Rochas Negras escrita por Zretsim


Capítulo 1
Reativação


Notas iniciais do capítulo

Há uma série chamada Enrolados Outra Vez. Ela tinha um potencial incrível, mas não foi utilizado. Por isso, decidi escrever este livro. Caso alguém tenha assistido a série, perceberá que o primeiro capítulo é fortemente baseado no início da série, que o segundo, é fracamente baseado no início da série e, a partir do terceiro, o enredo segue outro rumo. Por isso, vou publicar os três primeiros capítulos de uma vez. Provavelmente, publicarei os próximos de segunda a sexta.
Vale ressaltar que a arte na capa do livro não é de minha autoria.



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Seis meses após o retorno da princesa, nas florestas de Corona, numa manhã tranquila, era possível ouvir um som de galope. Eugene, Rapunzel e Pascal, que estavam montados em Max, estavam indo em direção aos muros do reino.

— Espera um pouco, Rapunzel. – disse Eugene empolgado quando Max parou próximo aos muros.

Logo em seguida, Eugene desceu do cavalo, atirou uma flecha fixada a uma corda em direção ao topo do muro e, então, ele e Rapunzel subiram, deixando o cavalo Max próximo a base do muro, que tinha quinze metros de altura. Pascal estava no ombro esquerdo de Rapunzel.

— Nossa, Eugene, olha quanta coisa tem do outro lado. Você já viu algo tão bonito? – perguntou Rapunzel encantada com a floresta após os muros.

Era possível ouvir uma cantoria de pássaros.

Eugene encarou a Rapunzel enquanto ela estava admirando a paisagem e respondeu:

— Sim, eu já vi.

A princesa estava tão distraída que não percebeu a cantada. De repente, vários cavalos se aproximaram de Max. Eram cavalos da guarda real de Corona, havia soldados montados neles. Rapunzel e Eugene olharam para trás. Um dos soldados desceu do seu cavalo. Este era o capitão da guarda, alto, porte atlético, cabelo marrom e tinha um bigode.

— Já chega! A brincadeira acabou! Desçam daí! A coroação é amanhã e o rei vai me matar se algo acontecer com a filha dele! – disse o capitão, muito bravo, apontando para Eugene e Rapunzel em cima do muro.

Eugene chamou Rapunzel, que ainda estava empolgada com a paisagem:

— Sunshine, hora de ir.

— Tudo bem. – respondeu Rapunzel com um olhar triste.

Os dois montaram em Max e voltaram para o castelo escoltados pela guarda real. Assim que desceram do cavalo, a dama de companhia da princesa a puxou rapidamente. Esta era Cassandra, que se tornou melhor amiga da princesa nos últimos seis meses. A dama de companhia estava usando a vestimenta padrão das damas de companhia, uma roupa similar à de uma freira, mas não tinha cruz, nem era preta. Era azul e branca, com linhas amarelas. Cassandra era mais alta que a princesa e tinha cabelos escuros curtos. O que mais chamava atenção em Cassandra eram seus olhos cinzas, um tom muito raro.

— Raps, você está ficando maluca? – perguntou Cassandra um pouco brava.

Rapunzel revirou os olhos com um leve sorriso.

— O Flynn já não é o preferido do seu pai, ou melhor, ele não é o preferido de ninguém aqui em Corona, mesmo sendo da guarda real, e você ainda tem a coragem de fugir por aí com ele? – perguntou Cassandra olhando para Eugene, que estava próximo do capitão.

Eugene acenou para Cassandra.

— Cass, as pessoas olham para ele e só veem o Flynn Rider, mas eu vejo o Eugene, ele não é mais um ladrão. – disse Rapunzel enquanto virava e olhava para o namorado com um olhar apaixonado.

Cassandra suspirou.

— Legal. Agora você tem que se arrumar, o castelo vai receber alguns nobres hoje e a princesa não pode faltar. – disse Cassandra com um sorriso no rosto enquanto pegava na mão esquerda de Rapunzel.

Rapunzel acenou para o namorado enquanto era “arrastada” por Cassandra.

Pascal, como na maior parte do tempo, estava no ombro da princesa.

Eugene mal teve tempo de acenar de volta.

— Flynn, você vem comigo. Todos os guardas devem participar da reunião sobre a segurança na coroação. – disse o capitão com a mão direita no ombro esquerdo de Eugene e, com o polegar esquerdo, sinalizando a saída do castelo.

— Já entendi, pai. – disse Eugene num tom irônico enquanto o capitão retirava uma mão de seu ombro e abaixava a outra mão.

— O que você disse?! – perguntou o capitão com um olhar assustador.

— Nada. – respondeu Eugene, rapidamente, com os olhos arregalados.

— Engraçadinho. – disse o capitão, num tom irônico, enquanto fitava Eugene com os olhos.

Max gargalhou.

Rapunzel passou a tarde inteira recebendo nobres e conversando com eles, assim como os reis. A princesa estudou sobre as leis de Corona nos últimos seis meses, visto que ela será rainha um dia. Aprendeu também a usar sapatilhas nesse intervalo de tempo, já que não é muito apropriado para alguém da realeza andar descalça por aí.

Quanto ao Eugene, ele passou a tarde inteira recebendo instruções sobre o esquema de segurança da coroação, Eugene sabia que era um evento muito importante para a Rapunzel e não podia deixar nada dar errado. Desde que começou a morar no castelo, ele tem tentado mostrar para as pessoas do reino que mudou, entrou na guarda real, facilmente, passando por um teste de aptidão física, ajudou diversas vezes com rondas noturnas e na apreensão de criminosos, mas as pessoas no reino ainda não se sentiam a vontade com ele. Muitos ainda o viam como um ladrão. Ele sabia que seria um trabalho árduo convencer as pessoas, pois o Flynn Rider era o criminoso mais procurado nos sete reinos da Germânia.

À noite, o Capitão liberou Eugene para o jantar com os nobres, Rapunzel havia pedido a ele que estivesse presente como seu namorado. Para Eugene, essa era uma noite especial, porque ele pretende pedir Rapunzel em casamento. Rapunzel estava com um vestido verde com linhas brancas e sapatilhas brancas, Eugene estava usando um terno e sapatos pretos.

A sala do trono, no castelo, estava repleta de mesas e muitas pessoas estavam jantando quando um som fez todos ficarem em silêncio. Era Eugene batendo o garfo na sua taça. O rei Frederic o fitou com os olhos. Após colocar a taça e o garfo na mesa, Eugene se levantou, puxou Rapunzel pela mão e foi ao centro da sala com ela.

— Olha, Rapunzel, quando você me acertou com aquela frigideira, eu sabia que era amor. – disse Eugene olhando apaixonadamente para Rapunzel.

Rapunzel olhou para os pais indicando que não estava entendendo nada.

Eugene soltou a mão da Rapunzel, ajoelhou-se, tirou uma caixinha vermelha do bolso, abriu-a, havia um anel negro dentro dela, e propôs:

— Sunshine, quer casar comigo?

Os reis ficaram perplexos com o pedido, principalmente o rei, que chegou a levantar de sua cadeira.

Num primeiro instante, a princesa ficou empolgada com a ideia, mas logo vieram dois pensamentos à sua cabeça. O primeiro era sobre ser rainha, a princesa veio se dedicando aos estudos sobre leis e etiqueta para um dia substituir seu pai, mas nada daquilo era divertido, embora a princesa amasse estudar, pois os únicos companheiros dela naquela torre eram os livros, além do Pascal, parecia que estava fazendo aquelas coisas para agradar os outros e não a si mesma, ela nem sequer podia sair do castelo sem que um pelotão a escoltasse, era como se estivesse em outra prisão e ainda nem era rainha. O segundo era sobre o casamento em si. De fato, ela ama muito o namorado e não vê um futuro sem ele, mas a princesa quer conhecer melhor o mundo e as pessoas de seu reino antes de se casar e, muito influenciada pelo primeiro pensamento, acabou associando o casamento a uma prisão também. Por isso, respondeu:

— Não, eu não posso! Sinto muito!

Rapunzel saiu correndo pela entrada principal após rejeitar Eugene. Pascal foi atrás dela.

O rei pretendia seguir a filha, mas foi impedido pela rainha Arianna.

Eugene permaneceu imóvel no meio da sala do trono, estava abalado com a resposta que recebeu.

Cassandra estava arrumando seu arsenal quando Rapunzel entrou, chorando, no quarto. O quarto de Cassandra tinha um armário de roupas e um de armas, lado a lado, havia também uma mesinha ao lado da cabeceira e uma janela acima da cabeceira.

— Raps, o que aconteceu? – perguntou Cassandra muito surpresa.

Rapunzel sentou na cama.

— O Eugene… Ele me pediu em casamento e eu o recusei na frente de todo mundo. – respondeu Rapunzel enquanto tentava enxugar as lágrimas.

— Ah, não. Eu perdi isso? – perguntou Cassandra decepcionada.

— Cass. – disse Rapunzel com um olhar repreendedor.

— Olha, Raps, não sei por que rejeitou o pedido, mas você deve ter seus motivos. Por outro lado, sei de uma coisa que pode te animar. – disse Cassandra com um sorriso.

Cassandra afastou um escudo velho com o símbolo de Corona da parede e lá havia uma espécie de passagem secreta, era uma porta com cerca de um metro de altura. A dama de companhia não estava com sua roupa de serva da princesa, estava com sua vestimenta comum, além de luvas.

Rapunzel ficou surpresa com a passagem secreta.

— Cass, por que você nunca me mostrou isso? Você sabe que eu detesto o fato de não poder sair do castelo sem um guarda por perto. – disse Rapunzel se aproximando da passagem secreta.

— Porque é muito arriscado sair com a princesa por aí. Se acontecesse alguma coisa com você, quem iria se responsabilizar? – perguntou Cassandra apontando para si mesma.

— Você está certa. – disse Rapunzel encarando a passagem secreta.

Pascal subiu no ombro direito de Rapunzel.

— Mas, agora é diferente. Até eu estou ficando incomodada com essa superproteção real. E, então, vamos conhecer a floresta além dos muros? – perguntou Cassandra embainhando sua espada. Esta espada tinha o cabo semelhante ao de um sabre.

— Ouviu isso, Pascal? Vamos para fora do reino. – disse Rapunzel alisando Pascal em seu ombro.

Cassandra deu uma capa com capuz à princesa para que ninguém a reconhecesse e, logo em seguida, as duas entraram na passagem secreta, havia uma escadaria em espiral, que levava a um túnel iluminado com velas.

Rapunzel indagou:

— Como que existe algo assim embaixo do castelo e ninguém sabe?

Cassandra sorriu e disse:

— Raps, esse túnel aqui faz parte de um sistema de túneis cuja função é tirar os reis do castelo em segurança no caso de uma invasão. Só quem sabe desse lugar são os reis, os príncipes e os membros da guarda real.

— O Eugene é da guarda. Por que ele nunca me contou? – perguntou Rapunzel olhando para Cassandra.

— Acho que é porque ele não sabe, meu pai não confia muito nele. O meu pai se sentiu obrigado a aceitá-lo na guarda porque ele foi o melhor no último teste de recrutas. – disse Cassandra olhando para Rapunzel.

Rapunzel disse:

— Entendo. Não devem ter me contado também para ele não saber. E como que você sabe desses túneis? Acredito que seu pai, mesmo sendo o capitão da guarda real, não tenha te contado só porque você é filha dele.

Cassandra sorriu de novo enquanto virava a direita numa bifurcação.

— Raps, eu sou da guarda real também, esqueceu? – perguntou Cassandra olhando para Rapunzel.

— É mesmo. Você foi desviada da sua função para ficar de olho em mim como minha dama de companhia, certo? – perguntou Rapunzel ainda olhando para Cassandra.

— Isso mesmo. Agora eu trabalho em turnos menores, mas ainda sou da guarda. – disse Cassandra enquanto virava o rosto para frente.

Cassandra parou e pegou uma escada no chão e a colocou de pé, próxima ao que parecia um alçapão. Ela subiu na escada e empurrou o alçapão, saindo atrás do estábulo. Após Rapunzel passar, Cassandra colocou uns arbustos por cima para disfarçar o alçapão. As duas pegaram cavalos e saíram do castelo. A passagem pelo reino foi tranquila, ainda havia algumas pessoas nas ruas. Quando chegaram nos muros, deixaram seus cavalos amarrados a uma árvore, escalaram e desceram com a ajuda de uma corda. Elas não tiveram problemas com os guardas em cima dos muros, pois Cassandra sabia o padrão de ronda. Rapunzel ficou muito animada por botar os pés fora do reino. As duas adentraram na floresta e, quanto mais andavam, mais a princesa ficava empolgada:

— Está faltando alguma coisa. – disse Rapunzel antes de tirar as sapatilhas e jogá-las em qualquer canto para andar descalça pela floresta.

— Raps, acha mesmo que andar descalça numa floresta é uma boa ideia? – perguntou Cassandra com um olhar de estranheza.

— Eu passei dezoito anos sem calçar nada, ainda é estranho, para mim, ter que usar calçados, então, mesmo sendo arriscado, é mais cômodo andar descalça. – disse Rapunzel enquanto andava.

Após passarem por uma ponte velha de madeira, Cassandra falou:

— Chegamos!

— Onde? – perguntou Rapunzel olhando de um lado para o outro.

Cassandra e Rapunzel chegaram a um precipício. Nele, havia três Rochas Negras em formato de cone com a parte pontiaguda para cima e algumas rochas comuns. As Rochas pareciam cercar alguma coisa, mas não tinha nada no centro. Cassandra sacou sua espada:

— Olha isso.

Cassandra partiu uma rocha comum com sua espada e, depois, acertou uma das Rochas Negras e algo incrível aconteceu: a Rocha permaneceu intacta.

— Cass, o que são essas Rochas? – perguntou Rapunzel encarando as Rochas.

— Eu não sei. Na verdade, acho que ninguém sabe. Elas apareceram aqui há uns seis meses e o mais incrível é que elas estão cercando o lugar onde ficava a gota de sol. – disse Cassandra embainhando sua espada.

Rapunzel se aproximou das rochas lentamente e tocou uma delas. Naquele momento, um pulso de energia lançou a princesa e sua dama de companhia para trás, Cassandra bateu numa árvore e caiu, Rapunzel caiu rolando no chão. Cassandra rapidamente se levantou e cuspiu sangue, mas não estava muito preocupada consigo mesma.

— Raps, você está bem? – perguntou Cassandra apavorada ao se aproximar de Rapunzel.

A princesa ainda deitada respondeu:

— Sim.

Quando ela ergueu o rosto, Cassandra fez uma expressão de surpresa.

— O que foi, Cass? – perguntou Rapunzel tentando levantar.

— Seu cabelo… Na verdade, uma parte dele… Está loira. – disse Cassandra olhando para o cabelo de Rapunzel.

— O quê? – perguntou Rapunzel muito surpresa.

De repente, mais Rochas começaram a vir do chão do precipício em direção às garotas. Cassandra rapidamente reagiu e levantou a princesa.

— Vamos. Não temos tempo. – disse Cassandra antes das duas começarem a correr.

As duas correram até a ponte. Cassandra foi a primeira a chegar à ponte e, quando olhou para trás enquanto corria, tomou um susto. Os grandes cabelos loiros, de que a amiga tanto falava, voltaram e estavam flutuando e brilhando. Ela não teve tempo de falar com Rapunzel, pois a ponte começou a ruir por causa de algumas Rochas Negras, que cresceram destruindo as bases de um dos lados da ponte. Cassandra se jogou e chegou no outro lado a tempo, mas a princesa e Pascal caíram juntos com a ponte.

— Raps! – gritou Cassandra ainda do chão.

Parecia que era o fim, porém, de repente, fios amarelos reluzentes se fixaram nas duas bases restantes da ponte.

— O que é isso? – indagou Cassandra enquanto levantava.

De repente, um grito. Era Rapunzel gritando enquanto ascendia como um pássaro. Pascal estava com os olhos fechados de tanto medo. Neste instante, Cassandra percebeu que os fios amarelos eram na verdade os cabelos da princesa. Enquanto Rapunzel subia, seus cabelos soltaram as bases de madeira. Rapunzel estava tão acima do chão que conseguia ver os muros de Corona. Por um segundo, Rapunzel parou no ar e voltou a cair, ela estava muito assustada e a única coisa que pensava era em como não se espatifar no chão. A princesa estava em alta velocidade, quando se aproximou do chão, fechou os olhos e, de repente, o vento forte no seu rosto cessou. Rapunzel abriu os olhos e tomou um susto.

— O quê?! Como?! – perguntou-se Rapunzel olhando para seus cabelos.

Ela finalmente havia se dado conta de que seus grandes cabelos loiros retornaram. Eram eles que a estavam mantendo suspensa. Logo em seguida, os cabelos perderam a força, o que fez a garota cair sentada. Cassandra estava espantada.

— Olha esse cabelo. É muito grande. E agora? Como eu vou explicar isso ao rei? – perguntou-se Cassandra muito apavorada.

Enquanto Cassandra surtava, os cabelos da princesa começaram a diminuir até perderem o tom reluzente. Eram, agora, cabelos loiros longos comuns. Rapunzel se levantou ainda sem entender direito o que havia acontecido. Seus cabelos castanhos curtos se transformaram em extensos cabelos loiros, que a jogaram para cima e, depois, amorteceram a queda, e, logo em seguida, mudaram para simples cabelos loiros compridos que paravam na altura da cintura. Pascal finalmente abriu os olhos e não sabia como chegou ali, mas se sentiu aliviado. Cassandra continuava falando:

— Meu pai vai me deserdar. Eu vou ser expulsa do reino e…

— Cass, você está sangrando! – disse Rapunzel interrompendo a amiga.

— Hã?! – perguntou Cassandra olhando para Rapunzel.

Cassandra percebeu que havia machucado a palma da mão esquerda e rasgado a luva na queda.

Rapunzel lembrou que o seu cabelo tinha a habilidade de curar feridas.

— Já sei. – disse Rapunzel com um sorriso.

A princesa enrolou seu cabelo na mão de Cassandra e proferiu:

 

Flower, gleam and glow
Let your power shine
Make the clock reverse
Bring back what once was mine

Heal what has been hurt
Change the fates' design
Save what has been lost
Bring back what once was mine
What once was mine

 

Nada aconteceu.

— Raps, o que você fez? – perguntou Cassandra encarando sua mão.

— Tentei te curar, mas o encanto não está funcionando. Se bem que o cabelo está um pouco diferente, ele não mudava de tamanho, nem tinha uma força descomunal. – disse Rapunzel enquanto retirava o cabelo das mãos da amiga.

— Ah, não! O cabelo! Por um momento, eu esqueci. – disse Cassandra levando uma mão ao rosto.

— Calma, Cass. Basta cortá-lo. Foi assim que ele deixou de ser loiro da última vez. – disse Rapunzel olhando para Cassandra.

— É mesmo! – disse Cassandra muito empolgada.

Cassandra se acalmou e as duas voltaram para os muros. Cassandra já havia andado muito por aquela floresta, então conseguiram voltar pelo mesmo caminho. Encontraram os cavalos e voltaram para a ilha. Quando voltaram ao quarto de Cassandra, procuraram uma tesoura, mas não acharam, então decidiram usar uma adaga, mas não adiantou. O cabelo parecia ser indestrutível. Pascal estava na cama.

— Cass, já cortou? – perguntou Rapunzel sentada numa cadeira de costas para Cassandra.

— Não. Essa adaga está bem amolada, mas seu cabelo continua intacto. – disse Cassandra olhando para uma adaga em sua mão direita.

— Adaga?! – perguntou Rapunzel com os olhos arregalados.

— Já sei. – disse Cassandra enquanto corria para pegar uma arma no seu armário.

Cassandra pegou um machado.

Rapunzel levantou.

— Cass, está querendo me decapitar? – perguntou Rapunzel com uma mão no pescoço.

— O quê? Não. Eu só estou tentando não ser expulsa daqui. Agora, me dá esse cabelo. – disse Cassandra antes de pegar o cabelo de Rapunzel e amarrá-lo à cadeira. A princesa ficou de joelhos. Logo em seguida, Cassandra segurou a cadeira com o pé e disse:

— Aguenta firme, Raps.

Rapunzel e Pascal fecharam os olhos.

Cassandra acertou o cabelo da princesa com o machado, porém, também, não adiantou.

— Cass, cortou? – perguntou Rapunzel com um dos olhos abertos.

Nesse momento, Pascal abriu os olhos e respirou, aliviado.

— Não. Parece que o seu cabelo é indestrutível. Eu já esperava que um cabelo, que faz alguém voar, não seria cortado tão facilmente. Meu pai vai me matar. Os reis vão me matar. – disse Cassandra soltando o machado.

— Calma. Eu sei o que devo fazer. Vou voltar ao meu quarto sem que ninguém me veja e, amanhã, vou dar um jeito de esconder meus cabelos. Uma daquelas perucas deve servir. – disse Rapunzel enquanto sorria.

— Mas, Raps, você odeia aquelas perucas. Você acha mesmo que não vai levantar suspeitas se aparecer usando uma? – perguntou Cassandra com um olhar de preocupação.

— Basta eu inventar uma desculpa. – respondeu Rapunzel olhando para Cassandra.

— Tudo bem, então eu te dou cobertura. Afinal, fui eu quem te colocou nisso. – disse Cassandra fazendo gesto positivo com a cabeça.

— Não, eu quem toquei naquela pedra. Aliás, temos que voltar lá depois, tenho que saber o que são aquelas Rochas Negras e por que deixaram meu cabelo assim. – disse Rapunzel tocando nos cabelos.

Rapunzel levantou, colocou um capuz e disse:

— Vamos, Pascal.

Pascal subiu no ombro direito da princesa e os dois saíram do quarto.

Enquanto voltava para o seu quarto, Rapunzel viu Eugene na sala do trono. Ele estava ajudando os guardas na arrumação pós-festa. Rapunzel encostou na parede e ficou observando o namorado, ela ficou bem escondida, por isso, Eugene não a viu.

— Puxa, Pascal. Ele deve estar muito magoado. Eu amo ele, mas não me sinto pronta para casar. Estou com tanta coisa na cabeça e, ainda por cima, meus cabelos mágicos voltaram. – disse Rapunzel com um olhar triste.

O camaleão olhou para a princesa e para Eugene com uma expressão de tristeza, Pascal estava chateado com a situação.

— Bom, temos que ir antes que alguém me aborde. – disse Rapunzel.

Rapunzel e Pascal voltaram para o quarto da princesa. Eles não encontraram nenhum guarda no caminho, a maioria dos guardas que trabalham dentro do castelo estava ocupada com a arrumação na sala do trono. Ao chegar no quarto e fechar a porta, Rapunzel respirou fundo, deitou na cama e disse:

— Que dia. E amanhã ainda tem a coroação.

A princesa bocejou e acabou dormindo sem ao menos trocar de roupa.

Enquanto Rapunzel dormia, na zona residencial da ilha, alguém bateu à porta de uma casa.

— Um momento. – disse um homem, dentro da casa, enquanto se dirigia à porta.

Quando o homem abriu a porta, foi surpreendido com um soco no nariz. Ele caiu com o nariz sangrando.

— Querido, está tudo bem? – perguntou uma mulher em algum cômodo da casa.

— Posso entrar? – disse outra mulher, com um sorriso cruel, diante do homem caído.


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Notas finais do capítulo

Os cabelos loiros voltaram?! Como assim?! Eles não curam mais?!
Aliás, quem era a mulher que invadiu aquela casa? Muito suspeito...



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