Águas Passadas escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 24
capítulo vinte e quatro




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Todos ficaram calados ao ouvirem a pergunta do grão-mestre. Este se virou para os três que estavam com a cryomancer e disse:

— Leve Frost para o seu antigo quarto e peça que duas criadas preparem os medicamentos para baixar a febre.

Em seguida o grão-mestre se virou para Sonya e perguntou:

— Agora você vai me explicar que acordo é esse.

Kenshi aproximou-se do grão mestre e disse:

— Kitana pediu que não te falasse por enquanto.

— O que Kitana tem a ver com isso? Vocês estão me deixando confuso.

Sonya interveio:

— Quando Kitana fora sequestrada Frost pediu que ela se afastasse de você em troca do exercito de Mileena não atacar o Plano Terreno. Já que Frost voltou, ela não está mais com eles e a qualquer momento pode haver uma invasão.

Kuai baixou a cabeça, começou a olhar para céu, passou a mão no cabelo e ficou pensativo. Kenshi aproximou-se dele e o grão-mestre perguntou:

— Por que Kitana ocultou de mim isso? Ela poderia ter me contado e...

— Ela foi sensata. Não queria que você matasse ninguém indo atrás do exercito de Mileena na Exoterra. Kitana fez isso para te proteger.

— Mas Frost ia ter o castigo que merece...

— Ela já está pagando pelos seus erros cometidos.

A manhã chegou rápido, Frost estava ainda dormia quando a doutora Bonnie entrou no quarto para medir sua temperatura e examinar os batimentos cardíacos e a frequência respiratória. Aproveitou que a cryomancer estava dormindo para abrir o teste e saber qual moléstia ela tinha, ao abrir ficou boquiaberta, no final da folha estava escrito: Tipo de malária desconhecida. Os níveis de plasmódio no sangue de Frost estavam altíssimos e a doutora ficou pensativa procurando uma solução mentalmente. A cryomancer mexeu a mão direita e a levou a cabeça, Bonnie levou um leve susto com a reação de Frost, esta perguntou:

— Quem é você?

— Muito prazer, sou a doutora Bonnie, vou cuidar de você enquanto você estiver enferma.

— Sub zero te chamou para cuidar de mim?

— Foi a general que me solicitou. Ela me disse que você estava muito mal e precisava de alguns exames, mas os resultados já estão aqui.

— Vocês colheram meu sangue enquanto eu dormia, não é mesmo?

— Você sentiu alguma dor?

— Não, dormi como uma pedra.

Frost notou que a feição da médica estava pesarosa e disse:

— Sei que estou com malária, mas hoje já tem tratamento para essa doença. Eu vou sarar logo, certo?

Bonnie a fitou com um olhar nada agradável. A paciente perguntou:

— O que foi?

— É necessário que você guarde leito, antes que o seu quadro se agrave mais... É só isso que posso dizer.

Em seguida, Bonnie saiu do quarto e fechou a porta devagar deixando Frost sozinha no cômodo. Esta se levantou da cama e foi em direção a sua mala, abriu-a e começou a procurar pelo seu diário, ela logo o encontrou – um caderno de capa dura brochura com alguns escritos chineses em letras douradas na capa. Deixou a mala aberta e sentou-se na cama com o diário na mão, pegou uma caneta e começou a escrever nele.

Enquanto isso Bonnie caminhava pelos corredores do palácio a procura do grão-mestre, logo o encontrou, ele perguntou:

— Ela já está melhor?

A doutora olhou de um lado e do outro para ver se não tinha ninguém à espreita, apenas alguns ninjas fazendo uma ronda matinal. Bonnie abriu o envelope e entregou o resultado dos exames, ela disse:

— Frost não está nada bem.

— Bem... Eu não entendo esses exames – disse Kuai devolvendo a folha para a doutora – me explique melhor.

— É bem provável que neste período em que ela estava na Exoterra ela contraiu malária.

— Até no meio do século XX mais ou menos essa doença não tinha cura, mas agora já tem tratamento, estou certo?

— Como eu disse grão-mestre, ela contraiu a malária na Exoterra. Esse tipo de malária é diferente da espécie do Plano Terreno, é muito mais agressiva e...

— E o que?

— A doença já está muito avançada e Frost tem pouco tempo de vida.

Sub zero ficou sem chão, por mais que Frost fosse uma pessoa de má índole não imaginaria e nem desejava que ela terminasse sua vida assim, com uma enfermidade tão grave. Ele se sentia confuso e começou a se perguntar se em algum momento ele havia desejado isso a ela, apesar da vez que ele quase a matou na frente de todos aquilo foi num momento de fúria, agora que estava em sã consciência lhe veio um arrependimento em seu coração. Kuai perguntou:

— Você já falou a ela da gravidade da doença?

— Ela já sabe que tem malária, mas acho que ela não tem noção da gravidade.

Um dos ninjas veio em direção ao grão-mestre, antes pediu licença à médica e disse:

— Kitana já foi avisada da quebra do acordo e em breve estará aqui.

— Sou grato por esse favor.

O ninja fez uma reverência e se retirou da presença dos dois. A médica foi caminhando pelo corredor se afastando de Kuai, este foi em sua direção chamou-a e perguntou:

— Você quer que eu fale a verdade a Frost?

Nisso Johnny estava se aproximando e percebendo que estavam falando de Frost perguntou:

— Que verdade? Primeiramente bom dia aos dois.

A médica deu um sorriso e disse a Sub zero:

— Acho que encontramos quem fará isso por nós.

Os dois se viraram para Cage que perguntou atônito:

— Que raios vocês querem que eu faça?

Sub zero contou a ele o verdadeiro estado de saúde de Frost e pediu para que fosse ao quarto dela e contasse. Cage disse:

— Caramba! Não é uma missão muito fácil anunciar uma sentença de morte... Como eu vou fazer isso?

Sub zero replicou:

— Você é um cara criativo, vai saber falar as palavras certas.

Johnny deu um suspiro profundo olhou para eles e disse:

— Vocês venceram. Onde é o quarto dela?

— O terceiro à esquerda – disse Sub zero fazendo sinal com a mão.

O ator foi em direção ao quarto da cryomancer enquanto isso ouvia a voz de Bonnie:

— Boa sorte!

Johnny se virou para trás e acenou. Chegando a frente do quarto olhou para a porta e disse:

— Eu vou conseguir.

Deu duas batidas na porta. No quarto, Frost olhou para a porta, ainda estava com o caderno e a caneta nas mãos, continuou a escrever e disse:

— Pode entrar

Johnny entrou e a viu escrevendo em no diário, fechou a porta e se aproximou dela, a vendo escrever disse:

— Letra bonita.

Frost colocou um marca páginas dentro do diário e o fechou, guardou a caneta e o caderno na mala e a fechou enquanto dizia:

— Agradeço o elogio, senhor Cage. E a que devo a honra dessa visita?

Frost se levantou, virou para o ator e deu um sorriso. Cage respondeu:

— Vim conversar com você.

— Sobre?

— Sua enfermidade.

Ela sentou-se na cama dando um suspiro, apontou uma poltrona próxima a sua cama e pediu que ele se sentasse e ele o fez. A cryomancer perguntou:

— O que você tem a me dizer sobre a malária que eu contrai?

— Você tem noção da gravidade?

— Sei que é uma doença muito perigosa, mas essa doença já tem cura, acredito que melhorarei rápido.

Johnny mordeu o lábio inferior e olhou para o chão com um ar preocupado, Frost o olhou firme e perguntou:

— Há algo que eu não sei?

Ele olhou diretamente nos olhos da cryomancer e disse:

— A malária que você contraiu é diferente de todos os tipos conhecidos.

— Como assim?

— Essa doença é da Exoterra e o tratamento é totalmente diferente do daqui, ela é muito mais forte. E no seu caso já está muito avançado e...

— Não há reversão?

— Infelizmente não... Resta-lhe pouco tempo de vida.

Frost sentiu um calafrio e um medo tomou conta de si, seus olhos se encheram de lágrimas. Ela se levantou e foi em direção à janela sem dizer uma palavra. Johnny estava se sentindo desconfortável e não sabia onde prender o olhar pensou em sair do quarto, mas achou tolice em deixa-la só com aquela revelação tão cruel. Foi se aproximando da cryomancer pé ante pé e disse:

— Eu... Sinto muito... Não sabe quão duro foi ter que te dar essa notícia.

Frost se virou para Johnny e falou com lágrimas nos olhos:

— Não tenha dó de mim, já estou cumprindo a sentença que me foi dada. Fui condenada a morte e o que me resta agora é aceitar. Está acontecendo o que vocês mais desejavam

— Eu nunca desejei a morte para ti, eu só queria que você aprendesse uma lição. Fiquei aflito naquele dia em que Sub zero te pegou pelo pescoço e quase cravou uma espada de gelo em seu dorso. Por mais incrível que pareça não desejo sua morte.

Frost olhou para o lado e pegou um porta-retrato que tinha uma foto dela segurando uma rosa e vestindo um vestido azul ciano, ela tinha por volta dos seus treze anos. Deu um sorriso, voltou o olhar para Johnny e disse:

— Sou apenas uma garota insegura que não aprendeu a viver.

Ouviu-se na parte exterior do palácio um ruído como rajada de tiros e gritos como de guerra, Frost e Johnny foram para a janela e avistaram um exército tarkataneo invadindo as propriedades Lin kuei. Alguns ninjas, Lin kuei e Shirai Ryu duelavam contra os tarkatas e soldados da F.E. alvejavam com armas de todos os portes o exercito inimigo. Sonya abriu a porta de ímpeto e chamou Cage, este de prontidão foi Frost queria ir também, mas Sonya a impediu:

— Você deve ficar aqui. É perigoso demais.

— Mas eu ficarei do lado de vocês.

— É melhor você ficar.

Sonya fechou a porta e Frost ouviu um barulho na fechadura, a general a trancou. A cryomancer foi à janela que estava fechada apenas com o vidro e assistia a guerra do parapeito. Um temor sentiu ao ver Harumi com Satoshi no colo e tentando esquivar-se dos tiros e fugir de Mileena que estava em seu encalço.


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