O Desconhecido da Mansão Valentine escrita por Morello, Ytsay


Capítulo 2
Silhuetas. Pessoas no jardim.


Notas iniciais do capítulo

Ola, novamente! Eu perco a noção do tempo, mas aqui estamos com mais um capitulo! Eu estou criando o Prince de uma forma tão malvada, não? Olha só. Mas estejam comigo se esse menino se revoltar, vou precisar de ajuda.kkkk
Boa leitura!



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O inverno estava perto de começar e nessa época a mansão começava a ficar mais fria que o normal, porém Prince não se importava com a temperatura e até gostava do ar gélido se estivesse bem agasalhado.

Um dia, ele estava andando pelos corredores do terceiro andar com um carrinho de ferro na mão, fazendo manobras rápidas e perigosas nos móveis, peças de arte e paredes quando ouviu risos no jardim dos fundos, no lado oeste da mansão e bem próximo de onde estava. Surpreso e curioso, ele correu para um corredor com a lateral cheia de janelas e conseguiu vê-los. Ficou chocado de encontrar duas crianças de carne e ossos brincando no gramado da mansão. As duas eram completamente desconhecidas para ele e estavam vestidas de branco, com uma emprega de olho e controlando o divertido jogo de pega-pega. Por vários minutos Prince encarou-os sem reação e imóvel, admirado que em sua casa realmente houvesse mais crianças da idade dele, mesmo que elas fossem apenas visitas, já era uma grande novidade.

Subitamente, ele se empolgou com a felicidade delas, sorriu sozinho e decidiu correr para encontrá-las, correu de acordo com sua vontade de fazer amigos e se divertir. Mas, antes que achasse as escadarias, a babá surgiu do nada e o segurou com força de repente.

― Hei! Aonde o senhor vai com tanta pressa? ― e ela riu de leve, surpreendida com aquela animação incomum.

― Tem outras crianças na mansão, Olga! Quero ir brincar com eles! Deixe-me ir! Agora! ― Prince disse urgente e esperou, encarando-a fixamente enquanto não era solto.

Por um momento, a mulher ficou confusa com aquela história até que também ouviu as risadas divertidas vinda do jardim. Então seu rosto demonstrou muito pesar e arrastou o menino até uma das janelas, de onde ainda podiam observar as duas crianças desconhecidas correndo ao sol.

― Eles?

― Sim! Solte-me logo!

― Você não pode brincar com aquelas crianças, Prince ― disse ela firme e clara, encarando-o séria. Logo recebeu o olhar mais confuso possível do garotinho de seis anos que sempre reclamava para ela da solidão na mansão. ― Eles estão envolvidos com negócios de seu pai e o senhor Valentine não quer que você se junte a eles. Nunca. Jamais. Entendeu? Os dois estão aqui pela sua irmã e não são crianças como você. Prince, será melhor para todo mundo, inclusive elas, se você as ignorar.

Ainda confuso e perturbado, sem saber como estariam envolvidos com seu pai e porque até para aqueles desconhecidos Qüeen era mais importante, o garoto franziu o rosto e grunhiu sufocado, tentando se soltar das mãos da babá, mas sem conseguir. Então gritou com rancor:

― POR QUE PARA ELA?! SEMPRE ELA! ― e o carrinho voou pelo corredor, por pouco não atingindo o rosto da mulher. Em seguida, Prince começou a chorar intensamente, incapaz de aceitar aquilo, e foi finalmente solto por pena.

Ele só queria se divertir daquele jeito, brincar e poder compartilhar todas as coisas que tinha com alguém da idade dele. Indignado, Prince teve uma simples ideia e subitamente correu. Fugindo a toda velocidade, achou as escadas ainda ouvindo as ordens da babá para ele parar, chegou ao térreo quase sem fôlego e finalmente estava na ala oeste, mas ao sair no jardim já não havia mais ninguém no gramado. Exatamente como fantasmas aquelas crianças haviam desaparecido durante o tempo que levou para descer do terceiro andar. Então seu rosto, que havia secado um pouco durante a corrida, voltou a se molhar com as lagrimas sem controle. Uma dor interna surgiu imediatamente quando sua esperança de conhecê-los se desfez. Ele não conseguia entender porque estavam fazendo aquilo com ele, mas a situação toda o deixou profundamente triste e bravo.

Por longos dois meses a missão pessoal e determinada de Prince Valentine era encontrá-los novamente, entretanto todos os seus esforços não tiveram resultado e até as vozes noturnas e distantes pararam completamente de ecoar na mansão, porém ele não conseguia esquecê-los.

Com o passar de mais tempo, sua caça desesperada por outras crianças na mansão perturbou muito a babá, pois claramente Prince estava ficando rebelde e emocionalmente instável; tratando mal todos que tentavam distraí-lo quando alguma suspeita de riso de crianças ou que estivessem tentando esconder algo surgisse de repente em sua cabeça. Por essa razão o senhor Valentine foi informado da situação e decidiu que o menino iniciaria seus estudos em um colégio interno longe da mansão, dessa forma esperava que Prince não reclamasse mais de não conhecer outras crianças e os empregados tivessem paz.

A novidade causou uma transformação brusca no jovem Valentine e definitivamente o distraiu. Ele ficou empolgado por dias antes da grande mudança de vida que teria. Com a ajuda da babá preparou tudo o que precisava levar e estudou o que achou na biblioteca sobre como seria a escola, alimentando suas expectativas até que se esquecesse completamente da assombração das crianças.

No ultimo dia antes de viajar para o colégio, quando menos esperava, Prince ouviu as crianças rindo no pequeno jardim de flores abaixo das janelas de seu quarto. Seu coração acelerou quando se lembrou da sua busca por elas, mas caminhou calmamente até a vidraça, ficando satisfeito em observá-los, sem reação de ir atrás deles, afinal, tinha aprendido que desapareceriam assim que começasse a correr pela mansão atrás de uma saída para alcançá-los e em breve teria muitos mais amigos.

Mesmo que o sol atingisse seu rosto através do vidro da janela, ele continuou encarando as duas crianças por um longo tempo. A adorável menina era magra, de pele castanha, cabelos lisos, olhos puxados e vestia um vestido branco com algumas rendas, ela ria meio desanimada enquanto estava sentada no banco escorada em uma empregada que Prince nunca tinha visto antes. Enquanto isso, a outra criança era um menino de cabelos muito curtos e loiros, que corria para colher as flores que ela apontava de longe e voltava até as duas, dando-lhe uma flor de cada vez com um sorriso e rindo junto quando a menina reagia por de alguma forma acertar. Era um tipo de brincadeira que os deixava felizes, apesar da menina parecer sem força e provavelmente adoecida.

Prince abriu um sorriso involuntário quando viu o menino escorregar no meio do jardim e se levantar ainda animado e se divertindo, apesar de sujar as roupas brancas. Ao contrario da garota, aquele menino estava corado e seus cabelos dourados brilhavam sob o sol, sua energia era diferente e chamava o olhar do jovem Valentine com cada pequeno gesto, principalmente porque o loiro parecia não se preocupar com nada e só querer dar atenção a amiga. Prince assistiu as crianças através do vidro por tanto tempo que se esqueceu de sua própria vida no quarto, imaginando como seria ser amigo dele, rir, se divertir e explorar todo o infinito terreno da mansão juntos.

De repente, o garoto loiro correu para o meio dos arbustos floridos perto da parede, se enfiou entre os ramos para alcançar uma azaléia, mas, ao invés de pegá-la, agachou-se subitamente, quase sumindo entre as folhas, e quando voltou ergueu a mão no alto todo empolgado. Entre seus dedos havia um pequeno carrinho de polícia, que estalou uma memória de Prince e ele encostou a mão no vidro, lembrando-se que aquele seu brinquedo havia sumido há várias semanas!

Seu movimento chamou atenção do menino de branco, que ficou olhando para cima e analisando se o garoto o encarando de volta da janela do terceiro andar da mansão era real ou não. Contudo, logo ele simplesmente ignorou-o e voltou para a menina e a mulher mostrando seu achado de forma muito feliz. Logo a empregada ficou preocupada e olhou diretamente para a janela do quarto de Prince, onde o pequeno Valentine estava acomodado e os assistindo calmamente. Contendo sua surpresa por estar sendo observada, a mulher levantou-se e levou a menina para dentro da mansão, chamando o garoto distraído com o brinquedo. Todos desapareceram novamente pela ultima vez.


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Notas finais do capítulo

Hey! Voce leu tudo?!
Aaa! Obrigado pelo interesse! De verdade.
Então, esse capítulo foi mais curto e só mostrou mais uma parte dos momentos de infância dele, antes de ser libertado de uma vida triste. Tem coisas para pensar e decidir. Isso é o que voce que lê deve saber por enquanto.
Acredite em mim! Continue acompanhando que a historia vai crescer logo para os momentos que quero realmente contar e a resposta dos fantasmas vai chegar... em algum momento. hehe.
Deixe um comentário! Poder ser coisa simples, sem problema nenhum! Vai me deixar feliz.
Até o próximo!



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