Shingeki no Kyojin — A Grande Guerra Titã. escrita por Sevenhj777


Capítulo 46
Reunião pré-guerra.




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No meio da floresta, um assentamento fazia-se presente: soldados viviam em cabanas improvisadas, assavam e comiam carnes preservadas com temperos e até mesmo algumas rações e comida enlatadas, isso quando não caçavam ali mesmo coelhos e cervos – que daria para pouquíssimas barrigas.

 

Afastados dos demais, uma cabana em específico reunia as maiores mentes de dois grandes pedaços do continente, juntos numa mesa de madeira circular enquanto comiam e bebiam. Ao centro, um mapa desgastado mas atualizado manualmente, já contando com atualizações breves como algumas cidades tomadas de Hizuru por Xing; a breve ascensão do império Slaviano – país outrora dado como extinto, que ressurgiu com o período de enriquecimento armamentista largado graças às nações individuais que ressurgiram em Eldia – e também, novamente, pequenas bolhas constituídas de pedaços de distritos onde há concentração de povo marleyano e outros estrangeiros em cidades da família Tybur.

 

— Precisamos cobrir a principal rota inimiga, usando os flancos dos soldados como principal zona de disparo. Se os pegarmos lateralmente, o dano poderá ser muito maior. — dizia um homem, era Azulon Becker, o patriarca da família e também pai do portador do Titã Bestial. Tinha uma barba longa, grisalha, e fios de cabelo penteados e na altura do queixo.

 

— Por outro lado, pode abrir brechas para o inimigo nos localizar com antecedência, não? — indagou desta vez um outro homem, um mais novo porém tomado por músculos e experiência. Um soldado marleyano, que agora assumia a frente de batalha pelos homens de Helos; Thomas. 

 

— Não podemos perder tempo, temos que ir o quanto antes até Valle. É muito provável que meu irmão esteja lá, e também nosso objetivo. Assumir uma frente defensiva não parece o mais vantajoso quando falamos nisso. — continuou Aldrich Tybur, pensativo. — O que acha, Emma?

 

— Helos deveria estar aqui, é isso que penso. — disse abruptamente a loira, olhando para a floresta úmida, onde pássaros cantam.

 

É verdade, Helos estava fora sem motivo algum. Ninguém sabia exatamente o porquê, mas hesitava tanto a se unir à eldianos que preferiu ficar ali, jogado, abandonado. É claro que existem razões para desconfiança, mas Helos alavancava para outro nível, e parecia esconder suas reais motivações até de Freydis, que esteve todo esse tempo ao seu lado.

 

— Estão vindo. — Dylan Becker, o Titã Bestial, disse subitamente. Estava barbado, mas mantinha volume só no cavanhaque; os fios de cabelo loiro escuro estavam um pouco maiores, preso levemente num coque.

 

Um soldado veio correndo num cavalo, visivelmente abatido, suado e ofegante. Saiu de seu equino e correu em direção ao acampamento, mais especificamente na barraca dos comandantes do exército.

 

— Meus senhores. — dizia ele, completamente ofegante, entre pausas longas — O exército inimigo marcha em alta velocidade, vindo do leste!

 

Todos ficaram surpresos imediatamente. Ao leste? É justamente a grande cidade de Valle, no distrito de Setúbal. É de onde cogitavam atacar, e onde visivelmente o exército inimigo viria, só não esperavam que tão cedo.

 

Não importa, vestiram suas armaduras, subiram nos cavalos e seguraram firmes em seus mosquetes, prontos para o que der e vier.

 

O sol já desaparecia no horizonte, e o dia caia no entardecer. Os cavalos da direita marchavam junto aos soldados, que em maioria carregavam mosquetes, espadas e até mesmo escudos, com três bandeiras erguidas: a da casa Becker, a da família Tybur e a da nação de Marley. Do outro, o exército vinha com as já esperadas bandeiras Gestova e Manifield, mas surpreendentemente com as da família Solastra, o que arrancou um suspiro de irritação por parte daqueles que iriam lutar contra.

 

O patriarca da família Becker, Azulon, assentiu com a cabeça, e montados nos cavalos, quatro pessoas deram passos à frente em direção ao centro daquele plano campo: Emma, Aldrich, Dylan e Thomas, fora o próprio Azulon.

 

Do outro lado, seis avançaram.

 

Por fim, todos os cérebros inimigos estavam ali, um de frente ao outro. Ysabel Gestova parecia firme como nunca, Lisa Manifield tentava a paz, Roy a compreensão acompanhado de Ellie, e por fim o patriarca da família Manifield, Michael e o curioso primo de Ysabel, jovem, de olhos ônix e cabelos castanhos com uma sede de vingança direcionada ao patriarca da família Becker.

 

As cadeiras eram cercadas tanto por soldados da aliança Becker-Tybur-Marley quanto da Solastra-Gestova-Manifield, que contava inclusive com Akira.

 

— Podemos resolver isso de uma forma pacífica, estou farto de sangue ser derramado sem necessidade. — disse Michael. O pai de Lisa era bem mais velho, mas ainda tinha certo vigor, usava óculos de grau e seus cabelos eram ruivos como da filha. — Reacender uma guerra já acabada é sem sentido.

 

— A guerra pode ter acabado para você, mas não para nós. — interrompeu o patriarca Becker. — Nós vimos nossos parentes sendo massacrados sem razão, é natural que queiramos vingança quando o culpado ainda vaga por esta terra.

 

— Meu tio, o culpado, já está morto. Eu mesmo o matei e devorei durante o ritual. — interrompeu Ysabel, firme. — O que procuram é uma razão para uma matança sem sentido, liderada por um velho que não consegue esconder suas mágoas.

 

Roy tocou o ombro de Ysabel, provocar não era uma boa ideia. Dylan parecia distante, mas as palavras de Ysabel atingiram seu âmago fortemente.

 

— Não importa o que façam, seus ancestrais fizeram isso, e quem paga é você. O sistema desse mundo gira assim, e vai continuar girando. — Dylan interrompeu, parecia em outro mundo. Ellie arregalou os olhos e ficou cabisbaixa de repente.

 

— Wiliam estava lá. Até você estava lá! — exclamou Azulon.

 

— Eu tinha dezesseis anos, seu velho estúpido. — Ysabel disse, novamente grossa e provocante. Dessa vez Lisa chamou sua atenção.

 

— O que minha companheira quer dizer é que esta guerra não tem um porquê, e estamos dispostas a negociar ouro e prata. — disse Lisa, sempre num timbre simpático.

 

— Não. — interrompeu Aldrich. — Estamos cansados de joguinhos, Manifield. Sabemos que está com meu irmão sob sua posse, e a família Tybur não recuará enquanto não nos entregarem.

 

— Não podemos fingir que nada aconteceu. Garric levantou-se contra Eldia, o que fizemos foi o que sua família não teve coragem para fazer. — disse Ellie. Aquele papo furado a irritava. — Vocês começaram uma guerra, e onde fomos parar?

 

— Fracamente, querem falar de guerra? — Agora era a vez de Emma, já com os dentes cerrados — Vocês subjugaram todas as nações durante milênios, e quando finalmente alguém toma coragem para mudar isso o chamam de traidor? Vocês começaram tudo isso, Garric foi quem tomou iniciativa para cessar, e agora o sequestram e originam uma nova guerra! Vocês são tão hipócritas...

 

— Nós não podemos devolvê-lo. — interrompeu Roy. — Diga o que quiser, somos os únicos que estão tentando manter a paz. Garric Tybur é um símbolo de destruição e descontrole, a última coisa que Eldia precisa é de mais desordem do que já está vindo do rei. — O velho Solastra era esperto, e reconhecia o perigo de um titã desse porte a família Tybur quando o rei já desistiu de interromper guerras; continuariam avançando e trazendo desordem ao povo de Eldia, com mais intensidade.

 

— Pois bem. — Thomas se levantou, determinado. Todos imediatamente fizeram o mesmo. — Quero que se lembrem de que vocês decidiram continuar com esta guerra!

 

— Vocês começaram isso no momento que levantaram as armas contra a família Gestova, seu merdinha. — O primo de Ysabel, Laxus, não desviava o olhar de seus inimigos. Era claro que estava sedento mais do que nunca por vingança após ver sua família sendo massacrado com razão ao erro de um familiar que nem chegou a conhecer. — Eu espero que morram.

 

Os soldados de ambos os lados levantaram suas armas uns para os outros, em resposta ao conflito armado entre os cabeças de cada exército.

 

— Eu darei a vocês uma resposta em dois dias. — disse Aldrich, mais racional que o restante de seu grupo.

 

Era claro, por mais que contassem com uma resposta diferente, ela não viria. A guerra estava declarada, e agora, só um poderia sair como vencedor. 


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