Shingeki no Kyojin — A Grande Guerra Titã. escrita por Sevenhj777


Capítulo 39
Blefe.




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No subsolo cristalizado, já fazia algum tempo desde que tudo estava pronto para a cerimônia, e acredite, o intervalo da luta de Wilhem, a morte de William e a derrota de Garric aconteceram tão rápido que poucos minutos se passaram, mas a rainha ainda sim estava impaciente pela demora de Karl para conclusão da cerimônia.

 

— A demora de Karl está começando a me incomodar. — afirmou a mãe de Ingrid, dando uma desculpa esfarrapada aos familiares que acompanhavam ao vivo a cerimônia – primos de segundo e terceiro grau, em maioria.

 

— Podemos começar sem ele, certo? — indagou Ingrid, ansiosa. Olhou para o fundo cavernoso do subsolo cristalizado: seu pai estava em algum lugar por lá, então por que não começar logo sem Karl?

 

— Insolente! Não podemos começar até que toda família real esteja presente. É uma cerimônia sagrada. — respondeu a mãe, inquieta. — Stella, pode averiguar a situação para nós?

 

Uma mulher acompanhava a família real, com uma espada na bainha. Usava o uniforme dos Ackerman, com um manto verde cobrindo seu corpo. Tinha cabelos negros para azulados, olhos verdes bem claros e uma franja na testa, sempre com a imponência típica de seu clã.

 

Ela acenou com a cabeça e foi embora.

 

Cada segundo vinha acompanhado de um estalar do relógio, sempre aumentando a tensão dentro daquele quarto. De um lado, Ysabel Gestova e toda sua imponência intelectual obrigava Karl Fritz II, do outro lado, a ficar quieto, em silêncio. Nenhum deles estava pensando em ceder, e por isso não desgrudavam os olhos um do outro.

 

De repente, a porta se abriu com um chute, fazendo os Ackerman's se assustarem e apanharem suas espadas, assim como Ysabel se preparar para a transformação titânica. Mas não precisaram agir para ofensiva, nenhum deles. Leopold estava ali, na porta, com um semblante assustador e nitidamente abalado; o rosto estava com respingos de sangue.

 

— Leopold, o que está fazendo aqui? — indagou sua irmã, surpresa. Karl não esboçou nenhuma reação.

 

— Nosso pai está morto. — Ysabel se levantou num tom neutro, como se duvidasse (mas ainda sim tinha motivos para levantar a guarda). — Eu mesmo o matei.

 

— Estou farta de piadas, Leopold. Não é o momento.

 

— Não é uma piada, William Gestova está morto. Você perdeu, irmã. Eu sou um traidor como todos esses homens. Como Wilhem. Como Akira.

 

Ysabel arregalou os olhos, em fúria. Se aquilo fosse verdade, então o plano estava fadado a fracassar desde o início. E seu pai, ele... não podia morrer.

 

— Está blefando. — ditou Gestova, mantendo o controle. Karl Fritz se divertia com a ocasião familiar, quieto e inerte. — A única parte em que acredito é na sua traição, Leopold. Alguém tão fraco como você precisa de aliados tão ruins quanto.

 

— Entendi.

 

De repente, Leopold tirou das costas um objeto grande, encapado por um pano. Jogou subitamente contra o chão, já aberto, e revelou um braço. O braço de seu próprio pai.

 

Ysabel foi tomada por fúria, seu corpo começou a brilhar e todos Ackerman's se prepararam para avançar, Karl se levantou e recuou atrás deles e Leopold entrou levemente em desespero, se aproximando e gritando:

 

— A rainha está comigo!

 

Não importa o quão forte você seja psicologica ou mentalmente, uma overdose de notícias afetará diretamente suas ações. E Leopold, por mais explosivo que seja, era um Gestova, e sabia muito bem como abusar do seu intelecto. Mentiu, blefou, mas jogou tantas notícias sobre a mesa que bastava uma delas se provar real para que todas as outras também se tornassem. Mas, Ysabel sabia muitíssimo bem que aquilo poderia ser mais uma camuflagem da verdade, mas era o braço de seu pai ali. O que fazer?

 

Os raios foram cessando aos poucos, e mesmo a fria Ysabel Gestova se sentou. Seu pai estava morto, era verdade. Seu coração doía, era verdade. Tinha o poder de estourar tudo e só Ymir sabia sua vontade de fazê-lo naquele momento, mas não podia. Se existisse um porcento da rainha estar no alcance da explosão, então danos irreversíveis cairiam sobre Eldia numa nova era das trevas.

 

— É o que eu imaginei. — Karl parecia mais egocêntrico do que nunca.

 

Ysabel estava derrotada, pois não podia fazer mais nada por Eldia senão rezar para todo o resto dito por seu irmão ser mentira. A maior desvantagem do Colossal estava ali: não podia fazer um simples assassinato, não podia simplesmente explodir o quarto e levar todos eles, não podia ser sútil ou maneirar seu alcance. Se usasse seu poder, todo prédio seria destruído, a rainha – caso estivesse realmente ali – também morreria, lordes e donos de terras, prefeitos e ministros, todos eles seriam mortos e Eldia estaria sensível a ataques inimigos. Quando se tem o mundo como inimigo, um passo em falso pode levar à destruição do continente.

 

Karl e Leopold saíram dali juntos, e Ysabel ficou presa ao quarto junto a um trio de Ackerman's. Foi, pela primeira vez, derrotada por seu irmão, que deu um sorriso provocante de vitória. Encarava o braço de seu pai, com um ódio que nunca sentira antes. Ia se vingar. Com certeza ia se vingar. 


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