Era uma vez, o amor escrita por Alina Black


Capítulo 3
O menino que se alimentava de Pesadelos (parte 2)




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Jacob

Jacob terminou de ler os prontuários e respirou profundamente, precisava encontrar uma maneira de proteger Seth de suas crises frequentes, mas como ainda era recém-formado não ganhava o suficiente para suprir as despesas caso contratasse uma enfermeira.

— Doutor – O som da voz da enfermeira ao abrir a porta de seu consultório o tirou de seu devaneio – Por favor precisa nos ajudar.

Imediatamente ele deixou os papéis sobre a mesa e se levantou caminhando apressado atrás da mulher que parecia assustada, seguiu pelos corredores da clinica passando por uma porta de vidro que dividia aquela área do refeitório.

— Essa vagabunda comeu a comida de todos – disse a enfermeira totalmente furiosa, Jacob a olhou de soslaio e apenas caminhou em silêncio na direção da mulher que estava sentada no chão rodeada de alimentos abertos enquanto os comia de forma incontrolável.

— Mary – Disse Jacob agachando-se a frente da mulher dando um sorriso gentil para ela.

Ela o olhou e sorriu – Oi querido respondeu ela, Jacob alargou seu sorriso e afastou os alimentos se aproximando um pouco mais dela – Me sinto tão vazia hoje.

— Eu compreendo – disse ele pacientemente – Mas não deveria comer tão depressa – conclui tirando o alimento da mão da mulher – Se fizer isso irá passar mal de dor no estomago novamente, então, não coma tudo de uma vez, então faça isso devagar okay.

— Você disse que eu devo me alimentar bem– respondeu ela.

Jacob novamente sorriu, pegou um lenço e limpou os lábios dela – Você não me entendeu, quando gostamos de alguém, gostamos até da forma como essa pessoa come.

A mulher riu alegremente e pulou em seu pescoço o abraçando, aproveitando a distração da paciente ele sinalizou para a enfermeira que retirou uma seringa do bolso, lentamente a enfermeira se aproximou pronta para fazer o que ele havia pedido.

— Porque você me traiu com aquela modelo magrela querido? Disse a mulher antes dele sentir o calor do liquido sendo despejado por ela sobre as costas dele.

A mulher se afastou constrangida e ele apenas sorriu mais uma vez – Está tudo bem – Disse ele tentando mantê-la tranquila.

Jacob sabia de todas as peculiaridades de seu trabalho, havia uma troca muito íntima com o paciente e era comum vínculos intensos serem criados, tanto de maneira positiva quanto negativa, já havia se acostumado a receber elogios rasgados de um e ser ameaçado por outro.

Após deixar seu uniforme sujo na lavanderia do hospital ele caminhou pensativo pelos corredores, havia recebido um chamado do médico chefe e seguiu para sua sala, passou pela porta e o cumprimentou enquanto ambos olhavam para uma pequena TV de monitoramento.

— Tenho um novo paciente para você – Disse o médico mais velho – A dois dias ele tomou  uma overdose de alprazolam com a filha, está na emergência e faz tratamento de transtorno de ansiedade.

—Acha que ele tentou se suicidar com ela? Perguntou a enfermeira.

— Provavelmente ele queria matar a filha e depois se matar.

Jacob ouviu atentamente as explicações do médico e olhou ela janela de vidro, no quarto ao lado estava o paciente das câmeras dando trabalho aos enfermeiros.

—A menina felizmente vomitou os medicamentos e esta sob a tutela do departamento de psicologia infantil, agora é por sua conta – disse o médico entregando a ele alguns papéis.

Jacob assentiu saindo da sala com os papéis nas mãos, atendeu alguns pacientes pelo restante da manhã e em seu horário de descanso seguiu para sala de descanso médico, olhou para o cartaz colando na parede branca “ Apresentação de Histórias com a escritora Renesmee Cullen” admirou por alguns segundos a mulher da foto, linda, pensou ele, em seguida pegou um café e se sentou em um dos sofás.

—Hey Jake – disse o amigo se sentando ao lado dele – Fiquei sabendo que tomou banho de vômito hoje cedo.

Ele sorriu tomando um gole do seu café – sim foi emocionante, até tomei um tapa.

— Então posso garantir que seu dia não pode ficar pior.

— O paciente que peguei hoje que está no quarto isolado será transferido pela policia.

— Fiquei sabendo, mas eu vou cuidar dele.

— Menos mal- respondeu Jacob voltando a tomar seu café.

— Ontem tivemos um jantar de equipe e fizemos uma aposta.

Jacob olhou para o amigo de solai-o – aposta?

— Porque Jacob Black muda de hospital todo ano ao invés de se estabelecer e fazer sua carreira?

Jacob baixou a cabeça e sorriu – Quais as alternativas Call?

— Primeira, você está sendo procurado por agiotas. Segunda, você se meteu em confusão e está se escondendo da policia. Terceira você é expulso de onde trabalha por ser bonito e chamar a atenção das enfermeiras e pacientes.

Jacob o encarou – e em qual dessas você apostou.

Embry sorriu – na numero três – respondeu ele aproximando-se um pouco mais do amigo – Então qual a resposta?

— A número quatro – respondeu Jacob, em seguida ergueu uma das mãos e tocou a coxa de Embry fazendo uma leve caricia – Homens.

Embry ruborizou se afastando – Aha, o café está muito bom não está.

Jacob riu e tomou um gole do seu café.

(...)

“Eu ainda te amo, ainda te amo” disse Seth enquanto desenhava deitado de bruços no chão da sala, “ você me trata como um órfão” novamente sua voz se misturou a da TV onde passava um desenho animado.

O som do celular o fez para por alguns segundos e ele atendeu a ligação — Hey Seth, já comeu? Perguntou o irmão mais velho – O que está fazendo?

— Desenhando – respondeu Seth voltando a olhar para o seu rabisco.

— Você está desenhando o livro daquela garota novamente?

— Não é aquela garota, é a inscritora Renesmee Cullen.

Jacob sacudiu a cabeça e riu — Aah claro Renesmee Cullen, fiquei sabendo que ela vem aqui hoje ler histórias para as crianças.

Seth silenciou e se levantou em um pulo, a sua confusão se misturou com seu entusiasmo — Eu estou indo para ai— repetiu ele – eu sei pegar o ônibus azul de numero 243, descer no cruzamento e pegar a terceira via, o ônibus verde.

— Merda o que eu fiz? Murmurou Jacob – Seth, Seth espere!

— Vou pegar o ônibus azul— disse Seth o ignorando.

—SETH! Jacob gritou e então ele se calou – Respire três vezes.

Seth parou diante da porta e Jacob ouviu o som e sua respiração.

— Escute, mesmo que saia agora não chegará a tempo, e além disso é só para os pacientes da ala infantil, e você não é criança não é?

Seth Black tem 19 anos, pareço mais novo que a idade mas não é criança— Respondeu Seth.

— Exatamente Seth, você é uma adulto— Respondeu Jacob — Então eu prometo pegar um autografo para você, se vier vê-la mesmo de longe só irá vê-la uma vez, já o autografo é para sempre, não acha melhor?

Seth se afastou a porta pensativo — Autografo?

— Você gosta mais de mim ou da Renesmee Cullen? Brincou Jacob, mas Seth não respondeu, apenas se deitou no chão e voltou a rabiscar seus desenhos.

 

Renesmee

— Após ler suas histórias você responderá as perguntas da plateia – Disse Nahuel olhando para uma agenda enquanto seguiam no carro – E também teremos uma sessão de autógrafos, distribuir livros e fazer uma sessão de fotos com a equipe do hospital – Ele deu uma pausa e sorriu olhando para a garota ao lado que dirigia o carro – Não sei se sou empresário ou babá;

— Eu fui contratada como editora geral e virei escrava – respondeu a garota.

— Na entrevista você disse que faria tudo – rebateu Nahuel.

—Isso não incluía serviço braçal.

— Quer que eu te demita?

A garota sorriu, Renesmee olhou para ambos e eles se calaram.

O silêncio não durou por muito tempo, o som do celular de Nahuel chamou a atenção de Renesmee e da motorista – É do hospital psiquiátrico? Perguntou a garota ao ver de soslaio o nome no display do celular dele.

— Atenda! Disse a ruiva – e coloque no viva voz.

O assessor sorriu e atendeu – Gostaríamos de falar com a senhorita Cullen – disse a voz feminina.

— Pode falar, ela está ouvindo – respondeu Nahuel.

— Precisamos realizar a cirurgia do senhor Swan, ou ele não vai resistir, precisamos do consentimento do seu guardião.

— Charlie Swan...murmurou Renesmee – Achei que ele já estivesse morrido, ao menos está morto para mim, porque ficar tentando trazê-lo de volta? Por acaso são Jesus Cristo?

— Senhorita...disse a mulher.

—Se estão desesperados venham buscar a assinatura – Disse Renesmee a interrompendo.

A mulher ficou em silêncio e encerrou a ligação.


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