O Dia em Que... (Coletânea de Oneshots) escrita por Vanilla Sky


Capítulo 7
O dia em que Visão ajudou Wanda em um encontro.


Notas iniciais do capítulo

NOVA POSTAGEM NA TERÇAAAA!! olá, gente ♥ espero que estejam todos bem!
Essa fanfic eu escrevi meio na correria, hoje de tarde, mas ainda bem que deu certo. Não deu pra fazer uma baita revisão, então qualquer erro me avisem! ;)
No final do capítulo tem uma surpresinha :D e nas notas finais um pouco mais do processo de criação dessa fic!
Boa leitura ♥



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Um delicioso aroma floral chamou a atenção de Visão quando este atravessou o longo corredor em direção aos dormitórios.

Não que houvesse um motivo específico para ele estar nos dormitórios, todavia. Apenas flutuava sem um rumo definido, e, por algum motivo, se encontrava próximo dos quartos de seus colegas Vingadores. Colegas que não via desde o final de tarde, quando o sol frio de inverno deu lugar a um céu rosado e laranja contrastando diretamente com a brancura da neve no chão. A lua brilhava, ainda que o cobertor preto da noite não estivesse completamente estendido ainda, e poucas estrelas se arriscavam a brilhar também quando observou a janela antes de continuar seu percurso e analisar o cheiro que inundava todo o segundo andar do Complexo.

Visão era modesto. Jamais admitiria, mas o motivo da sua visita aos dormitórios tinha nome e sobrenome. Não só, mas se encontrava na porta do quarto com um sorriso travesso nos lábios, os longos cabelos castanhos molhados escorrendo sobre as costas que estavam cobertas por um roupão que parecia esconder mais do que ele imaginava.

— Justamente o homem que eu queria ver.

Surpreso, Visão olhou na direção dela, e sentiu o coração sintético exercer toda a sua força quando a viu. Contudo, a sensação não perdurou muito, já que Wanda segurou suas mãos e imediatamente o puxou para dentro do quarto, mantendo a porta aberta atrás de si e fazendo menção para que ele sentasse na beirada da cama.

— Já que você precisa de um homem para ajudá-la, – Visão limpou a garganta – não acha melhor chamar o Steve ou o Sam? Até mesmo o Clint, através de uma chamada de vídeo?

— Que absurdo, Vizh! – O sotaque de Wanda foi completamente presente naquela frase enquanto ela afetadamente colocava uma mão sobre o peito, simulando ofensa. – Eu preciso da sua ajuda. Você é tão homem quanto eles.

Aquelas palavras, apesar de simples para a emissora, eram de extremo alívio ao receptor, o qual deixou escapar um levíssimo suspiro entre seus lábios, tão suave que mal poderia mover uma pena. O que não deixou de ser bom, já que passou imperceptível para Wanda, animadamente mexendo em suas maquiagens e ocupada demais com os próprios pensamentos para prestar atenção naquilo.

— Em que posso ser útil?

Era a exata pergunta que Wanda estava aguardando, ao que ela prontamente lhe respondeu:

— Preciso que ajude a me preparar para um encontro.

O ar presente nas narinas de Visão desapareceu instantaneamente, o deixando de olhos arregalados e a boca minimamente entreaberta, buscando uma reação, qualquer uma das conhecidas, para esconder sua surpresa. Não obteve sucesso, e o sorriso no rosto de Wanda pareceu se esmaecer lentamente.

— Você... Não está feliz por mim?

Bom trabalho, Visão”, pensou o sintezóide enquanto mostrava o seu melhor e mais tranquilizador sorriso, ainda que falso, para a moça.

— Claro que estou! – Ele se levantou e deu um passo a frente, parando em frente a Wanda, sentada em frente a uma penteadeira com um secador de cabelo nas mãos. – É claro que sim, Wanda, e não poderia ser diferente. – Visão colocou as duas mãos em seus ombros, apertando-os levemente, e a felicidade voltou a inundar o rosto da moça.

— Obrigada, Vizh, é importante para mim que você esteja bem. – Wanda entregou o aparelho para Visão. – Pode secar meu cabelo? Seria legal deixar ele secar naturalmente, mas está com risco de neve após as 23h.

Após as 23h. Isso significaria que Wanda planejava retornar tarde da noite, se fosse voltar. Talvez Visão devesse oferecer de esperá-la na estação de trem, caso algo de ruim acontecesse. De toda forma, o acompanhante... A acompanhante... A pessoa com quem Wanda sairia deveria no mínimo trazê-la até em casa. Mas será que essa pessoa sabia estar lidando com uma Vingadora? E como diabos eles se conheceram, de qualquer forma?

O barulho do secador de cabelo e a voz de Wanda competiam com as vozes na cabeça de Visão, ambas perdendo para os pensamentos cada vez mais altos em sua mente. A preocupação com sua colega de equipe tomava uma proporção que ele desconhecia. De fato, Visão sempre fora protetor, especialmente com ela, de quem tão rapidamente ficou próximo, porém, naquele caso, pensou em fazer de tudo para ela perder o encontro, apesar de ter o mínimo de noção em não atrapalhar a felicidade dela.

— ... E por isso eu pensei em irmos ao cinema, mas não tem nenhum filme legal por agora. – As palavras de Wanda reverberaram pelas paredes do cômodo quando o ar quente do secador cessou juntamente com o ruído. – Que droga, né?

Demorou um instante para Visão perceber que não captara nenhuma palavra dita por ela nos últimos minutos.

— É, sim... Que... Droga. – Ele se limitou a repetir, os olhos fixos nos longos fios de cabelo entre seus dedos. Cuidadosamente os penteou, utilizando as mãos, mesmo, e os poderes de intangibilidade quando notava algum nó indevido para não a machucar. – E o seu encontro... É um homem? Talvez uma mulher?

Wanda deu uma risada sonora.

— Homem. Mulher. Vocês rotulam demais as coisas. – Encolheu os ombros e em seguida aplicou um pouco de blush cor de rosa em uma esponja para depois passar nas maçãs do rosto, já por cima da base clara e do pó translúcido. – A Natasha perguntou isso também.

— A Natasha, é? – Visão questionou em seguida, tentando demonstrar um pouco mais de atenção do que anteriormente. – Onde ela está, falando nisso?

— Eu não a vejo desde mais cedo. – Respondeu Wanda, os olhos fixos nas suas maquiagens dispostas sobre a penteadeira. – Sabe passar delineador?

Visão não fazia ideia do que era aquilo, portanto, chacoalhou a cabeça.

— Você vai pegar essa haste e passar a tinta daqui... – Wanda fez um movimento com o dedo, saindo de uma ponta da pálpebra e indo em direção a ponta oposta. – ... Até aqui. Precisa de uma mão firme que eu sei que você tem.

O sintezóide, da maneira mais metódica possível, aplicou o dito delineador quase no tempo de uma respiração, de tão exata. Foi apenas neste momento que ele percebeu a sombra clara de Wanda sobre sua pálpebra, realçada pelo preto do risco traçado. Wanda era bem mais baixa do que ele, ainda mais sentada, e, desta forma, o inalar e exalar das narinas dela mexiam quase imperceptivelmente a blusa do suéter preto sobre uma blusa social branca, uma maneira de ficar mais próximo dos seus colegas humanos.

As mãos de Visão, com o delineador fechado entre a pontinha dos dedos de uma delas, envolveram o rosto de Wanda em uma atitude carinhosa. Os olhos da moça permaneciam fechados, e ele sabia que ela os abriria a qualquer instante, porém, desejava pelo menos mais um instante para admirá-la. No fundo de sua mente, pensou em Wanda, sozinha, esperando por um acompanhante que porventura nunca aparecesse, ou chegasse tão atrasado que ela desistiria. Imaginou sua reação, arrasada, lágrimas marcando aquele rosto tão angelical. Uma súbita sensação de raiva tomou conta de todo o seu corpo, sangue sintético correndo apressadamente por suas veias e bombeando seu coração, praticamente visível através dos pulsos da joia da mente, que, por muitas vezes, refletiam as incipientes emoções de seu corpo.

Wanda abriu os olhos e sorriu.

— Poderia ter me avisado que terminou, Vizh.

Droga. Ela não poderia saber daquilo.

— Imaginei que precisasse secar ou algo assim. Para... Não borrar. – Respondeu. Estava se tornando bom em mentir. – Aliás, o que você vai vestir? – Questionou após.

— Obrigada por perguntar!

Ela se levantou e tirou o roupão, mostrando ter um vestido curto por baixo, preto com renda branca nas mangas, na saia e no deveras farto decote. Visão estava tão atônito que não notou uma meia calça branca grossa, provavelmente fio 80, e uma bota pequena do mesmo tom do vestido.

— Tcharam!

Novamente, Visão não sabia esconder sua surpresa.

— Você está... Deslumbrante. – Uma breve pausa antes dele emendar: – Não vai ficar com frio?

— Vizh, Vizh... – Wanda abriu o armário e procurou por entre as peças de roupa penduradas por cabides. – Eu vim de Sokovia. É frio o ano inteiro lá. Acredite em mim, o frio de Nova York não é nada.

Depois, puxou um casaco de tom bege, colocando-o por cima do corpo.

— Mas, como você está visivelmente preocupado, vou levar um casaco.

Após vestir o longo e grosso sobretudo, Wanda buscou sua bolsa. As pontas dos cabelos, apesar de secas artificialmente, formavam pequenas ondulações em si próprias, com o restante da extensão lisa e escovada para trás. Ela estava pronta, já perto da porta do quarto. Bastava sair.

E, para um certo sintezóide, faltava fazer algo muito importante.

— Wanda?

Quando ela levantou o olhar para ele, simplesmente sentiu os lábios quentes de Visão contra os dela, as mãos segurando seus ombros antes de envolvê-la em um abraço extremamente amoroso, tanto quanto o beijo. As pupilas de Wanda dilataram, e ela tomou de um instante para fechar os olhos e sentir o momento, borboletas voando por sua barriga com um delicioso farfalhar de asas que ela almejava sentir a muito tempo. Ele se manteve em contato próximo por algum tempo, eventualmente beijando o lábio inferior também, da maneira curiosa que sabia externar seu afeto.

Depois de se afastar, disse:

— Eu só queria dizer que... Se ninguém aparecer, me ligue imediatamente que eu vou encontrá-la. E se quiser, eu posso esperar na estação de trem. Com um disfarce, claro, para não assustar ninguém. Se alguém a fizer mal, ou machucá-la, eu não saberia como agir sem igualmente fazer mal ou machucar, mas...

Visão não precisou terminar de falar para ouvir uma risada. Não de Wanda, pois ela simplesmente sorria, o rosto quente por baixo de toda a maquiagem, mas de Natasha, que, na companhia de Steve, se escorou na madeira da porta.

— Demorou todo esse tempo para isso, Vis? – Ela dizia entre uma risada e outra. – Eu precisei sair e voltar para você tomar a iniciativa?

— Para ser justo, eu fui contra isso. – Steve, com duas sacolas nas mãos, ergueu os braços e as palmas para se inocentar. – Só que a Nat insistiu...

Visão arqueou a testa.

— Como assim? – Perguntou o sintezóide. – Vocês saíram?

— Saímos para comprar macarrão instantâneo. – Natasha virou a cabeça de lado. – Acredita que o Steve nunca comeu lámen? Achei uma boa, para aproveitarmos a noite sozinhos.

Demorou alguns instantes para Visão notar que estava com os braços nos ombros de Wanda, ainda, porém a situação estava tão estranha que ele não se incomodou em tirar.

— Sozinhos? Mas só a Wanda vai sair e...

Foi a vez de ela rir. No espaço entre seus braços, ela cobriu a boca e, suspirando, falou:

— Não percebe, Vizh? Você é o meu encontro.

Os olhos de Visão se arregalaram.

— Eu?

— Nós fizemos uma aposta, para ver quão denso você é. – Disse Natasha, e, em resposta, recebeu um olhar raivoso de Wanda, que parecia soltar adagas. – Na verdade, eu apostei sozinha. Sabia que você não iria se tocar que o encontro era com você, então arrastei o Steve comigo.

— Como disse. – Steve acrescentou. – Eu fui contra.

Wanda voltou o rosto novamente para Visão.

— Eu falei sobre o encontro enquanto você secava o meu cabelo. Sobre ser com esse colega de equipe especial, meio robô, mas muito humano... E como eu queria ir ao cinema com você, só que não deu. – Ela riu. – Acho que você estava tão preocupado que não ouviu.

Visão assentiu.

— É verdade. Peço desculpas, Wanda.

— Foi bom encontrar com os dois, porém. Que tal comermos lámen vegetariano? A Natasha indicou um ótimo lugar no centro. Se pegarmos o trem agora, chegamos antes de encher.

— Mas eu não me arrumei... – Protestou Visão.

— Vizh. – Wanda cobriu sua boca com um dedo. – Nós podemos voar até o trem. Quem precisa se arrumar? E... – Com a mão oposta, ajeitou seu suéter. – Você pode usar o disfarce humano e ajeitar sua temperatura corporal.

— Tá, tá. – Natasha entrou no quarto, empurrando-os para fora. – Vão logo, gente.

 No caminho até a saída, Natasha gritou:

— Não voltem cedo!

 Wanda e Visão sorriram um para o outro. Certamente não iriam.

 


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Notas finais do capítulo

COMO NINGUÉM NUNCA ME FALOU QUE A WANDA E O VISÃO TEM UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS COM UM ENCONTRO???
O quadrinho ao final da fic é o I (heart) Marvel: Ai. "Ai" em japonês significa "amor", então são três histórias sobre amor, a primeira delas envolvendo um encontro muitooo fofo com a Wanda e o Visão ♥ há alguns anos, eu li uma fic onde a Wanda fingia ir em um encontro que deu errado para o Visão consolar ela depois. Serviu de inspiração para essa fic também ;)
Espero que tenham gostado! Aceito críticas e sugestões ♥
Um beijão e um abraço bem quentinho da Vanilla Sky! ~ ♥ ~



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