Meu Anjo da Guarda escrita por Mrs Kress


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!!
Nesse capítulo descobriremos mais sobre como o Freddie conseguiu se salvar do acidente com o carro e o desfecho de toda a confusão.

Espero que gostem e boa leitura!!



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Momentos antes...

Freddie continuava pisando fundo no acelerador mesmo tendo cada vez mais dificuldades em se desviar dos tiros que vinham da van a sua frente. O vidro já estava se estilhaçando. O capô do carro já estava saindo uma fumaça. Seu campo de visão estava limitado pela quantidade de poeira formada. Não sabia quanto tempo mais aguentaria e nem como poderia se defender ou a Sam.

Seus pensamentos foram interrompidos por dois tiros seguidos e certeiros no pneu direito da frente, isso foi o suficiente para que ele perdesse o controle do volante e saísse da trilha que estavam seguindo.

O moreno começou a sentir as pancadas do carro devido aos obstáculos que tinha naquela parte da área. Tentou frear, mas de nada adiantou. Tomado pela adrenalina e sem nenhuma escolha, quando o carro fez menção de tombar para o outro lado, Freddie abriu a porta e pulou para fora.

Tudo aconteceu muito rápido. Em questão de segundos, ele caiu de joelhos no chão e o carro começou a capotar. Como se ele soubesse o que esperar, começou a correr pouco desequilibrado e só escutou um som ensurdecedor de algo explodindo.

Institivamente, levou as mãos até os ouvidos e sentiu seu corpo ser embalado pelo calor do fogo a metros de distância. Se permitiu olhar para trás e viu o carro pegando fogo. Olhou para si mesmo e viu que suas roupas já estavam ficando rasgadas e sujas, mas não tinha tempo para se importar com isso agora. Por isso, reuniu todas as forças que ainda lhe restava e correu em direção aos rastros de pneus na trilha deixado pela van.

Não sabia ao certo quanto tempo correu para chegar ao velho armazém, mas assim que adentrou a parte dos fundos, se deparou com três homens: Nick, Henry e Jordan. Quando o reconheceram, empalideceram e começaram a rir incrédulos.

—Você é mais difícil de morrer do que eu esperava – Jordan ria com desdém.

—Fico impressionado em como você tenta salvar aquela vadia – Nick cuspia as palavras.

Freddie sentiu o sangue ferver quando ouviu ele se referindo a Sam daquela maneira. Já havia o observado o ambiente assim que chegou e notou que eles estavam relaxando e conversando, e, como não esperavam que Freddie poderia estar realmente vivo, não tinham as armas ali com eles.

Usando isso como vantagem e a raiva que lhe subiu a cabeça, Freddie disparou em direção ao Nick e lhe desferiu um soco na boca que lhe arrancou sangue na hora.

—Isso é para você aprender a nunca mais falar da Sam desse jeito.

O moreno o agarrou pelo colarinho e o socou mais uma vez na cara, mas o soltou rapidamente e arquejou dando alguns passos para atrás quando sentiu um chute de Henry em seu abdômen.

—Se eu fosse você, nem tentava nos provocar. Você não tem chances contra três – Henry sorriu malicioso e tirou um canivete do bolso. Era algo que sempre carregava consigo mesmo.

Tomado, mais uma vez, pela adrenalina e tomando atenção do objeto nas mãos do rapaz, Freddie avançou até ele sem medo, agarrou seu pulso e o torceu. Logo, sua mão soltou o canivete, no qual o moreno o pegou habilmente e o enfiou na calça por enquanto.

Nick e Jordan não perderam tempo e partiram para cima de Freddie, enquanto Henry ainda resmungava da dor que estava sentindo.

Jordan segurou seus braços atrás das costas enquanto Nick se divertia o acertando com repetidos socos no rosto e abdômen revezando com chutes. Mas, isso não era nenhuma novidade para o moreno. As lembranças de seu passado na rua começaram a tomar conta de sua mente, sua raiva foi crescendo à medida que a imagem de Sam também começava a aparecer.

—Vão pro inferno – Freddie grunhiu.

O moreno firmou seus pés no chão e quando Nick fez menção de lhe chutar mais uma vez, Freddie foi mais rápido e lhe deu uma rasteira certeira que o fez cair no chão e bater a cabeça. Rapidamente, inclinou seu tronco um pouco mais para frente e remexeu seus braços cada vez mais até que conseguiu livrar o braço esquerdo do aperto de Jordan.

Girou seu corpo para o lado oposto e acertou um soco no meio das costas do homem, que se desequilibrou um pouco e antes que ele pudesse se virar para devolver um golpe, Freddie segurou seus braços com uma mão e com a outra tirou o canivete da calça e o cravou no abdômen de Jordan que gemeu de dor e caiu de joelhos no chão arqueando o corpo para frente. Gotas de sangue já começavam a pingar no chão.

Sem opção Nick e Henry partiram para cima de Freddie em direções opostas, mas o com o braço direito que ainda segurava o canivete conseguiu acertar Henry no ombro, mas ainda foi acertado com um soco no nariz por Nick. Sentiu a ardência e o local ficar quente, sabia que já estava escorrendo sangue, mas não se importou mais uma vez.

Virou-se em direção a Nick e levou o canivete até seu abdômen também. Com os sentidos mais apurados do que o normal, sabia que Henry iria lhe acertar nas costas, por isso, firmou o pé esquerdo no chão e elevou o direito para acertar o rapaz com um chute na costela. Mais um caído no chão.

Voltou sua atenção para Nick novamente e o acertou com um golpe certeiro na mandíbula que o fez cair no chão inconsciente. Olhou ao seu redor e viu que Jordan estava ajoelhado de costas para ele fazendo menção de se levantar, por isso, o moreno foi imediatamente até ele e cravou o canivete mais uma vez nele, dessa vez, acertou nas costas. Mas, antes que ele pudesse gritar de dor, Freddie o segurou e o empurrou na parede do armazém, onde bateu com a cabeça e caiu no chão inconsciente também.

Quando olhou para Nick, o rapaz já estava de pé, pronto para atacar.

—Você não sabe o que está fazendo, garoto – Nick trincou os dentes.

—Na verdade, eu sei muito bem.

Dito isso, o moreno partiu para cima dele. Recebeu um soco na costela antes que pudesse lhe desferir qualquer golpe, mas não deixou se abalar por isso. Logo já estava acertando mais um soco no nariz dele e mirou o segundo na mandíbula com força o suficiente para fazê-lo cair inconsciente também.

Havia aprendido esse golpe nas brigas de rua que se metia. Foi assim que aprendeu a se safar.

Sentia seu corpo inteiro doer e já poderia imaginar que não estava em suas melhores condições. Tentou respirar fundo algumas vezes para se recuperar e então entrou no armazém a procura do amor de sua vida.

(...)

—Veio salvar a donzela em perigo? – Michael ironizava e sorria com desdém enquanto encarava Freddie a sua frente – Mas devo dizer que fico surpreso por ter sobrevivido.

—É, parece que seus homens não são tão bons quanto você imaginou – Freddie devolveu o sorriso irônico e notou a arma na outra mão do homem.

Como se notasse seu olhar, Michael apertou ainda mais o nó da corda nos pulsos de Sam como se ela pudesse fugir dele a qualquer momento novamente.

—Talvez – Michael se limitou a dizer e puxou Sam novamente em direção do helicóptero.

—DEIXA ELA EM PAZ – Freddie gritou e começou a correr até eles.

Sem paciência, Michael levantou a arma e atirou sem se importar em mirar certo.

Freddie gritou de dor enquanto segurava levava a mão até o ombro esquerdo. Mais sangue escorria.

—FREDDIE! – Sam queria correr, mas Michael a segurou e a puxou de volta.

Sentia as lágrimas caindo de seu rosto e a única certeza que tinha de que ele ainda estava vivo era suas pernas que se mexiam enquanto ele tentava, ainda em vão, ficar de pé.

—SEU CANALHA! CRETINO – Sam se debatia cada vez mais e recebeu um tapa no rosto - Quantas vezes eu preciso te dizer que não foi meu pai que matou a sua filha? Não faça isso! Por favor! É tudo culpa do meu tio! Onde ele está? É dele que você tem que ir atrás – Ela continuava falando desesperada e rapidamente enquanto Michael a arrastava em silêncio.

A essa altura, o barulho do helicóptero ligado tomava conta do lugar. Sam sentiu ser empurrada para dentro e viu a porta sendo fechada. Michael estava do lado de fora e a encarava pela janela.

Sentiu seu estômago revirar, as lágrimas rolando sem controle pelo seu rosto.

—Piloto! Piloto! Por favor, me ouve! Você não pode fazer isso! Você precisa me deixar ir, eu não tenho culpa de nada.

O piloto não a respondia também. Completo silêncio. Encarou mais uma vez a janela e viu que Freddie já estava de pé e se arrastava com dificuldade para perto do helicóptero. Michael ainda a encarava, mas agora um sorriso já se formava em seus lábios.

Um sorriso de vitória. Vitória porque seu plano estava dando certo.

—Me diz quanto ele está te pagando e eu juro que te pago o dobro – ela ainda tentava inutilmente convencer com ele enquanto tentava desatar o nó de suas mãos. Procurava por lá qualquer objeto que a pudesse ajudar, mas não achava nada.

Sentiu um impulso do helicóptero e sabia que ele já estava preparado para decolar. Arriscou uma última olhada na janela e viu que Freddie estava a uns cinco passos atrás de Michael. Ele segurava um canivete nas mãos. Sam manteve contato visual fixo em Michael torcendo para que ele não notasse seus movimentos. Sabia que ele não estaria ouvindo seus passos por causa do barulho alto que o helicóptero fazia.

Não demorou até que Freddie acertasse suas costas com o canivete. Enquanto Freddie o acertava, viu Adam saindo do armazém e correndo até eles. Sam arregalou os olhos e foi até a janela bater no vidro tentando avisar Freddie.

Adam sacou a arma do bolso. Michael se virava com o olhar cheio de irritação após receber o golpe de Freddie. Ele não aparentava sentir dor.

Mais uma vez, tudo aconteceu muito rápido. Adam estava com a mira em Freddie. O moreno arriscou um olhar para trás e viu quando ele disparou. Rapidamente, antes que pudesse receber qualquer golpe de Adam ou Michael, girou seu corpo indo para trás e se abaixando.

Michael que não havia notado Adam e viu somente Freddie se movendo, se virou para olhar na direção dele, mas foi atingido pela bala do rapaz. O tiro lhe acertou em cheio no abdômen, e, foi o suficiente para fazê-lo cair de joelhos no chão enquanto resmungava. A arma também foi para o chão ao seu lado. Adam parou perplexo vendo o que havia acabado de fazer.

O helicóptero já estava começando a decolar. Nesse momento, estava a meio metro do chão. Freddie se arrastou pelo chão praguejando a dor em seu ombro e sentindo sua vista embaçada, já estava perdendo muito sangue. Alcançou a arma de Michael e disparou um tiro na janela do helicóptero na esperança que Sam entendesse como um sinal.

Um metro do chão.

Sam colocou a cabeça para fora da janela, onde Freddie havia quebrado o vidro com o tiro.

—ABRE A PORTA, SAM! VOCÊ PRECISA PULAR.

—E SE EU NÃO CONSEGUIR?

—VOCÊ CONSEGUE, PRECISA SER RÁPIDA.

Um metro e meio do chão.

—FREDDIE, CUIDADO! – Ela gritou assim que viu Adam mirar a arma mais uma vez para ele, parecendo ter acordado de seus devaneios.

Freddie rolou para os lados e tentava se arrastar com cada vez mais dificuldade. Não estava mais em condições de brigar.

Sam sabia disso e tomou isso como motivação. Ficou de costas para a porta e com um pouco de dificuldade, abriu a porta do helicóptero e pela primeira vez o piloto a encarou, mas antes que ele pudesse fazer algo, ela fechou os olhos e pulou.

A queda não foi nada leve e não demorou para que Sam sentisse a dor percorrer pelo seu corpo, poderia jurar que havia quebrado algum membro. O desconforto de suas mãos estava cada vez pior.

—Você conseguiu – Freddie sorriu fraco – Vem cá – praticamente sussurrou.

Sam olhou do outro lado e viu que Adam disparava alguns tiros que por muita sorte não estava os acertando, mas em suas pausas, ele se aproximava cada vez mais deles. Deixando-o de lado por alguns minutos, Sam se aproximou de Freddie se rastejando para que ainda tivesse chances de desviar dos disparos de Adam, caso ele voltasse a atirar.

Quando chegou perto do moreno, ele começou a desatar o nó de suas mãos rapidamente, mas Sam notou que ele já respirava com dificuldade e sua roupa estava com muito sangue.

—Eu pego ele. Já volto, meu amor. Descansa – ela sorriu tentando transparecer confiante, mas com a preocupação tomando conta.

Pegou a arma que estava com Freddie e se levantou. Viu que Adam mantinha a mira nela por isso tentava ficar andando para os lados, fazendo ao máximo para ignorar toda a dor que vinha sentindo.

—Eu estou cansada de vocês – Sam resmungou alto o suficiente e ergueu a arma.

Nunca havia atirado em sua vida, mas deixou seu instinto falar mais alto, e, então, começou a disparar. Tiro atrás do outro e viu que Adam começava a fazer o mesmo. Estava ficando cada vez mais difícil mirar e se desviar, mas após poucos minutos notou que os disparos pararam. Estreitou os olhos e viu vários carros pretos chegando no local, pessoas descendo e vasculhando tudo.

Dois homens seguravam Adam que estava gemendo de dor, parece que havia conseguido acertar alguns tiros afinal de contas.

—Isso... a-ainda... não a-acabou – Sam ouviu uma voz masculina que sussurrava com muita dificuldade atrás de si e se virou. Era Michael.

Ela sabia que os reforços já haviam chegado, mas sua raiva estava falando mais alto que qualquer outro sentido. Nunca se sentira assim antes. Com muito custo ignorou toda a dor que lhe percorria o corpo e o barulho de pessoas revirando tudo perto de lá.

—Acabou sim – ela sussurrou sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto.

Ergueu a arma e a segurou firmemente.

—Vai pro inferno – dessa vez ela falou alto o suficiente e disparou três vezes.

Ela não sabia ao certo onde havia mirado e acertado, mas sabia que ele havia morrido pela poça de sangue que se formou ao redor dele.

—SAM! – escutou a voz de seu pai ecoar e logo estava em seus braços.

—Pai, você veio – sentiu as lágrimas rolarem pelo seu rosto mais uma vez.

—Claro, minha filha! Me desculpa ter demorado tanto. Tivemos que rondar quase tudo disso aqui.

—O que importa é que vocês estão aqui – ela se permitiu ficar por mais um tempo envolvida nos braços do pai – Vocês precisam ajudar o Freddie. Ele está muito ferido.

—Freddie? – ele estranhou.

—Eu achei que ele tinha morrido, mas sobreviveu. Está ali atrás.

John estreitou os olhos e consegui ver o moreno, fez sinal para uma equipe mais no fundo e rapidamente eles foram até lá.

—Pai, eu preciso ficar com ele. Não quero que ele fique sozinho – sua voz começou a sair cada vez mais fraca.

—Sam, está tudo bem? – ele a segurou pelos ombros.

—Eu... – ela começou, mas não conseguiu terminar.

Sentia seu estômago revirar e sua visão ficar embaçada até que apagou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam??



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