Harumi saiu da base e foi caminhando para uma floresta próxima, parou de frente a uma árvore e encostou suas costas no tronco da mesma e deixou as lágrimas escorrerem em seu rosto. Não conhecia este lado tão vingativo de Hanzo. “Como ele é vingativo e gosta de machucar”, pensava.

— Harumi! Onde você está? – gritava Takeda que estava acompanhado de Johnny Cage.

— Me deixe sozinha, por favor! – disse Harumi

— Ah! Aí está você. Já estávamos preocupados. – disse Johnny Cage.

— Vamos voltar – disse Takeda puxando o braço dela.

— Quero ir pra casa – disse Harumi puxando o braço de volta.

Takeda e Johnny Cage se entreolharam

— Olha, Harumi – falou Takeda – nós lamentamos muito pelo que está passando, mas você vai ficar a vida toda fugindo do Hanzo?

— Harumi – disse Johnny Cage – você é uma moça bonita e o Hanzo já está com outra. Procure alguém que lhe faça feliz.

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O clima estava um pouco pesado na sala de reunião. O pessoal não tinha aceitado bem o noivado de Hanzo e Tanya.  O mestre Hasashi viu que Harumi ficou muito mal com toda aquela situação, mas o orgulho não deixava demonstrar o sofrimento que pesava em si. Percebendo a reprovação da equipe disse:

— Todas essas caras é pelo que a Harumi fez?

— Se eu soubesse que era pra falar sobre isso eu nem tinha chamado todo mundo. – disse Sonya.

— Vocês não dão chance para as pessoas mudarem. - disse Hanzo revoltado – Tanya mudou e está disposta a mostrar ser uma pessoa de confiança.

— Falou o Sr. Paz e Amor, né ? – disse Kung Jin– matou o Bi-han e o Quan chi, tudo pra vingar a morte da sua família e do seu clã. Aí quando a esposa e o filho revivem, simplesmente os desprezam.

Hanzo se enfureceu e quase partiu para cima de Jin, mas Sonya impediu.

— Chega! Eu não vou admitir isso aqui mais.

— Sonya – chamou Tanya – eu quero mostrar a minha lealdade ao Plano Terreno. Sei que errei muito no passado... Mas eu mudei e quero consertar as coisas.

— Você vai ter que ralar muito pra conseguir nossa confiança, não pense que será fácil. – falou Jacqui que saiu do recinto.

Todos os demais começaram a se retirar aos poucos. Kenshi aproximou-se de Hanzo

— Você, não tem noção como Harumi está machucada. Você já sabe o resultado de suas vinganças.

— Harumi que começou tudo isso, ela escolheu esse caminho. – disse Hanzo irredutível.

— Então não reclame das consequências. – disse Kenshi se retirando.

Ficaram apenas Hanzo e Tanya na sala de reuniões.

— Pelo visto, eu não mereço perdão – disse Tanya encostando-se à mesa.

— Não fale assim – disse Hanzo pousando a mão no ombro da edeniana – eu te dei uma segunda chance, eu abri pra você minha casa, meu coração...

Tanya virou timidamente para Hanzo, ela deixou que brotassem algumas lagrimas, estas foram limpas por Hanzo.

— Por favor, não chore! – Hanzo a abraçou – eu não vou deixar você.

Eles se separaram do abraço, Hanzo olhou profundamente nos olhos de Tanya, segurou levemente o rosto dela e encostou, bem devagar, os seus lábios nos dela. Os dois estavam envolvidos em um beijo lento e Rain assistia toda aquela cena atrás de uma porta. Apesar de todas as circunstâncias, Rain se sentia atraído por Tanya desde a época em que eles eram aliados a Mileena durante a guerra civil da Exoterra. Mesmo sabendo que Tanya tem fama de traidora e estava com outro a desejava em segredo. Faria qualquer coisa para tê-la ao seu lado, até mesmo trair o Plano Terreno.

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Harumi estava brincando com Satoshi no jardim, conversava com ele e o estimulava o seu desenvolvimento motor. Mas não parava de pensar no que havia visto naquela manhã, ainda não acreditava em tudo aquilo em que estava vivendo, tentava esquecer tudo aquilo se distraindo com os balbucios e brincadeiras de seu filho. Sentiu que alguém lhe observava, virou para trás e viu Sub zero encostado em uma pilastra.

— Faz tempo que você está aí? – perguntou Harumi.

— Há uns cinco minutos – respondeu Sub zero se aproximando

Ele se sentou ao lado da jovem e começou a observar o bebê que brincava com ela. Os dois ficaram um pouco em silêncio, Harumi começou a observar o grão-mestre e pensar “Um homem tão belo, mas tão solitário. Como é possível?”. Sentiu vontade de acaricia-lo, mas teve receio do que ele ia pensar, seria atração, amor ou vontade de pagar na mesma moeda a Hanzo. Harumi só tinha certeza de algo, estava atraída por Kuai Liang. Ao trocarem olhares Harumi disfarçou e começou a olhar para Satoshi brincando.

Sub zero, desde a primeira vez que viu a Harumi, sentiu uma atração muito forte por ela. Mas como não queria arranjar confusão com Hanzo guardou aquele sentimento para si. Há muito tempo não sentia o que é realmente estar apaixonado. Agora vendo toda aquela situação, via como que um caminho aberto para poder demonstrar seus sentimentos, mas o medo de ser rejeitado também o acompanhava.

Harumi observava o jeito que Kuai brincava com o seu filho e se sentia feliz em estar ali, até que ela deixou sair uma pergunta:

— Por que ainda não se casou?

Sub zero olhou-a espantado com tal dúvida.

— Por favor, não me bata, só foi uma pergunta. – disse Harumi envergonhada.

— Jamais eu iria te ferir, Harumi.

Harumi olhou-o de volta com um sorriso

— Eu sei.

— Seu sorriso... – disse Kuai Liang – é encantador!

Harumi corou de vergonha novamente e baixou a cabeça. Kuai pegou no rosto da jovem levantando sua cabeça e disse:

— Como Hanzo pode deixar um diamante tão precioso se perder assim?

Harumi sentiu seu corpo estremecer por inteiro, não estava acreditando no que estava acontecendo.  Um misto de sensações passava pelo seu corpo e não conseguia dizer mais nada. Tinha medo de se entregar àquele sentimento que invadira o seu coração.