Coração de Badboy escrita por tobinana


Capítulo 4
E aparentemente o cupido não é democrático!


Notas iniciais do capítulo

I'm back
Olha esse capítulo kkkkkk não sei nem o que dizer só sentir
Espero que esteja bom aaaaaaaa
Recebi alguns comentários o que me deixou mt feliz, vou responder agora.
Obrigada de vdd, enfim, boa leitura ♥



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— Sakura, eu ainda não acredito! — Fechei os olhos, me encolhendo um pouco de vergonha — Não acredito que você dispensou o Uchiha desse jeito.

Depois de sair andando e deixar o garoto que acabara de confessar seus sentimentos por mim  plantado no meio do pátio, só consegui voltar pra sala de aula, sentar em minha cadeira e ficar olhando para o nada, processando o que tinha acabado de ouvir. Após o fim das aulas — que graças a Deus Sasuke não deu as caras — chamei as meninas para almoçarem na minha casa e, bem, fofocar. E assim estávamos nós, sentadas no tapete em volta da mesinha da sala, comendo estrogonofe. 

Suspirei cansada, com glitters da maquiagem de cupido que nem o banho, nem sabonete facial e nem esfoliante conseguiram tirar, parecia minha vergonha, incrustada na minha alma.

— Caramba, Hina, eu sei que poderia ter reagido melhor… — me defendi, e a morena botou a mão sobre os olhos em negação, rindo da minha cara.

— Reagido melhor?! — Quem ria com vontade mesmo era Ino, a loira não conseguia parar de rir desde que eu contei os detalhes do meu coraçãozinho amaldiçoado. Ria com direito a cuspir batata palha por todo o tapete. — Sakura, minha querida, essa foi a melhor reação que você podia ter tido.

Me sentia um lixo de ser humano. Que tipo de gente faz isso? Vira as costas e vai embora com uma declaração? Se fosse um dia atrás, responderia com toda certeza que Sasuke Uchiha era uma pessoa plenamente capaz disso, mas olha como o mundo dá voltas, não é mesmo?

— Mas cara, — Ino pôs sua mão sobre meu ombro — falando sério agora, acho que você está exagerando. Ele disse que tá afim de você, não te pediu em namoro nem nada, sabe?

— É verdade amiga — concordou Hinata — E se você tiver algum interesse, vocês podem só sair, e sei lá, trocar uma ideia…

— Não — a cortei — Não, sem chance. Primeiro que ele ainda pode tá zoando com a minha cara, e segundo que… Sei lá, só não, credo. É o Sasuke — me estremeci fazendo uma expressão de nojo.

— Exatamente, é o Sasuke — Ino repetiu maliciosamente, passando a língua nos lábios.

É, realmente… Não! Não, o Sasuke não, ele era um babaca.

Mas um gato. Sim, cérebro maldito, um gato, mas um gato babaca e irritante. Não, sem condições.

Mas nem pra dar uns beijinhos?

Estava entrando em mais uma sessão de debate entre meu lado proibido e meu lado racional, quando meu telefone começou a tocar e “Naruto” apareceu piscando na tela. 

— Ihhh — Hinata disse em uma expressão de pena. Ino, com a boca cheia de comida, apenas fez aquele gesto de bater uma mão aberta na outra fechada, o famoso “se fodeu”.

Mal atendi o telefone e quase fiquei surda.

— Por queeee, Sakura-chan, por quê? — gritava em meu ouvido — Eu passo décadas torcendo por esse shipp em silêncio e você destrói em dois segundos…

— Naruto, calma — interrompi suas lamentações. — Como assim shipp? Que shipp?

— Você e o Teme, duas almas gêmeas, mas você não deu nem chance, sua viúva negra, cobra cascavel…

— Como assim, Naruto? Do nada o garoto tá afim de mim! Ele age como se eu fosse um inseto desde que a gente se conhece!

— É o jeitinho dele.

— Jeitinho dele uma ova — esbravejei — ele é um mal educado.

— Sim, ele é terrível — o loiro suspirou — Mas você também não é lá essas coisas, vai?

— É o que?! — minha voz saiu ofendida, alguns tons mais alta do que o normal.

— Olha, agora não é hora de brigar comigo, vamos focar no Sasuke. Ele tá aqui na minha casa, arrasado, e…

Ao fundo pude ouvir uma voz e logo Naruto sumiu da linha e sons desconexos tomaram conta. Ouvia vários barulhos e um Aaaaai aiii se destacou.

— Alô? Naruto? 

— Oi Sakura.

Ok, definitivamente não era o Naruto.

— Sasuke?! — exclamei alto demais, e as meninas largaram os pratos na hora e começaram a brigar pra ver quem colava o ouvido no outro lado do telefone. Lancei um Xiiiu e as duas se aquietaram e se espremeram ao meu lado.

— Sim sou eu — ao fundo conseguia ouvir Naruto esperneando, e barulhos que pareciam uma luta.

— Tá tudo bem aí? — falei cautelosa. Na mesma hora ouvi algo que parecia um chute, seguido de uma porta se fechando, e os ruídos cessaram.

— Tudo bem — sua voz estava um pouco ofegante, mas firme.

Ficamos em silêncio por mais segundos do que o confortável permite, e por mim eu morreria calada e entalada na minha humilhação, mas o moreno tossiu forçadamente.

— Vamos sair hoje. 

E agora quem tossia era eu.

— Sair? Tipo em um encontro? — minha voz estava fina e esquisita, e meu coração batia meio desregulado.  Acho que eu tinha acordado na dimensão errada, não era possível.

— Sim. Eu ia falar hoje de manhã, mas não deu tempo.

Por que você saiu andando, okay, ele nem precisava terminar aquela frase.

Minha cabeça repassou as últimas horas sem conseguir compreender como aquilo estava acontecendo.

— Você tá me chamando pra sair? — perguntei. Vendo assim parece que sou burra, perguntando o óbvio, mas é que eu realmente não conseguia acreditar que aquilo era verdade.

— Não estou chamando. A gente vai sair.

— Não! Mas o qu…

— Te pego às sete.

E desligou.

E eu fiquei lá, com o telefone colado na orelha e uma cara inexpressiva.

— É impressão minha ou Sasuke Uchiha acabou de te intimar a sair com ele?

Apenas falei um aham.

Um silêncio reinou na sala.

— E aí, você vai? — finalmente disse Ino.

— Eu não! 

E esse realmente era meu plano. Depois de almoçarmos, ficamos mais um tempo fofocando sobre as trivialidades, acabamos revisando um pouco da matéria de biologia pois teria prova dali alguns dias, e então elas foram embora. 

Digitei um “Não vou sair coisa nenhuma!” para o telefone do Sasuke, era sexta-feira e meus planos eram ver alguns episódios de House e dormir até tarde no sábado, e só. Nada de encontros, e principalmente nada de encontros com Sasuke. 

Me olhei no espelho e uns pontos do glitter que não saíram faziam meu rosto brilhar, então fui tomar outro banho, e de quebra fazer uma hidratação no meu cabelo que estava meio ressecado e relaxar do estresse mental. Amanhã eu estudo. 

(Um spoiler: não estudei coisa nenhuma)

Daí acabei me animando e parei em uma sessão de beleza fajuta, com uma máscara no rosto enquanto refletia sobre meu drama enquanto via vídeos aleatórios no youtube. Um cara construía uma casa no meio do mato com tijolos na tela do notebook enquanto eu me convencia que tinha exagerado, que estar afim não é nada demais, e era só eu chegar de boa e falar que não ia rolar, porque… porque não. E pronto, nada demais, eu estava fazendo uma tempestade no copo d’água porque tinha sido pega de surpresa. Só isso. 

Ding Dong

Minha espinha gelou. Olhei no relógio e eram sete e meia.

Esse filho da mãe não ousaria…

— Sakura! — minha mãe abriu a porta eufórica, com um olhar que chegava a ser assustador. E aí eu já sabia que eu estava completamente ferrada. — Seu namorado chegou.

Minha garganta soltou um som de puro pavor. Tudo podia acontecer, menos isso...

Bem, deixe eu explicar de uma maneira que vocês entendam: minha mãe é maluca. E eu não falo isso da boca pra fora, acredito piamente que meus avós deram algum elemento radioativo desconhecido para ela misturado no leite. A mulher não tem filtro, não tem limites, e o pior: sonha mais do que tudo em ter um genro pra encher o saco.

Palavras dela.

Saio choramingando até o andar de baixo, jogando a máscara facial em um canto qualquer da casa. Minha mãe vinha quase saltitando atrás de mim, então a interceptei no início da escada.

— Mãe, você fica aqui. — sua carinha de sonsa a entregou — Mãaaae… — minha voz de aviso a fez levantar as mãos e caminhar de volta para seu quarto.

Desci as escadas e lá estava o bendito, sentado no sofá. Seu cabelo estava como sempre caindo de leve sobre um lado do seu rosto, usava uma blusa de manga comprida preta, calças jeans escuras e rasgadas e o coturno habitual. E estava com um punhado de amendoim nas mãos.

— Oi. — e deu um sorrisinho amigável — Sua mãe ofereceu. 

— Sasuke — minha voz era baixa e ameaçadora — O que diabos você está fazendo aqui?!

O moreno me olhou como se eu fosse burra. 

— Esqueceu que a gente vai sair? 

— A gente não vai a lugar nenhum! Quem vai sair é você! Não recebeu minha mensagem?

Sua cara de falsa inocência me fez fincar minhas unhas nas palmas das mãos. 

— Sakura! — minha mãe apareceu do além — Que má educação é essa? Não te criei assim!

— Mãe, agora não — choraminguei. Mas é óbvio que ela me ignorou.

 Roi, Sasuke, né? — e trocaram um aperto de mão — Eu sou a Mebuki, mãe dessa mal educada. Você é da escola dela?

— Sou sim, dona Mebuki.

— Ai, dona Mebuki! Que rapaz educado! — minha mãe olhava pra ele como se fosse um anjo encarnado. Óbvio que ela não ia ligar dele parecer um punk mau humorado, acho que nem se parecesse um traficante ela ia ligar, de tanto que queria um genro. — Educado, bonito, estiloso… — olhou pra mim balançando a cabeça e com a expressão de tô impressionada filha — Se Deus quiser ja já você vai estar me chamando é de sog…

— Mãe! Não tá queimando o feijão não? — interrompi desesperada.

— Nem tem feijão nessa casa, garota, fica na tua. — e voltou seus olhos para Sasuke — Vocês vão aonde?

— Pensei em uma lanchonete que tem no centro da cidade — falou cauteloso, alternando o olhar entre mim e minha progenitora. 

— Ótimo! Sakura, vai se arrumar.

— Mãe, mas eu não…

— Vai. se. arrumar — falou entredentes, com seu olhar assassino. Engoli em seco, mesmo sendo meio maluca, não era bom duvidar da sua capacidade dela, afinal meu temperamento não tinha sido herdado do meu pai. 

Subi a escada batendo o pé igual uma criança birrenta. Botei a primeira roupa que vi, uma calça jeans meio surrada, um body vinho de alça e um tênis qualquer. Decidi trocar pois queria ir bem feia, para mostrar minha ira, mas minha mãe gritou meu nome do andar de baixo.

Bufei. Às vezes ser uma gostosa tem seus prejuízos. Então para compensar, não me dei o trabalho de arrumar o cabelo. 

Desci a escada agitada, nervosa, estalando os dedos das mãos, pensando no que estava prestes a acontecer: eu em um encontro com o Sasuke. Uau. Mal cheguei no andar de baixo e tive meu braço puxado.

— Tá linda, filha — e me arrastou até a porta, como se soubesse que eu podia tentar fugir. —  Quero você em casa até às onze. 

Dei um sorriso amarelo e saí junto com Sasuke. 

— Saiba que eu não trouxe nem cartão nem dinheiro, e vou te falir essa noite. — impliquei, emburrada.

Sasuke deu a volta no carro com um risinho no rosto. Parou na frente da porta do motorista e ficou me olhando, com seus olhos observadores.

— Não vai abrir o carro não? — o cutuquei mais uma vez, porque já estava ficando com vergonha. Ele apenas me olhou de cima a baixo, lentamente. A intensidade no seu olhar arrepiou minha pele. 

— Está aberto — provocou com um sorriso zombeteiro, entrando no carro. Era como se ele soubesse do efeito que causava no meu organismo burro, e isso me irritava. 

Enquanto abria a porta do passageiro, me perguntei no que diabos eu estava me metendo.


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Notas finais do capítulo

Como eu queria ser a Sakura, vontade de falar: menina só beija olha ele aí é só beijar!
Dona Mebuki junto do Naruto são os embaixadores de Sasusaku



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