— Entendi. Então, pela força do ódio, ela ativou os poderes do segundo encanto sem dizer o encanto. – disse Sugracha enquanto mantinha a posição de luta.

Willow reparou que a neve, no solo, ao redor da princesa, estava derretida.

Rapunzel ergueu as mãos e disse:

— Feliz ano novo.

Naquele momento, Tromus levantou as mãos e uma carta surgiu na frente do Wyvern. Nela, havia o desenho de um escudo.

— Ativar carta de contra golpe: Stornieren[1]. – disse Tromus.

Um feixe grosso de aura amarela foi disparado das mãos de Rapunzel. O feixe estava indo até Sugracha e Tromus, mas atingiu uma barreira invisível diante da carta com o desenho do escudo.

1 – Do alemão, “cancelar”.

— Quando um de meus monstros é atacado, o ataque é bloqueado. – pensou Tromus em tom sério.

— Eu adoro esse seu baralho. – disse Sugracha, de pé, na cabeça do Wyvern.

O feixe se intensificou e a barreira rachou.

— Impossível. Ela é tão forte que está sobrepujando o efeito da carta. – pensou Tromus em tom sério.

— Ei, Tromus! – disse Sugracha.

Willow surgiu atrás de Sugracha e acertou um chute de direita na “cabeça” dela. Sugracha foi para o alto. Willow reapareceu acima dela e acertou a cabeça de Sugracha com o calcanhar esquerdo.

— Essa desgraçada já está bem mais rápida. – pensou Sugarby enquanto caia.

Naquele momento, Tromus pensou:

— A melhor saída é o efeito do golem que está lutando contra aquela mulher.

Tromus ergueu a mão direita e, quando Sugracha se aproximou dele, ele ativou o efeito do golem.

— Ativar efeito do golem de pedra: Flucht[1]. – disse Tromus.

Perto dali, Arianna saltou, sumiu e apareceu atrás do golem, mas antes de fazer alguma coisa, o golem foi desfeito.

— O que foi isso? – pensou Arianna após chegar ao chão.

— Quando tenho um monstro além daquele golem em campo, posso sacrificar o golem para deslocar, espacialmente, além de mim, um monstro e até cinco pessoas, que não sejam minhas oponentes, num raio de até dois quilômetros. – pensou Tromus antes dele e Sugracha brilharem, com o Wyvern, e sumirem.

A carta, que estava bloqueando o ataque de Rapunzel, desapareceu também.

— O que aconteceu? – pensou Willow enquanto perdia altitude.

Rapunzel caiu na neve, inconsciente, e a aura amarela desapareceu. A neve estava derretida ao redor da princesa.

Quando Arianna chegou, encontrou a filha desmaiada e sua irmã a segurando.

— Ela está bem? – perguntou Arianna olhando para a filha.

1 – Do alemão, “fuga”.

— Acho que só está cansada. – respondeu Willow olhando para Rapunzel.

Em alguma floresta, Tromus e Sugracha apareceram junto do Wyvern.

— Obrigada. Você me salvou. – disse Sugracha antes de sua armadura sumir.

O Wyvern desapareceu e, logo em seguida, um baralho apareceu na mão direita de Tromus. O baralho desapareceu.

— Eu encostei no Tromus e acabei parando aqui também. Pensei que eu não pudesse interagir com este mundo. – disse uma mulher atrás de Tromus.

Tromus e Sugracha viraram, tomaram um susto e disseram:

— Zhan Tiri?!


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Notas finais do capítulo

Só eu quem riu com o "força do ódio"?



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