Um mês depois...

Sam estava empolgada com a volta ao trabalho, havia ficado tanto tempo afastada da empresa que até sentira falta dos dias corridos que costumava ter. Durante esse tempo, havia insistido para que Freddie também trabalhasse lá, mas o moreno sempre respondia que estava satisfeito em trabalhar no restaurante do amigo e depois de ter ficado tanto tempo afastado, achava que era o mínimo voltar para lá.

Cumprimentou Emily como de costume e adentrou sua sala. Começou a organizar suas coisas e ouviu o celular tocar.

—E aí, loira? Pronta para voltar ao trabalho? – a voz de Carly ressoou brincalhona do outro lado da linha – Espero que ele não te consuma mais uma vez.

—Oi Carls. Estou pronta como sempre e não se preocupe, não vou trabalhar igual louca como antes – sorriu.

—E está tudo bem com você?

Sam notou que a amiga tentara disfarçar o tom de preocupação em sua voz. Depois que se sentiu pronta, contou a Carly e Gibby como tudo aconteceu e como aquilo havia a afetado, mas já estava fazendo terapia. Claro que a amiga morena continuava se preocupando e sempre fazia questão de ligar ou visitá-la com frequência.

—Tudo bem. Mas eu quem deveria te perguntar – riu – Como está indo a vida de casada? Duas semanas de casada não é para qualquer um – brincou.

—Ah, você sabe, tudo vai bem. Só queria ter ficado mais tempo em lua de mel, uma semana passou voando, mas o Gibby precisava voltar, já estava ficando louco sem o restaurante.

—Não o culpe. Ele ama aquele lugar.

—É, eu sei. Me casei com ele e ganhei o restaurante como segundo marido de brinde – riu – E não se esqueça do jantar que vamos fazer lá hoje. Gibby fechou só para nós.

—Já está anotado na minha agenda.

—Ótimo. Vou desligar, loira. Sua agenda deve estar lotada hoje.

—Ok, tchau morena.

Sam guardou o celular e voltou a organizar suas coisas, assim que terminou deu início as tarefas do dia.

Um pouco antes do horário de almoço, Emily bateu na porta da sala.

—Pode entrar – Sam tirou a atenção do computado e voltou-se para a secretária – Diga, Emily.

—O Sr. Richards está aqui e quer falar com você.

Sam estremeceu ao ouvir esse nome e sentiu a cor sumir do rosto.

—O Sr. Connor Richards – Emily apressou-se para corrigir a fala observando o estado de choque da loira.

—Claro – respirou fundo – Mande-o entrar.

Emily apenas assentiu e se retirou. Poucos minutos depois ela abriu a porta e deu passagem para o rapaz entrar, ela encarou Sam por alguns minutos e quando a mesma assentiu, ela fechou a porta atrás de si.

—Bom dia, Samantha – ele estendeu a mão para cumprimentá-la.

—Bom dia, Connor – ela apertou sua mão respondendo ao cumprimentou – Por favor, sente-se – indicou a cadeira ao lado dele.

—Obrigado – ele se acomodou e a encarou por alguns segundos.

Tudo o que ela conseguia enxergar nele eram as semelhanças com Michael. As más lembranças a inundaram novamente e ela precisou respirar fundo algumas vezes novamente para controlar as batidas do coração.

—Eu não consigo nem imaginar como deve ser para você me ver aqui – Connor continuou – Sinto muito pelo que teve que passar com meu pai. Eu não tinha ideia de quais eram os planos dele, só sabia que ele ainda sentia a perda da Ashley mais do que todos nós – ele pareceu suspirar, desviou o olhar por alguns segundos e voltou a encará-la seriamente – Eu não a culpo, você fez o que precisava para sobreviver.

—Obrigada pelas palavras – Sam se limitou a dizer sentindo o estômago revirar.

—Mas estou aqui porque como deve saber estou assumindo a empresa do meu pai e não quero começar com pé esquerdo, principalmente com você. Presumo que a direção daqui será sua em breve também – a loira apenas assentiu – Acho que podemos ser grandes parceiros, como sempre deveria ter sido desde o início com nossos pais. Espero que possamos corrigir esses erros, não concorda?

—Claro – forçou um sorriso pensando se poderia confiar nele ou não.

—Bom, leve o tempo que precisar para pensar no assunto, mas estou disposto a mudar as coisas para melhor – ele se levantou – Obrigado pela atenção e se precisar de algo, as portas da minha empresa sempre estarão abertas.

—Gentileza sua, mas obrigada pela visita.

—Disponha.

Eles apertaram as mãos mais uma vez e Connor saiu da sala deixando uma Sam pensativa. A família de ambos já havia sofrido muito e por mais que não tivesse certeza se as intenções dele eram mesmo sinceras, por que não dar uma chance quando estivesse pronta?

(...)

—Um brinde a nova CEO! – Carly erguia uma taça de champagne no alto sendo seguida por Gibby, Freddie e Sam – Você merece, loira – bebericou em sua taça.

Os quatros estavam reunidos no restaurante do Gibby que havia reservado aquela noite só para eles com um jantar especial entre amigos. Haviam convidado seus familiares também, mas cada uma tinha um motivo diferente para não ter ido.

—Mas então como vão ser as coisas agora com você no comando? – Gibby perguntando e também tomou um gole de seu champagne.

—Espero que boas ainda mais agora que meu pai conseguiu que meu tio passasse toda a parte dele para nós e o mandou para a cadeia.

—No lugar que ele merece, tomara que apodreça lá – Carly disse baixinho e recebeu um cutucão do marido – Além disso, ele não te falou por que levou tanto tempo para entregá-lo?

—Bom, ele não me falou com as palavras, mas eu sei que ele certamente o isolou para acertar as coisas por conta própria. Eles são irmãos, mas quando meu pai quer ser ruim, ele consegue ser. Além de que ele deve ter torturado meu tio a beça para conseguir ficar com 100% da empresa – Sam suspirou tentando não imaginar a cena em sua cabeça - Mas meu pai só me passou tudo isso hoje, então tenho muita coisa pela frente.

—Tenho certeza de que você será a melhor CEO dessa cidade – Freddie se pronunciou e depositou um beijo na bochecha dela.

A conversa se estendeu por mais alguns minutos até que música “Say you won’t let go” começou a tocar.

—Ei, vem cá – Freddie segurou a mão direita de Sam e a puxou.

—O que? – ela sorriu.

—Vem dançar comigo.

—Você está falando sério? – ela riu.

—Só fica aqui comigo então.

—Tudo bem.

Ela estranhou, mas passou os braços ao redor do pescoço dele e apoiou a cabeça no peito dele. Fechou os olhos por alguns minutos inalando o cheiro que vinha dele.

I met you in the dark (Eu te conheci no escuro)

You lit me up (Você me iluminou)

You made me feel as though I was enough (Você me fez sentir como se eu fosse suficiente)

Freddie cantarolou esses versos no ouvido de Sam fazendo ela sorrir prestando atenção a cada frase. No fundo, ela sabia que esses versos descreviam o que ele sentia por ela.

But I wanna stay with you (Mas eu quero ficar com você)

Until we’re grey and old (Até que nós fiquemos bem velhinhos)

Just say you won’t let go (Apenas diga que você não vai embora)

Sam se deixou levar pelo ritmo calmo da música sentindo seu corpo se arrepiar toda vez que a boca de Freddie roçava em sua orelha e cantarolava algumas partes da música da sua maneira. Ele não era muito afinado, mas conseguia arrancar sorrisos da loira.

I’m so in love with you (Eu sou tão apaixonado por você)

And I hope you know (E eu espero que saiba)

Darling, your love is more than worth its weight in gold (Querida, seu amor vale mais que todo ouro do mundo)

We’ve come so far, my dear (Nós chegamos tão longe, meu bem)

Look how we’ve grown (Veja como nós amadurecemos)

And I wanna stay with you (E eu quero ficar com você)

Until we’re grey and old (Até que nós fiquemos bem velhinhos)

Just say you won’t let go (Apenas diga que você não vai embora)

Nessa última parte, Freddie segurou o rosto de Sam para olhá-la nos olhos enquanto recitava os últimos versos. Acariciou sua bochecha e depositou um beijo em sua testa.

—Sam, você é a melhor coisa que já me aconteceu – ele se afastou e segurou a mão e direita dela – Por isso, eu tenho um pedido para você – com a mão livre pegou uma caixinha de veludo em seu bolso e se ajoelhou – Casa comigo?

—Sem dúvidas – ela sorriu enquanto ele abria a caixinha e revelava um anel.

O anel era simples, mas continha um significado importante para ambos.

Freddie retirou da caixinha e o colocou no dedo da loira.

—Eu amo você, meu anjo da guarda— Sam sussurrou antes de beijá-lo.

            _Eu amo você também.