Shingeki no Kyojin — A Grande Guerra Titã. escrita por Sevenhj777


Capítulo 26
Feridas.




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Dentro de uma humilde casa num dos distritos do enorme império de Eldia, uma mulher gritava.

 

— Por favor, não o levem!

 

Uma mãe em desespero pedia, com olhos cheios de lágrimas. Tentou puxar a alça do uniforme de um dos soldados, mas seu corajoso esposo a impediu, a consolando em seus braços.

 

Eram duas vítimas, não tinham culpa do que estava acontecendo, mas mesmo assim pagavam um preço amargo. O soldado adentrou um dos humildes quartos, e só saiu dali com um bebê, enrolado num tecido fino e chorando por sua mãe.

 

Era o herdeiro do poder do Titã Quadrúpede, repassado naturalmente a partir do momento que Pietro foi morto. Pobre coitado, era praticamente um recém-nascido, mal viu a luz do sol e seu destino já havia sido traçado.

 

O soldado saiu da residência, deixando os pais do garoto desamparados para trás. Ele caminhou calmamente até uma estranha carruagem – era extremamente luxuosa, e aquele lugar era imundo, uma região pobre. Deu a ordem e os cavalos começaram a cavalgar pelas ruas mal asfaltadas.

 

— Eu trouxe a criança, meu pai. — O soldado tirou o capuz do uniforme, revelando os fios negros de cabelo, a pele quase albina e os olhos profundamente azuis, num tom claro. Uma cicatriz tomava seu rosto, ia do queixo até o olho direito, cego. Apesar disso, era um rapaz jovem, não devia ter muito mais que vinte anos.

 

— Certo. — respondeu um homem grisalho. Era William Gestova, seu pai e superior. — Com isso os nove titãs estão juntos novamente, e o Quadrúpede voltará para a família Erigon. Só vamos sair logo daqui.

 

Os cavalos aceleraram pelas ruas, passando pelos cidadãos mais pobres daquela região quase abandonada de Eldia. Haviam asiáticos pedindo esmola nas ruas, árabes, e até mesmo os marleyanos, passando fome e tendo que viver entre os que tanto os oprimiram.

 

Entre eles, uma mulher encapuzada, que olhou ligeiramente para carroça e saiu andando, com pães e alfaces nos braços. Se penetrou pelos becos mais apertados, passou por mendigos e bebunços, até que chegou numa pequena casa abandonada.

 

Ao entrar, suspirou fundo, fechando a porta. Acendeu uma vela e tirou o capuz, deixando seus fios de cabelo escuros caírem até a altura dos ombros; a pele morena foi exposta e os olhos ônix também.

 

— Eu trouxe comida, Helos.

 

O herói marleyano estava no escuro, deitado na cama. Ainda incapacitado, a barba loira começava a crescer, mas as feridas ainda não estavam curadas. Estava sem camisa, expondo o abdômen tomado por cicatrizes e uma maior coberta por um tecido, amarrado como curativo (assim como seu ombro). Resmungava de dor, mas mantinha-se vivo com as forças que lhe sobraram.

 

— Você precisa comer. — repetiu a morena.

 

O loiro se ergueu vagarosamente, o que lhe custava muita força de vontade e física. Se apoiou na parede e manteve-se ali, assentado no colchão.

 

— Você deve ir. Eu fracassei com Marley, não sou mais um herói ou um líder. Você precisa-...

 

Ele foi interrompido por si próprio, tossindo sangue. A morena se aproximou, limpou sua boca com um pano e ignorou suas palavras.

 

— Eu não vou te deixar morrer. — disse a garota, limpando os restos de sangue que manchavam sua rasa barba em crescimento.

 

— Você não entende, Freydis. — Helos segurou a mão da mulher. — Se os marleyanos descobrirem que estou aqui, vão me linchar. Se Eldia descobrir, vão me executar. Eu não quero te envolver nisso tudo.

 

— Que seja. — Ela respondeu, determinada. — Suas palavras já me motivaram muito, Helos. Mas não vai ser dessa vez que vai me afastar.

 

O homem voltou a tossir sangue antes que pudesse contestá-la, e foi vagarosamente posto na cama. Com cuidado, Freydis descolou o curativo que se estendia do seu peito ao abdômen, mostrando o sangue seco e a ferida mal cicatrizada.

 

Ela não era médica, mas sabia muito bem da gravidade daquilo. Se não for atendido por um médico, Helos irá morrer em pouco tempo.

 

Muito distante dali, na grande cidade capital de Lago, o tratamento era muito diferente. O sol iluminava o quarto hospitalar muitíssimo bem cuidado, e Akira lá estava, deitado. Um curativo cobria um pouco abaixo do seu ombro, acima do peito.

 

— É daqui uma semana, não é? — indagou o Ackerman, tristonho.

 

— Sim. — respondeu Ellie, numa longa pausa dramática.

 

— Eu só quero sair daqui logo.

 

— Você vai. Já está se recuperando!

 

— Não como deveria.

 

— Francamente! — Ellie deu um tapa contra seu próprio rosto, quase perdeu a paciência. — Confie em mim, você vai estar andando antes da cerimônia. Tiraram todos os detritos da bala, e seu corpo Ackerman se cura muito mais rápido que um corpo normal!

 

Um silêncio se instaurou na sala, e Akira, atipicamente sério, olhou pela janela.

 

— Vão nomear o 145° governante de Eldia e nos darão medalha por termos destruído Marley, mas isso não passa de um blefe. — afirmou, fazendo Ellie arregalar os olhos – Helos está vivo.

 

— E daí? — Indagou a garota, já impaciente com o Azumabito se culpando há todo instante. — Sem um exercito e um teto, Helos é só um homem como qualquer outro!

 

Mais um silêncio.

 

— Eu não tenho certeza disso.

 

Akira como qualquer um não subestimava a grandeza do herói marleyano, e temia que seu fracasso levasse Eldia para ruína. 


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