She escrita por Mavelle


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Ladies and gents this is the moment you've waited for
Finalmente teremos o reencontro!
Infelizmente essa é a última semana que eu vou poder postar na terça e no sábado :(, porémmmm estou preparando uma surpresinha na terça que vem pra ninguém ficar devastado de ter que esperar uma semana para o próximo capítulo. Falo mais sobre nas notas finais.
Enfimmmmm, espero que gostem! Digam o que estão achando da história até agora nos comentários.

Beijos,
Mavelle



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Ela estava ali. 

Prata. 

A mulher que ocupou todas as suas fantasias durante o último ano. Que o inspirou a fazer uma exposição inteira, que ainda estava numa sala da Galeria do Museu Nacional. 

Prata se misturava com facilidade no meio de todas aquelas pessoas e, para falar a verdade, parecia mais confortável do que o próprio Benedict. Ela estava trabalhando na Bridgerton? Se sim, desde quando? Ele queria ir falar com ela, mas ela estava numa conversa com Philip Cavender. 

Benedict quase bufou. 

Philip estava entre as pessoas que menos gostava na época em que trabalhava lá, mas Prata estava conversando com ele, então achou que o mais educado seria esperar que aquilo acabasse. E assim ele fez, esperou que Philip eventualmente se afastasse, aproveitando o momento de espera para simplesmente observar Prata da forma mais discreta que conseguiu, enquanto ficava próximo do bar. 

De alguma forma, ela era ainda mais bonita do que ele se lembrava. Sua pele estava menos corada e o vestido que ela usava, azul desta vez, se destacava mais nela e realçava todos os seus traços. Talvez sua opinião fosse um pouco afetada porque ele amasse azul e estivesse olhando para a pessoa que ocupou praticamente todos os seus pensamentos românticos por um ano, mas sabia que, independente daquilo, ela era linda.

Ele percebeu então que algo parecia estar errado. Philip estava muito próximo e olhando para baixo como se tentasse intimidá-la. Prata parecia muito desconfortável e, ao ver Philip baixar a cabeça, claramente indo beijá-la, Benedict decidiu intervir, porém não foi necessário: ela acertou uma joelhada precisa no meio das pernas do homem. 

Ele viu Philip se dobrando sobre o próprio corpo, e tomou isso como uma deixa para se aproximar.

— Prata, você está bem? - ele perguntou a ela, quando chegou perto o suficiente. Philip continuava meio dobrado e ofegante, agora se apoiando contra uma parede. 

Prata não pareceu surpresa em vê-lo (já que já tinha percebido que ele a estava observando), mas olhou para ele como se ele tivesse duas cabeças.

— Não precisava de resgate, mas obrigada por se importar. 

— Claramente você sabe se virar bem sozinha. - ele sorriu, mas Prata continuava séria. Não esperava que ela fosse se jogar em seus braços, mas ela aparentemente estava com um péssimo humor.

Eu só preciso ir na mesa da Araminta antes que ela saia de lá e eu não tenha nenhuma desculpa para me aproximar, ela pensava. Aí primeiro me aparece esse idiota e agora o Benedict… e algo me diz que isso está muito perto de virar um circo.

— Sr. Bridgerton! - Philip disse, já ficando em pé escorado na parede. - Essa louca me agrediu! 

— Ela não parecia muito confortável com suas atenções, sr. Cavender. Acredito que a moça estava apenas se defendendo. 

— Precisamente. - Prata disse, ainda séria. - Obrigada, sr. Bridgerton. - ela adicionou, num tom de voz que expressava apenas educação, mas não gratidão. 

— Essa faxineirazinha me agrediu e você vai ficar do lado dela? - Philip praticamente cuspiu. 

— Eu estava apenas me defendendo. - Prata disse, num tom de voz que demonstrava que só queria acabar com aquela discussão sem sentido. Ele tinha tentado beijá-la e apalpá-la e ela tinha se defendido, fim da história, vá lamber suas feridas em casa, ela pensou.

— Diga isso ao juiz! Irei processá-la! 

— O aconselho a não fazer isso, Cavender. - Benedict disse, mantendo o tom de voz firme. Algumas pessoas tinham começado a prestar atenção nos três depois de Philip ter começado a falar alto e agora tudo o que ele queria era acabar com aquele circo para poder falar com Prata. - Se fizer isso, terei de testemunhar a favor dela, porque, de onde eu estava era bem claro que a moça fez o que fez por auto-defesa. 

— Eu também vi. - Posy Reiling disse, se aproximando da cena. Benedict percebeu que Prata lançou um olhar agradecido na direção dela. - Sophie estava só se defendendo.

O nome dela é Sophie, Benedict pensou. Combina com ela, apesar de que eu provavelmente jamais adivinharia.

Philip bufou, frustrado. Uma coisa era Posy, a filha esquecida de Araminta Reiling, ficar do lado dela, outra coisa era a porra de um Bridgerton e pior ainda eram os dois.

— Vamos, Cavender. - Posy disse, já o puxando pelo braço. - Você devia comer alguma coisa. 

Ela não gostava da ideia da irmã perto dele, mas Posy não parecia incomodada e só queria tirá-lo de perto dela. Mal sabe ela que eu sou a maior ameaça aqui, Sophie pensou, e então percebeu que estava sozinha com Benedict, que parecia querer conversar com ela. Eu preciso sair daqui. Preciso ir colocar a escuta na mesa de Araminta.

— Eu... - ele começou, mas ela se virou de costas. 

— Muito obrigada pela ajuda, mas eu preciso ir. Boa noite. 

— Sophie. - ele chamou, de uma forma ao mesmo tempo contida e desesperada, e segurou de leve em seu pulso, e ambos sentiram aquela mesma eletricidade no ar que estava ali um ano atrás. 

Era a primeira vez que Sophie escutava seu nome ser dito por ele e, que Deus a ajudasse, parecia que ninguém nunca tinha falado seu nome de uma forma que a agradasse mais. O que eu estou pensando?, ela se perguntou. Ele só disse seu nome, larga de ser emocionada, Sophia Maria Beckett.

— O que? - ela ainda estava de costas para ele. 

— Vamos conversar, por favor. - ele disse, passando para a frente dela.

— Tem certeza que há algo para conversar? - ela tinha descoberto que a mulher que viu com ele era sua irmã, mas agora havia todo um estigma sobre qualquer possível relacionamento dos dois: ele era um dos donos da empresa, enquanto ela era uma simples faxineira.

E agente do MI6, não podia esquecer. 

— Eu sei que foi só uma noite, mas eu não consegui te tirar da minha cabeça. 

— É o cara com quem você ficou no ano passado? - Andrea perguntou pelo comunicador. Ótima hora para começar a falar, Sophie pensou com ironia, contendo sua vontade de revirar os olhos. - Avise se eu for precisar pular o muro de novo ou dar uma surra nele, apesar de achar que essa parte você faria sozinha. 

— Olha, Benedict, o que tivemos foi ótimo, mas eu tive um ano bem complicado e as coisas finalmente estão se ajeitando depois que eu consegui esse emprego, e isso meio que te torna meu chefe por associação. Então, por mais que eu queira repetir a dose, não acho que seja o mais esperto a fazer.

— Não, não. - ele disse. - Você entendeu errado. Eu realmente quero conversar com você. Tem algumas coisas que eu preciso te dizer e isso precisa ser feito antes de ficarmos de novo. - Sophie ia abrir a boca, mas ele foi logo se corrigindo. - E eu sei que você disse que isso não seria a coisa mais esperta a se fazer, mas eu não posso deixar de criar esperanças de repetir a melhor noite da minha vida. 

— Cacete, até eu quero conversar com esse cara. - Conrad (que Deus ajudasse Sophie depois dessa noite) disse. Por que ela não podia desligar seu comunicador naquele momento mesmo? 

— Ok. - ela cedeu. - Mas acho que aqui e agora não seria a melhor hora para conversar. - Dado que eu estou no meio de uma missão tentando plantar uma escuta na mesa da minha odiosa ex-madrasta que quer transformar a filhinha na Rainha da porra da Inglaterra, ela pensou. Que mau humor é esse, Sophie?

— Eu concordo. Você estaria livre amanhã? 

— Sim. Umas 10, 11 horas, pode ser? 

— Ok. Eu te levo pro brunch. 

— Brunch? - Sophie levantou uma sobrancelha, divertida. 

— Prefere o termo café da manhã tardio? - ele perguntou, também num tom divertido.

— Ok, brunch. - ela sorriu. 

— Meu Deus, isso é a Sophie sendo fofa? - Conrad perguntou no comunicador. Era oficial, ela teria de matá-lo. Ou ao menos dar um tapa bem forte na cara dele. 

— Posso pegar seu número? - Benedict perguntou. - Só para combinarmos melhor. 

— Claro. - ela anotou seu número no telefone dele. 

Os dois se despediram com sorrisos meio constrangidos e cada um seguiu seu caminho. 

— Meu Deus, finalmente! - Kate disse, quando Benedict voltou para a mesa da família, chegando praticamente ao mesmo tempo que ela e Anthony. - Estava vendo a hora ter que dar um jeito de prender você num elevador com ela. 

— Você sabia que era ela? - Benedict parecia surpreso.

— Sim! Você não notou que nos últimos dois meses eu fico te chamando pra ir na Bridgerton sem nenhuma razão real? 

— Só que você nunca vai. - Anthony disse para Benedict. - A culpa de não ter descoberto isso antes é sua. 

— Por que você simplesmente não me disse que ela estava trabalhando lá? - Benedict perguntou a Kate, simplesmente ignorando o irmão.

Ela o puxou mais para perto. 

— Porque ela não queria que Posy soubesse que ela estava aqui ano passado. - Kate sussurrou. - Eu não sabia quais as razões dela para isso e, apesar de acreditar que não envolvem você, não queria trair a confiança dela, me desculpe. 

Benedict respirou fundo. 

— Tudo bem. - ele se sentou no mesmo lugar de antes, ficando entre Penelope e Anthony. 

Vela dupla, que adorável, ele pensou. 

— Você realmente esperou um ano pra rever ela e agora vai ficar na mesa com a gente? - Anthony perguntou. 

— Eu disse que queria conversar com ela, mas ela não quer conversar agora e é isto. A Sophie me passou o número dela e eu vou falar com ela depois.

Todos fizeram um momento de silêncio. Benedict sabia o que se passava pela cabeça dos quatro: ele tinha sido dispensado.

— Bom, o número dela é melhor do que nada. - Penelope acabou dizendo, após alguns segundos.

— É verdade. - Kate disse. - Vocês podem marcar alguma coisa, sei lá. 

Tinha decidido não contar que a veria na manhã seguinte. Só serviria para criar expectativas nos outros e fazer com que eles passassem o dia o incomodando. 

— E você descobriu o nome dela. - Colin disse. - Finalmente pode parar de chamá-la de Prata.

— Eu tinha me apegado ao nome Prata, não vou mentir. - Kate disse, e então deu um olhar significativo para Anthony. 

— Amor, não vamos chamar nossa filha de Prata. - ele disse, suavemente. 

Ela fez um biquinho.

— Você é muito sem graça. 

— Eu só não quero que ela sofra bullying na escola. Com um nome como Prata Calina Sheffield Bridgerton a coitada não teria uma chance de sobrevivência.

— Prata Calina já é demais. 

— Ela realmente não ia ter chance de escapar.

— Mais pelo Prata do que pelo Calina, eu admito. 

— Ainda bem que você concorda.

Anthony então beijou-a e eles passaram a conversar sobre outra coisa, só os dois. Benedict se virou para puxar assunto com Penelope, mas viu que ela e Colin estavam se engolindo de novo. Correu os olhos pelo salão e viu que Eloise conversava animadamente com um grupo mais jovem, provavelmente seus colegas no setor de Relações Internacionais, sua mãe estava conversando com Martin Holmes e sua esposa e Daphne e Simon estavam… em algum lugar. 

Acho que estou parecendo um candelabro, ele pensou, já afastando a cadeira para trás novamente e decidindo que iria circular pela festa, talvez tentar encontrar alguns velhos conhecidos.

Ou ao menos circular até o bar mais uma vez.

***

Depois de confirmar qual a mesa em que Araminta estava, Sophie reuniu sua coragem, passou pelo bar e se dirigiu lentamente para o local onde a ex-madrasta estava sentada. Notou que Kai e Rita estavam na mesa com ela, como esperado, assim como um homem de meia idade que ela não conhecia, mas que devia ser Brynn Idle, o apoiador da causa que ia se reunir com eles ali. 

Antes mesmo de chegar na mesa, Sophie já começou a sentir o asco pelo que estava prestes a fazer. 

— Boa noite, Araminta. - ela cumprimentou a ex-madrasta, chegando perto da mesa. Segurava um copo com um coquetel de fruta em uma das mãos e a escuta na outra, que estava colada ao corpo. - Kai, Rita. - ela indicou os dois com a cabeça, mas eles não responderam, como ela esperava. Só deram meios-sorrisos. 

— O que diabos está fazendo aqui? - Araminta perguntou. Sabia que Sophie estava trabalhando na Bridgerton, mas acreditava que ambas tinham um acordo não explícito de nunca se falarem. 

— Eu vim aqui para te agradecer. - ela disse, parando bem perto de Araminta e apoiando o dedão na parte de cima da mesa, enquanto colocava a escuta embaixo com o indicador, o médio e o anelar. Ninguém tinha prestado atenção no que ela fez porque estavam muito ocupados prestando atenção em Araminta e suas reações a ela. E Sophie fez questão de mostrar o copo que segurava, para que ela pensasse que estava fazendo o que fazia motivada pela bebida. Muito obrigada por ter sido descuidada ontem e ter me mostrado que fez um desvio de 1 milhão de libras para o Sturoyal, era o que Sophie queria dizer, mas, ao invés disso, disse: - Nunca teria me tornado a mulher que sou hoje se não tivesse saído de casa aos 18 anos. Obrigada por me incentivar nessa decisão. 

Araminta lhe abriu um sorriso. Sophie achava que era a primeira vez que a via sorrir genuinamente para ela e, por Deus, não queria repetir a experiência tão cedo. Nunca mais queria vê-la sorrir para ela, se fosse possível.

— Por nada. Acho que, na época, você não percebia que jamais cresceria se não saísse.

— Não, claro que não. Mas nós raramente percebemos o quão necessárias podem ser as mudanças no momento em que passamos por elas. - Sophie disse, mal acreditando no que estava dizendo. Estava mesmo agradecendo Araminta por quase tê-la feito passar fome, além de estar insinuando que apoiaria os Stuarts? Sabia que aquilo era necessário para representar bem o seu papel de boba e inocente, mas era difícil. - Era só isso que eu precisava dizer. Boa noite, passar bem e tenha uma boa vida. 

Sophie começou a se afastar da mesa o mais naturalmente quanto pôde. 

— Parabéns, Prata. - ela ouviu a voz de Conrad pelo comunicador. - Instalou a escuta com sucesso, mas acho que não quer saber o que a Reiling está dizendo de você. 

— O de sempre: camarão. - ela disse, enquanto pegava um camarão empanado da bandeja que o garçom lhe ofereceu.

— Bastarda ingrata é o de sempre? 

— Hm, muito melhor do que imaginei. - ela disse, enquanto provava. 

— Eu não sei se você me respondeu ou se só está elogiando alguma coisa. De qualquer forma, vou te deixar fazer seu trabalho e fazer o meu. 

Sophie ia dizer um “obrigada”, mas não tinha ninguém por perto para que pudesse agradecer, então simplesmente seguiu seu caminho e foi para onde Posy estava, já segurando uma bebida para ela, que logo foi aceita. Acreditava que não seria mais necessária para o MI6 naquela noite, então iria aproveitar o resto da festa com a irmã e tentar não surtar pensando no que Araminta e Rita Martin podiam estar conversando numa mesa a 10 metros de onde estava. Também ia tentar não pensar na conversa com Benedict no dia seguinte, mas não foi possível, dado que ele agora se aproximava de onde ela estava. 

— Sophie, certo? - ele perguntou para ela, fingindo que não a conhecia. Tinha visto ele falando com Kate, então acreditou que ela podia ter lhe dito que Posy não sabia que estava na festa no ano anterior. 

— Sim. - ela respondeu, divertida. 

— Estão abrindo a pista de dança agora e eu gostaria de saber se quer dançar comigo. Sinto que deveria ter ao menos uma experiência positiva hoje à noite que não seja relacionada às bebidas ou à comida. 

— Sabe, tem um enroladinho de calabresa muito gostoso rodando pelo salão. - ela não sabia se aquilo era verdade, mas os olhos dele brilharam, divertidos. - Acho que vai ser difícil algo superar aquilo hoje à noite. 

— Nossa, onde está? - Posy perguntou, já se intrometendo.

— Com um garçom que está rodando com aperitivos. Eu peguei perto do bar. 

— Hm, acho que vou procurar. - ela se afastou, grata por ter aquela desculpa. Estava bem claro que alguma coisa podia acontecer entre os dois e ela não queria ficar no meio daquilo, principalmente porque Benedict parecia realmente interessado em Sophie, de um modo muito mais honrado e, ainda assim, centrado nela do que Philip Cavender. 

— E então? - Benedict perguntou, levantando uma sobrancelha. - Garanto que a dança vai ser melhor que o salgado. 

— E você é tão bom dançarino assim? - Sophie perguntou, levantando uma sobrancelha. Sabia que a resposta era que sim, mas ainda estavam fazendo aquele joguinho. 

— Bom, nunca recebi nenhuma reclamação. E prometo que não reclamo se você pisar nos meus pés. Além disso, o salgado não está tão gostoso quanto estava no ano passado, então não é tão difícil de bater. 

— Hm, eu aceito dançar com você, então. - ela sorriu e pegou a mão que ele lhe tinha estendido. Mais uma vez, sentiram aquela eletricidade no ar. 

Eles foram em silêncio até a pista de dança, onde Benedict passou uma mão pelas costas de Sophie e ela colocou uma das mãos em seu ombro, enquanto a outra permanecia segura na dele. 

E começaram a dançar, a mesma sintonia presente no ano anterior ainda ali. 

— Por que você veio me chamar para dançar? - Sophie perguntou, sem fazer rodeios.

— Dançar não é conversar. - ele respondeu. - E, como eu disse ano passado, valeu a pena sair de casa apenas por dançar e conversar com você, mas, como você não quer fazer o último, me contentarei com o primeiro. Eu sei que você provavelmente não queria que eu me aproximasse pelo resto da noite, mas parecia um crime não vir chamá-la para dançar. - Nem que seja só para te ter em meus braços de novo por alguns minutos, Benedict pensou.

— Não estou triste por você ter se aproximado, muito pelo contrário. - Sophie sorriu. - Só não acho que seja uma boa hora ou lugar para conversarmos. 

— Ok, então não vamos conversar. Como devemos preencher o tempo? - ele levantou uma sobrancelha, um sorriso brincando no seu rosto. 

— Você entendeu o que eu quero dizer com conversar. Você deu a entender que tem algo a me contar, então não falaremos disso hoje à noite. 

— Tudo bem. Vamos começar em território neutro, então. Qual o seu nome? 

— Sophie Beckett. - ela respondeu, sem arrodeios.

— Só me levou um ano para descobrir. - ele disse, com um sorriso. 

— A noite não teria metade do encanto que teve se você soubesse quem eu era. 

— Bom, a noite talvez não, mas teria sido um ano mais fácil. A única razão pra eu saber que não tinha te imaginado é porque meus irmãos ficaram enchendo meu saco depois. 

— Sinto muito. - ela disse, mordendo o lábio para conter uma risada. - Falando nisso, quantos irmãos você tem? - Benedict não conteve a risada e ela teve que sorrir. - É sério. Você tinha comentado do Anthony e de uma irmã no ano passado.

— E a essa altura você já deve ter conhecido Daphne, Eloise e Colin.

— Colin? Meu Deus. Eu achava que eram três. Quatro com você. 

Benedict sorriu. 

— Sou o segundo de oito filhos. 

Ela arregalou os olhos. 

— Oito? 

— Você ainda não tinha ouvido falar disso? 

— Não. 

— Acho que ao menos é um sinal de que deixaram de fofocar um tantinho. 

— Benedict, eu sinto te informar que isso é impossível. Eu estou aqui há quase dois meses e adoro todas essas pessoas, mas já se tornou uma parte do espírito do trabalho. 

Ele respirou fundo.

— Era realmente um sonho impossível. 

— Não tire a fofoca de nós. 

Benedict riu de novo e Sophie se permitiu simplesmente estar ali naquele momento com ele. 

Seria muito fácil dançar e conversar com ele a noite inteira. Alguma coisa simplesmente fluía entre eles dois e Sophie sabia que precisava se afastar ou acabaria querendo mais do que o que podia ter nesta noite. 

Assim, quando a segunda música terminou, ela se despediu. 

— Até amanhã. - Sophie disse, sorrindo para Benedict. 

— Até amanhã. - ele respondeu, segurando a mão dela e a levando aos lábios para beijá-la. Um cavalheiro quase perfeito, ela pensou, divertida. 

Depois disso, Sophie se afastou e voltou para a mesa onde estava com Posy inicialmente. Para a felicidade dela, ninguém falou uma palavra sobre ela estar dançando com Benedict, apesar de saber que provavelmente era porque não a conheciam tão bem. Com certeza, se fosse na mesa com os colegas da faxina, todos estariam tirando onda com a cara dela, mas era melhor que ficasse onde estava. Não sabia o que poderia dizer sobre Benedict e por que eles pareciam tão íntimos sem dizer que tinha estado lá um ano antes e que eles tinham se conhecido no sentido bíblico. 

E aí ela se soltou um pouco. Quando foi prestar atenção, estava bebendo e conversando e rindo com aquelas pessoas. Estava se divertindo de verdade.

Enquanto isso, numa van a cerca de 300 metros dali, Andrea e Conrad tentavam digerir a informação que tinham recebido pela escuta. 

— Nós deveríamos chamar ela de volta e contar isso? - Conrad perguntou a Andrea. 

— Teoricamente sim, mas não vai mudar nada se contarmos para ela segunda-feira. - ela respondeu. - Não é atribuição dela e se ela se envolver pode arriscar o disfarce. 

— E ela vai querer se envolver. 

— Exato.

Conrad respirou fundo. 

— Eu vou falar com a central amanhã de manhã. Deveríamos fazer isso agora, mas a Williams vai comer o meu rabo se eu ligar agora.

— Então esperamos até amanhã de manhã.

— E torcemos que a Sophie entenda porque vai ficar de fora dessa.

— Ela vai entender. Não vai gostar, mas vai entender e vai seguir o que dissermos. 

Ele concordou e os dois continuaram a escutar aquela conversa, pensando em todos os desdobramentos horríveis que aconteceriam se fracassassem. 


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Notas finais do capítulo

Então galeraaa, resolvi atender um pedido antigo de várias e teremos conteúdo Polin! Quem quiser ser avisado, diz nos comentários, manda mensagem privada ouuu fala comigo no twitter @mavelledejour



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