Power High escrita por Rompe Torneiras


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Saboreiem



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/Dormitório masculino, 22:55/

 

— Minha ajuda com o que? – O loiro perguntou confuso.  – Sabe que são quase onze da noite não é?

— Sei. – Respondeu Kyle entrando. – Mas é urgente.

— Sempre é. – Connor fechou a porta. – O que é?

— Meu pai saiu da cadeia. – Connor arregalou os olhos. – Isso parecia impossível, mas esses malditos sempre dão um jeito.

— E qual seria o favor?

— Preciso ir para a Noruega e tirar a Kiara de qualquer alcance possível dele. – Explicou Kyle como se fosse algo simples. – Esse é o favor.

— E como pretende fazer isso? – Connor se escorou na porta. – Vai ir correndo até ficar sem energia e não chegar? Quer que eu vá voando? –Kyle assentiu com a cabeça. – Não é assim que a banda toca, só sustento vôo por no máximo quarenta minutos, sua missão é impossível... – Kyle agarrou o amigo pelo colarinho.

— É a minha irmã porra! – Esbravejou. – Me ajuda, eu tô desesperado.

— Qual é seu plano brilhante então? – Connor empurrou o moreno que permaneceu em silêncio e abaixou a cabeça. – Eu tenho um, mas ele não vai gostar nada disso. Me segue! – Ordenou abrindo a porta dando de cara com Sohye. – Tá fazendo o que aqui?

/Alguns minutos antes, dormitório feminino./

 

Sohye se sacudia na cama tentando dormir, mas uma forte onda de emoções a estava impedindo. No começo achou que fosse no próprio dormitório, mas percebera que as ondas de sensações estavam amenas ali. Se tratava de outra coisa que ela iria descobrir. Vestiu um moletom grosso por cima de sua camiseta de pijama, trocou a calça de flanela por uma jeans e calçou seus all star pretos. Caminhou pela área verde em segurança para não ser vista ou pega por nenhum holofote, câmeras ou até guardas noturnos. Chegando até a porta dupla enorme do alojamento masculino da onde a forte onda estava vindo. Caminhou perceptiva pelo local até parar em frente a porta do quarto 223 que se lembrava ser o de Connor. Era estranho o britânico estar tão emotivo e não por fogo no dormitório todo. Aproximando sua mão para bater a porta recuou ao ouvir “É a minha irmã porra!” Kyle estava ali, conhecia bem a voz do colega, mas nunca o ouvira ou sentira dessa maneira, com medo, desesperado.

/Presente, 23:05./

 

— Eu senti algo muito forte e não consegui dormir. – Explicou a asiática. – O que aconteceu com a Ki? – Direcionou a pergunta a Kyle.

— Para sorte do meu pai espero que nada. – Bufou o norueguês.

— Ela sabe? – Connor estava confuso. – Desde quando se falam?

— Longa história. – Kyle atravessou a porta ficando de frente para Sohye. – É bem vinda se quiser vir com a gente.

— Para onde vocês vão? – A menor perguntou para a dupla.

— Noruega. – Revelou Kyle. – Isso se o plano do Connor funcionar.

— Talvez Não funcione. – Connor vestiu seu tipico moletom rubro com uma listra branco horizontal em cada manga, colocou por cima da bermuda uma calça jeans com lavagem escura e seu tênis vans da mesma cor do moletom. – Espero que funcione.

— Vai vir? – Kyle perguntou novamente para Sohye.

— Precisa da minha ajuda? – Perguntou incrédula.

— Toda ajuda é bem vinda nessa situação. – Falou o moreno começando a seguir Connor pelo corredor. – A saída é pro outro lado.

— Mas meu plano está aqui no dormitório. – Connor continuou sua caminhada até parar no quarto no fim do corredor. – É aqui.

— Sabe que ele não vai topar não é? – Perguntou o norueguês retoricamente.

— Tem um plano melhor? – Connor bateu forte na porta. – É o Connor, abre aí.

— A gente tem que rever os horários que você bate na porta do meu... quarto. – Tom olhou para a pessoa ao lado de Connor. – O que ele tá fazendo aqui?

— Só me escuta por favor. – Connor pediu. – A gente precisa ir até a Noruega e só você sabe pilotar um avião aqui.

— Tem noção que tá me pedindo para roubar um avião? – Perguntou saindo porta a fora. – E o que vocês vão fazer na Noruega?

— Tom por favor. – Sohye se colocou no meio. – Kyle precisa ajudar a irmã...

— Eles te envolveram nisso? – Tom estava perplexo querendo derreter Kyle com o laser. – Sohye esse cara é atraso de vida ele só está...

— Por favor. – Sohye pediu novamente. – É uma questão de segurança de alguém que ele quer proteger.

— Depois de tudo o que ele fez e sabe-se Deus o que mais você vai ajudar ele?

— Por favor. – Kyle pediu deixando tom surpreso.

— Acha que se pedir por favor eu vou te ajudar? – Tom se aproximou do mais alto. – O que te faz pensar que merece a minha ajuda, o que te faz pensar que vou infringir uma lei direta do colégio para te ajudar?

— Porque quer ser um herói. – Kyle falou. – Estou pedindo por favor pra me ajudar a manter minha irmã segura. Sei que não mereço sua ajuda, mas ela não tem nada haver com isso, mas eu estou implorando.

— Você é nossa única chance. – Sohye acrescentou. – Deixando o irmão do coração inquieto.

— É o seguinte. – Tom entrou é fechou a porta do quarto fazendo vários barulhos. Abriu a porta vestido com uma jaqueta de couro marrom por cima de uma blusa de moletom branca, um jeans claro e um par de tênis brancos. – Vou deixar vocês lá e vou voltar pra Power High, de lá o problema é de vocês okay? – Explicou recebendo acenos de cabeça como resposta. – Como pretendem pegar o jato?

— Eu cuido disso. – Kyle sorriu presunçoso. – Já sei o que preciso fazer.

/Hangar 44, 23:30/

 

O quarteto se organizou atrás de um andaime hidráulico para se esconder da visão das câmeras que estava ali e também dos seguranças.

— Qual o plano? – Sohye perguntou.

— Vou apagar os guardas enquanto vocês cuidam das câmeras. – Explicou Kyle. – São cinco no total, estão fáceis de achar.

— Vai logo! – Ordenou Connor com um sussurro.

Kyle baixou os óculos de proteção e começou a correr criando pequenos vultos azuis que assustaram os dois seguranças do local que tinham armas de pulso que lançavam rajadas plasma para derrubar qualquer super. Kyle assustou o homem da direita que se distraiu dando espaço suficiente para ele sumir com o da esquerda o deixando apagado perto do andaime. O segundo em um rápido golpe na clavícula e um bom gancho de esquerda foi apagado e deixado ao lado do outro.

— As câmeras? – Perguntou o velocista.

— Fora do ar. – Connor mostrou as câmeras carbonizadas ou partidas ao meio.

— Não acredito que concordei com isso. – Tom negou indo até o avião de carga um caravan, era pequeno mas serviria ao propósito. – Sabem que depois que eu deixar vocês lá eu vou voltar pra cá não é?

— Não vamos precisar de carona de volta. – Connor sorriu liberando passagem para Kyle e Sohye que entraram o deixando sozinho com Tom. – Preciso que entregue a gente quando voltar.

— Eu já ia fazer isso. – Tom revelou. – Vocês vão estar fugindo da escola e sabe-se lá o que vai acontecer. Já estou ferrado por pegar uma aeronave sem permissão, mas a partir do momento que eu deixar vocês lá, saibam que eu não vou olhar pra trás, entrei nessa por você e pela Sohye, por mim o Kyle poderia estar morrendo e eu não o ajudaria.

— Eu sei. – O britânico sorriu para o amigo. – Obrigado por ajudar.

— Vamos botar essa coisa pra voar. – Tom comentou sem muito entusiasmos entrando no avião e indo para a cabine do piloto.

/Espaço aéreo alemão, 23:50/

 

— Se tivermos sorte vocês vão chegar pelas uma e quarenta da manhã. – Gritou Tom que estava sentado ao lado de Sohye.

— Obrigada por fazer isso. – A asiática agradeceu.

— Sabe podia ser qualquer um. – O moreno falou ameno. – Mas como você foi virar amiga do Kyle Solberg?

— Encontrei ele fumando maconha no vestiário feminino e...

— Uau, não sabia que gostava de drogados. – Tom revirou os olhos, parecia que as coisas só pioravam.

— Mas começamos a conversar e ele não é de todo mal... Só precisava sobreviver.

— Todo mundo precisa sobreviver. –Corrigiu Tom. – São as escolhas que você faz no decorrer que decidem como você vai ser.

— Ele não teve escolha...

— Todo mundo tem escolha! – Esbravejou. – Somos quem escolhemos ser.

Sohye ficou em silêncio, não queria aborrecer Tom, ele já estava inquieto com a situação e tentá-lo fazer entender o lado de Kyle não iria ajudar.

Connor e Kyle estavam sentado no compartimento de cargas tentando manter a calma para a situação que viria a seguir.

— O que pretende fazer quando chegarmos lá? – Connor perguntou de frente para o amigo.

— Tirar a Ki e trazer ela pra Power High. – O norueguês comentou sem expressão. – Nem que eu vá para o reformatório...

— Você não vai pro reformatório. – O britânico interrompeu. – Não vou deixar levarem você, está fazendo isso pelo bem maior.

— Duvido que a Power veja isso dessa maneira. – Kyle estava desacreditado, sabia que com mais essa situação em sua ficha suas chances acabariam, mas por Kiara ele seria condenado com prazer.

— Relaxa. – Connor sorriu tentando tranquilizar o amigo. – Se você for eu te tiro de lá.

— É uma afirmação muito forte. Pode cumprir ela? – Kyle perguntou segurando o riso.

— Posso tentar. – O loiro se levantou caminhando até o amigo estendendo o punho fechado na frente do mesmo. – Mas tenho quase certeza de que vou conseguir.

— Okay. – Kyle chocou o punho contra o de Connor. – Obrigado.

/01:45/

 

— Estamos perto. – Tom gritou novamente. – Precisam pular em dois minutos para não perderem a chance de estarem mais próximos.

Connor abriu a porta do avião sentindo o ar forte entrar bagunçando os cabelos de todos ali.

— Vem. – Connor estendeu a mão para Sohye. – Se segura. – Avisou saltando do avião começando a voar.

— Tom. – Kyle chamou indo até a cabine. – Obrigado.

— Isso não muda nada entre nós. – Falou o estadunidense sem tirar os olhos do céu. – Vai!

Kyle correu até a porta fechando-se do lado de fora da aeronave e saltando sem paraquedas para as ruas geladas da Noruega. Quando começou a chegar perto do chão agitou os braços em círculos criando pequenos redemoinhos que amaciaram sua queda em um pouso sobre o joelho esquerdo.

— Pouso de super herói. – Connor provocou recostado em um poste ao lado de Sohye. – Pra onde?

— Só me segue. – Kyle se aproximou pegando Sohye no colo. – É só pra irmos mais rápido.

— C-Claro. – Gaguejou com a ação do norueguês.

— Tenta acompanhar.

Kyle começou a correr pela cidade com Sohye sentindo o vento e enxergando apenas borrões por tudo, se perguntando como ele enxergava a tanta velocidade. Mas esse não era seu foco, os sentimentos de Kyle haviam mudado, estava com raiva, ódio; sentia um instinto assassino emanando do moreno, não sobravam dúvidas Kyle iria matar o pai. Após alguns minutos o velocista cessou em frente à uma casa azul pastel com telhado escuro e janelas com detalhes brancos.

— Bem vinda a casa da minha tia Nora. – Kyle apresentou a casa vendo Connor aterrissar em seguida.

— Então é aqui. – Connor recolheu um pouco as mangas do moletom. – Vamos entrar?

— Claro. – Kyle caminhou até a porta e tocou a campainha. – Tia Nora é o Kyle! – Falou alto o suficiente para que alguém na casa pudesse ouvir. A porta foi aberta por uma garota um pouco menor que Sohye de cabelos loiros e olhos azuis. – Ki? Tá acordada a essa hora por que?

— Kyle! – A menor pulou no pescoço do mais velho. – Por que tá fora do colégio.

— Vim te levar pra lá. – Respondeu apertando a irmã. – Pega algumas coisas e vamos.

— No meio da madrugada? – Kiara se soltou do abraço. – O que tá acontecendo.

— O pai saiu da cadeia. – Connor arregalou os olhos pensando que havia maneira melhor de contar. – Não quero ele perto de você e não vou te deixar aqui com ele livre.

— Como assim saiu? – Kiara parecia assustada. –Mas e...

— Não dá tempo pega suas coisas e... – Kyle interrompeu sua frase vendo a figura grisalha atrás de Kiara. – Boa noite tia Nora.

— Boa noite sobrinho. – A tia o abraçou fazendo Connor rir. – Que mal educado, vamos entrem está congelando aí fora. – Os três entraram. – Já sei o que veio fazer aqui, mas não vou deixar no meio da madrugada. Vocês dormem aqui e depois voltam para a Alemanha.

— Tia a gente não pode...

— Está decidido. – A mais velha interrompeu o sobrinho. – Querem um chá, café?

— Não, obrigado. – Connor agradeceu.

— Obrigada. – Sohye sorriu simpática.

— Bom, já que estão bem. Vou subir para o meu quarto. – Nora falou se encaminhando para a escada. – Boa noite crianças.

Connor esperou ouvir a porta no andar de cima ser batida.

— Não podemos ficar esperando. – O loiro comentou espreitando pelas janelas. – Ele pode chegar.

— Por mais que eu queira ir. Parece uma ideia segura ficar. – Kyle surpreendeu a todos. – Pensem comigo, somos três super contra um cara normal. Damos conta e ainda colocamos ele na cadeia de novo.

— Tem certeza que é isso que quer? – Sohye afrontou Kyle que olhou para ela confuso. – Estou sentindo você desde que chegamos, você não quer por seu pai na cadeia...quer matar ele.

— Tá maluca? – Kyle tentou desconversar, mas era impossível enganar Sohye.

— Kyle eu consigo sentir você. – Sohye olhou para Kiara ao lado do irmão. – Vai mesmo fazer isso, com ela aqui? A partir de agora Kyle a condição para que eu fique é você se acalmar e me prometer que não vai matar o seu pai se ele aparecer.

— Não sei do que tá falando. – Kyle negou.

— Promete pra mim! – Ordenou alto fazendo  a voz ecoar pela casa.

— Eu... – Sohye encarou o rapaz que não conseguia mais arranjar mentiras e suspirou derrotado. – Eu prometo. – No fundo ele sabia que era uma promessa que não iria cumprir, então precisava controlar suas emoções para Sohye não desconfiar.

— Se eu sentir um ponto. – Sohye levantou o indicador a frente do nariz de Kyle. – Só um pontinho de frenesi assassino em você, eu nunca mais falo com você.

— Okay. – Se limitou a essa resposta. – Vamos fazer turnos de vigia, podemos... espera. – Kyle correu até a janela espreitando pela cortina dando visão a um camaro antigo na cor preta. – Ele tá aqui.

— Ótimo. – Connor sorriu sádico. – Hora de chutar uns traseiros.

— Ele não tá sozinho. – Sohye sentia pelo menos cinco presenças do lado de fora.

— Claro que ele sabia que eu estaria aqui. – Kyle abaixou os óculos de proteção sob os olhos. – Se preparem.


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Notas finais do capítulo

Aguardem tretas no próximo Cap
Beijos