Notícia Bombástica.

O dia havia amanhecido tranquilo, e Ino abriu os olhos lentamente, observando com atenção tudo à sua volta.
- Mais um dia aqui, então.- Suspirou, passando as mãos pelos cabelos, jogando a franja para trás.

Seus olhos percorriam todo o quarto, admirando aquele lugar tão belo e espaçoso, ainda que não houvesse muitos móveis, a decoração era perfeita e em lugar algum era possível sentir o "vazio" que alguns móveis necessários acabavam por deixar. Sorriu, por fim.
Seus dias estavam mesmo monótonos, mas era o que se esperava após perder o amor de sua vida.

Brian o tempo todo, enchia-lhe de regalos; coisas que poucas vezes eram necessárias, tentando preencher seu coração, o que infelizmente, não acontecia.
Distraída, já havia se levantado, e estava preparando-se para ir tomar café, quando a empregada, timidamente, bateu na porta.

- Srtª. Ino?- Indagou, no intuito de saber se a loira já estava acordada.

- Sim?- Ino respondeu de imediato, com simpatia. Sempre tratando os empregados com doçura, como se fossem parte de sua família.

- A Srtª. Sakura está aqui, no telefone. Deseja falar com a senhora.- A bela morena que servia de empregada há anos para a família de Brian, entrou no quarto de olhos baixos, aguardando a resposta de Ino.

- Me passe o telefone, rápido!- Empolgada, Ino correu de encontro ao telefone com um sorriso enorme no rosto, e ao pegá-lo, dispensou com educação a empregada, que retribuiu o sorriso.

- Saak! Que saudades de você! Pensei que nunca fosse me ligar.- Ino falava eufórica, sentia realmente muita falta da amiga.
- Não tem idéia, Ino! Liguei para te contar algo muito, muito importante.- Sakura, ainda mostrando-se amável e companheira, mal podia se aguentar de felicidade.
- O que houve? Me conte logo!- A Yamanaka estava muito curiosa. Sakura não ligava há muito tempo, e a ocupação na vida das duas era frequente.

- Ino.. Não tem nem como enrolar no que eu vou te contar agora.. É algo muito.. Ah! Amiga, eu estou grávida!.- Revelou a rosada, que a essa altura chorava de emoção ao compartilhar isso com a amiga.
- Só pode estar brincando comigo..- Murmurou a garota, tão feliz que não conseguia nem mesmo responder em voz alta. Estava sinceramente feliz, sabia o quanto Sakura desejava isso.
- Não, não é brincadeira. Estou de cinco meses, e só descobri agora, acredita? Meu casamento é daqui duas semanas, se esqueceu? Quero que venha passar essas duas semanas aqui.. Por favor.- Sakura foi direto ao assunto, deixando claro os motivos para ter ligado.
- Mas é claro! Amanhã ou depois estarei aí, com minhas malas para ficar até depois do seu casamento.. Ah, matar a saudade que sinto do meu povo, de todos.- Ino soltou, demonstrando empolgação.
- Agora, acho que você já sabe o que vai encontrar aqui também, não é mesmo?
- Sim, eu sei.. Mas não posso evitar isso para sempre. Agora minha vida toda está diferente, e a dele também. Não vai acontecer nada entre nós.. Apenas um encontro entre.. Estranhos.
- Sim, sim. Não falemos sobre isso. Vou desligar, que eu e o Naruto vamos contar a novidade para a família. Beijos, muitas saudades, amiga.
- Beijos.- Ino desligou o telefone, mexida. As vidas de Naruto e Sakura haviam mudado radicalmente, e era mais do que evidente que a vinda de uma criança iria trazê-los muita felicidade.

A verdade é que a loira desejava muito um filho. Mas sabia que isso não estava nos planos de Brian, e não podia impor um ideal dela, a ele.. O belo homem já estava fazendo de mais por ela, seria muito ter de começar a impor coisas que ele sequer desejava também. Queria apenas esquecer esse assunto, ainda que estivesse feliz de mais pela amiga.

Mas isso não era possível. Ficava imaginando qual seria o sexo do bebê; se ele iria nascer parecido com Naruto ou Sakura; como eles iriam enfrentar toda essa situação... Situação tão cobiçada por ela. Ser mãe, ter sua própria família, viver ao lado do marido amado!

Suspirou, resignada. Planos que fizera a vida toda, no final das contas, saíram totalmente ao contrário.

O homem amado havia encontrado, mas, tão rápido quanto encontrara, o havia perdido. Ter sua própria família, um dia ainda tinha fé de que fosse acontecer, mas o filho poderia ser fruto de um relacionamento sem amor, o que por si só já a entristecia... E pensar que sentia seus planos tão perto de serem realizados.

Levantou-se, vestiu uma bela túnica branca, leve. Penteou o cabelo de modo elegante, e colocou no coque um arranje. Iria agora mesmo aprontar tudo para a viagem, convencer Brian a ir com ela, para não ter de ir sozinha. De fato, tinha muito que fazer para ficar ali, parada, se deprimindo.

Olhou no relógio, que ainda marcava 7h00m. Aliviada, correu em direção à cozinha sabendo que Brian ainda estaria lá, calmo, lendo seu jornal e tomando o café da manhã, que era sempre bem reforçado.
Não aguentaria esperar para contar-lhe a novidade e, pela primeira vez, faltaria ao trabalho, somente para acertar tudo sobre sua visita ao Brasil.

- Brian!- Chegou à copa, correndo, ansiosa. Ele a fitou com um sorriso e cumprimentou-a.

- Bom dia para você também.- Mais refeita, Ino retribuiu o sorriso e sentou-se ao lado dele, na mesa.

- Por que acordou tão cedo? Geralmente, você vai para o trabalho sempre mais tarde que eu.- Comentou o loiro, surpreso.

- De fato.- Concluiu Ino, ainda sorrindo.- Mas, hoje é uma exceção. E preciso muito pedir-lhe algo.

- Diga.- Respondeu ele, cheio de curiosidade.

- Sakura ligou-me a essa hora da manhã, para me dar uma notícia bombástica, pelo menos para mim. Ela está grávida, Brian! O casamento dela será em duas semanas, e pediu-me por favor, muitas vezes, que eu vá passar essas duas semanas no Brasil. A questão é que, gostaria que fosse comigo.

- Bom.. Confesso que me pegou de surpresa.- Brian ficou pensativo, ficando o vazio por alguns instantes, enquanto Ino aguardava.- Mas, não é uma má idéia. Muito pelo contrário, acho que estou realmente precisando de umas férias.

A loira levantou-se bruscamente, pulando em seus braços num confortável e carinhoso abraço. Estava muito feliz com a facilidade do noivo em aceitar sua proposta, e sabia que ele também ficaria feliz em fazê-la feliz.

- Acabo de recordar, Charlotte iria se mudar amanhã. Não é provável que sinta-se desconfortável sem que estejamos aqui para recebê-la?

- Isso não é problema. Se ela desejar, pode ir conosco também. Charlotte é de lá, não é mesmo? Sendo assim, acho que seria até bom para todos nós revermos nossos amigos ou parentes queridos de lá. O que acha?

- Bom, precisamos falar com ela antes. - Brian sorriu, abraçando Ino carinhosamente. - Tudo pra te ver feliz, você sabe.

A loira sorriu e tomaram café tranquilamente, conversando com empolgação. Aquele dia não pretendia ir trabalhar, tinha de ajustar os detalhes da viagem, conversar com Charlotte e seus pais, as coisas tinham de ser feitas com atenção e empenho, o que não seria possível caso tivesse de ir trabalhar.

Depois do café, listou tudo o que precisaria fazer no dia, e sabia que não seria tarefa fácil. Provavelmente, seus pais não gostariam de maneira alguma que se encontrasse com Sasuke, e por isso ficariam muito receosos ao saber de sua ida ao Brasil. Mas, talvez esse fosse um encontro que não poderia evitar.
Havia decidido que primeiramente iria falar com os pais, que ainda dormiam, mas estava quase no horário de acordar.

Sentou-se ansiosa no sofá da sala, aguardando que eles finalmente acordassem. Meia hora se passou quando os dois apareceram, sorridentes e bem-dispostos, querendo saber o que Ino gostaria de falar com eles.

- Bom dia!- Sorriu Ino, dócil.- Gostaria de avisar a vocês que... bom... eu pretendo voltar ao Brasil, passar pelo menos duas semanas lá.

Os dois ficaram bastantes surpresos, e Inoichi coçou a cabeça, contrariado.

- E o que vai fazer lá? Brian concordou? Sabe que se pudéssemos, evitaríamos isso ao máximo..- Confessou, preocupado.

- Sei disso. Mas Sakura está grávida.- Ambos pararam, felizes, mas ao mesmo tempo em choque. Os Haruno teriam um novo herdeiro, então! - E eu preciso muito ir vê-la, passar uns dias ao lado de meus amigos novamente, oras; Sei que querem o meu bem, mas eu sei muito bem me cuidar. E fiquem tranquilos, Brian vai comigo.

- Confiamos em você. Se você acredita que pode ir, e Brian estará ao seu lado, ficamos mais seguros. Aproveitem muito lá, e, se você o encontrar lembre-se que as coisas agora são diferentes, e qualquer atitude errada, por menor que represente ser, pode gerar grandes consequências.

- Estou ciente de tudo isso. Farei tudo como me ensinaram: Com responsabilidade e inteligência.- Ela abraçou-os carinhosamente, e afagou o rosto de cada um, com amor.

- Acho que isso é uma despedida, não é mesmo? Pois só voltaremos de madrugada e você provavelmente já terá ido. Se cuide, minha filha; Estamos torcendo pra que seja uma ótima viagem, Deus te abençoe. - Mei sorriu, e afagou em retribuição o rosto da filha.

- Amém. Que Abençoe e cuide muito bem de vocês também. Eu amo os dois, viu?- Mantiveram-se abraçados por longo tempo, até que se lembraram que já estava na hora de ir, e despedindo-se rapidamente mais uma vez, saíram.

Ino fitou os dois indo embora, e deixou-se cair na cadeira, sentia medo do futuro; Estava muito feliz pelos amigos, e realmente desejava voltar logo para o Brasil, mesmo que por apenas duas semanas.
Mas, sabia bem que um encontro com Sasuke seria inevitável, e que as coisas entre os dois provavelmente estariam bem estranhas, constrangedoras.

E o pior de toda a história: Sabia não tê-lo esquecido, e tinha noção do quanto aquele encontro iria mexer com seus sentidos... Sasuke ainda estava presente demais em seu coração, e tinha muito medo de não conseguir conter-se.

Se não o fizesse, além de se machucar, machucaria Brian, o filho e família de Sasuke, e todos os envolvidos em suas vidas.

Não. Não iria mesmo fazer nada de errado. Estava indo lá para acompanhar Sakura nas semanas que antecediam seu casamento e não iria de maneira alguma estragar tudo, pôr tudo a perder, simplesmente por um momento mínimo de felicidade. Beber da fonte da felicidade, para ter de abandoná-la logo em seguida, era somente alimentar uma falsa esperança.

Olhares. Simples olhares. Não seriam o suficiente para alimentar uma esperança que estava praticamente perdida. E palavras, gestos, então... Quando apaixonada, pareciam coisas tão preciosas e necessárias, mas agora, seriam o sinal da desordem e mágoa.

Levantou-se, esquecendo essa história. Iria ao Brasil visitar os amigos, não encontrar nem resolver nada com Sasuke. O melhor mesmo era esquecer e encarregar-se dos outros detalhes da viagem.
Iria imediatamente encontrar Charlotte e convidá-la, se desejasse. Provavelmente seria bom para ela também rever os amigos, parentes, que deviam sentir sua falta.

Pegou o telefone e ligou diversas vezes em seu celular. Numa dessas, Charlotte atendeu com voz sonolenta.
- Alô?
- Olá, Char. É a Ino aqui.,. Preciso muito que venha aqui agora mesmo! Pode deixar, que avisarei a Brian, justificarei sua falta ao trabalho.
- Compreendo. Estou indo agora mesmo, tchau.
- Tchau.

Ao outro lado da linha, Charlotte surpreendeu-se. O que seria tão importante a ponto de Ino precisar falar-lhe algo tão cedo? Sentiu certo medo. Teria ela descoberto seus verdadeiros objetivos? Precisava prevenir-se, ter alguma desculpa boa para usar, caso ela esteja desconfiando de alguma coisa.

Arrumou-se com esmero, e tratou de ir logo vê-la. O que fosse necessário fazer, faria, para esconder os motivos de estar ali e também a mando de quem estava, agindo daquela maneira. Tentou pensar em outras coisas enquanto pegava um táxi que a deixaria em frente à mansão dos patrões.

Desceu do táxi vagarosamente, passando pela mente novamente todos os planos, desculpas que poderia inventar caso a loira estivesse desconfiada, era necessário manter-se profissional e não deixar que a amizade sincera que sentia por Ino atrapalhasse em nada seu desempenho.

A Yamanaka a esperava na porta, com um sorriso doce e amigável. Charlotte logo sentiu-se aliviada, pelo visto, fosse o que fosse, não envolvia problema algum. Aquele sorriso a havia tranquilizado totalmente, seu emprego ainda estava seguro e sua amizade com Ino, e principalmente, com Brian, ainda estava segura.

- Olá, Char. Como está?- Indagou a garota, amigavelmente.

- Muito bem, e você?- Charlotte respondeu imediatamente, retribuindo o sorriso, e logo entregando seus pensamentos.- Desculpe se pareço indelicada, ou direta demais, mas pode me dizer por que chamou-me aqui tão cedo?

Ino levou-a até a sala, e depois de acomodadas, respondeu:

- Assim como você, também serei direta. Sei que veio do Brasil assim como eu, e esta semana... pra ser mais precisa, hoje mesmo, tive a notícia de que minha melhor amiga de infância está grávida, do meu melhor amigo de infância também. E ela convidou-me para ir passar duas semanas por lá, Brian vai comigo, e como você iria mudar-se para cá esta semana, pensei em chamá-la para ir conosco, rever seus entes queridos. O que acha?

Apesar de um pouco surpresa, Charlotte sorriu. Além de ser muito bom poder rever sua família, iria de imediato comunicar a Sasuke sobre a ida de Ino ao Brasil, e trataria de proporcioná-los um encontro. Não porque era ruim, e desejava separar Ino de Brian, mas porque podia perceber pelo brilho no olhar com que ambos falavam um no outro, que ainda se amavam.

- Isso é ótimo, Ino! Muito obrigada por me convidar, sinceramente... Será muito bom revê-los.- A bela loira abraçou-a, num gesto de carinho e gratidão.

Pretendiam fazer às pressas tudo o que fosse necessário para que essa viagem se realizasse logo e eles chegassem lá o quanto antes.. Ino, da maneira que estava, não aguentaria mais esperar por muito tempo.
A ansiedade tomava conta das duas, que tinham suas razões para desejar chegar logo. O único que sentia-se muito inseguro com toda essa história, era Brian, que mal conseguia prestar atenção no trabalho.

Amava Ino de verdade, porém, sabia que ela não o retribuía, e ela havia deixado isso evidente desde que chegaram lá. O problema é que ele acreditou que com o tempo isso mudaria, que a loira finalmente com o tempo poderia vir a amá-lo. Mas, os anos passaram e isso não chegou sequer perto de acontecer.

Por mais que o belo homem se esforçasse, desse tudo de si e agisse de maneira sincera e carinhosa, não era o suficiente para a Yamanaka. Sempre ouvira os outros dizendo que o primeiro amor, era eterno, e sempre achou estas palavras muito clichês. Somente agora, provando dessa situação constrangedora, compreendia que era um ditado bastante verdadeiro.

Suspirou, resignado. Nada dava certo em sua vida, por mais que sempre se esforçasse e desse tudo de si, ninguém reconhecia seu verdadeiro valor.
Evitava ao máximo reclamar das coisas, por menores que fossem. Mantinha o sorriso sincero e feliz sempre no rosto, sempre disposto a ajudar todos, no que fosse possível e até no que se mantinha fora de seu alcance.

Porém, as únicas coisas que recebia em troca, eram a amizade e o carinho de Ino, mais cobranças de seu pai e de seu sogro, que o tratava como um filho.
Pelo menos Charlotte, sua amiga fiel e sempre acolhedora, estava ao seu lado em todos os momentos, sempre mostrando-se verdadeira, a única pessoa que parecia realmente entendê-lo, admirá-lo.

Sorriu. Por mais difícil que fosse essa viagem, teria sua melhor amiga e a mulher amada ao seu lado. Não podia deixar-se abater, não agora, depois de tanto tempo lutando. Não agora, que finalmente estava conseguindo chegar um pouquinho mais perto do coração de Ino!

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Sasuke mexia em inúmeros papéis, tranquilamente, em seu escritório. Aquele dia, havia tomado coragem e arranjado um tempo a mais para que pudesse organizar melhor as coisas, precisava urgentemente de uma secretária, a sua havia entrado em licença, estava grávida, e ele não poderia encontrar uma tão boa quanto ela, em tão pouco tempo. Provavelmente, ainda ficaria enrolado por alguns dias.

Estava tão envolvido, que sequer percebeu quando o celular tocou. Alguns minutos depois, quando finalmente estava acabando, resolveu ligar para ver se o filho estava acordado, e levá-lo ao clube, para que fizessem atividades divertidas juntos.
Porém, surpreendeu-se ao ver 4 ligações perdidas de Charlotte. Ela nunca o ligava com tanta insistência, sabia que era homem ocupado.
Resolveu retornar a ligação.

- Sasuke! Finalmente!- Charlotte exclamou logo ao atender, indo para longe enquanto Ino comprava as passagens.
- O que houve? Por favor, sem enrolação. Deixou-me ansioso esse seu desespero.
- Eu, Ino e Brian estamos indo amanhã ao Brasil, Sakura vai ser mãe e Ino não pôde conter a ansiedade de revê-la, irão casar-se em duas semanas, e iremos passar essas duas semanas aí.
- O-o que? Só pode estar brincando! Ino, de volta ao Brasil!
- Temporariamente, é claro. Mas acho que vocês deviam se encontrar.
- Infelizmente, Charlotte, isso não será possível. Sou pai de família, Ino está noiva e não posso me deixar levar pela inconsequência, mais uma vez.
- Então, vai deixar a oportunidade passar?
- É claro que não. Eu posso vê-la, de longe, ter conversas formais, ouvir sua voz... isso é o suficiente para que eu aguente, pelo menos por enquanto.
- Agora tenho de desligar. Pense bem no que vai fazer. Beijos, tchau.
- Tchau, qualquer novidade, me ligue.

O Uchiha desligou o celular, sem reação. Não sabia sequer o que pensar ou sentir. Esperou por esse momento por anos, e agora, não tinha nem mesmo forças para entender o que se passava em seu coração.

Só de cogitar a possibilidade de um encontro, imaginar rever os olhos azuis vibrantes de sua amada, o coração batia descompassado, começava a suar frio...
Não sabia o quanto de esforço seria necessário para não tomá-la nos braços e falar tudo o que gostaria, mas reconhecia que qualquer movimento errado, qualquer pensamento que colocasse em risco seu emocional, poderia custar-lhe um preço muito alto.

Balançou a cabeça, tentando espantar esses pensamentos. Dois anos, e a memória de Ino estava firme em seu coração. Não conseguia esquecer seu riso franco e sincero, seus olhos determinados e seu modo doce e gentil de expressar-se... sentia falta de tanta vida em sua vida.
Mesmo depois de tanto tempo, mantinha Charlotte próxima a Yamanaka somente para manter-se informado, manter-se ligado com ela de algum jeito.. Era a única gota de felicidade, além de seu filho, que o sustentava.

E em sua memória, repassou todos os momentos felizes que viveu ao lado de Ino, sua falha história de amor, que ainda o atormentava como há dois anos atrás.

- "As pessoas ainda acham que o tempo cura tudo. Mal sabem o engano que estão cometendo."- Pensou, desanimado, com olhos fixos num ponto vazio.

E teria permanecido assim, se não fosse o barulho de alguém batendo na porta, de maneira educada. Ele avisou para que abrisse, com a voz mais recomposta.
Era Sakura, para sua surpresa, acompanhada de Naruto. Apesar de estar sem reação mais uma vez, aguardou que falassem o que faziam ali, e o casal sorriu, demonstrando o quanto estava feliz.

- Sasuke sei que é repentino, e você provavelmente não gostará de nossa visita. Mas, viemos trazer-lhe o convite de nosso casamento, que será realizado daqui a duas semanas..- Disse Naruto, com um sorriso amigável no rosto.

- Hum..- Ele respondeu, um tanto perdido, reorganizando seus pensamentos.- É claro que irei, pode confirmar a minha presença.

- Leve... -Sakura hesitou um instante- Hinata, e seu filho também. Será um prazer tê-los lá.- concluiu, com um sorriso doce no rosto.

- Certo. Muito obrigada por se lembrarem de mim; estarei lá.- Sasuke respondeu de imediato, e guardou o belo convite -que vinha numa caixinha preta- delicadamente preso à caixa com um laço dourado, e seus nomes, no papel de dentro, gravados em ouro, de maneira extremamente elegante.

Desejando uma companhia mais agradável da que tivera esses anos, Sasuke mostrou-se simpático e deu continuidade a todos os assuntos que Naruto e Sakura lançavam, fazendo a conversa render.
Ambos, envolvidos de um sentimento acolhedor e saudoso, distraíram-se conversando, deixando-se levar pelo embalo do momento, sem conseguir esquecer a situação parecida com a que viveram anos atrás.

Exceto pela falta de um pequeno detalhe: Yamanaka Ino.