Forever escrita por mjrooxy
Mas, como o amor era bondoso e não media esforços, decidi fazer uma última tentativa. Eu estava há tempos tricotando um cachecol vermelho para Naruto, pois lembrava bem que o dele foi completamente destruído, quando me defendeu na infância faqueles garotos idiotas que caçoavam de mim. Inclusive, o que restou do cachecol eu guardei à sete chaves, como lembrança daquele dia que tanto me marcou.
Nunca soube se teria coragem para entregar o cachecol que eu refiz com o que restou do anterior, no entanto, chegara a hora. Finalmente entregaria o cachecol, como um presente de despedida. Para enterrar meu amor por ele de uma vez por todas!
Assim sendo, segui caminhando novamente pela vila, disposta a encontrar Naruto por aí. Talvez comendo no Ichiraku ou até mesmo com Sakura. Já que eles eram unha e carne, viviam grudados.
Portanto, respirei fundo e fui, torcendo para conseguir realizar ao menos isso. Eu não poderia ser tão covarde a ponto de não ter coragem sequer de entregar meu presente, ou poderia?
Balancei a cabeça e segui em frente. Segurando meu presente apertado rente ao peito. Quando cheguei próximo ao Ichiraku, encontrei Sakura, Ino, Shikamaru, Choji e Naruto comendo e conversando animadamente. Senti meu peito queimar diante da cena, eles estavam tão felizes, só eu continuava com a mesma melancolia na alma, que a cada dia me consumia mais e mais.
— Hinata? - ouvi a voz de Sakura e voltei para a realidade.
— Ah, boa noite, Sakura-chan. - saudei-a em seguida.
— Hinata, tudo bem? - era Naruto.
— Tudo sim. - menti outra vez.
— Oi, Hinata! - exclamou Ino. - Senta com a gente. - pediu animada.
— Vem. - reforçou Sakura. - Fica aqui ao lado do Naruto.
Corei só pela simples menção ao nome dele e fui indo em sua direção.
— Isso, fica aqui do meu lado. - pediu dando lugar a mim e pulando para o outro banco.
Sorri de orelha a orelha ao ouvi-lo e, novamente, meu peito e minha chama interna foram reaquecidos com aquele gesto.
Como tudo que era bom durava pouco, entretanto, outra vez algumas garotas o viram, quando saiu para me dar lugar e correram para agarrá-lo.
— Naruto-senpai... - se derreteram na frente dele, como um sorvete embaixo do sol quente.
Senti meu sangue ferver.
— Oi, meninas. - sua voz rouca reverberou e eu quis morrer ali mesmo. - Obrigado pelos presentes, podem comer, hoje é por minha conta! - anunciou solicito.
— Obrigada, Naruto-senpai. - agradeceram em coro e eu crispei os lábios de ciúmes.
Seria para sempre assim? Que merda de vida. Para o inferno com esse amor! Tinha até ignorado o cachecol em seu pescoço, na certa presente de uma daquelas meninas. Só que essa humilhação era demais, nem todo o amor do mundo aguentaria esse tipo de afronta!
Levantei-me apressada e inventei uma desculpa:
— Descobri que não estou com fome, desculpe.
Ino olhou-me consternada e Sakura disparou na sequência:
— Naruto, acompanhe Hinata. - as meninas ainda o alisavam nos braços e cultucavam seus risquinhos nas bochechas.
— Por quê? - devolveu confuso.
— Hinata é uma dama, não deve andar desacompanhada tarde da noite. - Sakura retrucou e sua voz soou quase como um trovão.
— Mas ela é tão forte, ninguém ousaria fazer nada com Hinata.
Ao ouvir isso, simplesmente sai correndo. Era definitivamente a última vez que eu tentava uma aproximação.
— Chega! - gritei para o nada. - assim que me vi longe o suficiente deles. - Cansei de você, Naruto.
Enxuguei as lágrimas quentes que banhavam meu rosto e fui caminhando pela vila. Tentando colocar meus pensamentos em ordem. E, quando já estava sentada em um balanço, senti a presença do meu amigo.
— Kiba-kun.
— Hina-chan. - devolveu e me deu um beijo estalado na bochecha. - O que faz aqui a essa hora e sozinha?
— Estava pensando na vida. - suspirei tristonha.
— Ei, o que houve? - Kiba apressou-se em sentar no balanço ao meu lado. - Você está triste, Hina?
— Um pouco. - confirmei, não aguentava mais esconder minha tristeza.
Eu queria colocar para fora.
— Me conta o que aconteceu. - Kiba pediu e no instante seguinte tocou levemente meu rosto.
Quando o fez, notei a silhueta de Naruto quase à nossa frente. Ele chegou tão sorrateiro que nem percebi, também não senti seu chakra.
Consequentemente, olhei em sua direção e Kiba fez o mesmo.
— Boa noite, Naruto. - cumprimentou educadamente, mas percebi um certo desconforto em meu amigo. - Tudo bem?
— Boa noite, Kiba. - Naruto respondeu, amistoso. - Estou sim e você?
— Bem. - Kiba anuiu e continuou: - O que faz por essas bandas?
— Vim ver se Hinata estava bem, ela saiu do Ichiraku um pouco apressada.
— Estou ótima, Naruto-kun. - afirmei decidida.
— Ah, que bom. - Naruto coçou a nunca. - Se é assim, já vou indo... - fez menção de ir embora, mas permaneceu nos olhando desconfiadamente.
— Boa noite, Naruto. - Kiba o incentivou a ir.
— Antes, posso fazer uma pergunta? - Naruto olhou-me com um misto de angústia e algo mais nos olhos, que não reconheci ao certo o que era.
Fiz que sim com a cabeça e ele completou:
— Vocês estão... Tipo... Juntos? - quis saber, receoso.
Kiba iria responder, apesar de incomodado com a pergunta. Eu, porém, fui mais rápida:
— Sim. - confirmei apenas.
— Estamos? - Kiba olhou-me com os olhos pulando das órbitas.
— Estão? - Naruto reforçou o questionamento em seguida.
— Estamos nos conhecendo. - afirmei resoluta. - Obrigada pela preocupação, Naruto-kun.
— Nã-não foi nada. - gaguejou e eu franzi a testa. Nunca o vi gaguejar com ninguém, muito menos na minha frente, não entendi o que significava. - Então, boa noite e felicidades! - exclamou de um jeito forçado, antes de me lançar um sorriso de estreitar os olhos.
— Obrigada. - respondi, olhando-o fixamente, como se quisesse passar segurança sobre minhas ações.
Naruto ainda ficou parado alguns segundos em nossa frente, como se tivesse assimilando a notícia. Por fim, com um aceno de cabeça, afastou-se.
— O que foi isso, Hina? - Kiba indagou, ainda estupefato.
— Eu... Eu... - minha razão começava a retornar e entrei em desespero pela merda que havia feito.
Nunca mais teria o Naruto pra mim!
Comecei a chorar copiosamente e Kiba puxou-me para um abraço meio desajeitado.
— Você ainda gosta dele, não é. - não foi uma pergunta e sim uma constatação.
— Si-sim. - concordei com a voz embargada. - Eu sou uma otária!
— Você não é otária, Hina. - ouvi em resposta. - Vai dar tudo certo... - garantiu afagando meus cabelos. - Pode contar comigo para o que precisar, está bem?
Kiba levantou meu queixo com o indicador e eu sorri em meio às lágrimas.
— Desculpa, Kiba-kun. Eu queria demonstrar que não preciso dele. - murmurei, mesmo que envergonhada. - Cadê o Akamaru? - mudei um pouco de assunto, sentindo falta do cachorro, pois os dois não se desgrudavam também.
— Está dormindo, aquele preguiçoso! - descontraiu e eu sorri, era bom ter amigos que me amavam de verdade. - Não esquenta, eu não vou te julgar.
Jamais teria feito algo do tipo se não fosse ele, Kiba e eu éramos muito amigos desde a infância. Eu sabia que ele não me julgaria, assim como afirmou, pelo meu acesso de loucura momentânea. Todavia, a pergunta que não queria calar era: Como eu sairia daquela situação, na qual eu mesma me coloquei?
Tinha dado um tiro em meu próprio pé mentindo daquela forma?
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