Freddie precisou utilizar de toda sua agilidade e rapidez quando saiu pela porta dos fundos do hospital. Avistou há uma distância considerável os quatro homens entrando em uma van preta e já dando partida para saírem dali.

Apenas firmou os passos e correu até o carro de John, que por sorte, não estava estacionado muito longe. Deu partida e acelerou o máximo que pode, visto que ainda estava dentro da cidade e o movimento estava grande.

Seu coração estava disparado e em alguns momentos se sentia sufocado pelo medo de perdê-la de vista. Sabia que nunca iria se perdoar se isso acontecesse.

Ainda andaram pela cidade por alguns minutos até que a van preta entrou em uma estrada antiga de terra, mas logo perceberam que tinham companhia, quando viram a Range Rover Sport tomarem o mesmo caminho que eles.

—Mas que merda! – Adam resmungou. Estava sentado no banco passageiro encarando o retrovisor.

Jordan estava dirigindo, enquanto Nick e Henry estavam na parte de trás da van junto com a maca em que Sam ainda estava dormindo sob efeito dos sedativos.

—O que foi agora? – Jordan perguntou, mas sem tirar a atenção da estrada a sua frente. Ainda faltavam alguns quilômetros até chegar em seu destino.

—Aquele namoradinho grudento dela está nos perseguindo.

—Ele não dá... – Nick começou.

—Atira! Sem pensar – Jordan ordenou – As ordens foram claras. Henry, você cuida da garota.

Nick sorriu malicioso. Nunca se sentiu tão satisfeito em seguir uma ordem. Sacou uma arma de uma mochila que estava em um canto – cortesia do próprio Michael Richards. Abriu uma das portas de trás da van e começou a disparar tiros e mais tiros.

Jordan começou a aumentar a aceleração da van, mas Nick conseguiu se estabilizar para continuar atirando. Já estava tão farto de Freddie que nem se dava ao trabalho de perder muito tempo com a mira perfeita, apenas mirava na direção do carro e disparava, afinal, qualquer lugar que acertasse já seria uma vitória, além de que a poeira levantada pelo veículo dificultava um pouco sua visão.

Eles já estavam longe o suficiente de toda a movimentação da cidade e se o garoto sobrevivesse quais seriam suas chances de achar o caminho de volta?

Freddie, por sua vez, ficava cada vez mais ansioso e nervoso. Se assustou quando ouviu o primeiro tiro ser disparado, mas não se deixou abalar. Conforme aumentava mais a aceleração do carro, tentava movê-lo de um lado para o outro na intenção de se desviar dos tiros.

A lataria da Range Rover já estava marcada com os tiros e o vidro da frente poderia se estilhaçar a qualquer momento. O moreno continuava segurando o volante firmemente para não perder a direção, mas toda a poeira e tiros já estava se tornando um obstáculo maior do que esperava.

Os tiros só cessavam quando era necessário recarregar a arma, mas eles tinham balas o suficiente para boas rodadas de tiroteio.

—Adam, passa para trás! AGORA! – Jordan ordenou – Mata esse imbecil logo.

—Eu dou conta do trabalho! – Nick resmungou.

Sem pestanejar, Adam passou para a parte de trás da van, pegou outra arma que tinha dentro da mochila e abriu a outra porta da van.

Freddie percebeu que a quantidade de tiros aumentara e a frequência estava cada vez maior. Não perder o controle da direção ficou ainda mais difícil.

—Não posso perder você, Sam – murmurava baixinho sentindo sua garganta se fechar e se abaixando um pouco para os tiros não lhe acertar.

O vidro começou a se estilhaçar. Os tiros começaram a ser ainda mais violentos. Freddie já havia se abaixado no máximo que conseguia, mas sem tirar os olhos do caminho a sua frente. Não sabia o que pensar ou o que fazer. Eles estavam em vantagem e ele só podia contar que a essa altura, John já tivesse com uma equipe preparada atrás de seu sinal de rastreio do celular.

Nick e Adam sorriam maliciosamente enquanto continuavam a atirar sem parar e comemoraram ainda mais quando viram o carro que os perseguia sair da trilha que estavam percorrendo. Andou por poucos metros e logo capotou, não demorou muito até que o carro pegasse fogo.

—CONSEGUIMOS – Adam comemorava – Em breve ele terá um encontro com essa vadia.

Nick e Adam fecharam as portas da van.

—Se livraram dele? – Jordan os olhou pelo retrovisor.

—Sim. Esse foi duro na queda, mas nós somos melhores – Adam se vangloriou.

—Ótimo, porque já estamos chegando.

(...)

—Senhor, nós perdemos o sinal – Tyler comunicou o Sr. Puckett.

Eles estavam dentro de um carro sendo seguido por mais outros dois carros equipes de segurança contratados por John. Ele sabia que Michael tinha contatos na polícia, achou melhor não arriscar ou algo próximo do que aconteceu no hospital poderia acontecer.

Ainda se culpava por não ter pensado nisso quando foi avisado que Sam estava sendo levada para lá.

—Impossível! Como assim, Tyler? – John resmungava sem paciência.

—Alguma coisa aconteceu porque ele não aparece mais no mapa – Tyler continuava dirigindo e olhava de vez em quando para o celular que estava com um mapa da cidade aberto. Ainda observava o ponto onde Freddie estava e desapareceu.

—Continuaremos seguindo até onde o ponto estava. Eles não devem estar longe disso.

—Sim senhor.

Dito isso, Tyler continuou seu percurso. Estava a poucos quilômetros de onde seria a entrada para a estrada de terra.

(...)

Henry puxou todos as pequenas agulhas do braço de Sam sem muita delicadeza e a colocou em seus ombros. Os quatro já haviam chegado ao armazém de Michael que estava abandonado e tiraram a maca de dentro da van.

—Tem um cômodo aqui, tipo um quarto, deixe ela lá – Jordan avisou assim que destrancou o armazém – Já liguei para o Michael e ele está chegando.

Sem responder, Henry adentrou o armazém, avistou a porta do quarto mencionado por Jordan e jogou Sam em um colchão velho e empoeirado que tinha lá. Fechou a porta atrás de si e a trancou.