Shingeki no Kyojin — A Grande Guerra Titã. escrita por Sevenhj777


Capítulo 18
Tatakae.




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A luz solar invadiu o quarto pela janela, iluminando a cama da garota. Incomodada com a luz, não demorou muito para Ellie abrir vagarosamente os olhos.

 

Suspirou fundo, espreguiçou-se com os braços e olhou para fora: parecia mais um dia comum, mas definitivamente não era, não para Ellie.

 

— Então é hoje... — disse, pensativa, para mim mesma

 

Era um dia histórico, o dia que o rei Fritz classificou como "o fim da resistência", o dia em que o destino de Eldia seria decidido. O peso do Titã de Ataque pesava em meus ombros, e por isso eu me sinto... distante.

 

A verdade é que independente de ser uma Shifter ou não, eu sou fraca. E eu, como qualquer outra pessoa do mundo, sinto medo.

 

Eu não sou digna, e este poder nunca foi meu. Eu sou um tapa-buraco.

 

Me lembro daquele dia como se fosse ontem... meu irmão havia herdado o Titã de Ataque do meu avô, e ele parecia tão animado com isso...

 

Eu nunca fui assim. Fui treinada para ser uma moça educada e sofisticada, meus ensinamentos eram normas de etiquetas. Enquanto eu aprendia para que cada colher servia, meu irmão sofria desde cedo, disputando com meus primos quem iria herdar o poder do titã.

 

Era o sonho dos garotos herdar o poder do vovô, mas ninguém nunca perguntou se era o meu também.

 

Meu irmão amava nosso país, e por isso era o sonho dele lutar junto às outras famílias por Eldia, mas tudo mudou naquele dia...

 

Na invasão de Thalber, onde atuei mais tarde na retomada, meu irmão lutou junto a meus tios e primos para lidar contra o exército de Helos, mas eles fracassaram. Todos eles morreram, mas meu irmão sobreviveu. Ele lutou até o fim, fez o que pôde, nocauteou todos a seu alcance e chegou rastejando até nós.

 

Eu chorei de felicidade, o abracei e o tive em meus braços. Eu estava tão feliz de tê-lo vivo... mas ele não estava. Ele tinha os olhos arregalados, não conseguia dormir a noite e não me disse uma palavra desde que chegou.

 

"É temporário", eu pensava. Mas não era. "É porque viu nossos primos e tios sendo mortos", eu pensava. Mas não era.

 

Ele não tinha traumas por vê-los morrer, mas por ter estudado a vida toda para conquistar aquele poder, e fracassar na sua primeira oportunidade de mostrar para o que veio. Ele tinha traumas... porque sabia que seu único fracasso resultaria em sua morte.

 

Meus primos morreram junto aos meus tios, e no final, só restou um dos bebês da família e meus pais, velhos demais para assumir o fardo. Então só restou a mim...

 

Eu ainda sinto o gosto de sangue na minha boca.

 

Quando fecho os olhos, ainda posso ver meu irmão, com os olhos arregalados e um rosto assustado, sem dizer nada.

 

Meu pai não parece sentir orgulho de mim, não quanto sentia de meu irmão. Ele não consegue olhar nos meus olhos, e desde que herdei o Titã de Ataque, tem sido grosso e frio comigo. Quando me despedi para ficar em Lago, desde a retomada de Thalber até aqui, ele não expressou absolutamente nada por mim.

 

Talvez ele veja meu irmão em mim. Talvez tenha medo de se decepcionar novamente. Talvez ele apenas me encare como uma impostora.

 

Mas no meio da calamidade, um homem aparece regularmente nos meus sonhos.

 

— Lute. — ele diz — LUTE.

 

Eu não entendia o que aquilo queria dizer, e nem quem era aquele homem. Certo dia pude vê-lo fora daquele deserto dentro do meu subconsciente, correndo pelos campos da cidade. Corri atrás dele, até que chegamos num riacho e ele desapareceu.

 

Era uma sensação tão nostálgica que esqueci completamente o que estava fazendo, me sentei, encarei a água e deixei meus sentimentos vazarem. Todas lágrimas que segurei por toda minha vida saíram naquele dia.

 

— Com licença... — Ouvi uma voz ao fundo naquele instante.

 

Era Akira.

 

Olhando para trás, vejo que Akira e eu nos conhecemos há pouco tempo, mas ainda sim sinto que ele foi o mais próximo de família que eu tive nesse último ano.

 

Eu sou grata a ele, e hoje, vejo que aquele homem dos meus sonhos pode ser um verdadeiro anjo da guarda. Ele me guia, mas eu não sei exatamente para o que.

 

Mas eu preciso continuar avançando.


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