Despedida. escrita por kiaramcg123


Capítulo 4
Bônus 3: Igual, mais nem tanto.




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“Recomeçar é esquecer tudo aquilo que te fez tão mal.

É apagar da memória as tristezas, e sorrir ao lembrar-se das alegrias.

 É levantar-se a cada novo amanhecer, disposto a ser feliz.”

    Camus olhava aqueles dizeres que tinha tirado no biscoito da sorte, e sorriu. Nunca tinha imaginado que um biscoito revelaria tanta sabedoria. Um dia de cada vez, era assim sua filosofia de vida. Quando Camus perdeu o homem que sempre foi seu amigo, amante e suporte nos momentos difíceis ele ficou sem chão. Ele não tinha mais alguém para apoiá-lo e nem seu amor do passado para continuar a falsa sensação de amar e ser amado. Nestes últimos meses ele se sentia à deriva como um náufrago querendo um porto para atracar.

   Kanon sempre teve inveja de seu irmão gêmeo. Saga sempre foi o mais inteligente, sagaz e com uma sorte dos infernos. Ambos conheceram Camus ao mesmo tempo, em um bar próximo ao trabalho. Mas Saga tirou a sorte grande tendo a atenção de Camus só para si. Talvez o fato de ambos terém a mesma profissão, tenha ajuda a dar o impulso no relacionamento.

    Três meses depois Camus e Saga já estavam namorando. E depois é claro veio o pedido de noivado feito por Camus, e Saga que não era bobo aceitou. A partir daí ambos desfilavam com uma aliança no dedo. Eram o casal modelo até o dia em que Minos veio trabalhar no mesmo escritório que Saga. Ele era o novo chefe geral da construtora Tártaro e começou a dar em cima de seu irmão, mesmo sabendo que este era comprometido.

    Saga sempre amou Camus,mas também amava o luxo e os prazeres que o dinheiro poderia comprar. E em matéria de fortuna, Minos ganhava de qualquer um. Saga vendo que Minos estava interessado resolveu terminar o noivado com Camus para poder investir no relacionamento com o chefe.  Não foi surpresa para ninguém quando eles comunicaram que iriam se casar.  Mais meu irmão era esperto, mesmo casado conseguia enganar o marido ficando com Camus como amante. Isto perdurou por muitos anos, até que Camus o intimou a pedir o divorcio. E é claro que Saga preferiu o dinheiro ao amor.

Quantas vezes ele  tinha alertado a Camus que seu irmão não prestava, mais ele não quis saber. Parecia que estava enfeitiçado. Quando ele conheceu Milo uma parte de Kanon sofreu porque novamente não era eu o preterido de Camus. Mais por outro lado estava feliz por ele finalmente ter encontrado alguém que verdadeiramente o amava. Mas na sua cegueira por Saga acabou perdendo Milo. Pois se existia alguém na vida  que tinha dedo pobre para o amor este era Camus.

   Kanon sempre o vê passar na porta do seu trabalho indo em direção ao seu apartamento. Ele  tinha vontade de chamá-lo para beber ou comer algo. No entanto tinha receio que Camus fosse recusar. Afinal, ele é a cópia fiel de Saga.

   Na terça feira, dia mais movimentando no escritório, seu chefe da promotoria pede que ele vá comprar um frappuccino de café com chocolate. Qual foi minha maior surpresa ao encontrar Camus sentado no Starbucks tomando um café expresso com bolo de nozes.

        - Posso me sentar aqui com você?

        - Claro! Como vai kanon? Já tem bastante tempo que não nos vemos. - diz Camus.

        - Verdade! Da ultima vez foi quando Saga lhe entregou o anel desistindo do noivado. - kanon, coloca a mão na boca- Me desculpe! Não desejava fazer você recorda-se do passado.

        - Tudo bem. Seu irmão já não me afeta mais.

        - Fico feliz em saber disso. Mais eu bem que te avisei que Saga não valia nada. - diz kanon sorrindo.

       - Tem razão. Mais eu estava cego de amor ou talvez somente com orgulho ferido em demasia ao ponto de não ver a verdade bem a frente dos meus olhos.

       - Bem, antes tarde do que nunca. Foi um prazer te rever. Porém tenho que levar este café metido a besta para o meu chefe. - kanon de levanta – Você ainda tem o mesmo número de telefone?

        - Sim, é o mesmo.

        - Você se importaria que eu te ligasse? Para sairmos para bater um papo como nos velhos tempos.

        - Sem problema.

   E foi assim que kanon e Camus retornaram a amizade interrompida por Saga. Inicialmente, somente conversavam ao telefone. Assunto era o que não faltava. Descobriram que tinham muita coisa em comum. Ambos gostavam de: musica clássica, do time de futebol chamado Paris Saint- Germain, de dormir tarde e acordar cedo para correr entre outras afinidades. Camus nunca pensou que Kanon tivesse mais afinidade com ele do que Saga. Era impressionante como os gêmeos eram idênticos na aparência, mas com personalidades tão opostas.

    Com o tempo eles começaram sair e a se divertir. Camus pela primeira vez depois de meses estava feliz com alguém lhe fazendo companhia. Mais ao mesmo tempo tinha uma certa reserva ao se envolver com Kanon.  Olhar para Kanon era o mesmo que olhar para seu ex- noivo. O medo de ser enganado, ludibriado era muito forte. Mesmo sentido que kanon era bem diferente do seu irmão, seu coração ainda teimava em dizer que estava se metendo em uma canoa furada. Pois como diz o um ditado: quem sai aos seus não degenera.

    Já Kanon estava imensamente feliz com o retorno de Camus em sua vida. Porém ao mesmo tempo que se sentia feliz, ele tinha uma vaga impressão de que Camus o via como seu irmão. Seu maior medo era que Camus estivesse se envolvendo com ele como um substituto de Saga. Será que Camus já tinha realmente virado a página?

    Já tinham se passado um ano e o relacionamento de Kanon com Camus ainda estava na amizade. Contudo Kanon desejava algo mais, ele queria um compromisso. Ele desejava chamar Camus de seu. E com está idéia em mente, ele resolve ir ao apartamento de Camus e falar toda a verdade sobre seus sentimentos.

    Em quanto isso, Camus olhava para o livro de Milo em sua mão, buscando respostas para o que estava sentido. Ele estava com medo de dar um passo mais sério com Kanon e acabar se magoando. Porém ao mesmo tempo que ele tinha este temor, ele também tinha uma vontade imensa de mergulhar de cabeça nesta relação que iniciou como uma amizade e que agora estava caminhando para algo mais profundo.

    Quando a campainha tocou, Camus levou um susto e deixou o livro cair. Este quando Camus pegou estava aberto em uma pagina que dizia: Não tenha medo de amar, de pular de cabeça na emoção de um grande amor, de mergulhar até o fundo sem medo de se afogar. Porque mais triste do que perder um amor é nunca ter amado.

   Camus abre a porta e dá de cara com Kanon balançando um saco com biscoito da sorte. Camus o puxa para frente colocando seu corpo ao dele e em seguida o beija.

          - Se eu soubesse que para ser recebido desta forma em seu apartamento eu só precisava balançar um saco de biscoito da sorte, eu já teria comprado estes biscoitos a mais tempo. Até puxaria na internet a receita para fazê-los.

           - Só se formos preparar os biscoitos juntos. Entra! Como dizem: Mi casa es su casa.

     Ambos sentaram no sofá um de frente para o outro.

          - Camus eu vim hoje aqui disposta a esclarecer a nossa relação. Eu te amo desde que te conheci. Confesso que fiquei com raiva do meu irmão por tudo que ele fez com você. E ainda não nos falamos por causa do que ele te fez passar.

        - Saga só me fez mal por que eu deixei, Kanon. Tanto eu quanto Saga erramos cada um de uma forma. Ele por ter se casado por dinheiro e me tendo como amante. E eu por ter iniciado um relacionamento ainda preso a memória de seu irmão. Mesmo amando Milo não conseguia me desvencilhar do meu passado. Nos dois não soubemos o significado da palavra amar, pois nosso amor era egoísta. Milo quando me abandonou, ele me deixou uma carta me dando uma lição de como deve ser uma relação entre casais. Até hoje ele me ensina através de seu livro, que por coincidência foi dedicado a mim. – Camus coloca o cabelo a atrás da orelha- Mais agora eu estou deixando o passado para trás e recomeçando. Sé não esperava que fosse justamente com a cópia de meu ex.

       - Eu não sou Saga! Somos idênticos na aparência, mas somente nisso somos iguais. Camus não é a aparência que nos define, mais a nossa essência. E eu sou bem diferente de Saga.

        - Sim, eu sei. No entanto, a sua aparência me fazia associar a sua pessoa a seu irmão. E isto me deixava receoso. Pois eu tinha a sensação de estar voltando para Saga e para todo aquele ciclo vicioso. Porém conforme fomos nos envolvendo eu descobri que vocês eram completamente diferentes. Hoje eu me arrependo de não ter te dado uma chance ao invés de Saga.

         - Talvez se eu fosse mais atirado, eu tivesse feito você reparar em mim primeiro.

        - Não importa os “se” que tivemos para chegar aqui. Acredito que tudo na vida é uma aprendizagem. Para mim o termino com seu irmão e com Milo foi uma experiência para a reconstrução de um novo ser dentro de mim. De um novo Camus mais aberto as oportunidades que a vida possa propiciar.

     Kanon se aproximar de Camus e segura seu queixo.

          - Este fato de estar aberto a novas oportunidades significa que você aceita ser meu namorado?

       - Sim e Não. A partir de hoje você está no período de três meses de experiência para ser meu namorado. Caso você venha a passar neste período será oficial.

     Kanon beija Camus e diz: darei o meu melhor.

        - Veremos.- diz Camus olhando para o relógio- seu prazo começa em 10, 9,8,7,...

Fim.


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