She escrita por Mavelle


Capítulo 32
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá
Como acho que a maior parte já percebeu, estamos na reta final da nossa história, então, a partir de agora (e a pedidos) a história vai ficar sendo postada na terça, quinta e sábado.
Enfim, de volta pro que importa.

Beijos,
Mavelle



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800262/chapter/32

— Assim é bem melhor. - Araminta disse, terminando de amarrar um pano sobre a boca de Benedict. 

— Gosto muito mais de você agora. - Rita disse, ainda apontando a arma para ele. - Todo aquele falatório lá embaixo já estava me dando nos nervos. 

Ele conteve a vontade de dar de ombros. 

Tinha sido muito impulsivo enquanto ainda estavam na festa, acreditando que estava relativamente seguro. Ele não acreditava que elas arriscariam fazer algo enquanto ainda estavam na festa, com tantos olhos sobre eles. 

Agora que estavam completamente sozinhos no telhado… bem, ele acreditava que realmente estava em risco. Seria um bom refém.

Quase riu ao pensar nisso.

Quando quer que alguém levantasse a hipótese “o que você faria numa situação como essa?”, ele sempre dizia que tentaria encontrar uma maneira de fugir e que tentaria resistir, mas nada como a realidade de uma arma apontada para a sua cabeça para lhe fazer mudar de ideia e perceber que aquilo era provavelmente a coisa mais burra a se fazer. 

Tentar bolar um plano mirabolante para escapar? Sim. 

Resistir enquanto uma desconhecida e uma conhecida não confiável apontam uma arma para a sua cabeça? Não é de bom tom. 

Antes de o amordaçarem, tinham prendido seus braços para trás em algemas, o que dificultava sua fuga se arranjasse uma brecha. Estava sentado no chão (que estava bem frio, por sinal), então não tinha nem noção de como seu equilíbrio estaria prejudicado, mas tinha certeza de que a resposta certa era “bastante”.

Usou aquele momento para observar os arredores. Estavam no telhado do Museu Nacional, que era um prédio com 4 andares, e havia a escada interna pela qual tinham subido e uma escada externa, que era usada para reparos. Tinha plena ciência de que jamais seria capaz de descer aquelas escadas com as mãos presas atrás das costas (afinal, precisava se segurar), mesmo que conseguisse fugir. Sua melhor opção eram as escadas internas mesmo, mas aí a porta teria de estar aberta e… 

É, não daria certo. Araminta e Rita estavam de olho em tudo o que ele fazia (e tinham jogado seu telefone numa lixeira na escada), então sua única esperança é que alguém viesse resgatá-lo. 

Parte dele torcia que fosse Sophie, porque ela saberia o que fazer, mas outra parte queria que ela não aparecesse. Elas tinham ido atrás dele para tentar chamar a atenção dela, e, bem, se já estavam apontando uma arma para ele, que não era o real foco, o que fariam com ela? 

Mas isso levava a outro questionamento: o que fariam com ele se Sophie não aparecesse? O levariam de volta para a festa e fingiriam que nada tinha acontecido? O manteriam no telhado até que alguém desse pela falta dele e viessem procurá-lo ali? Tentariam pedir um resgate à sua família? Elas tinham ao menos pensado no que fariam se não desse certo atrair a atenção dela? 

Sua cabeça já estava dando voltas. Eram muitas possibilidades e ele não gostava de nenhuma. 

Sophie chegar era a melhor opção, mas ele não se permitia alimentar muito aquela esperança. Certo, ela tinha perguntado qual seria o dia da abertura, mas não tinha dito nada sobre ir. Desde aquele dia, duas semanas antes, nutria uma parca esperança de que ela apareceria. 

O que ele não sabia é que ela já estava lá, procurando por ele.

Ela saiu do salão logo depois de falar com Violet, encontrando as escadas de serviço logo em seguida. O prédio não tinha elevador, então teria de subir pelas escadas mesmo. Avisou para Conrad que estaria no telhado, pegou a arma dentro da bolsa e a escondeu por trás de uma lixeira. 

Coincidentemente, era a mesma lixeira em que o telefone de Benedict estava. Sabia disso porque ouviu o telefone vibrando quando chegou perto da lixeira, então simplesmente o recolheu e colocou num saquinho de plástico perto de sua própria bolsa. 

Ela subiu alguns lances de escada, a arma já empunhada. Sabia que Conrad tinha lhe dito para esperar, mas não conseguiria esperar 10 minutos enquanto Araminta e Rita faziam Deus sabe o que com ele. 

É, o amor tornava as pessoas imprudentes. 

Em sua defesa, Sophie dizia que queria apenas checar se eles realmente estavam no telhado; afinal, seria muito ruim se conseguissem levar toda uma equipe do MI6 para dentro do prédio e descobrissem que eles não estavam mais ali. Essa era a razão pela qual ela dizia que estava fazendo isso. 

A verdade é que não conseguia aguentar a inércia. Não conseguia aguentar ficar ali sem fazer nada. Sabia que tinha pensado naquela mesma noite que mal podia esperar para viver uma vida tranquila e não se preocupar porque não seria problema dela, mas, naquele momento, ainda era problema seu. E, ainda mais importante, era a pessoa com quem ela queria viver uma vida tranquila.

Começando no dia seguinte, claro, porque aquela noite estava o mais longe de tranquila que ela podia imaginar.

E estava para piorar, porque quando ela chegou no último lance de escadas, Araminta a estava esperando lá, também armada. 

— Ah, aí está você. - ela disse, com um sorriso amarelo para Sophie. - Estava mesmo me perguntando se você ia deixar que fizéssemos o que queríamos com seu namoradinho. 

— Eu me atrasei um pouquinho para a festa. Tive que tirar um cochilo hoje à tarde depois de derrubar a 25ª Brigada Stuart. - ela viu o sorriso de Araminta vacilar. - Essa estava muito bem escondida. 

— E você acha que acabou com tudo? O Sturoyal é mais do que uma organização. É um movimento político, é luta pelos ideais. - Não que os seus passem muito de fazer sua filha a rainha da Inglaterra e roubar dinheiro público, mas tudo bem, Sophie pensou. - É a correção de uma injustiça. 

— E quem é você pra defender a correção de uma injustiça? Você decidiu que, aos 15 anos, eu não precisava de uma família, que eu não precisava da mínima supervisão. Decidiu que eu podia viver com muito menos do que uma fração do que você vivia. 

— Você teria ido para o sistema. Preferia isso a ter as liberdades de uma casa só para você? 

— Uma casa que estava caindo aos pedaços e que precisava de muito mais manutenção do que eu podia pagar. 

— Bastava ter pedido.

— E você não cobraria depois? 

— Ah, claro que sim.

— Então foi melhor assim. 

Araminta estava lhe cobrando naquele mesmo momento. Sabia que, no caso da reforma da casa, seria uma cobrança financeira, enquanto naquele momento… 

Ela não conseguiria elencar tudo que estava sendo cobrado dela.

— Por que vocês foram atrás do Benedict? Eu sou só um peão e você sabe bem disso. 

— Você pode até ser um peão, mas você é um peão que fez um estrago grande. Muito grande. Tem noção do quanto me custou, financeiramente falando? - Sei sim, Sophie pensou. Nada. Você transferiu mais de 5 milhões em dinheiro que não era seu, então não te custei nada. - Quando me falaram que devia haver um espião na empresa, eu não pensei em você. - Araminta disse. - Não mesmo. A imagem que tinha e que ainda tenho de você na minha mente é aquela adolescente magra, quase esquelética e incapaz de fazer mal a quem quer que seja. - Magra, quase esquelética, por sua causa, porque você não me alimentava, Sophie pensou. Mas, sim, inocente. - Na época, eu não entendia como você era filha do seu pai, porque, Deus do céu, ele conseguia estar envolvido em mais esquemas do que eu, e isso quer dizer muita coisa. Levou muito tempo até que eu pudesse associar sua traição. Até que eu pudesse associar do que você era capaz. Depois que você me deixou literalmente te chutar enquanto você já estava no chão, eu apaguei qualquer possibilidade de que você tinha mudado da minha mente, apesar de agora saber que você provavelmente viu aquilo chegando e que podia muito bem ter se defendido e se vingado de mim naquela mesma hora. E eu honestamente tenho que te parabenizar. Você foi muito perspicaz me fazendo acreditar que ainda era aquela menina, mas ela morreu há muito tempo, não é? 

— Só porque eu trabalho com o que eu trabalho não quer dizer que eu tenha parado de ser gentil. E eu acredito que aquela garota, pelo menos do jeito como você a imaginava, nunca existiu.

— Ah, Sophie, minta para si o quanto quiser, mas existiu em algum momento. Você deixava que eu pisasse em cima de você. Toda aquela gentileza e aquela bondade quase me faziam sentir culpada por descontar os erros de seu pai em você, mas não eram o suficiente. Principalmente porque está estampado no seu rosto. 

Sophie se considerava inteligente, mas não fazia a mínima ideia do que Araminta estava falando. Ela podia muito bem estar falando grego.

— O que quer dizer? 

— Você parece demais com ela, sabia? - Araminta disse. Sophie não respondeu. Não entendeu, para falar a verdade - Com sua mãe. 

— Você conheceu minha mãe? - ela baixou a guarda, mesmo sabendo que não devia. Mesmo sabendo que Araminta podia muito bem se aproveitar daquele momento de distração dela. 

Araminta riu. 

— Ah, minha querida. Você sabe as circunstâncias do seu nascimento? Richard fez questão de que nunca te contassem, tentando preservar o pouco da afeição que você nutria por ele.

— Mas eu sei. - ela disse e Araminta pareceu surpresa. - Eu fiquei sabendo por Louisa há alguns anos. 

— Quem é Louisa? - ela parecia confusa.

— Se você não lembra quem é, não vou te contar. - só Deus sabia se Araminta não podia ir atrás da antiga empregada da família por isso.

— Bom, vou te contar o outro lado da história. 

O outro lado da história.

— Você era a noiva. - Sophie constatou, nenhum pingo de dúvida na voz. 

Deus do céu, tudo fazia sentido agora. 

Isso explicava porque Araminta a odiava tanto, o fato de sempre chamá-la de bastarda, mesmo antes de Sophie entender o que aquela palavra significava, e seu pai ter encontrado duas pessoas dispostas a casar com ele e lidar com toda aquela negligência, apesar de todo o dinheiro que ele tinha. 

No caso, apenas uma.

— Sim. A noiva que estava com o casamento marcado em dois meses quando sua mãezinha apareceu grávida, estragando todos os meus planos. Eu sabia que Richard tinha um caso e eu podia viver com isso, mas não podia admitir que meu marido tivesse uma filha ilegítima concebida enquanto estávamos juntos, então terminei tudo com ele, não importava o quanto queria e iria lucrar com aquele casamento. Ainda tinha o meu orgulho. Então eu me envolvi com o Mark e lhe dei o golpe da barriga. Ele teve de se casar comigo para evitar a fúria da minha família, que ainda era consideravelmente influente à época. Uma pena que depois disso os Cowper entraram em decadência, mas calhou muito ser uma Reiling durante todos esses anos. E então, cerca de nove anos depois de tudo isso, eu já viúva, com duas filhas para criar, seu pai se reaproximou de mim. Ele disse que se sentia arrependido pelo que tinha feito - se arrependido de eu ter nascido, Sophie pensou, sabendo que era isso que ela queria dizer - e que queria voltar comigo. - Araminta deu de ombros. - Eu tinha uma posição dentro da Bridgerton, graças ao meu falecido marido, mas queria voltar aos círculos sociais que me excluíram depois da morte de Mark. E seu pai era provavelmente a pessoa mais bem conectada que eu já conheci. 

— Então ele queria uma esposa troféu e você queria um marido bem conectado. - e eu sofri por isso.

— É tão bom quando vemos as coisas pelo que elas são, não é? - Araminta disse, ajeitando a sua mira. 

— Abaixe a arma. - Sophie disse, a voz firme.

— Abaixe você a sua.

— Estou lhe avisando. Eu fui treinada para situações como esta. 

— E eu não tenho que brincar de acordo com as regras. - ela sorriu. - Quem é mais perigosa? A agentezinha que tem que seguir regras e precisa salvar o namoradinho ou a madrasta má? Quem tem tudo a perder ou quem não tem mais nada? 

Então as duas ouviram um barulho consideravelmente alto vindo do outro lado da porta. As duas apenas se encararam. 

— Mas que diabo foi isso? - Araminta perguntou. 

— Eu honestamente não sei te dizer. - Sophie respondeu. 

— Não vai abrir a porta? 

— Você está mais perto. - e eu não vou dar minhas costas a você

— Como eu vou saber que não é uma armadilha que você armou pra mim? 

— Eu nem sei onde minha equipe está! A sua, por outro lado, está por trás dessa porta. 

— Não acha que se eu quisesse fazer algo contra você já teria feito? 

Nesse momento, a porta se abriu. 

— Mas que inferno, Araminta. Estava dizendo para você voltar há dois minutos e você não ouvia. - Rita reclamou, já entrando no campo de visão. Então olhou para Sophie. - Você vem com a gente. Joga a arma no chão. - Sophie olhou de lado para a escada e viu que Conrad tinha chegado. Ele estava no antepenúltimo lance de escadas antes de chegar ao telhado, enquanto Araminta e Rita estavam no topo do último e ela estava no vão entre o penúltimo e o último. Sabia que tinha errado em confrontar Araminta sozinha, mas ela tinha literalmente aparecido no meio do seu caminho enquanto ela tentava reconhecer o terreno. E agora a equipe estava ali, muito provavelmente esperando um sinal seu para que pudessem agir. Precisava tomar o controle da situação e fazer com que elas descessem a escada. Precisavam do elemento surpresa e também precisavam que elas estivessem mais longe da porta do telhado. - Pensando em fugir? - ela viu o momento em que Rita apontou a arma para o outro lado da porta e simplesmente atirou. 

O coração de Sophie parou naquele momento. O tempo congelou e o som do disparo ecoava pelo ar, reverberando e se repetindo em um loop em sua cabeça. 

Rita tinha atirado em Benedict. 

O mundo ainda estava girando, mas ela continuava parada no lugar, incapaz de se mover. Incapaz de ao menos reconhecer a possibilidade da ideia de ele não estar bem, porque ela não saberia o que faria se ele não estivesse. 

Pensar nele ferido lhe doía fisicamente, mas, pensar num mundo sem Benedict… 

Era paralisante. 

Sophie era o tipo de agente que jamais travava na hora da ação. Era sempre uma das primeiras pessoas justamente porque não travava nesses momentos, mas agora estava paralisada. Tinha consciência de que Conrad e o resto da equipe estavam bem ali, prestes a fazer a prisão do século, e de que suas duas maiores rivais estavam bem na sua frente, e não sabia o que fazer. Tinha dois braços e duas pernas, uma cabeça e um tronco e não fazia ideia do que fazer com eles. Havia um protocolo que ela devia seguir nesse momento, ela sabia, mas não conseguia se lembrar dele. 

Não sabia qual o passo a se tomar.  

— Droga, eu errei. - Rita disse, a removendo de seu torpor. - Pegou no paletó e bateu na parede. - obrigada, obrigada, obrigada, era tudo o que Sophie conseguia pensar para não suspirar de alívio e começar a chorar. - Fique sabendo que da próxima vez eu não vou errar. 

— Ok. - Sophie disse, em alto e bom som, dando um passo para trás. Tentaria fazer com que elas viessem atrás dela. Estaria se colocando mais distante de Benedict, mas as estaria tirando de perto dele. Não fazia ideia de como era a mira de Rita, mas não tinha dúvidas de que ela conseguiria fazer um estrago significativo, independente disso. Ainda pior se tivesse a mira ruim. - O que querem que eu faça? - ela perguntou, dando um passo para trás, na direção do lance de escadas que estava atrás dela. 

As duas, notando seu movimento, desceram alguns degraus, se afastando da entrada do telhado. E chegando mais perto do resto da equipe, Sophie pensou, com um toque de alívio. 

— Para começar, coloque a arma no chão. - Araminta disse e Sophie obedeceu rapidamente, ainda tentando se aproximar mais do próximo lance de escadas. 

— Agora chute para onde nós estamos. - Rita disse. 

— Tem certeza? - Sophie perguntou, dando mais alguns passos para trás e já começando a descer as escadas. Sabia que a equipe do MI6 estava esperando no lance de escadas logo abaixo do que ela estava. Percebeu que eles tinham apagado as luzes daquele trecho da escada e que não seriam vistos até o último momento. - Pode ser perigoso chutar uma arma. Ela pode disparar acidentalmente. Que tal se eu só deixar ela no chão e me afastar? 

— Quanta sensatez. - Araminta disse, dando mais um passo na direção dela, que, mais uma vez, deu alguns passos para trás, descendo a escada sem jamais arriscar uma olhada de lado para conferir onde a equipe estava. 

— Eu tento. Sempre é bom ser sensata quando alguém tem uma arma apontada para você ou para alguém que você ama. - ela disse, dando mais alguns passos para trás, até que estava nos degraus iniciais daquele lance e Araminta e Rita estavam nos do meio. As luzes só chegavam até onde as outras duas mulheres estavam, mas, se elas olhassem para baixo, veriam os agentes, então Sophie tinha de manter a atenção delas nela por mais aqueles 30 segundos antes que pudesse dar o sinal. - No caso, para os dois. E é muito mais difícil quando está apontado para a pessoa que você ama. Quer dizer, eu já tive armas apontadas para mim vezes o suficiente para saber que é uma coisa completamente desconfortável, mas dessa vez foi foda. Não é sua vida, mas é a vida da outra parte do seu coração. É a vida da sua vida.

— Deus do céu, entre você e seu namoradinho eu não sei quem gosta mais de falar, puta que pariu. - Rita reclamou, mas Sophie sabia que ainda tinha toda a atenção delas, então se esgueirou um pouco mais para a direita da escada. Os olhos delas a seguiram. - Vocês combinam no nível de irritabilidade. 

— Você acha mesmo? Desculpe, eu geralmente falo pouco, mas acho que nunca tinha vivido um amor tão intenso e tão lindo. Ele comeu até a couve de bruxelas que eu fiz um dia. Todos iam embora antes da couve de bruxelas.

Nesse momento, Conrad e o resto da equipe passaram correndo por Sophie. Dez ou doze agentes do MI6 estavam na escada agora, todos com armas em punho e alguns muito próximos a Araminta e Rita, que pareciam atordoadas. 

— Soltem as armas! - Conrad ordenou e, após um olhar significativo entre as duas, elas jogaram as armas no chão. - Chumbo e Rosa, vão checar o telhado. Prata, quer fazer as honras? 

— Acho que eu sou mais necessária no telhado. - Sophie respondeu, sabendo que estava desobedecendo ordens do seu superior e, ao mesmo tempo, deixando escapar a oportunidade de realizar a prisão de Araminta.

Nada daquilo importava naquele momento. 

Ela simplesmente pediu para alguns colegas se afastarem um pouco e, com Chumbo e Rosa (ou Anika Turner e James Riverdale), foi para o telhado. Eles entraram primeiro porque estavam com o colete à prova de balas e ela não, apenas para se certificar que não havia mais ninguém do Sturoyal no telhado, só Benedict. 

Ele a olhava como se fosse um anjo enviado do céu e ela nunca sentiu tanto alívio quanto ao ver seus olhos praticamente implorando que ela fosse até ele. Ela correu até onde ele estava, já tirando o pano que servia de mordaça. Benedict tossiu umas três vezes, enquanto a boca se reidratava.

— Me desculpe, me desculpe, me desculpe. - Sophie disse, colando a testa dela na dele. - Me desculpe, Benedict.

— Não foi sua culpa, meu bem. - ele disse, os olhos cheios de um perdão que Sophie não acreditava merecer. 

— Foi sim. Eu te arrisquei por estar com você e… 

Ele soltou um gemido de dor. 

Nesse momento, Sophie percebeu que, por puro costume, tinha tocado no braço esquerdo dele. Ela sempre gostava de estar em contato com ele e, num momento como aqueles, era mais que natural que quisesse tocá-lo. Devia ter pegado no braço dele com mais desespero (e força) do que pensou. 

Então afastou a mão rapidamente e… 

E… 

Aquilo era sangue?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "She" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.