Ichigo e os outros Vizards sentiram seus Holows reagirem no começo da tarde do segundo dia de vigia e, assim, os shinigamis tiveram certeza de que o ataque estava para começar. Mesmo que os nove conseguissem controlar seus Holows e reiatsus, um oficial das 13 Divisões foi destacado para vigia-los durante a luta. O que os shinigamis não esperavam era que quatro portões se abrissem ao mesmo tempo! Haviam prisioneiros em fuga e Kushanadas tentando pega-los atravessando suas espadas pelos portões.

Em Karakura, Urahara avisava que o confronto na Soul Society já havia começado e que seus sensores estavam captando sinais da energia do inferno, assim deveriam ficar em atenção para o ataque. Felizmente apenas dois portões se abriram em Karakura e não haviam muitos prisioneiros em fuga, o real problema eram os Kushanadas tentando sair para persegui-los.

Na cidade, Ishin, Urahara, Chad e Inoue cuidavam de um portão e Uryu, Ryuken, Tesai e Yoruichi de outro. Seus planos eram de manter o confronto o mais isolado possível, enquanto Karin, Yuzu, Jinta e Ururu se responsabilizavam por evacuar as almas da região.

Cada um já havia enfrentado vários dos prisioneiros que fugiram e a noite já caia! Estavam exaustos, feridos e estava fazendo frio, precisavam fechar os portões e acabar logo com aquilo, mas ainda havia um Kushanada para fora! Sem colocá-lo de volta no inferno não podiam fechar os portões.

Tesai, Yoruichi, Ishin e Ryuken se posicionaram para fechar os portões assim que o Kushanada fosse mandado para dentro do inferno. O plano de Urahara era força-lo a recuar até estar completamente dentro do portão e assim faziam. Os sucessivos ataques em conjunto estavam fazendo efeito e, já perto do portão, uma mão veio de dentro e impediu o Kushanada de cair de volta no inferno.

Era outro que estava querendo sair! Não podiam deixar e não iriam! Orihime não era a mais próxima do portão e foi a única que não foi atingida pela mão do outro Kushanada. Vinha se empenhando em treinar, ser útil para Ichigo e poder estar ao seu lado mesmo nas mais insanas batalhas! Portanto seria forte! Ela concentrou sua reiatsu e comandou seu escudo para forçar o outro Kushanada a voltar e fez Tsubaki atacar a perna do que estava fora e braços do outro que tentava sair. Ela conseguiu faze-los se desequilibrarem e caírem de volta no inferno com seus sucessivos ataques.

Com isso ela expandiu seu escudo em toda dimensão do portão e ficou a espera que fosse fechado – o que demorou um pouco, mas no final foi feito. Agora podiam voltar a loja, tratar seus ferimentos e descansar a espera de noticiais da Soul Society.

Ishin queria parabenizar Inoue por seu desempenho e tentar anima-la, mas se deteve. Ela não estava prestando atenção na conversa que todos estavam tendo ou no fato de que precisava descansar com seus ferimentos, mas sim admirando o céu, preocupada com Ichigo. E com razão!

 Na Soul Society o pouco já recuperado da Guerra foi destruído novamente e mais era adicionado à lista. Parecia um grande caos sem fim! Horas de confrontos, dezenas de prisioneiros devolvidos ao inferno e ainda faltava enviar mais e fechar os portões. No escuro da noite de lua nova, o brilho vermelho dos portões iluminava a Gotei.

Finalmente os shinigamis enviaram o ultimo prisioneiro e os portões estavam sendo fechados. Já era de madrugada e ninguém mais se aguentava em pé, porém não era o fim! Controle ou não, os Vizards e Ichigo estavam mostrando alguns sinais de transformação Holow. Nada muito grave, apenas pele branca e rápidas perdas de noção de realidade.

De qualquer forma Urahara foi acionado, o Esquadrão Zero convocado e todos vieram de Karakura para ajudar. Ainda bem! Os shinigamis da Gotei até podiam manter as barreiras, mas não conseguiriam lutar – o pessoal em Karakura também não, mas com os poderes de cura de Inoue podiam resistir mais.

Urahara facilitou o controle da situação e instruiu como as lutas deveriam proceder. Foi desagradável para todos testemunhar a agonia de cada transformação e encarar os Holows puramente instintivos e agressivos em que seus companheiros se transformavam – principalmente Ichigo.

Ele não deveria mais ser um problema agora que controlava melhor o balanço de seus poderes Quincy, shinigami e holow; mas foi! Ele estava cansado demais das batalhas e ficou muito tempo exposto a energia do inferno. Controlar seu holow naquela situação, ainda mais com sua consciência oscilando de exaustão, não deu certo. O Holow já não tinha mais a mesma aparência que durante a luta contra Ulquiorra em Las Noches – agora tinha mais raios vermelhos espalhados pelo corpo, suas garras eram maiores e a bankai de Zangetsu ficava branca e preta.

Apenas depois que o sol nasceu, tudo realmente tinha acabado! Foi um problema bem sério conseguir tirar Ichigo da Gotei depois de seu descontrole, mas Kyoraku e Ichibei conseguiram que Ishin e os outros voltassem com ele.

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Com o final dos confrontos, outra sequência de buscas e reformas foi instalada na Gotei e Ichigo precisou correr com seus estudos, já que a formatura estava chegando, depois de se recuperar. Ele ainda precisou acalmar os ânimos dos amigos e das irmãs e conversar com Orihime para tranquiliza-la das consequências de sua transformação.

Tudo resolvido, era hora de finalmente se formarem e seguir em frente. Muita festa e diversão, com os amigos que vieram da Gotei para prestigiar a ocasião. Foi uma grande festa, que se seguiu até tarde, quando se despediram dos amigos que precisavam voltar para Soul Society e cada um seguiu seu rumo.

Ichigo e Inoue passariam a noite de formatura juntos na casa dela. Agora que precisaria arcar com suas contas sozinha, muito havia para se resolver e ele vinha ajudando na arrumação – embora, naquela noite em particular, este não fosse o plano.

— Orihime, desculpe ter te preocupado. – já na sala do apartamento dela, ele se desculpou pelo incidente. Havia ouvido de seu pai como ela lutou e sua preocupação com ele no final, sabendo que deveria falar com ela o quanto antes possível.

— Não precisa se desculpar, Kurosaki-kun. – ela pareceu um pouco nervosa – Eu sabia que seria perigoso, mesmo tendo realmente ficado apreensiva quando as transformações aconteceram. – ela atropelou as últimas palavras e ele sabia que ela se referia ao momento em Las Noches, durante a luta contra Ulquiorra, que ainda a assombrava com o medo de perde-lo.

— Estou de volta, Orihime. – ele a abraçou sorrindo. Qualquer outra coisa agora podia esperar; ele havia cumprido sua promessa de voltar e queria que ela sentisse isso de verdade.

— Bem vindo de volta, Ichigo. – ela chamou seu nome e ambos começaram a se beijar.

Sorrindo juntos, o casal adormeceu abraçados na mesma cama. Nada de mais aconteceu, mas para primeira vez, seus nervosismos sentindo o calor do corpo um do outro tão próximos, foi o suficiente para rirem de suas expressões de embaraço durante muito tempo ainda.