Edward POV

“Claro! eu nunca te deixaria, nunca vou te deixar...” Me lembrei do dia em que deixei Bella, e de que essa foi a pior decisão que tomei em toda a minha vida... a decisão que a levou à morte... Não pude sequer disfarçar o que senti no momento, minha face mostrava toda a minha mágoa, refletia toda a tristeza por qual passei todos esses anos, que só ela soube amenizar...  pelo menos uma parte.

“Se lembra dela, não é mesmo? Do dia em que a deixou...” Ela sabia exatamente o que eu sentia... o que eu passava... parecia triste com isso... mas não era pra menos...

“É só... uma lembrança ruim... de uma decisão ruim... ruim e impensada...” Disse colocando minhas mãos suavemente em seu rosto, acariciando-a.

Eu queria dizê-la o quanto a amava, mas não sabia se minhas palavras e somente elas seriam o suficiente para que ela entendesse esse sentimento. Então, no intuito de mostrá-la o que sentia, fui aproximando ainda mais nossos corpos. No momento em que envolvi-a com meus braços, senti-a arrepiar-se sob minha pele dura de granito, Gostei da sensação... toda vez que a tocava era a mesma coisa... meu corpo clamava por mais do seu, minha pele, que podia parecer dura, rígida e fria, o que na verdade era mesmo, diante dela não apresentava mais a mesma rigidez. Ela me proporcionava sensações indescritíveis, fantásticas.

Eu queria beijá-la, queria tê-la para mim. Aproximei seu rosto do meu, aspirando seu delicioso e delicado aroma. E quando eu ia juntar nossos lábios, senti-a amolecer neles... mas não havia sido como da última vez... ela caiu desacordada; havia desmaiado. Sacudi-a, mas quando vi que era inútil, comecei a me desesperar. O que será que ela tinha?

Deitei-a no sofá da sala e corri para o telefone. Eu já tinha o número em minha mente; Carlisle.

“Alô Carlisle... A Nanda... ela...”

“Alice já me informou do ocorrido... estou à caminho...”

Desliguei o telefone e corri novamente em direção ao sofá onde havia depositado Nanda. Ela ainda estava inconsciente... O que havia acontecido ali? Será que ela ficou nervosa com a minha aproximação? Será que eu havia sido precipitado?

Droga! Ainda bem que Carlisle estava vindo.

Eu esperava impaciente pela chegada dele. Pude ouvi-lo pelos seus pensamentos, antes mesmo que ele estacionasse o carro em frente à casa.

”O que será que aconteceu? Alice parecia desesperada ao falar comigo... Parecia aflita por Nanda... aflita... como se fosse lhe acontecer algo...”

Pouco depois ouvi a porta do carro sendo fechada, e quase no mesmo momento, a porta da casa sendo aberta.

“O que aconteceu Edward? O que fez à ela?”

Que diabos de pergunta era aquela que Carlisle fazia? Deixei meus questionamentos de lado. Nanda era prioridade no momento.

“Nada Carlisle... ela simplesmente desmaiou” Eu disse colocando as mãos na cabeça, aquilo que aconteceu era preocupante.

“Bem... leve-a para o meu consultório, que eu vou pegar algumas coisas para poder examiná-la...”

Fiz o que Carlisle pediu, e logo estava dentro do consultório dele, com Nanda em meus braços. Coloquei-a deitada delicadamente sobre a cama que havia lá. Ela estava muito branca, ainda mais que o normal... eu já sabia o que ela tinha...

Não... não podia ser... Eu esperaria pelo que Carlisle me diria.

Logo o vi adentrando a sala.

Ele chegou perto dela. Tocou sua pele, e pelo seu olhar pude ver que também notara como estava fria. Não tão fria como a nossa pele, mas ainda sim, estava muito fria.

Ele abriu uma maleta com dezena de medicamentos e com diversas outras coisas, as quais usava e seus exames.

Ele pegou algo na gaveta, e pude perceber que era um cateter*. Ele colocou-o em seu braço, e em seguida colocou-a no soro, para que recuperasse pelo menos um pouco da cor.

Ele foi novamente em direção de sua mala, e de lá retirou um seringa com a qual extrairia o sangue.

Ele pressionou o braço de Nanda para que pudesse retirar um pouco de sangue para examinar, mas quando ia enfiar o seringa no cateter no lugar do soro, ele estacou imediatamente.

“Edward, filho... Vá pára o carro... Temos que levá-la imediatamente para o hospital... Rápido!”

Ele havia averiguado o mesmo que eu... ele sabia o que ela tinha... Assim como eu havia constatado anteriormente, e o meu maior medo havia voltado: perdê-la.

"Não há quase sangue algum... o que está acontecendo?? Porque ela está perdendo sangue??? Ela não está nem mesmo ferida!”

Os pensamentos de Carlisle eram gritantes e preocupados...

Nanda estava anêmica, tinha perdido uma grande quantidade de sangue...  podia morrer...

Corri o mais rápido possível na direção do meu carro. O liguei, e pude ver que Carlisle saia de dentro de casa, com Nanda em seus braços.

Ele colocou-a dentro do carro e sentou-se no banco dianteiro. Arranquei com o carro.

Enquanto dirigia numa velocidade aproximada de 140 km/h, pude ver Alice passar por mim com seu chamativo carro vermelho, que logo em seguida deu meia volta, me seguindo.

“Estou logo atrás de você Ed...”

E fomos à caminho do hospital.

*Pra quem não sabe o que é, é aquele negócio que espetam no braço da pessoa e colocam o tubo do soro, ou que usam para tirar sangue. Ele é utilizado para que não precisem furar diversas vezes a pele da pessoa, apenas uma