Entre nós dois escrita por dri


Capítulo 1
Capítulo 1 - Páginas em branco




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Páginas em branco me assustam, é como se começar escreve-la tem como obrigação sair algo perfeito, e essa perfeição vai do tamanho da fonte o nome da fonte, ou sobre como vai sair sua caligrafia caso ainda goste de escrever em papel como eu. Quando era criança eu amava escrever histórias tinha até um caderno só para isso, porém com o tempo as histórias ficaram presas em mim e quase nunca consigo transparecer pro papel o que eu sinto ou nem mesmo nas histórias que eu criava.

É um bloqueio que eu mesma chamei de crescer, crescer e ver que as histórias que eu sonhava para mim saíram de formas que eu nem mesma imaginava afinal todos alguma hora vai começar a passar por decepções, ou até mesmo questionamentos, e questionamentos são algo bem constante na minha vida. Na maior parte do tempo eu não sei o que estou fazendo, ou se o que eu estou fazendo é algo que eu realmente quero fazer, e isso me faz viver em uma eterna agonia. E por isso que resolvi me conhecer, como uma página em branco, afinal não quero que daqui cinco anos quando eu completar 30 anos eu não esteja presa em um “como teria sido?”.

            No começo eu não sabia como fazer, mais comecei por quem mais eu devia minha explicação e o meus pedidos de desculpas Jacob, nos conhecemos desde crianças fomos grandes amigos no colegial e quando comecei a faculdade foi a pessoa que mais me apoio e acreditou que eu conseguiria, e foi nesse momento que nossa amizade se tornou em um romance, um romance doce e inesquecível. No começo tivemos várias brigas e desavença mais como sempre ele foi bastante maduro e compreensivo com tudo, até mesmo quando eu estava errada.

Namoramos por dois anos e quando íamos fazer três anos de namoro fui pedida em casamento em uma lanchonete a mesma que fui pedida em namoro, e naquele momento eu me senti assustada eu realmente não esperava por aquilo, eu não sabia como reagir aquilo e mesmo assim eu disse sim. No dia seguinte eu me apavorei pensei o quanto era cedo demais, afinal Jake é meu primeiro namorado, meu primeiro beijo, minha primeira transa e minha primeira paixão, não deveria haver mais para finalmente dizer o famoso sim?

É um questionamento bastante infeliz, mais quando ele vinha me visitar depois do trabalho eu tinha em mente que era aquilo que eu queria para a vida toda, companheirismo. E cá estamos nós a mais de 4 anos juntos, e eu me questionando sobre como deveria dizer a ele que não sei se tenho a mesma certeza que tinha no dia seguinte de nosso noivado. O problema de começar a questionar um relacionamento é que não importa o motivo do término sempre fica aquela melancolia dos momentos bons, do sentimento que por mais que tenha mudado, um dia foi algo incrivelmente forte e você simplesmente se vê chegando a um término. E se questiona será que estou fazendo algo certo?

Vai doer e eu imagino que isso vá me devasta, mas não é justo com ele eu seguir com uma dúvida que ele tem uma certeza, ele merece alguém que tenha a mesma certeza por ele, e eu queria com todas minhas forças que essa pessoa fosse eu, que todo aquele amor que sentia por ele voltasse, na mesma intensidade o frio na barriga a eletricidade que sentia quando ele segurava minha mão. E daria qualquer coisa pra ter isso de volta, para poder ama-lo da maneira que ele merece ser amado.

A dor em pensar em um término e a dor de saber que vou magoa-lo me faz novamente me questionar sobre minha decisão, mas já é tarde demais para pensar em voltar a atrás. A minha decisão está tomada, meu pedido de demissão está assinado e minhas malas estão quase todas prontas, ainda se quer falei com meus pais sobre essa decisão, sei que eles vão me odiar por deixar o cara certo para trás, e meu pai por deixá-lo para trás.

Minhas mãos estão tremendo, e o buraco em meu estomago aumenta a cada segundo que se passa, o barulho das ondas da pequena praia da reserva não me trazem a paz e nem a tranquilidade que eu sempre vinha buscar aqui. Eu sempre amei a praia desde a primeira vez que vi o mar, o som das ondas me traz uma paz inexplicável, que nesse momento não está me trazendo só aumentando o meu medo, e minha falta de coragem e falta de palavras para dizer isso a ele, como começar? Será que vou aguentar se ele resolver me odiar? Ou será que tem uma probabilidade de ele também sentir o mesmo e também não querer mais essa relação?

Olho meu celular mais uma vez, e a mensagem de dez minutos atrás está ali presente no visor.

“Daqui meia hora estarei lá, beijos. – Jake.”

Dez minutos se passaram, e minha agonia se estende enquanto vejo os minutos se passando no visor do relógio, suspiro fundo e desligo a tela, guardo o celular no bolso do meu moletom e abraço meus joelhos e fico com os olhos fixos nas ondas se quebrando, na esperança da paz que as ondas me causam ressurjam de alguma maneira que me faça me acalmar, mas isso não acontece.

Não sei se passaram mais dez, cinco ou vinte minutos, quando ele se sentou ao meu lado, meu coração estava acelerado quando senti seus braços estavam ao meu redor, o calor do seu corpo no meu fez um nó impedir que qual quer palavra saíssem da minha boca.

— Está frio por aqui hein. – Disse ele beijando o topo da minha cabeça.

E antes que consiga dizer algo me dou conta que a minha visão está embaçada com uma cortina de lagrimas, e eu simplesmente o abracei forte e deixei as lagrimas saírem.

— Hei? Está tudo bem? O que aconteceu? – Quis saber ele enquanto eu desabava em lagrimas em seu ombro, seu abraço se apertou ao meu redor. – Bells?

Minha voz havia sumido, minhas forças haviam se desmoronado em lágrimas, eu apertava meus braços em volta do seu pescoço o abraçando com força. Como vou conseguir dizer adeus a uma pessoa que eu planejava passar o restante da minha vida junto?

São coisas que nem eu mesma sabia dizer, respirei fundo e me afastei de seus braços e sequei minhas lagrimas com as mangas de meu moletom, não conseguia olhar para ele, mais sabia que seu olhar preocupado e assustado me encarava.

— Me desculpe... – Respirei fundo novamente. – Eu realmente não sei como dizer isso, mesmo eu ter pensado em diversas formas, mais cheguei à conclusão que não posso mais continuar com esses sentimentos em mim.

— Sabe que pode me contar o que quiser, sempre pode.

— Eu sei. – Eu me sinto a pessoa mais covarde do mundo, tento olhar para seus olhos sem me desmoronar em lágrimas novamente. – Jake, eu... pensei muito e acho que no momento, deveríamos terminar.

— Terminar? – Sua voz saiu baixa, elas transmitiam dor, dor que aumento ainda mais o nó na minha garganta. – O que aconteceu Bells?

— Eu não posso estar com você enquanto nem eu mesma sei o que sinto sobre mim mesma.

— Tá dizendo que não me ama mais? – Ele ri sarcasticamente. – Porra, se não amasse porque esperou a merda desse tempo todo para dizer.

— Eu amo você, sempre amei e vou amar, mas não a ponto de me casar. Eu mal me conheço eu nem se quer sei como me amar direito, não é justo com você...

— Que discurso de merda. – Ele se levanto e eu levantei em seguida, tentei pegar a mão dele, mas ele se afasto e começou andar de um lado para o outro na minha frente. – Tem algum cara?

— Claro que não. – Afirmei. – Não tem ninguém, e também não é culpa sua.

— Então me explica como é que você diz que ama uma pessoa uma noite e na seguinte termina? Porra, ainda vem com essa de não é você é eu?

— Eu não posso continuar com você, enquanto eu não me sinto feliz. Eu não quero ficar em Forks.

— E você precisou de quanto tempo para pensar nisso? – Berrou ele para mim. – Faz anos que estamos juntos, anos que planejamos uma vida, para somente agora você se da conta disso? Você está sendo uma egoísta.

Eu não sabia explicar, eu não conseguia formular as palavras eu não conseguia admitir que eu havia planejado tudo aquilo, só que nunca cheguei a ter coragem de falar. Eu não contei a ele que planejava sair do meu emprego, não contei quando essas dúvidas sobre nós começaram a ser mais frequentes, eu não contei a ele o quanto me sentia perdida dentro de mim mesma. Mas eu planejei para mim mesma, Jake tinha toda razão. Eu estou sendo egoísta.

— Como vou falar isso pro meu pai? Pros meus amigos? – Ele para por um instante e me encara, a ira de seus olhos negros estavam fixos em mim. – Você alguma vez esteve feliz ou foi tudo um fingimento de merda?

— Fingimento? – A palavra foi como uma punhalada. – Eu não estava fingindo, tudo que nós vivemos foi tudo pra mim. Mais no momento eu não me vejo em Forks, eu não quero ficar aqui, e aqui está sua oficina, os seus amigos, a sua família. É o seu lugar, eu não posso tirar isso de você.

— Você está indo embora?

 - Eu pedi demissão.

Ele ri sarcasticamente e passou a mão pelo cabelo que fazia dias que não cortava.

— Você planejou essa merda toda, nas minhas costas.

— Eu decidi a dois dias. – Limpo minhas lagrimas. – Eu sei que parece que eu premeditei tudo, mas não foi assim Jake... Eu tentei. Como eu tentei aguentar tudo isso, porque eu amo você. Eu não consegui... eu não consigo imaginar que eu possa um dia me arrepender.

— Se arrepender de viver comigo?

— Não... me arrepender de viver por você e não por mim. Aqui é o seu lugar você conseguiu o que quer Jake, você tem sua oficina, vem gente de fora pra trazer motos pra você arruma. Enquanto eu trabalho no andar de cima do único mercado da cidade, eu não sonhei isso pra mim. Eu não tenho pra onde mudar aqui.

— Você é uma puta de uma egoísta.

— Egoísta eu seria se te pedisse pra largar a sua vida, por eu não gostar da minha.

— Então eu que estou sendo egoísta Bella? – Berra ele pra mim. – Eu te amo, planejamos tudo isso junto, de você vir morar aqui na reserva de termos filhos. E você vem com esse papo de não está feliz e que a culpa é minha?

— Eu não disse isso...

— Vai se foder. – Ele berra antes que eu possa responder. – Espero que você encontre a merda que quer encontrar.

Ele apenas de vira e sai andando em passos largos para longe de mim eu tento ir atrás dele, mais quanto mais eu o chamo mais ele se afasta de mim. E eu simplesmente o deixo ir, afinal não adianta eu correr atrás ele não vai me ouvir, e se fosse ao contrario eu também não ia querer ouvir.         Então tudo que eu fiz foi sentar novamente e fixar meu olhar no mar e deixei que a dor me invadisse, chorei como eu chorei, chorei até não haver mais lágrimas em mim, até todo o nó em minha garganta se diminuir, apenas diminuir porque passar eu sabia que não passaria facilmente.

Por volta das dez da noite retornei para onde havia estacionado minha picape, e dirigi de volta para casa, me sentia cansada exausta de mim mesma, mais sabia que teria que encarar meu pai quando chegar, essa altura Jacob já havia chegado em casa, contado pro seu pai que teria imediatamente ligado para o meu, que prontamente estaria sentado em sua poltrona da nossa pequena sala de estar.

 Quando estacionei o carro na nossa entrada de carros, a viatura estacionada, me veio na cabeça uma lembrança de quando era criança eu amava contar todos do jardim de infância que eu poderia andar no carro de polícia sempre que quisesse, pois meu pai era da polícia hoje em dia ele é o xerife e já carregou naquela viatura diversos de meus colegas por beber ou pichar alguns muros da cidade. Entrei em casa e como já previa lá estava ele na poltrona terminando o ultimo gole de sua cerveja.

— Que história é essa que não vai haver mais casamento? – Disse Charlie impaciente no sofá. – E onde você estava?

— Estava na praia. – Disse tirando e pendurando meu casaco no nosso velho cabideiro que fica na entrada. – E a história é essa.

— Tem ideia de como o Jacob está? – Perguntou ele. – Com que cara vou olhar pra ele e o pai dele de agora em diante?

— Eu sinto muito. – Minha voz saiu como um sussurro. – Mais não estava mais dando certo, e pedi demissão...

— Você perdeu o juízo? – Questionou ele tentando controlar seu tom de voz. – Minha filha, você esqueceu o quanto foi difícil arrumar aquele emprego?

Era engraçado como ele me perguntava isso, era obvio que eu sabia. Não só como sabia, como foi eu que fiquei lá pelo tempo que fiquei sofrendo com a monotonia, engolindo sapos da minha colega Jessica que se achava a dona do escritório do maior e único mercado de Forks. Ela era casada com Mike, filho dos donos que se achava realizado na vida por sair da faculdade e conseguir vaga como técnico do time da escola na qual nós todos se formamos. Talvez ele realmente fosse realizado, afinal se formar em qual quer que seja curso universitário não é algo fácil, é difícil e necessita de todo nosso empenho, além de morar em outra cidade. Afinal não tem faculdades em Forks mais Jessica nunca foi a faculdade desde que noivou com Mike logo após ele entrar na faculdade ficou na cidade para ajudar a mãe dele com o negócio, e desde então ela manda mais lá do que a própria Sra. Newton.

— Sim. – Disse me sentando no sofá a frente da poltrona, e passei a mão pelo meu rosto. As lagrimas pretendiam voltar em breve. – Estou cansada, terminei com Jake porque não estava mais dando certo, sai do trabalho porque quero tentar arrumar outro. Eu quero ir para Seattle.

Olhei para ele e o mesmo me olhava com seu olhar rabugento e confuso.

— Eu não consigo te entender Bella, mas não cabe a mim fazer nada.  – Disse ele sentando ao meu lado e me dando um abraço desajeitado. – Ainda mais sabendo que amanhã essa cidade toda não falará em outra coisa e isso não significa que você tenha que fugir, aqui é o seu lar.

Senti o braço de Charlie estremecer, eu sabia o quanto ele odiava as fofocas da cidade, imagino o quanto ele vai odiar ainda mais sabendo que sua filha será a manchete das fofocas. Ninguém disse mais nada, e também não sei quanto minutos, segundos durou nosso abraço, mais por fim ele me soltou sem jeito e beijou o topo da minha cabeça e se levantou.

— Ligue para sua mãe, eu não sabia o que fazer e acabei ligando pra ela.

Subi pro meu quarto, e me deitei na esperança de apenas dormir e da como acabado esse dia longo. O drama de ouvir mamãe berrando ao telefone implorando para que fosse para Nova York, onde ela está com seu atual marido em viagem de férias vai ter que ficar para amanhã. Eu a conheço e ela como ninguém sabe como as fofocas de cidade pequena podem acabar com o psicológico de qualquer um.

Por mais que tentei demorei a dormir, eu voltei a chorar minha cabeça era apenas lembranças de momentos bons com o Jake, momentos bons que tive em Forks e medo. Medo de me arrepender, medo de ter jogado fora tudo de belo que construí no relacionamento com o Jake, também tinha esperança que no fim eu acabe feliz. Feliz comigo mesma.

Eu consegui dormir, um minuto se quer por volta das quatro da manhã eu desisti de tentar e me levantei e terminei de guardar o restante das minhas coisas que pretendia levar. Arrumei tudo que deixaria para traz no meu quarto, e achei uma caixa vazia no fundo do meu armário e a coloquei na minha escrivaninha, e nela tirei todas as fotos minha e de Jake do mural que ficava na parede ao terminar, coloquei na caixa todos os outros presentes ursinhos de pelúcia, globinhos de neves que eu tanto gostava de ganhar de natal. Cartinhas de quando ficávamos separados por conta da faculdade, tudo praticamente que se referia a mim e Jake foi para a caixa, menos o filtro dos sonhos que ele mesmo fez para mim foi meu presente de aniversário “prende sonhos ruins” era como se pudesse ouvi a voz de Jake no fundo da minha cabeça, por algum motivo isso me fez sorrir, tirei o filtro dos sonhos e coloquei na minha mala, esse eu não deixaria para trás.

No fim fechei a caixa com uma fita adesiva e a empurrei para o fundo do meu armário, e fechei. Quando olhei para o quarto praticamente vazio me trouxe uma sensação boa que nem eu mesma sei explicar. Era isso... eu sempre imaginei como ficaria meu quarto quando fosse embora de casa, e agora eu realmente estava indo sem ter a menor intenção de retorno para meu refúgio de tantas coisas em tantos períodos da minha vida, e isso me dava uma sensação boa pelo menos.

Malas prontas. Por volta de umas seis da manhã tomei banho e vesti um jeans preto com uma blusa qualquer e uma blusa de moletom, que inclusive era do Jake, eu gostava dela demais para deixar para trás, escovei meus cabelos de qual quer jeito e o prendi em um coque mal feito, calcei meus all star preto, e desci com a minha única mala pelo pequeno corredor da nossa casa.

— Você tem certeza disso? – Perguntou meu pai parado junto a entrada da cozinha com uma caneca de café, ele vestia o uniforme da delegacia.

— Você me assustou. – Coloco a mala junto a porta e olho para ele. – Não, eu não tenho. Porém eu tenho que tentar.

— Sabe onde vai ficar? Com que dinheiro vai? Eu posso ir ao banco tirar um pouco das minhas economias, não é muito...

— Pai, está tudo bem. Eu aluguei um quarto, na casa de uma amiga que conheci na faculdade. – Minto, ela não era minha amiga e só a conheço de um anúncio da internet. – E tenho o dinheiro que estava guardando pra quando fosse morar com Jake.

— Bella, isso é uma loucura você tem certeza? Tenho certeza se você e Jake conversar ele vai entender que foi só uma loucura passageira.

— Eu não quero voltar atrás. – Não quero ter essa conversa, ando até ele e o abraço ele me envolve em seus braços, Charlie sempre teve dificuldade em lidar com abraços logo nós dois ficamos sem graça e nos soltamos do abraço. – Eu vou indo, te ligo assim que eu chegar lá.

— Já vai? Você nem tomou café.

— Eu paro se sentir fome, são três horas de carro e você sabe como a picape é lenta. Se cuide por favor.

— Se cuide você, se não ligar lembre-se que sou da polícia sei te encontrar.

Sorrio pra ele, e pego minha mala e saiu. Coloco tudo na picape e dou partida, é difícil não chorar ao ver minha casa ficando para trás, tudo ficando para trás. Queria ter a chance de ver Jake pela ultima vez e tentar me desculpar novamente mais sei que é uma péssima ideia. Só espero que um dia ele possa me perdoar.

Faço uma parada uma hora depois em um posto de gasolina para abastecer, compro um energético e tomo a lata toda antes de voltar para a estrada, no caminho meu celular tocou varias vezes, mais não peguei para ver quem era sabia que era minha mãe, eu não falei com ela ainda. E a essa altura Charlie já deve ter contado que eu já tinha ido, meus pais são separados desde quando sou pequena, porém ambos sempre estão unidos ao um telefone quando o assunto é eu.

Chego no apartamento que aluguei pela internet e o porteiro já liberou minha entrada na garagem, no anuncio informava que tinha até vaga na garagem o que pra mim era ótimo, minha picape pelo visto seria o carro mais antigo do prédio, como se isso fosse alguma novidade, hoje em dia ninguém valoriza os carros antigos é o que eu sempre digo, para não dizer que sou dura demais para mudar para um moderno.

Subo com minha mala até o 12ª andar, o prédio tem apenas 13 andares, o que é bem grande Forks, não tem prédios. Saio do elevador e vou até o apartamento indicado no papel anotado e toco a campainha, demora bastante para alguém finalmente abrir a porta. Uma mulher que deveria estar estampada em qualquer revista de moda de tão bonita, mesmo com os longos cabelos loiros todo bagunçado, ela vestia uma camisola vermelha com o roupão da mesma cor por cima.

— Quem é você? – Pergunta ela coçando os olhos deve ter acabado de acordar.

— Isabella, eu aluguei um quarto você é Alice.

— Rosalie, pode entrar Alice deve estar em algum lugar que nem me lembro. – Ela do espaço para que eu possa entrar com a minha mala e bate a porta atrás de mim. – Mais avisou de você, seu quarto é aquele. – Ela aponta na direção de uma porta entre aberta. – Fique à vontade.

Ela sai cambaleando pro outro lado de onde aponto e entra em um quarto e bate a porta, o apartamento é lindo todo bem decorado e com grandes janelas que da uma boa vista para os outros prédios da frente que fica na rua contraria que entrei, a sala tem uma visão ampla por todo apartamento que está bem organizado e bem decorado, pego minha mala e vou para o quarto que Rosalie apontou e entro no mesmo fechando a porta.

O quarto era que nem do anuncio era até maior do que eu imaginava, tem uma cama de casal no centro com um criado mudo amarelo ao lado, um pequeno armário no canto e do outro lado uma janela pra rua com uma cortina que se balançava com a entrada da brisa, próximo da janela tinha uma escrivaninha, e de frente a cama uma mini tv na parede com uma pequena estante abaixo, do lado da escrivaninha tem uma porta que leva um pequeno banheiro com ducha e o que mais me alegrou uma banheira.

Jogo a chaves da picape na escrivaninha e digito uma mensagem rápida tanto para Charlie como para minha mãe, antes de lagar o celular na mesa e tomar um banho.

“Cheguei bem, longa viagem estou exausta. Ligo mais tarde.”

Fico feliz em saber que no pequeno armário do banheiro tinha toalhas limpa, depois do meu banho visto um jeans qualquer com uma camiseta preta e me deito na cama, não demora muito e eu caio no sono. Acordo horas depois com alguém batendo na porta quando abro os olhos, deparo com a porta meia aberta e uma pequena cabeça de cabelos curtos e olhos esverdeados me encarando, minha primeira reação é me sentar.

— Desculpe, não quis te assustar. – Diz ela entrando, a pequena cabeça também tinha um pequeno corpo magro, vestindo um jeans claro com uma blusa azul brilhante, ela estava descalça e mesmo assim parecia ter saído de uma revista. Será que aqui era uma casa de modelos? – Eu não invado os quartos por aqui, mais bati umas cinco vezes durante o dia mais ninguém respondia fiquei preocupada.

Olhei pra janela, e realmente estava escuro lá fora o quarto continuava claro por conta da luz que deixei acesa, se quer me lembro de ter ligado.

— Eu sou Alice, desculpe tive que organizar uns detalhes no trabalho e não pude estar aqui de manhã. – Ela se senta na beirada da cama. – Posso me sentar né Isabella?

— Claro. – Digo prendendo meu cabelo despenteado que agora estava seco em um coque. – Só Bella e desculpe mais tive uma noite difícil que acabei desmaiando de cansaço.

— Eu percebi, estava pensando já que poderia estar morta. Seria muito azar fiquei muito feliz em alugar o quarto antes que alguma amiga chata de Rose se oferece-se para alugar. – Ela ri. – Amo a Rose, mas as amigas delas são demais para mim.

— São só vocês duas?

— Sim, tem o Emmett que é o namorado atual dela que vive aqui, e o Jasper que é meu namorado, mas ele é jornalista então vive viajando a trabalho e aqui ficava o Edward meu irmão ele se mudou mora uns quarteirões daqui. Ele que comprou esse criado mudo amarelo. – Ela revira os olhos. – Não combina nada com a decoração fez pra me afrontar.

— Eu gostei. – Digo sorrindo olhar pro móvel. – Amarelos me animam de alguma maneira.

— Você tem um péssimo gosto para cores alegres.

Rimos juntas.

— Me conte de você, morava em Forks como disse na mensagem.

— Sim, não sei se vou ficar muito tempo espero ficar.

— Quais seus planos?

— Não ter planos eu acho.

Alice sorri.

— Você vai amar Seattle e hoje tem uma festa de inauguração do apartamento do meu irmão, vamos? Estou sem meu namorado e Rose vai ficar a noite toda atrás de Emmett então seremos só nós duas vai ser bom você conhecer a galera.

— Não sou muito de festas.

— Novos planos, novos começos. – Ela diz se levantando animada. – Vai, você precisa se divertir e conhecer novas pessoas.

— Eu nem fui convidada...

— Eu sou seu convite, eu vou tomar banho. – Diz ela saindo do meu quarto. – 1h pronta na sala. – Diz ela animada antes de bater a porta do meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Fazia um tempo que queria muito tirar o primeiro capítulo que mantive salvo do meu computador para postar e desenrolar essa história que criei um tempo atrás. Espero que se você chegou até o final desse capítulo tenha gostado e comente para eu poder saber de sua opinião ;)



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