Power High escrita por Rompe Torneiras


Capítulo 11
Capitulo 11


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo cap desse arco, apreciem.



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/Noruega, 02:00/

 

Sohye conseguia sentir as presenças do lado de fora. Com a possível presença do pai de Kyle haviam outras cinco e não tinham intenções amigáveis.

— Não use os poderes. – Kyle olhou para Connor. – Podem ser uns cretino, mas ainda são só humanos.

— Virou o super certinho de uma hora para outra? – Connor reclamou apagando os punhos. – Okay, método antigo.

Uma batida forte na porta assustou os quatro. Não era só para chamar atenção, a porta seria arrombada a qualquer instante.

— Ki. – Kylecolocou a irmã para trás de si. – Sobe e fica com a tia Nora. Vamos dar um jeito aqui.

Sem discordar Kiara subiu as escadas correndo deixando apenas o trio na sala de estar com as pancadas na porta. Kyle apontou para a lateral da mesma aonde Connor ficou a espreita. Duas batidas fortes se ouviram antes que a porta fosse completamente derrubada dando passagem a um brutamontes que colocou a cabeça para dentro da casa recebendo um chute de Connor direto na lateral da mesma que o fez desequilibrar e batê-la no batente da porta caindo apagado. Outros dois vieram correndo por cima do capanga apagado na direção de Kyle e Sohye. O norueguês não fazia muito caso de lutar a sério, os movimentos do oponente eram lentos o que possibilitou a entrada de vários jabs diretos na face que fez com que o rapaz apagasse.Sohye se esquivou de alguns ataques de faca investidos pelo homem que foi recebido com um chute lateral no pescoço e uma cotovelada giratória que o derrubou assim permitindo o ataque final de um belo chute no queixo desferido pela asiática. O quarto homem se viu sozinho em meio aos três sem saber o que fazer.Os três se entreolharam sorrindo e Connor deslizou passando uma rasteira no homem que flutuou por alguns segundos recebendo um soco de Kyle no meio do nariz e um chute lateral de Sohye, o golpe fez com que o sujeito virasse um mortal e caísse formando uma pequena mancha de sangue no chão por conta de seu nariz recém quebrado que sangrava muito.

— Faltam dois. – Sohye avisou olhando para a porta e vendo apenas um homem de cabelos e barba comprida castanho escuros, olhos azuis como os de Kyle. Supôs que fosse seu pai, mas aonde estava o sexto elemento. Ela o sentia, mas aparentemente não tinha mais ninguém ali.

— Quer voltar pra cadeia ou quer que eu te mate aqui? – Kyle ameaçou assustando Sohye. – Você escolhe.

— Acha mesmo que eu viria atrás de você sem uma coisa que pudesse Te derrubar? – Caçoou sorrindo puxando um objeto semelhante a uma pistola com uma pequena circunferência em seu bocal. – Diz boa noite pro papai. – O globo ocular se tornou inteiramente vermelho antes que o disparo fosse feito liberando uma onda de concussão que jogou os três contra a parede que se quebrou lançando o trio para fora da casa com alguns pequenos escombros.

Após alguns minutos de dor incessante Kyle e Connor se levantaram pegando Sohye, a ajudando a levantar. Caminharam para dentro da casa vendo que o camaro não estava lá. Connor sinalizou para Kyle correr para o andar de cima.

No andar de cima só estava uma pequena bagunça, a porta do quarto de Nora estava arrombada aonde Kyle viu a mesma desesperada.

— Tia Nora. – O jovem caminhou até ela. – Ele te machucou, Cadê a Ki?

— Ele... ele levou ela. – A senhora dizia aos prantos. Kyle puxou os cabelos de raiva, mas antes que partisse Nora segurou seu punho. – Kyle tem alguma coisa estranha no seu pai, não era apenas ele que estava aqui.

— Seja lá o que for, morre hoje.

Kyle desceu andando para a sala pensando no que a tia dissera. Estava delirando, pensava o norueguês, era apenas seu pai sendo um cretino.

— Ele levou a Ki. – Kyle revelou ameno olhando para Sohye sentada no sofá com um pé sobre um banquinho. – Consegue agir ainda?

— Acho que não. – Comentou cabisbaixa, havia se tornado o fardo da equipe e só iria atrasar os outros dois. – Vão sem mim, eu cuido das coisas aqui... ou pelo menos tento.

— Tem certeza? – Connor perguntou recebendo um aceno positivo de cabeça.

— Vamos Connor! – Kyle ordenou impaciente indo para o lado de fora.

Ainda na casa de Nora se esforçando para subir as escadas com a dor incessante em seu calcanhar, Sohye insistia, para falar com nora. Sentia o medo dela, estava apavorada como se tivesse visto o próprio diabo em segundos.

— Nora? – Sohye chamou no começo do corredor vendo a senhora sair na segunda porta a esquerda. – Tudo bem?

— Comigo sim. – Falou caminhando até a jovem tentando parecer calma. – Já você parece machucada. – Nora apoiou a jovem em seu ombro levando-a até seu quarto para que se sentasse. – Eles já foram?

— Sim. – Sohye bateu o pé que ainda estava bom inquieta. – O que a senhora viu, ou o que aconteceu? Estou sentindo uma forte onda de medo vindo de você...

— Então você é a amiga sensitiva do Kyle. – Nora sorriu.

— Ele falou de mim? – Sohye perguntou surpresa.

— Kiara falou de você, Kyle deve ter contado algo para ela. – Nora sorriu. – Mas você está certa.

— O que a senhora viu?

— Havia alguma coisa dentro dele. – A mais velha contou como se alguém os pudesse ouvir. – Não era só ele que estava ali.

— Isso explica muita coisa. –Sohye ligou os pontos, a sexta presença devia ser dessa tal aparição, mas não sabia quem poderia ser, algum vilão, ou apenas alguém querendo pregar uma peça. – Cuidado meninos.

/Camaro preto, 02:15/

 

— Tá me levando aonde? – Kiara perguntava desesperada. – Pai eu estou...

— Seu pai não está aqui. – A loira se assustou com os olhos vermelhos. – E você é uma das minhas peças chave parao fim da nova geração. – Kiara observava seu pai, na verdade o que estava vestindo sua pele, seu pai era um sujeito errado, mas aquilo não era seu pai. -  A nova geração vai sangrar.

/Noruega, 02:20/

 

— Me diz que viu alguma coisa? – Kyle corria pela cidade com o celular em mãos falando com Connor.

— Ainda nada. – Connor voava procurando o camaro antigo. – Devia ser fácil, ninguém tem uma lata velha daquela.

— Se ver alguma coisa avisa. – Pediu o norueguês continuando sua corrida. – Deixa o celular ligado.

Kyle corria desesperado, era a terceira volta que dava na cidade se culpando no processo. Não sabia porque tinha esperado o pai tomar uma atitude, talvez estivesse muito autoconfiante por isso não agira de imediato para perfurar o peito dele com a própria mão.Sohye o fez prometer, mas o jovem nunca cumpriria tal promessa, ainda mais agora que o pai estava com sua irmã.

— Kyle. – Ouviu Connor gritar no telefone. – Achei ele, vou mandar um sinal de fogo pra cima.

— Manda logo! – Gritou observando uma bola de fogo enorme se formar entre os prédios. – Achei.

O norueguês correu o mais rápido que podia gerando distorções moleculares e várias vidraças e janelas de carro se partindo em milhares de pedaços, o asfalto em seus pés parecida de papel sendo riscado por uma caneta por conta da trilha que o mesmo deixava sob o mesmo. Precisava usar a cabeça, não podia usar essa velocidade, poderia machucar Kiaracom o vidro do carro se quebrando, não era esse seu plano. Connor sobrevoava o carro e Kyle avançou até o mesmo ficando ao lado da janela do motorista.

— Encosta essa porra! – Gritou sem receber resposta. Kiara tentava se mexer, mas havia algo semelhante a um gás escuro a mantendo presa, por um momento Kyle percebeu uma figura da mesma forma, resolveu não ligar por estar em constante velocidade vendo tudo distorcido. – Encosta. – O jovem jogou o corpo contra o carro que nem se mexeu. O carro se jogou contra Kyle que desacelerou indo para trás. – Connor! – Gritou para o amigo que se esforçava para atingir em vôo a mesma velocidade do amigo velocista.

— Diminui! – Gritou fazendo Kyle recuar mais.

— Consegue fazer uma cortina de fumaça? – Perguntou.

— Eles não vão ter visão de nada. – Connor explicou. – Ele pode bater o carro.

— Só faz! – Kyle ordenou gritando.

— Okay!

Connor colocou todo a combustão possível em seu corpo e avançou para a frente do carro juntando as mãos e as esfregando fazendo com que a fricção gerasse uma fumaça preta que cobriu a visão na avenida. Kyle acelerou. Connor ficou para trás e o norueguês novamente ao lado do carro tentou abrir a porta do passageiro, mas foi em vão lidando com uma porta travada. Perdendo a paciência Kyle deu uma cotovelada no vidro de trás estendendo a mão.

— Pega minha mão! – Gritou para a irmã que com muito esforço conseguiu soltar o braço esquerdo estendendo para o irmão. – Quase lá...

O carro deu um forte solavanco antes de sair capotando na via, Kyle distraído com a cena tropeçou em um motociclista a sua frente rolando mais de duzentos metros no asfalto antes de ser parado abruptamente por uma vã em que o jovem deu com as costas levantando as duas rodas da mesma quando indo de encontro ao chão junto do rapaz. Olhando o carro de seu pai destruído sentiu a visão ficar turva, vendo antes de apagar, um gás negro descendo pela boca de lobo e em seguida o brilho laranja das chamas de Connor até tudo escurecer.

/Ambulância, 03:00/

 

Kyle abriu os olhos devagar, reparou nos aparatos do carro aonde estava. Respirou fundo sentindo os músculos pressionados por faixas de contenção.

— Graças a Deus você acordou e está vivo. – A socorrista respirou aliviada.

— Claro que eu tô, eu sou um super. – esbravejou. – Cadê o Connor?

— Connor?

— Loiro, olhos azuis, com fogo saindo das mãos. – Kyle revirou os olhos ao perceber a confusão da garota. Passeando os olhos pela ambulância percebeu uma pequena pessoa ao seu lado, cabelos dourados que o rapaz reconheceu como os de sua irmã. Soltou um de seus braços para alcançar a mão da irmã que estava livre. Ao tocá-la sentiu a pele fria. – Ki. – Chamou calmo sem obter resposta. – Ki. – Chamou mais alto. – Ki! – Gritou se debatendo na maca, não podia acreditar que sua irmã fora levada, não agora, não com ele ali. – Ki... ai meu Deus, Ki! – Gritava a plenos pulmões sentindo o gosto das lágrimas salgadas.

— Precisa se acalmar...

— É a minha irmã que está ali! – Berrou chorando. – É a minha irmã... Ki, eu sinto muito, Ki... – Sentiu a agulha fina sair de seu corpo, não tinha forças suficientes para vibrar e se livrar do efeito do sedativo. – Ki... Por favor...

/Cemitério de nosso Salvador, Noruega, 14:30./

 

(Recomendo colocar a música broken do IsakDanielson)

 

O velório havia sido difícil para Kyle, não sabia o que dizer e nem queria, não falava nada desde que saíra do hospital. Estava agora de frente para a lápide da irmã “KiaraSolberg, 2007/2021, se foi cedo demais.” Connor e Sohye estavam atrás do amigo que fitava a peça de concreto com dor nos olhos, sem saber o que dizer preferiram o silêncio.

— Oi Ki. – Kyle falou. – Eu sei que últimas palavras são um lixo e as minha últimas pra você foram coisas comuns. Porra o que eu tô fazendo? –Falava consigo mesmo tentando aparar as lágrimas com as costas das mãos. – Eu disse que a gente ia morar junto, desculpa por mentir pra você, não vamos mais viajar pra Espanha como você queria, não vou mais gritar com você por ouvir aquela porcaria de música eletrônica que você ama... – Não importava mais as lágrimas que caíam. – Não vou mais te ouvir dizendo “amodeio”... –Kyle sentiu braços pequenos abraçarem sua cintura, Sohye que estava também em prantos.Deduziu estar sentindo toda sua dor,Connor pelo contrário se mantinha firma mas andava de um lado para o outro puxando os cabelos. – Queria que soubesse que eu tentei fazer a coisa certa no fim de tudo, mas eu falhei...Eu devia ter sido mais esperto. Talvez você ainda estivesse aqui para rir da minha cara de velocista lerdo. Eu te amodeio Ki... Não sei se vou conseguir viver sem você. – O rapaz tirou os óculos de proteção da cabeça e pendurou na lápide. – Só pra não esquecer de mim.

— Kyle. – Sohye chamou entre soluços fazendo o Moreno se virar para ela. –Vou estar aqui, para o que precisar.

— Obrigado. – Respondeu abraçando a menor.

— Pessoal, precisamos ir. – Connor cortou o momento apontando algumas viaturas. – Quer que eu leve ela?

— Eu me viro. – Kyle pegou Sohye no colo outra vez correndo.

/Casa dos Solberg, 15:00/

 

— Tem certeza que aqui é seguro? – Connor perguntou sentando no sofá. – Pelo menos até conseguirmos contatar alguém para nós levar pra Power High?

— Não tanta, mas acho que eu não vou pra Power High. – Kyle colocou Sohye que estava com o pé ainda dolorido no sofá. – Depois dessa, minhas fichas acabaram.

— Cala boca! – Esbravejou o britânico. – Não vou deixar levarem você.

— Connor olha...

— Mandei calar a boca. Eu tô tentando ajudar você pra... – Connor correu até a varanda ao ouvir o som das sirenes. Se posicionaram cinco viaturas e duas motos pretas. Connor voltou para dentro da casa. – Achei que tinha dito que era seguro.

— Seguro não é a mesma coisa que escondido cabeça de fósforo. – Kyle pontuou.

— Alguém tem um plano? – Connor perguntou olhando pela janela. – Estou aberto a sugestões.


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Notas finais do capítulo

sim meus olhos choraram sangue com esse cap. Me perdoem se cometi algum erro, sou apenas humano.

Aguardo vocês no ultimo cap do arco "Bem vindo a Power High"