Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 10
Mascarado Vs. Morta


Notas iniciais do capítulo

A arte usada no livro não é de minha autoria.



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Na noite do dia do retorno de Rapunzel, houve uma festa na sala do trono.

Perto dos tronos, Arianna estava chorando muito nos braços de Frederic.

Frederic disse para Rapunzel:

— Seria bom se a sua tia estivesse aqui.

— Tia? – perguntou Rapunzel um pouco surpresa.

— Loirinha, pouco depois de eu chegar em Corona, sua tia, Willow, irmã gêmea da rainha, faleceu. – disse Eugene em tom triste.

Rapunzel ficou em silêncio vendo a mãe chorar.

Atualmente, na mesma noite em que a Velha Corona foi atacada, após sair do quarto de Rapunzel, Eugene foi até o C.T. da guarda real. Ele e Cassandra ficaram responsáveis por vigiarem o baú no arsenal. Os dois ficaram de pé na frente do baú. Estavam de armadura, sem elmo e com espadas embainhadas. Cassandra não estava com sua espada de cabo de sabre.

— Você falou com a Raps hoje? – perguntou Cassandra olhando para Eugene.

— Sim. E ela não quer sair daquele quarto. – disse Eugene um pouco chateado.

— Eu não a tenho visto com frequência ultimamente porque o rei me liberou do serviço de guarda-costas da princesa, visto que ela nem sai mais do castelo. – disse Cassandra olhando para frente.

— Isso tem me incomodado. Por que a Rapunzel tem tanto medo daquela mulher? Isso não faz sentido. Se a Sunshine fosse uma pessoa normal, eu até entenderia. Porém, esse não é o caso. Além disso, a Loirinha não é medrosa.– pensou Eugene.

— Mudando de assunto, acha mesmo que o traidor vai vir aqui em algum momento? Ele já deve ter deduzido que sabemos da existência dele por causa da prisão do Weasel no baile de máscaras. – disse Cassandra olhando para Eugene.

— Esse cara é muito cauteloso. De acordo com o Anthony, ele falava de uma forma que não fosse possível reconhecer sua voz e queimou as evidências que o ligavam aos roubos na área comercial. – disse Eugene olhando para Cassandra.

— É por esse motivo que acho estranho você presumir que ele venha checar o baú. Por que se arriscar vindo a um lugar tão cheio de guardas? – perguntou Cassandra olhando para frente.

— A essa altura, outros ladrões com armas mágicas já devem ter chegado em Corona. E tenho certeza que trouxeram alguma arma para ele. – respondeu Eugene olhando para Cassandra.

— Faz sentido. – disse Cassandra revirando os olhos.

Eugene sorriu.

— Porém, nesse caso, estamos em desvantagem. Como vamos enfrentar alguém portando uma arma mágica? – perguntou Cassandra olhando para Eugene.

— Meu plano era a Loirinha, mas ela está muito assustada para sair do castelo, então nem a chamei. Infelizmente, teremos que contar com a quantidade. Há muitos guardas no C.T. hoje. Espero que seja o suficiente. – disse Eugene olhando para frente.

— E a rainha? – perguntou Cassandra após levar uma das mãos ao queixo.

— A rainha não parece muito à vontade em usar seus poderes. Por isso, nem arrisquei falar com ela. – disse Eugene em tom sério.

— Entendo. – disse Cassandra olhando para o baú.

Após um momento, Eugene perguntou:

— Seu pai está por aqui?

— Sim. Ele está na sala dele. – disse Cassandra em tom sério.

Logo depois, Eugene e Cassandra ouviram um barulho muito alto acompanhado de gritos.

— O que foi isso? – perguntou Cassandra olhando para Eugene.

— Fique esperta. Ele chegou. – disse Eugene encarando a entrada do arsenal.

Enquanto isso, no porto de Corona, um navio cargueiro atracou. Havia lanternas para a sinalização no porto e alguns guardas.

O capitão do navio desceu.

— Um navio atracando a essa hora? Isso é incomum. – disse um dos guardas.

— Eu sei. Peço desculpas, mas não fico muito à vontade de ficar no mar durante a noite. – disse o capitão com um sorriso.

— Vão partir de manhã cedo? – perguntou o guarda.

— Sim. – respondeu o capitão olhando para o navio.

— De onde vocês vieram? – perguntou o guarda.

— De Arend… – respondeu o capitão antes de interromper sua fala por causa de outro guarda.

— Ei, você de pano na cara! Para onde vai?! – perguntou um outro guarda.

Uma pessoa cobrindo o rosto com um pano, que desembarcou do navio, estava andando em direção à área comercial. Ela estava carregando uma mala. A pessoa parou e retirou o pano de seu rosto.

— Não pode ser! Você não estava morta?! – perguntou o guarda próximo ao capitão do navio.

— Espera um pouco. Ela é alguém importante? – perguntou o capitão olhando para o guarda.

Enquanto isso, na entrada do C.T., o portão de madeira foi destruído. Pedaços grandes de madeira caíram em alguns guardas que estavam perto dela. Poeira foi levantada com a destruição do portão. Vindo da poeira, havia um homem com roupas de guarda real, máscara, luvas brancas e botas brancas e um peitoral igual ao da guarda real, exceto que havia um “X” riscado no símbolo do reino. Ele tinha, mais ou menos, a mesma altura de Eugene. Alguns guardas dispararam flechas, mas elas simplesmente não surtiram efeito no corpo do mascarado. Elas atingiram sua pele, mas não a perfuraram.

— O quê? Como isso é possível?… O rei não usou de eufemismo quando falou que a segurança no reino estava mais ameaçada do que nunca. – disse um dos guardas arqueiros.

Nesse instante, muitos guardas portando espadas e lanças foram em direção ao mascarado.

De repente, o mascarado sumiu e todos os guardas foram atingidos no rosto por algo invisível. Estes guardas foram deslocados até se chocarem com as paredes. O mascarado reapareceu no mesmo lugar de onde havia sumido.

— Atire… – gritou um dos arqueiros antes de ser atingido no rosto com um chute.

Todos os guardas arqueiros foram nocauteados em questão de segundos.

No arsenal, Eugene e Cassandra estavam aflitos.

— Esse som não é bom. – disse Cassandra.

Naquele momento, a porta do arsenal foi deslocada até atingir uma parede oposta à entrada e ser destruída com o impacto. Na entrada, estava o mascarado. Eugene e Cassandra sacaram suas espadas. Num piscar de olhos, o mascarado apareceu diante de Cassandra e acertou um chute de lado, de direita, em seu peitoral. Ela cuspiu sangue imediatamente, largou a espada e atingiu a parede.

— Cassandra! – gritou Eugene olhando para Cassandra.

Naquele momento, Eugene recebeu um chute frontal de direita no queixo, foi deslocado a cerca de trinta centímetros do chão e tomou um soco de direita no rosto. Eugene e o mascarado não perceberam, mas, no exato momento em que Eugene tomou um chute, uma aura escura tomou conta de seu corpo, ela desapareceu rapidamente. A aura também apareceu rapidamente no exato momento do soco, desaparecendo logo em seguida. Eugene destruiu a porta de acesso à sala de armaduras, derrubando diversas armaduras, algumas ficaram por cima dele.

Eugene e Cassandra estavam inconsciente e o baú diante do mascarado. O baú tinha uma fechadura, mas isso não importou. O mascarado pisou no baú e o destruiu. Não havia nada dentro dele.

— Como eu imaginava. Mas, não custava nada verificar. Pelo menos, pude matar esses dois e mais outros guardas idiotas, além de testar minhas armas novas. – disse o mascarado despreocupadamente.

A voz do mascarado não era como um cochicho, como Anthony Weasel havia dito. Ela estava grave como se ele estivesse usando um modificador de frequência.

Quando estava saindo do arsenal, o mascarado foi chamado por uma mulher:

— Ei, você! O que aconteceu aqui? – disse a mulher.

Ela estava usando um pano para cobrir o rosto. A mulher estava acompanhada de um guarda. Eles estavam entre a entrada do arsenal e a entrada da sala do capitão.

— Vá chamar ref… – disse a mulher para o guarda antes dele ser nocauteado.

— O que estava dizendo? – perguntou o mascarado em tom de deboche.

Na sala do capitão, Lucius estava dormindo. Ele acordou e disse:

— Hã?! Eu dormi?! Tenho que verificar minha filha e o Eugene! – disse Lucius enquanto corria até a porta.

Quando Lucius saiu de sua sala, deparou-se com um cenário assustador: muitos guardas caídos e muito sangue no chão. Ao olhar para o lado, viu um homem mascarado de frente para uma pessoa com um pano no rosto.

— Desgraçados! – disse Lucius correndo em direção aos dois estranhos que acabara de ver.

— Lucius? – pensou a mulher enquanto olhava para trás.

Nesse instante, o mascarado desapareceu rapidamente e surgiu diante de Lucius.

— O quê? – pensou Lucius surpreso.

O mascarado estava prestes a acertar um soco de direita em Lucius quando uma mão esquerda parou o seu soco.

— Impossível! Quando você chegou aqui?! – gritou o mascarado.

O pano caiu e, agora, era possível ver o rosto da mulher. Ela tinha os cabelos castanhos claros como os da rainha Arianna, mas curtos como os cabelos de Cassandra. Seu rosto era idêntico ao rosto da rainha, assim como sua altura era a mesma.

Após um momento, a mulher tentou acertar um chute frontal de direita no queixo do mascarado, mas ele recuou e tomou distância.

A mulher olhou para trás e perguntou enquanto sorria:

— Como você está, Lucius?

— Não pode ser. Ela devia estar morta. Essa mulher é a irmã gêmea da rainha e a vice capitã da guarda real. Além disso, Ela é a esposa do capitão da guarda. Seu nome é… – pensou o mascarado.

— Willow? – perguntou Lucius muito surpreso.

— Lucius, pode se afastar um pouco? Isso aqui vai ficar perigoso. – disse Willow encarando o mascarado.

— Será que é ela mesmo? Não. Não devo me preocupar com isso agora. Ela me salvou de uma morte certa. – pensou Lucius antes de se afastar.

Lucius recuou até ficar próximo da entrada de sua sala.

— Você não estava morta? – perguntou o mascarado apontando com o dedo indicador direito para Willow.

— Sim. Mas, eu decidi voltar do inferno só para te levar comigo. – disse Willow com um sorriso de leve.

— É uma imbecil. Voltou só para morrer novamente. – disse o mascarado antes de rir.

— Que fofo. Ele está dizendo que vai me matar. – disse Willow em tom sério.

— Leistung[1]! – disse o mascarado antes das botas e das luvas brilharem.

De repente, o mascarado sumiu e apareceu na frente de Willow, acertando um soco de direita em seu rosto logo em seguida. Willow passou “voando” por Lucius e se chocou com o morro na parte de trás do C.T., muita poeira foi levantada.

— Willow! – gritou Lucius indo em direção à Willow.

— Estou usando luvas e botas mágicas que me permitem ter uma locomoção e força acimas do normal, além de blindarem o meu corpo. Quando eu digo Leistung, a velocidade e a força máximas que eu consigo alcançar aumentam, assim como a blindagem em meu corpo. Eu entrei aqui no modo Standard[2]. De acordo com Stalyan, eu posso usar cinco modos além do Standard. – pensou o mascarado enquanto olhava para a poeira.

Naquele momento, uma espécie de soco de ar veio da poeira em direção ao mascarado.

— O quê? – disse o mascarado enquanto se posicionava defensivamente.

O soco de ar atingiu o mascarado e o deslocou alguns metros sem que ele saísse do chão.

Quando a poeira ficou menos densa, era possível ver Willow com uma camada fina de luz branca ao redor do seu corpo. Lucius estava muito impressionado.

1 – Do alemão, “poder”.

2 – Do alemão, “padrão”.

— Willow, você… – disse Lucius fascinado com Willow.

Willow estava com sangue na boca, com arranhões e sua mandíbula estava fora do lugar, mas era possível perceber que os arranhões estavam sarando lentamente. Logo em seguida, sua mandíbula voltou para o lugar. Willow estava usando uma roupa parecida com a do mascarado, porém ela era branca e azul.

— Lucius, fique aqui. – disse Willow antes de sumir.

Quando voltou sua atenção para a poeira, o mascarado viu Lucius sozinho.

— Cadê ela? – pensou o mascarado enquanto revirava o ambiente com os olhos.

Neste instante, Willow apareceu na frente do mascarado e acertou um chute de lado, de esquerda, no abdômen dele. O mascarado bateu na parede perto da entrada. A parede ficou com uma cratera em forma de homem. O mascarado caiu de joelhos no chão.

— Como ela está viva?… Eu já devia ter percebido que tinha algo errado quando ela segurou o meu soco. – pensou o mascarado enquanto sangue escorria de sua máscara.

O peitoral do mascarado estava amassado. Ele o retirou, só lhe restando as botas, luvas e roupas de guarda real.

— Pelo símbolo do reino riscado, devo deduzir que renegou sua pátria. – disse Willow enquanto andava em direção ao mascarado.

O mascarado permaneceu de joelhos, olhou para o chão e disse:

— Eu reneguei minha pátria?! Não me faça rir!

— Você invadiu o C.T. da guarda real e matou vários guardas. Além disso, estava usando um peitoral com o símbolo do reino riscado nele. Dito isso, diga-me, qual é a graça? – perguntou Willow diante do homem de joelhos.

A camada de luz branca estava mais grossa.

— Isso aqui não é uma pátria. É uma piada. Somente num lugar caricato desses para aceitarem um ladrão na guarda. – respondeu o mascarado olhando para Willow.

— Ladrão? Do que ele está falando? – pensou Willow olhando para o mascarado.

— Leistung! – disse o mascarado antes de sumir e, logo em seguida, acertar um chute frontal de direita no queixo de Willow.

Willow foi lançada para cima, ela ficou sem reação.

O mascarado sumiu e apareceu rapidamente acima de Willow e acertou um chute com o calcanhar esquerdo na cabeça dela. Willow foi direto ao chão, criando uma cratera no local onde caiu. O mascarado reapareceu próximo à cratera, que estava com uma cortina de poeira em seu centro.

— Está acabado. – disse o mascarado.

Naquele momento, Willow saiu andando da nuvem de poeira, seus arranhões estavam se recuperando lentamente, porém, ela estava ensanguentada. A camada de luz estava mais grossa.

De repente, Willow ficou arrodeando o mascarado em alta velocidade. Ele não estava conseguindo acompanhá-la com os olhos.

Após um momento, o mascarado tentou acertar uns golpes, mas não adiantou, ela estava muito rápida. Willow se movia de forma que o mascarado continuasse a ser arrodeado.

Lucius estava olhando a briga de longe. Ele estava impressionado com o que estava vendo.

Naquele momento, Willow começou a desferir socos no ar, empurrando-o contra o mascarado. A força dos socos somada à alta velocidade criou uma espécie de saraivada de balas gigantes de ar vindas de diversas direções. O mascarado assumiu pose defensiva com os braços na frente do torço, mas não adiantava, ele também estava sendo acertado nas costas. As balas de ar estavam mantendo o mascarado praticamente no mesmo lugar.

— Essas rajadas de ar estão mais potentes do que aquela primeira. – pensou o mascarado enquanto tentava se proteger.

De repente, Willow apareceu na frente do mascarado, sumiu e reapareceu dando uma rasteira com a perna direita nele. Logo em seguida, ela o chutou para frente com a sola da bota esquerda, Willow surgiu rapidamente no caminho dele, chutou-o para cima com a perna direita, surgiu novamente na trajetória do mascarado e deu uma cotovelada de esquerda nas costas dele. O mascarado caiu na forca, destruindo o piso de madeira abaixo da corda e, logo em seguida, a forca ruiu. Willow surgiu na área da forca destruída. Ela não estava mais ferida, contudo, havia sangue em seus braços e no seu rosto. O mascarado estava deitado numa cratera, era visível o sangue em sua máscara.

— Eu já vi dois membros da irmandade em ação, mas, mesmo assim, magia ainda me espanta. – pensou Lucius enquanto olhava para os escombros da forca.

A camada de luz ao redor de Willow estava mais grossa.

— Estou curiosa para saber quem está por trás dessa másc… – pensou Willow antes do mascarado dizer:

— Leistung!

Willow se afastou, mas o mascarado a acompanhou.

— Estamos com a mesma velocidade?… Parece que aquele grito aumenta as habilidades dele. – pensou Willow antes do mascarado se aproximar dela.

O mascarado assumiu uma das posições padrão da arte marcial da guarda real de Corona: pé direito atrás e mão direita cerrada na frente.

— Schnelle Treffer[1]. – pensou Willow.

O mascarado desferiu um chute frontal de direita, mas Willow recuou e evitou o chute por pouco, logo em seguida, o pé direito desceu e a posição padrão inverteu, pé esquerdo atrás e mão esquerda cerrada na frente. Ele desferiu um soco de direita, acertando o rosto de Willow, que foi jogada até acertar uma parede. O mascarado avançou em direção a ela, mas Willow lançou uma bala de ar com o punho direito, acertando o torso do mascarado, que foi deslocado por alguns metros, mas permaneceu de pé.

— Nada mau, zumbi! – gritou o mascarado.

Quando olhou para a parede onde Willow estava, ela havia desaparecido.

— Onde ela está? – pensou o mascarado enquanto revirava o ambiente com os olhos.

Willow estava acima do mascarado. Ela chutou o vento e criou uma espécie de banana de ar de alta velocidade. O mascarado olhou para cima e tentou segurar a banana de ar com as duas mão, mas isso não o impediu de ser parcialmente enfiado no chão. Willow sumiu novamente e reapareceu na frente, um pouco distante, do mascarado.

1 – Do alemão, “golpes rápidos”.

Ela lançou diversas balas de ar com o pé esquerdo. Porém, o mascarado bloqueou todas as balas com socos.

— É tudo o que pode fazer?! – gritou o mascarado.

De repente, Willow surgiu bem na frente do mascarado. Antes que pudesse fazer algo, o mascarado se afastou e deu um tapa em ambas as mãos, criando um forte vento. Willow fez o mesmo para contra-atacar. O vento gerado por Willow venceu, porém alcançou o mascarado com baixa velocidade.

Enquanto isso, a camada luz no corpo de Willow continuava engrossando a medida que o tempo passava.

Novamente, Willow sumiu e apareceu atrás do mascarado, chutou as costas dele, ele foi lançado, mas ela surgiu diante dele e o chutou novamente. Ela fez isso mais algumas vezes até o mascarado gritar:

— Leistung!

Quando Willow surgiu diante do mascarado para chutá-lo novamente, ele desapareceu, surgiu acima dela e acertou um soco de esquerda em sua cabeça. Antes que Willow atingisse o chão, o mascarado acertou um chute nela, fazendo-a atingir a área das celas no térreo. Uma densa nuvem de poeira se formou.

— Melhor manter a regeneração. – pensou Willow enquanto estava deitada no chão de uma cela vazia.

Alguns criminosos, que estavam em outras celas no térreo se assustaram com a chegada de Willow.

— O que foi isso?! – gritaram vários bandidos.

— Tem alguém caído ali. – disse um dos bandidos.

— Você perdeu. Eu já notei que, a medida que essa luz no seu corpo se intensifica, você fica mais poderosa. Porém, se você estiver mais fraca do que eu, como agora, você vai apanhar até a morte, se alcançar meu nível, basta eu usar arte marcial. Além disso, eu percebi que você não sabe usar Schnelle Treffer, aliás, uma vergonha para uma vice-capitã. E, por último, se você estiver mais forte do que eu, só tenho que aumentar minhas habilidades. – disse o mascarado enquanto se aproximava da cela onde estava Willow.

— Droga. Minha esposa voltou só para morrer e eu não posso fazer nada. – disse Lucius com as mãos cerradas.

Willow surgiu na frente do mascarado e acertou uma joelhada no abdômen dele.

— Você fala demais. – disse Willow enquanto seu joelho direito estava em contato com o abdômen do mascarado.

O mascarado “voou” até atingir a parede do arsenal. Eugene acordou com o barulho.

— Willow. – pensou Lucius com um sorriso no rosto.

Willow estava com o rosto ensanguentado, assim como seus braços e pernas. Contudo, ela não estava ferida, nem ofegante.

Na sala de armaduras, Eugene levantou e foi até o arsenal. Lá, Eugene viu a parede, ao lado da entrada, destruída. Ele também viu Cassandra desmaiada com sangue no queixo.

— Leistung! – gritou o mascarado.

Eugene ficou apreensivo e, naquele momento, viu o mascarado levantar, suas luvas e botas estavam brilhando. O brilho cessou e o mascarado saiu do arsenal pela parede destruída.

— Agora estou no quinto nível. Todos os comandos que gritei, em termos numéricos, multiplicam, por cinco, as minhas habilidades na hora da ativação. Porém, quando passo do quarto para o quinto nível, meu poder é elevado ao quadrado. Eu queria matá-la usando menos força possível, mas ela não desiste. – pensou o mascarado enquanto se movia até Willow.

— Ainda quer mais? – perguntou Willow encarando o mascarado.

A camada de luz no corpo de Willow estava mais grossa.

O mascarado desferiu golpes em alta velocidade, mas Willow esquivou de todos. O mascara desferiu um soco de esquerda em direção ao rosto de Willow, mas ela segurou o soco com a mão direita.

— Já chega. Eu alcancei um nível que você não vai alcançar. – disse Willow em tom sério enquanto esquivava.

— Cale-se! – disse o mascarado muito irritado enquanto tentava acertar Willow.

Willow continuou evitando todos os golpes.

— Você está muito lento. É melhor parar antes que eu me irrite e te mate sem querer. – disse Willow enquanto bloqueava alguns socos.

— Matar-me sem querer?! – gritou o mascarado antes de parar de atacar.

Eugene estava perto da parede destruída olhando, perplexo, para Willow e o mascarado.

— O que está acontecendo aqui? – perguntou-se Eugene olhando a luta.

— Finalmente desistiu. Tire essas luvas e as botas também. Você está preso. – disse Willow olhando para o mascarado.

— Hahahahaha! Quem devia estar preso é o Flynn Rider. – disse o mascarado olhando para o chão.

— Flynn Rider? Não é aquele ladrão famoso nos sete reinos? Você traiu seu reino só por causa de um ladrão que ainda não foi preso? – perguntou Willow olhando para o mascarado.

— Depois que você morreu, ou melhor, foi dada como morta, esse ladrão resgatou sua sobrinha de uma torre e a trouxe de volta para o castelo. – disse o mascarado olhando para Willow.

— O quê? Então foi assim que a princesa retornou? – perguntou Willow olhando para o mascarado.

— Depois de trazer a princesa para casa, o ladrão recebeu anistia aqui em Corona. Os outros seis reinos não gostaram muito, mas, também, não pretendem começar uma guerra só por causa de um ladrão. – disse o mascarado cerrando as mãos.

— Nesse caso, eu entendo o Frederic dar anistia ao ladrão, eu faria o mesmo. – disse Willow olhando para o mascarado.

— Eu não queria que chegasse a isso, mas não tenho escolha. Pretendia te matar usando a menor quantidade de força possível, mas isso foi uma estupidez. Você não merece a minha compaixão. – disse o mascarado olhando para Willow.

— Compaixão? Pare de falar besteiras e entregue as luvas e as botas. – disse Willow estendendo a mão esquerda.

— Entregar-te minhas armas?! Não vou colaborar com uma mulher que defende um ladrão! – disse o mascarado muito irritado.

Willow abaixou a mão.

— Magia suprema: Absolute Kraft[1]! – gritou o mascarado.

Naquele momento, o mascarado começou a crescer, atingiu dois metros e meio de altura, e seus músculos ficaram enormes. Willow “se tornou” uma anã perto dele.

— A magia suprema só pode ser ativada quando essas quatro armas estão em uso. Em termos numéricos, seria como elevar ao cubo meu poder no nível cinco, além de alterar o meu tamanho. Cinco minutos é o bastante para matá-la. – pensou o mascarado enquanto olhava para a pequena Willow.

Willow estava serena e a camada de luz continuava engrossando.

Eugene e Lucius estavam impressionados com o tamanho do mascarado.

— Willow! – gritou Lucius desesperado.

— Eu não queria que chegasse a isso, mas você me forçou. – disse o mascarado enquanto se preparava para dar um soco de direita.

O mascarado acertou o soco no rosto de Willow. O impacto do soco levantou poeira e gerou uma rajada de vento que alcançou Eugene e Lucius, que viraram o rosto para não verem o que aconteceu.

Quando a fumaça ficou menos densa, tornou-se possível ver o punho do mascarado encostado no rosto de Willow.

— O quê? Ela não saiu do lugar? – pensou o mascarado muito surpreso.

A camada de luz estava mais grossa.

— Não me diga que esse é o seu poder máximo. Que decepção. – disse Willow antes de segurar o antebraço direito do mascarado com a mão esquerda.

— Impossível. Eu ataquei com a magia suprema. – pensou o mascarado ainda surpreso.

Lucius ficou muito feliz ao ver que sua esposa estava viva.

— Eu não deveria ter deixado acertar. – disse Willow enquanto retirava o punho do mascarado de seu rosto.

— Não. Eu vou morrer aqui? – pensou o mascarado.

1 – Do alemão, “poder absoluto”.

— A brincadeira acabou. Já que você não quis entregar as botas por vontade própria, eu vou ter que matá-lo. – disse Willow encarando o sujeito de dois metros e meio de altura.

— O quê?! Não! Por favor! Eu entrego tudo! – disse o mascarado desesperado.

— Agora é tarde. – disse Willow ainda encarando o mascarado.

A camada de luz permanecia engrossando.

— Aquela mulher é a Willow. Como isso é possível? – perguntou-se Eugene impressionado com o fato da vice-capitã da guarda real de Corona estar viva.

— Pague agora pelo crime de trair sua pátria. – disse Willow antes de desferir um soco de direita em direção ao abdômen do mascarado.

Quando o soco estava prestes a atingir o mascarado, uma shuriken gigante, de dois metros de diâmetro, fez Willow parar o soco para esquivar. A shuriken parou e voltou para tentar acertar Willow novamente. Willow segurou uma das lâminas da shuriken com a mão direita.

— Quase que perdíamos nosso informante. – disse alguém.

Willow e o mascarado olharam para cima. Duas adolescentes, uma morena de cabelo curto e uma ruiva de cabelo comprido estavam em cima de uma shuriken gigante, que estava a cerca de 15 metros do chão, e a morena estava gesticulando com a mão direita como se estivesse chamando algo para si. Naquele momento, a shuriken, que Willow estava segurando, diminuiu e foi para a mão direita da adolescente morena.

— O que vocês estão fazendo aqui?! – gritou o mascarado.

Eugene olhou para cima e viu, além das duas adolescentes, uma mulher, de cabelos compridos e roxos, flutuando no centro de uma esfera grande de energia azul. Havia cinco pedras flutuantes perto dela: uma azul, uma preta, uma vermelha, uma amarela e uma verde.

— Aquela é a Stalyan? Além de filha, ela é uma dos sete generais do Barão. Se mandaram ela, então essa coroa é bem mais importante do que eu pensava. – pensou Eugene muito surpreso.

— Você demorou. Além disso, não queremos fazer alarde. – disse Stalyan olhando para o mascarado.

— Vocês têm duas opções: fugirem ou morrerem. Aproveitem que eu não estou de T.P.M.. – disse Willow encarando Stalyan.

— Quem vai morrer hoje, será você. – disse Stalyan olhando para Willow.

A adolescente ruiva ergueu a mão direita, que estava com uma luva azul, e estalou os dedos. Logo em seguida, um raio atingiu Willow.

— Ah! – gritou Willow antes de cair deitada com a face para o chão.

A camada de luz permanecia ao redor do corpo de Willow e engrossando com o passar do tempo.

— O quê?! – gritaram Lucius e Eugene ao mesmo tempo.

— Agora só temos que matar todos os guardas por aqui. – disse a adolescente morena olhando para Eugene.

Stalyan olhou para o lado, mas Eugene se escondeu rapidamente.

— Pensei ter visto alguém. – pensou Stalyan.

— Vocês não vão matar ninguém! – disse Willow enquanto levantava.

Willow estava quase levantando quando a ruiva estalou os dedos novamente. Nada aconteceu dessa vez.

— O quê? – perguntou-se a ruiva enquanto estalava os dedos mais algumas vezes.

Willow conseguiu ficar de pé. Ela estava repleta de sangue, parecia alguém a beira da morte, mas não estava ferida. Sua roupa já estava vermelha.

— Truque interessante esse seu. – disse Willow com um sorriso no rosto.

— Essa mulher é um monstro. – disse o mascarado.

Naquele momento, o sol começou a aparecer.

— Você aumenta o potencial elétrico da pessoa e, consequentemente, ocorre uma descarga. Mas, deixa eu te dizer uma coisa antes de você morrer: minhas habilidades regenerativas mantém meu potencial elétrico normalizado. – disse Willow apontando o dedo indicador direito para a adolescente ruiva.

— Quem é essa mulher? Ela não tem arma mágica e mesmo assim quase matou o nosso informante. – pensou Stalyan muito impressionada com Willow.

Naquele momento, a pedra vermelha que estava flutuando próxima de Stalyan foi até Lucius em alta velocidade, Willow sumiu e apareceu diante da pedra e a chutou, mas a pedra explodiu no momento do chute. Uma grande nuvem de poeira se formou e a pedra explodiu de novo, contudo, a explosão não machucou Willow. Ela ficou apreensiva. Quando a nuvem de poeira dissipou, os ladrões não estavam mais lá.

— Droga! – disse Willow muito irritada.

No arsenal, Eugene estava com Cassandra.

— Eles fugiram, é melhor eu pedir para a Willow levar a Cassandra até um hospital. – pensou Eugene muito preocupado com o estado de Cassandra.

Fora do arsenal, Lucius estava olhando para Willow.

— Lucius, você está bem? – perguntou Willow enquanto passava as mãos na frente do rosto de Lucius.

Lucius abraçou Willow. Ela ficou corada.

— Onde você estava? – perguntou Lucius.

— Você é quem tem que me explicar essa história de eu ter morrido. – disse Willow um pouco irritada.

Alguns momentos depois, Eugene saiu do arsenal com Cassandra nos braços.

— Vice-capitã! Por favor! Leve a Cassandra para um hospital! – disse Eugene olhando para Willow.

— Minha filha?! – disse Willow muito surpresa com o estado em que viu Cassandra.

Willow sumiu e, logo em seguida, Cassandra desapareceu dos braços de Eugene.

Lucius olhou ao redor e viu muitos guardas inconscientes próximos às paredes. Ele se aproximou de Eugene e disse:

— Temos que chamar reforço para mandarmos os guardas inconscientes para o hospital. Não vai dar para abafar como com a falsa princesa.

— Eu devia ter pedido para a Loirinha vir. Só estou vivo por sorte. E a Cassandra… – pensou Eugene enquanto cerrava as mãos.

— Eugene. Está me ouvindo? – perguntou Lucius olhando para Eugene.

— Sim. Desculpe. Eu estava pensando sobre algumas coisas. – disse Eugene enquanto olhava para os guardas caídos.

— O traidor confirmou a sua suspeita. Willow me disse que ele nos traiu por não aceitar sua anistia. Realmente, sua inteligência é assustadora. – disse Lucius enquanto andava.

Quando chegaram na entrada do C.T., Lucius disse:

— Eu procurarei ajuda na área residencial, você vai para a área comercial. – disse Lucius apontando em direção a área comercial.

Antes que os dois se movessem, um guarda veio correndo da direção da área residencial e disse:

— Capitão! É terrível! A Velha Corona foi atacada e o Quirin pediu para o senhor enviar reforços para lá! Há muitos guardas inconscientes! – disse o guarda antes que parasse na frente de Lucius.

— O quê? A Velha Corona? – perguntou Lucius antes de olhar para Eugene.

— Lance. Dira. Varian. – pensou Eugene com os olhos arregalados.

— Além disso, encontrei alguns guardas inconscientes no caminho para cá. – disse o guarda ofegantemente.

— Eugene. Vá avisar o rei e pegue informações sobre esse ataque na Velha Corona. Eu vou dividir os reforços entre C.T. e Velha Corona. – disse Lucius antes de Eugene correr para a direção em que o guarda veio.

— Você. Vá pedir reforços na área comercial para os guardas aqui no C.T. serem levados a um hospital. Eu vou para a área residencial providenciar suporte para os guardas na Velha Corona. – disse Lucius antes de correr para a direção que Eugene seguiu.

— Entendido! – disse o guarda antes de correr para a área comercial.

Num dos hospitais do reino, Willow surgiu num quarto com Cassandra em seus braços e a botou na cama. Logo em seguida, a camada de luz enfraqueceu até desaparecer. Uma médica entrou no quarto e ficou assustada.

— A senhorita está bem? Você precisa de cuidados imediatamente. – disse a médica desesperada ao ver Willow ensanguentada.

— Essa garota é quem realmente precisa. Eu só preciso de um banho. – disse Willow com um sorriso gentil.

A médica viu Cassandra desmaiada na cama e chamou alguns assistentes.

— Eu não deveria ter ido embora. – pensou Willow enquanto cerrava as mãos.

Em algum lugar de Corona, num tipo de depósito, havia um homem com um corvo nos ombros. No local, havia muitas joias e moedas, havia também uma esfera verde brilhante em cima de uma mesa.

De repente, uma forte luz surgiu, ela ofuscou o homem. Quando a luz cessou, Stalyan, o mascarado e as duas adolescentes estavam no centro da sala. Stalyan estava segurando uma pequena esfera verde.

— Por que nos teletransportou? Com certeza, nós quatro mataríamos a vice-capitã. – disse o mascarado olhando para Stalyan.

— Eu não tenho certeza disso. Tinha algo de errado com ela. Ela estava usando magia, mas, aparentemente, não através de algum objeto. Preferi ser cautelosa. – disse Stalyan enquanto guardava a esfera no seu bolso.

— Covarde. – disse o mascarado antes de começar a andar.

— Você só está vivo por nossa causa, imbecil. – disse a adolescente morena.

— É bom você não fazer nada até bolarmos um plano. Além da princesa, agora temos essa vice capitã para nos preocuparmos. Além disso, você mesmo disse que há um boato sobre a rainha ter detido um monstro que se passou pela princesa. Talvez a rainha também seja um problema. Precisamos ser cautelosos. – disse Stalyan olhando o mascarado se afastar.

O mascarado abriu uma porta e saiu do ambiente.


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Notas finais do capítulo

A partir do próximo capítulo, inicia-se um arco de três capítulos em Arendelle.



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