Shingeki no Kyojin — A Grande Guerra Titã. escrita por Sevenhj777


Capítulo 54
Uma luz entre as sombras.




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Os soldados mais uma vez tomavam conta da cidade vizinha de Valle - até então ocupada pela aliança Becker - por um objetivo nobre: reforço. Os membros da família Erigon se destacavam pelas roupas ilustres e os olhares de todos eram direcionados à família: liderando-os, o velho desnaturado pai do finado Pietro vinha acompanhado de sua esposa, uma mulher loira e séria, provavelmente a verdadeira líder da família. Por último e não menos importante, Sigurd Erigon. O garoto estava crescido, com os cabelos loiros espetados e bem penteados e com olhos frios e castanhos, ainda grandes. Carregava consigo grande imponência, coisa que definitivamente não puxou do pai.

 

Sendo guiados para dentro do grande salão, finalmente foram recebidos com uma mesa farta e presenças que não podiam ser ignoradas. Haviam nobres e escravocratas para todos os cantos, pessoas que apoiavam e investiam naquela guerra afim de recuperar as terras e as fontes de investimento tomadas pelo rei e suas leis, consideradas abusivas e sem pé nem cabeça (quando na verdade remetiam apenas aos direitos humanos mais básicos).

 

O patriarca e matriarca dos Erigon foram rapidamente conversar com os líderes da família Manifield e Solastra, deixando Sigurd a sua própria sorte. Ellie surgiu de repente, despertando sua atenção com um sorriso fraco.

 

— Você cresceu. — disse a garota. É verdade, Sigurd estava praticamente do seu tamanho.

 

— Ah... sim. — O garoto respondeu, e logo deu as costas.

 

A verdade é que Sigurd não esqueceu de Pietro. Na verdade, ninguém esqueceu, mas não gostava daqueles olhares, lembravam da morte de seu irmão e, para Ellie, o seu próprio fracasso.

 

A garota ficou cabisbaixa imediatamente, até que Akira, trajado também com vestes sociais, tocou em seu ombro.

 

— Não se preocupe. Dê tempo ao garoto.

 

Ellie assentiu com a cabeça. Talvez Sigurd só precise de mais tempo, não deve ser fácil ter que lidar com o Titã Quadrúpede e a morte do irmão tão novo, e Ellie sabe muitíssimo bem de como é a sensação

 

— Onde está Lisa e Ysabel? — indagou, por fim, Akira à Oleg, que fazia parte da guarda do lado de fora.

 

— Bem... agora que você falou... — Pareceu pensativo por alguns instantes. — É, eu preciso chamá-las!

 

No quarto, trajada com um vestido exuberante, Lisa Manifield encarava o espelho com desprezo, deixando as lágrimas espalharem sua maquiagem por todo rosto. Se sentia fraca, impotente. Seu erro, um único momento de hesitação quando abriu o casulo do Titã Martelo de Guerra e viu um homem assustado, custou caro à todos. Garric se cristalizou por sua hesitação, e este erro continua martelando sua cabeça. Seus homens morreram por seu erro. Uma GUERRA começou por seu erro.

 

Lisa é uma pessoa boa, muito boa. Talvez esta bondade que a fez parar por um único instante. Seu egoísmo.

 

Em fúria, apanhou a tesoura com força e cortou sua volumosa trança finalmente, deixando os fios de cabelo alaranjados caírem sobre o chão.

 

Até que a porta se abriu.

 

— Eu-...

 

Lisa tentou esconder a tesoura e as lágrimas, temendo ser Oleg ou seu pai, mas não era, e sim Ysabel.

 

— Lisa, o que...? — A Gestova indagou, surpresa com aquela cena.

 

A ruiva não aguentou, caiu em lágrimas. Sua imponência era desmanchada na frente de uma das únicas pessoas que sabia que podia confiar, agora nos braços de Ysabel.

 

A Gestova entendia como ninguém os sentimentos da ruiva, mesmo sendo justamente o contrário dela. A acolheu compreensiva, com os olhos cabisbaixos. Lisa temia ser julgada por seus erros que se acumulavam há cada instante, inclusive o que acabara de cometer num surto que julgou infantil.

 

Mas Ysabel não a julgaria nunca. Entendia completamente a Manifield e por isso não criticou: tomou a tesoura de suas mãos e cortou o próprio cabelo, deixando os fios de tom escuro se misturaram aos ruivos-alaranjados da garota.

 

Lisa se surpreendeu e arregalou os olhos, mas Ysabel respondeu com um sorriso sincero e gentil.

 

— Você nunca errou. Eu vou estar sempre aqui.

 

Lisa não precisava de mais palavras dos que as diretas de sua companheira, elas bastavam para deixar um suspiro profundo de alívio sair dos seus lábios junto a um sorriso bobo.

 

Oleg adentrou o quarto vagarosamente, mas se surpreendeu com a vista. Sobre fios de cabelo laranjas e negros, Lisa e Ysabel, ambas com o cabelo cortado a mão de forma amadora, se beijavam.

 

O soldado ficou incrédulo no primeiro instante, mas deixou um sorriso de canto escapar e fechou a porta silenciosamente.

 

— Eu falei que elas se gostavam. — sussurrou o óbvio, mas é claro que elas ouviram. 


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