POV BELLA

Eu nunca aguentei ser julgada. Nunca aguentei decepcionar as pessoas, por isso eu sempre tive medo do mundo. Medo de tomar decisões que eram necessárias quando eu vi que as coisas não estavam onde deveriam estar. Foi assim com meu relacionamento com Jacob.

Tive medo de decepciona-lo, medo do seu julgamento. Eu fiz o que pude para adiar o termino até eu da um passo para me livrar do medo de ser quem eu era. Ou o que eu sou?

— Eu preciso de uma resposta. – Jacob disse entre os dentes, seus olhos guardam tanta magoa, magoa que eu tive tanto medo de deixar. Mais no fim não mudou nada.

— Eu preciso que você vá embora. – Respiro fundo. – Que vocês vão embora.

— Eu não vou... – Disse os dois ao mesmo tempo, os dois se encararam quando se deram conta disso.

— Eu preciso de uma explicação. – Disse Jacob voltando seus olhos para onde eu estava.

— Não temos mais nada. – Não sabia se estava com calor ou frio meu corpo se estremecia eu não queria enfrentar tudo isso, onde eu estava com a cabeça quando achei que voltar para Forks me ajudaria.

— Acho que não é o melhor momento para isso Jacob. – Disse Charlie com um tom compreensivo. – Uma outra hora quem sabe.

— Ela me deve explicação. – Sua voz começou a se elevar.

— Qual explicação você precisa? – Perguntou Edward. – Não entendo, o que falta você entender que o se trata não é da sua conta?

— Porra. – Berro Jacob se virando para Edward. – Que merda você faz aqui?

  - Acho que essa pergunta se cabe a você amigo.

 - Edward. – Corrigiu Alice.

— Ué, ela está esperando um filho meu e ele quer uma explicação do que?

Jacob avanço um passo em direção a Edward e Charlie interviu entrando entre os dois.

— Os dois estão na minha casa. – Lembro ele. – Jacob por favor, outra hora você e Bella conversam...

— Se alguém precisa sair, esse alguém não sou eu.

— Senhor quer que eu o bote pra fora? – Dessa vez Edward que deu um passo à frente.

— Acho que eu sei bem cuidar de quem fica e quem sai da minha casa. – Disse meu pai aumentando a voz.

— Jacob. – Disse sem ao menos me da conta do que estava fazendo. – Vamos.

Todos da sala me encararam.

— Vamos. – Repeti com uma voz firme. – Não queria conversar? Pois bem... então vamos. – Abri a porta, Edward me encarava incrédulo mais não disse nada, meu pai passou a mão pelo rosto sem entender nada, como se procurasse alguma resposta nas minhas atitudes. Alice estava alerta como se algo fosse pegar fogo a qualquer momento e ela era a responsável por apaga-lo. Jacob me acompanhou e saiu comigo caminhei até onde sua moto estava parada antes de me virar para ele.

— O que você quer aqui? – Disse sem me importar com minha impaciência.

— Eu acho que não sou eu que devo...

— Não devemos nada um para o outro. – Digo. – Não somos mais um casal a tempos, eu segui com a minha vida e você tem que fazer o mesmo. Não pode viver atrás de mim Jacob.

— Eu amo você porra, estávamos tão bem.

— Não estávamos bem. – Disse intervindo. – Eu não estava bem, e sinto muito por tudo isso. Mais isso tem que ter fim.

 - Você já estava com ele?

Respiro fundo e reviro os olhos.

— Está gravida dele? – Insistiu ele.

— Não estava com ele quando estava com você. Eu nem ao menos o conhecia. E sim eu estou gravida, e sim ele é o pai.

— Porra. – Ele disse fechando os olhos e as mãos em punho. – Ele tem a porra de uma esposa.

— O que isso tem a ver com você?

— Você acabou comigo por que não sabia se queria ter uma família, pra virar a mãe de um cara casado.

— Ele não é casado. – Minha voz começo a se alterar, respiro fundo. – E mesmo se fosse não precisa ter seu peso moral, ou sei lá que esteja tendo. Acabou aqui. – Falei com firmeza. – Acabou aqui, o que já era pra ter acabado naquele dia na praia. Não estamos mais juntos. O que faço ou deixo de fazer, quem é ou não o pai do meu bebê não se diz a respeito a você, por que o meu bebê não é seu e disso você pode ter certeza.

— Eu não acredito que está fazendo isso.

— Não precisa acreditar. – Digo por fim. –  Só preciso que aceite e respeite que nós dois não temos mais nada.

Jacob me encarava e eu sustentei o seu olhar, aguentando toda sua dor e me segurando para não ceder. Não posso me culpar por algo que não fiz, ele se sentia traído mais eu não o traí. Ele se sentia magoado e decepcionado, mas eu também me sentia assim. Afinal eu o amava, não a ponto de me casar com ele mais amei toda a nossa história, e o que ele fez? Acabou com tudo de bom que havíamos vivido atrás de algo que já tinha fim.

Me doía magoa-lo, mais em nenhum momento ele pensou como eu me sentia com tudo que ele tenha feito após nosso termino, ele passou por mim e montou na moto a ligou e foi embora. Não me dei tempo de vê-lo virar no fim da rua e entrei em casa.

— Onde está Jacob? – Perguntou meu pai sentado em sua poltrona, Alice e Edward estavam sentados no sofá um ao lado do outro.

— Já foi embora.

— E então... – Perguntou meu pai.

— Esse é Edward Cullen o pai do meu bebê, e essa é a Alice a irmã dele. Eu vou ajeitar as minhas coisas.

— Do que está falando? – Perguntou meu pai confuso.

— Eu vou embora com eles.

Vi Edward sorrindo e Alice espantada, meu pai se levantou e me seguiu enquanto subia as escadas. Entrei no meu quarto e comecei a por tudo que estava na mala que havia trazido.

— Bella, como assim está indo embora.

— Eu não devia ter vindo pai.

— Está dizendo isso por causa do Jacob?

— Não estou dizendo por mim mesma. – Respirei fundo sentando na minha cama e foi aí que me dei conta que as lagrimas estavam de volta.

— Querida. – Disse meu pai se sentando ao meu lado e me envolvendo em um abraço desajeitado. – Sabe que não me importo quem seja o pai dessa criança, ele é seu filho e isso pra mim basta. Podemos fazer isso juntos.

— Eu sei pai.

Meu pai assim como eu nunca fomos bom de demonstrar sentimentos, mais nós dois sabemos que não importa o que acontecer no mundo, sempre vamos ter um ao outro.

— Mas eu quero ir. – Digo por fim. – Não posso desistir, eu não posso me trancar aqui de novo por medo de não tentar o que eu quero.

— É com ele que você quer ficar?

— Não somos um casal. – Digo encarando meu pai. – Mais não quero ficar aqui e aguentar julgamentos de ninguém. Eu vou para Seattle e tentar me arrumar por lá, se não der certo eu volto pra Vancouver.

— Bella agora é diferente...

— Eu sei, somos dois contra o mundo. – Digo pondo a mão na minha barriga.

— Ele não vai deixar essa criança desamparada, está na cara dele.

— Eu sei. - E essa certeza me trazia um certo alívio.

— E você sempre terá a mim e a sua mãe.

— Isso eu tenho certeza.

Meu pai me abraçou forte mais uma vez e beijo o topo da minha cabeça e me deixo sozinha enquanto eu arrumava tudo, quando desci encontrei Alice me esperando no final da escada ela tirou minha mala da minha mão e me abraçou.

— Estou feliz que finalmente você vai estar de volta. – Disse ela. – E com um sobrinho.

— Me desculpe por não ter ligado.

— Não se preocupe – Disse ela me soltando do abraço. – Vou grudar em vocês agora, eles estão nos esperando lá fora.

Alice saiu com minha mala e eu peguei minhas chaves da picape do meu bolso, quando saímos meu pai apertava a mão de Edward. Alice entregou minha mala pra ele e Edward guardou no porta malas. Meu pai me deu um longo abraço e eu lhe entreguei as chaves da picape.

— Espero que você vá levar ela em Seattle.

— Sabe que isso parece um pretexto para eu ir até né?

— E você sabe que essa é a intenção não é mesmo?

Nós dois sorrimos e nos abraçamos, fui em direção ao carro enquanto Alice e Edward discutia sobre quem ia dirigindo, entrei no passageiro da frente quando vi que Alice havia ganhando, não queria ir conversando com ele mesmo sabendo que o que mais tínhamos era conversas. Mais no momento não queria me esquentar com isso.

Alice entrou no lado do motorista depois de se despedir do meu pai, Edward falou algo a mais com meu pai e os dois apertaram a mão novamente e ele entrou atrás.

— Eu estou ótimo para dirigir. – Disse ele pondo o sinto.

— Você está parecendo um zumbi. – Respondeu ela.

— Eu posso dirigir. – Intervi.

— A sua cara também não está uma das melhores Bella. – Disse Alice dando partida.

— Como se a sua estivesse boa. – Edward disse.

— Durma Edward.

Edward bufou no banco de trás e eu sorri um pouco, fechei meus olhos e segui o conselho que Alice havia dado a ele e fechei meus olhos, estava cansada e não fazia ideia do que estava indo fazer em Seattle e nem mesmo conseguia confirmar o que havia dito ao meu pai, não somos um casal.

Será que iriamos conseguir fazer isso juntos? Por mais doido possa parecer eu sentia que iriamos. Não vai ser fácil, e temos muito a conversar. Mais algo dentro de mim me dizia que era o caminho certo a se fazer.

Se for dar certo ou não ninguém pode dizer, mas eu uma coisa é certa não vou deixar de tentar.