Estranho amor escrita por mjrooxy


Capítulo 7
Capítulo 7




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Na noite anterior, como se Cat Noir pressentisse que Marinette não queria vê-lo. Não apareceu, deixando-a semi-desapontada. Tudo bem, não queria lidar com ele por estar confusa sobre seus sentimentos relacionados a Adrien. Ainda assim, quando Cat não apareceu em sua janela, seu coração se entristeceu um pouco. No fundo desejava que o herói surgisse do nada e a fizesse esquecer sua confusão interna. Ou quem sabe até aumentar seu nível de bagunça sentimental. Porque era bom estar com ele, leve e tranquilo. Não havia tantos anseios, quer dizer, tinha a questão de ela não saber a verdadeira identidade dele. E isso era muito estranho, beijar alguém que não podia sequer mostrar o rosto não estava no topo da sua lista de prováveis relacionamentos. Só que lá estava Marinette, pensando no que era melhor para si. Deixar Adrien para trás ou confrontá-lo? Cat Noir entenderia? E se Adrien retribuísse seus sentimentos? Bom, existia aquele um por cento de que aquilo pudesse acontecer.

Ou não?

Eram tantas dúvidas pairando em sua cabeça, que ela desejou poder expulsar uma a uma. Cada pensamento estranho e sentimental sobre Adrien. Cada novo desejo referente a Cat Noir. Tudo!

Simplesmente limpar, deixar sair. Fazer um detox de emoções.

Riu consigo mesma ao imaginar tal analogia, enquanto seguia para o colégio. Disposta a não deixar nenhum akuma estragar a conversa definitiva que decidiu ter com Adrien. Queria ter tido a oportunidade de contar a Cat Noir antes o que cogitava fazer. Mas como não o viu, ficaria para depois. Não estavam juntos efetivamente, só se beijaram algumas vezes. O que não caracterizava como um namoro oficial. Principalmente quando você nem sabia o verdadeiro nome do garoto por trás da máscara.

Balançou a cabeça, estava perdendo o foco. Não voltaria atrás, poria um fim naquela história de uma vez por todas. A partir daquele dia, ou esqueceria Adrien ou ao menos ele saberia que ela o amava. Amou... Ainda o amava? 

— Tikki, estou perdendo a coragem. — murmurou para a kwami. — Quero conversar com Adrien, mas estou com tanto medo!

— Seja forte, Marinette. — a joaninha incentivou. — Você consegue.

Nesse instante, como se o céu mandasse um sinal. Encontrou Adrien vindo em sua direção, sozinho. Ela hesitou, sem compreender o que ele fazia naquele percurso. O caminho de Adrien para a escola não passava por ali. Com uma respiração profunda, caminhou com mais rapidez até alcançá-lo.

— Adrien, o que faz aqui? — não era isso o que queria dizer. Pretendia perguntar se ele estava bem, dar um bom dia amigável. Não agir como se o coitado não pudesse andar por aquele lado. — Aliás... — ela sorriu sem graça. — Você não faz outro caminho? Ah, deixa pra lá. Você está bem? 

— Bom dia, Mari. — ele respondeu, abrindo um sorriso grandioso e quente. Que deixou o coração de Marinette morninho e flutuando. — Eu pedi para o Gorila me esperar aqui perto e vim buscar você. Queria que a gente conversasse um pouco. Estamos sempre nos desencontrando, né? — coçou a nuca, sem desviar o olhar. — Também queria pedir desculpas por te levar comigo e ter que ir fotografar em seguida. Não foi legal da minha parte.

Marinette agitou as mãos, indicando que estava tudo bem. Não tinha ficado chateada por isso, entendia do fundo do coração. Adrien era ocupado, ela sabia de sua agenda cheia e ficou lisonjeada por ele se preocupar com o que ela sentiria após o desencontro.

— Está tudo bem, Adrien. — garantiu sorrindo e ficou feliz por não ter gaguejado toda. — Agora acho que é melhor irmos para o colégio, se não chegaremos atrasados.

— É verdade, vamos então? — Adrien ofereceu o braço para Marinette, ela corou e o enlaçou num movimento rápido. 

Pois temia desmaiar antes de concluir a ação.

Ficaram em silêncio por alguns segundos, até que Adrien o quebrou do nada:

— Eu gosto de você, Mari. — ela travou ao ouvir aquilo, mas pensou que ele fosse acrescentar o famoso "como amiga." 

Só que isso não aconteceu.

— Co-como assim? — ousou perguntar, já que o garoto agora olhava para os próprios pés ao invés de esclarecer sua frase ambígua.

— Eu gosto de você mais do que como amiga, é isso! — despejou com as bochechas vermelhas e os olhos brilhando.

Ao confessar seus sentimentos, Adrien preferiu olhar nos olhos azuis profundos de Marinette. Para que ela não tivesse dúvidas do que se tratava.

— Mas quando? — Marinette pensou em formular melhor a pergunta no cérebro antes de deixá-la escapulir por seus lábios.

Acontece que ela não estava em condições de pensar antes de agir.

— Já tem um tempo que eu venho te observando, tentei me aproximar. Só que sempre acontece algo para atrapalhar, queria dizer de uma maneira especial. Mas sei que se eu esperar vou perder a coragem, ou alguém vai surgir do além para interromper... — ele foi dizendo aos borbotões, como em fluxo de pensamento. Dando zero chances de Marinette recuar ou fugir. — Eu gosto de você e quero que saiba disso, pronto. Era somente o que eu queria falar. — e Adrien se calou repentinamente.

Fazendo as pernas de Marinette fraquejarem.

Ela não sabia o que responder, que gostava dele também? Mas e Cat Noir? Que não podia corresponder porque gostava de outro? Podia ficar com ambos? 

Balançou a cabeça outra vez, estava doida. Ficar com os dois. Rá rá. Podia tanto a ponto de cogitar ficar com os dois? Em qual planeta Cat Noir e Adrien se apaixonariam ao mesmo tempo por ela?

Bom, naquele mesmo.

Pois Adrien encorporou Cat Noir, apertando ainda mais a mão de Marinette. Puxando-a no meio da rua para si. O rosto da garota colou em seu peito e ela soltou um suspiro exasperado. Como escapar do aperto de Adrien? Ela queria? Os questionamentos aumentavam à medida que o modelo permitia-se extravasar seus próprios sentimentos. 

Ele podia ouvir Plagg falando em seu subconsciente que estava agindo errado. Adrien não podia confundir Marinette se declarando em sua forma civil. Isso bagunçaria os sentimentos dela. Esse não era seu objetivo, de jeito algum. Contudo, era estranho ter que agir distante, sendo o que ansiava, do fundo do coração era estar cada vez mais perto.

Pensou em se declarar como Adrien e se afastar como Cat Noir. Assim Marinette ficaria com Adrien, não ficaria? Sua identidade continuaria secreta, já que era mais complicado manter um namoro sendo o herói de Paris. Pelo menos cogitava poder namorá-la em paz sendo Adrien. Dessa forma Marinette não correria riscos, se acaso Hawk Moth quisesse usá-la para atingir o herói. Seria horrível ter que acabar com tudo em sua próxima visita à ela com o traje. Mas ele ponderou toda a noite que seria mais seguro para Marinette se fosse dessa forma. 

Por outro lado, o garoto sabia que seria complicado encaixar um namoro em sua loucura de agenda. As duas tentativas de passar um tempo com Marinette em sua forma civil foram frustradas: a primeira pelo akuma, a segunda por seus compromissos profissionais.

Ele, no entanto, estava disposto a conseguir e a reconquistá-la se fosse necessário. Porquê já supunha a indecisão da garota, após os beijos trocados com Cat Noir. Estava sendo arrogante novamente em imaginar que ela ficaria dividida. Era uma suposição provável sim, mas não exata.

Quando ele notou a expressão de pânico e confusão estampado nos olhos azuis de Marinette. Com adição dos lábios entreabertos de surpresa, imaginou que precisaria quebrar àquela barreira existente entre eles. Pelo menos enquanto estivesse em sua forma civil.

— Eu... — Marinette iniciou, procurando ganhar tempo. — Nunca imaginei que pudesse retribuir. — ela se calou, percebendo que falaria demais.

O coração de Adrien disparou. Marinette diria: retribuir meus sentimentos. Certo? 

Havia uma possibilidade de eles se acertarem como Adrien e Marinette. Seu alter-ego não atrapalharia seu possível futuro namoro com ela. Não agora que finalmente entendeu que deveria seguir em frente, deixando Ladybug para trás.

Não que não a amasse mais, talvez sempre amaria. Ou guardaria a lembrança daquele sentimento agridoce em algum cantinho do seu coração. Lembrou da vez que Marinette se declarou para Cat Noir e ele precisou dispensá-la por amar Ladybug. O que resultou no pai da garota akumatizado. Não foi uma declaração real, ele sabia agora e aquilo fazia tanto tempo... Não quis esperar mais ou cometer futuros erros. Pois passou a desejar com todas as forças que fosse real entre eles.

Tendo isso em mente, Adrien aproximou-se delicadamente de Marinette e a beijou na boca.

Foi apenas um selinho demorado, com um estalo no final. Mas que deixou ambos com o coração flutuando e um sorriso bobo no rosto.

Ela levou os dedos aos lábios, tocando levemente a região. Ainda com os olhos fechados.

— Por que me beijou? — Marinette precisava saber, não podia mais se iludir em relação a Adrien.

— Porque eu descobri que te amo, Marinette. E não é mais possível guardar só para mim esse sentimento. — confessou, agradecendo aos céus por ter conseguido se declarar sem que nada interferisse.

Principalmente seu próprio nervosismo. Agora restava saber se conseguiria ganhar novamente o coração dela. Para poder, de uma vez por todas, vivenciar aquele amor que ele descobriu florescer em seu coração.

 


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