Sirius Black e Roxanne Malfoy escrita por BiancaBlack


Capítulo 6
Quem a todos odeia




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Uma grande parte dos assuntos naquele fim de semana era o jogo que acontecera na manhã de sábado, entre a Lufa-lufa e a Corvinal. Tinha sido uma partida bem difícil, e por pouco a Corvinal venceu, mesmo tendo pegado o pomo.

— bem, sendo assim, o próximo jogo vai ser Corvinal contra Grifinória – diziam.

— sim, aposto na Grifinória…

— por mais que eu queira que eles ganhem, os únicos que estão indo realmente bem são os batedores e o apanhador…

— sim, os artilheiros deixaram a desejar contra a Sonserina.

— mas estava chovendo!

— não estava chovendo só nos grifinórios!

— mas a Malfoy é muito agressiva também…

— tomara que a Corvinal ganhe.

— claro que não!

No mais, também discutiam as férias de natal que se aproximavam, a maioria voltaria para a casa da família e manteriam distância dos deveres passados, até o ultimo instante.

E também tinham os Marotos, que não falavam nem de Quadribol nem de férias.

— ah, ruivinha, por que não vamos lá fora como todas as pessoas normais? – reclamou James sentando em sua cama.

— é, finalmente parou de nevar e esquentou um pouco – concordou Sirius. – Íamos jogar o Rabicho no lago, está estragando nossos planos.

— quê? – guinchou Peter e Remus riu.

Lilian fez uma careta.

— as pessoas normais não estão doentes e não precisam de antídotos. – respondeu terminando de ler o pergaminho de Roxanne. Ela arregalou os olhos e corou olhando para James. – É… J-James, t-tire a blusa, por favor…

James riu feliz.

— esqueça o lago, está ficando interessante.

Sirius riu.

— querem que a gente saia?

Lilian ficou mais vermelha.

— c-calem a boca! Preciso ver, que… se tem… Ah, deixe! Vamos começar vendo a temperatura…

James lamentou, mas ele não precisou despir nada para que ela achasse o antídoto. Depois foi a vez de Remus, conseguiu achar tranquilamente também… Peter foi ainda mais rápido… mas, quando chegou em Sirius, algo estava errado.

— Almofadinhas… eu não sei o que você tem – disse impotente.

— como assim? – perguntou James.

Sirius sorriu sem modéstia.

— não lhe disse uma vez, Pontas? Nunca fico doente.

Lilian balançou a cabeça.

 — não, Sirius, você está com febre… mas isso não quer dizer nada! Você devia ter outros sintomas.

— é que eu sou quente – disse Sirius brincalhão. Os garotos riram, mas Lilian manteve-se preocupada. – Relaxe, Evans, estou bem. Roxanne deixou claro que estava tudo aí, se não tiver não é nada.

— mas e se for?

— escreva “eu te avisei” na minha lápide.

Lilian tentou não rir.

— está bem, mas se sentir qualquer mal estar avise e te levamos pra enfermaria, okay?

— okay, mamãe.

Ela deu um tapa no braço dele.

— vamos.

[…]

Lilian desceu as escadas correndo. Encontrou Roxanne e agradeceu internamente por ela estar sozinha.

— Roxanne! – ela chamou e a sonserina a olhou com as sobrancelhas franzidas.

Ela olhou para os lados e se aproximou.

— o que foi? – perguntou sem um pingo de emoção na voz, sequer desprezo.

 — lembra que você disse que os sintomas apareceriam? – Roxanne cruzou os braços. – No Sirius não apareceu nenhum, não sei o que dar pra ele.

— como assim não apareceu nenhum, Evans? – perguntou Roxanne incrédula. – Veja de novo, isso é impossível.

— já disse que não tem! – insistiu Lilian. – Ele só está com febre, mas isso não é particular de nenhum dos feitiços.

Roxanne suspirou impaciente.

— onde ele está?

— na Sala Precisa. – respondeu Lilian. – Fica no sétimo andar, vem.

As duas começaram a caminhar para as escadarias, enquanto Lilian contava:

— ele já não estava bem de manhã, mas insistiu que não era nada… mas aí ele quase desmaiou e tivemos que levá-lo para aquela sala.

Roxanne apenas cerrou o maxilar e seguiu em silêncio até chegarem em frente a uma porta que ela nunca vira antes.

— aqui. – Lilian abriu a porta e encontraram lá dentro uma sala completamente deslocada.

Era como um quarto, tinha uma das paredes preenchidas por livros do teto ao chão em uma grande estante, outra tinha uma grande escrivaninha com um livro em cima e um pufe embaixo, e, no lado oposto a porta, em uma cama de casal estava sentado Sirius, conversando com seus três melhores amigos.

— que tipo de sala é essa? – perguntou Roxanne franzindo o cenho.

Lilian comprimiu os lábios até eles desaparecerem em uma linha fina.

— só consegui pensar em um lugar assim.

Roxanne revirou os olhos e se aproximou dos garotos.

— e aí, Roxanne? – Sirius deu um sorriso.

Roxanne estendeu a palma e tocou a testa de Sirius. Estava ardendo em febre.

— tire a camisa. – ordenou ela.

— ah, sem problemas. – falou sorrindo com malícia.

— idiota – resmungou Roxanne esperando ele se despir.

A sala, diferente da temperatura normal, estava quente. Sirius agradeceu internamente a Lilian por isso.

Roxanne estava concentrada procurando qualquer hematoma na pele de Sirius, mas as únicas coisas anormais eram sua temperatura e algumas cicatrizes.

— qualquer dor, por menor que seja, que você sentir, me avise – falou ela percorrendo a mão fria pelo tórax e pressionando alguns músculos. Ignorava o jeito como ele a olhava.

Roxanne bufou e virou-se para os outros.

— vocês têm certeza que jogaram algum feitiço meu nele? – os garotos confirmaram. – Se vista. – mandou para Sirius.

Peter guinchou quando uma ideia lhe ocorreu.

— será que ele não comeu nada que tenha feito mal? Tipo os doces comigo. Talvez ele não devesse ter comido algo e comeu.

— não tinha nada disso no pergaminho – defendeu-se Lilian.

Roxanne revirou os olhos.

— você precisava de uma dieta, Pettigrew. Nada mais que isso – o queixo de Peter caiu e os amigos riram. – E de qualquer forma, não tem… Na verdade tem, mas humanos não podem comer.

Sirius colocou a mão na nuca.

— ah é? Por que não?

— nossa mandíbula não consegue quebrar esse tipo de noz.

— noz? – repetiu Sirius sorrindo um pouco. – E se por um acaso eu pudesse ter comido essa noz…

— não seja ridículo, Black. – cortou Roxanne estressada. – Acabei de dizer que humanos não podem…

Ela se interrompeu ao ver que Sirius tinha desaparecido e em seu lugar tinha um grande cachorro negro. Ela piscou e lá estava Sirius de novo, com as mãos estendidas ao lado do corpo mostrando a si mesmo.

— tcharam!

Roxanne fechou os olhos e contou até dez mentalmente.

— está bem – falou mais para si do que para qualquer outro. – Pelo menos eu não estava errada.

— sim, o Almofadinhas está quase morrendo, mas que bom que você não se enganou. – falou James revirando os olhos.

— cale a boca. – falou Roxanne com a mesma rispidez de sempre. – Preciso dos antídotos, Evans.

— está bem…

— vou com você. – se ofereceu James.

— e-eu vou junto! – Peter se levantou.

James evitou revirar os olhos, sabia que Peter morria de medo de Roxanne, mas ainda assim…

Remus então deu de ombros e os acompanhou.

— bem… – começou Sirius quando ficaram sozinhos. – Você não avisou que tinha que evitar aquelas nozes.

— ora, também teria sido útil saber que você é Animago. – rebateu ela com frieza.

Sirius sorriu.

— assim é mais divertido, de qualquer forma.

Roxanne foi até a estante.

— vocês três são Animagos? – perguntou lendo os títulos dos livros nas laterais.

Sirius estava prestes a responder quando notou algo estranho na pergunta.

— três? – Roxanne puxou um dos livros. – Por que essa pergunta?

Roxanne o encarou por poucos segundos antes de voltar-se para o livro aberto em sua mão.

— não me trate por idiota, Black – falou quase baixo demais para que ele ouvisse. – Sei sobre Lupin.

Sirius franziu as sobrancelhas.

— quem mais sabe?

— quem não for idiota, suponho.

— desde quando você sabe?

— você adora me interrogar, não é?

Sirius bufou e se jogou na cama.

— e você me ignorar – disse um tanto irritado. – Você contou para alguém?

— não é da minha conta – ela respondeu simplesmente.

— e você não tem problema com isso?

— odeio todos vocês da mesma forma – não era brincadeira, mas Sirius riu. – Está sentindo algo estranho?

— acredito que boa parte do que estou sentindo seja culpa sua, então não.

Roxanne o olhou. Ele sorriu.

— hora errada, Black – ela disse e afastou o cabelo dos olhos.

Ele riu.

— por que exatamente?

Ela não teve chance de responder, os amigos de Sirius entraram nessa hora.

— oi, aqui está – Lilian entregou os antídotos na mão de Roxanne.

— você consegue fazer outro antídoto com isso? – perguntou Remus meio impressionado.

Roxanne se aproximou da cama de Sirius e tirou a pequena bolsa que trazia consigo dos ombros. Nem considerou responder a resposta de Remus, manteve a incerteza apenas em pensamentos.

A sonserina começou a tirar vários itens da bolsa. A primeira coisa que Sirius pensou foi que era impossível terem tantas coisas em um espaço tão pequeno, e depois se questionou porque ela levava aquele tipo de material pelo castelo se não tinham aula no dia.

— Evans, venha cá – ela mandou.

Lilian se aproximou. Roxanne entregou a ela uma masca.

— separe os ingredientes e faça um antídoto simples. – entregou a ela um mini caldeirão e uma faca.

— e a gente? – perguntou James.

Roxanne sequer o olhou ao responder.

— Evans é decente em Poções, vocês só explodem coisas, fiquem quietos.

Lilian escondeu um sorriso diante da perplexidade de James.

— como é? – protestou James. – Olha, nossas explosões são ótimas, né!

— são lindas. – concordou Peter.

Roxanne revirou os olhos e misturou dois antídotos.

— ok, façam uma linda explosão nos rins dele.

Sirius interveio.

— não, obrigado.

Assim, os marotos calaram a boca e deixaram as garotas trabalharem, Lilian seguindo as instruções de Roxanne perfeitamente.

— pronto. – conclui Roxanne colocando o liquido verde musgo em uma garrafa transparente. Entregou a Sirius. – Um gole por dia, por uma semana. Inclusive agora.

Sirius não gostou do aspecto do antídoto, mas virou a garrafa um pouco.

— argh! – reclamou enojado. – Isso é… horrível.

Roxanne escondeu o prazer com aquela reação.

— não vou beber isso – disse Sirius.

— vai sim. – retrucou Roxanne junto com Lilian.

— não vou! Essa coisa é nojenta.

— mais do que a poção para virar Animago? – perguntou James sorrindo.

— beberia aquilo mil vezes antes disso.

Roxanne o olhou com veemência.

— uma semana, Black.

— não… vou… beber… isso – ele disse pausadamente, mas com firmeza.

— não deve ser tão ruim. – disse Lilian piedosa.

— com certeza é.

— talvez seu paladar que seja refinado demais, Almofadinhas – brincou Remus.

Peter fez uma careta.

— eu hein, ainda bem que não sou eu.

Sirius revirou os olhos.

— bem, é isso, não vou beber.

Roxanne o encarou. Ele não parecia nem um pouco disposto a mudar de ideia, e ele precisava mesmo daquilo.

— não seja estúpido, Black – disse. – Febre não vai ser o máximo que vai acontecer se não beber.

— talvez eu pague para ver, então.

Ela cerrou os punhos.

— bem, espero que não se arrependa – disse e apontou a varinha para ele, um lampejo roxo o atingiu.

Lilian gritou.

— ah Merlin, o que você fez?

Sirius piscou. Roxanne se afastou.

— vai impedir que seus pulmões… deixem de fazer o que devem. – por um segundo seu semblante demonstrou insegurança, mas foi quase imperceptível.

— aonde você vai? – perguntou Sirius quando ela atravessou o quarto para a porta.

Ela não se virou.

— tenho mais o que fazer. – disse e bateu a porta, mais forte do que desejava. 


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