— Eu aceito a sua proposta Edward. – a voz  firme de Jasper Hale soou pela sala. – Vou trabalhar exclusivamente com você.

Sentado em sua mesa, Edward Cullen abriu um sorriso ao ouvir as palavras proferidas pelo jovem à sua frente.

Ele vinha observando à algum tempo a dedicação do rapaz na supervisão e gestão da parte da empresa que cabia a Bella, e notando que o rapaz era extremamente competente,  resolveu chamá-lo para trabalhar como seu assessor a alguns dias atrás, fazendo-lhe uma proposta quase que irrecusável.

Precisava de pessoas da sua confiança ao seu redor, pois desde a morte de Charlie Swan estava se sentindo sobrecarregado com a quantidade de tarefas e decisões a tomar. Iria delegar algumas das suas atividades a Jasper e conforme ele fosse aprendendo mais sobre o funcionamento das coisas, lhe daria uma promoção.

Além do primo da esposa como seu braço direito, estava pensando em trazer Emmett de volta para Londres com a oferta de um cargo de direção.

Formar uma equipe eficiente e confiável, que pudesse assumir funções de liderança e deixá-lo mais tranquilo e com mais tempo disponível para as suas atividades particulares era o seu plano.

— Isto é ótimo! – ele levantou-se da sua cadeira para apertar a mão do seu mais novo assessor -  Pode pedir demissão do seu antigo emprego  e assim que você resolver todas as suas pendências por lá, assuma sua posição aqui, pois eu tenho bastante trabalho para você. Vou avisar a Jules que prepare aquela sala aqui ao lado e que traga os seus pertences!

— Obrigada por deixar nossas diferenças de lado e me dar esta oportunidade – Jasper falou realmente grato - O que você me ofereceu é o sonho de qualquer jovem em começo de carreira.

Ele tinha a proposta feita por Edward Cullen com calma e cuidado a alguns dias e no final das contas, concluiu que não tinha como recusar a oferta.  Desde que começou o trabalho com a gestão da parte de Bella na empresa estava se esforçando ao máximo para compreender o funcionamento da Diamond Mineração, analisando todos os papéis, observando contratos e conferindo a contabilidade. 

Apesar de ser um trabalho que fazia apenas uma vez por semana, após seu expediente normal na empresa de auditoria que era contratado desde que tinha finalizado a sua graduação, quatro anos antes, Jasper achava muito prazerosos e desafiador desvendar o funcionamento da empresa de mineração e esta foi a questão crucial na sua decisão.

Ele gostaria de aprender ainda mais, de contribuir ainda mais. 

Gostaria de ter novos desafios!

— Você fez por merecer, Jasper - Edward falou com sinceridade - Apesar da pouca idade, você é bastante experiente e competente. 

— Eu sempre me esforcei para cumprir minhas atribuições e tenha certeza de que você não vai se arrepender de me contratar - olhando sério para o marido da prima, passou um recado que a tempo lhe atormentava – Agora Edward, queria te dizer que sempre amei Bella muito mais do que se ama uma prima…Mas uma vez que ela decidiu por casar-se com você, vou respeitar a sua decisão e não vou mais importuná-la... Ela me parece bem e isto para mim basta.

— Disto eu não duvido Jasper – ele deu um sorrisinho – Eu sei que você não seria capaz de fazer nada para nos prejudicar, para deixar Bella infeliz.

— Não faria mesmo... Bella é uma pessoa muito importante para mim – ele ficou ainda mais sério – Edward, devo te alertar de que ela realmente gosta de você, gosta de estar com você. Ela demonstra estar bem mais feliz e isto é algo muito difícil para ela… Bella não é muito de expor suas emoções… Ela é do tipo que sofre calada.

— Isto eu já notei... - Edward falou curioso em saber se aconteceu algo com Bella no passado para que ela seja tão fechada. - Jasper, posso te fazer uma pergunta?

— Pode sim Edward.

— O que aconteceu a Bella para ela desconfiar tanto das pessoas?

— Até poderia te contar, mas acho que isto é papel dela... É a história dela e quando ela se sentir confortável, tenho certeza que você saberá - Jasper até pensou em alertar Edward sobre o passado da prima, mas decidiu que era melhor não falar nada – Só te peço uma coisa, Edward. Não a decepcione, ela não iria agüentar.

— Não vou decepcioná-la – Edward falou sério, apesar de saber que, no fundo, ele acabaria decepcionando muito Bella se não contasse a ela sobre a aposta feita com o sócio.

Ele tinha que achar um jeito de fazer isto da melhor maneira possível, tentando conquistá-la de vez, dando algumas dicas, abrindo a sua vida para ela, fazendo com que ela confiasse nas suas boas intenções.

Apesar de não admitir, Edward estava a cada dia mais envolvido por sua linda esposa e a cada passo que ele dava em sua  relação com Bella, mais feliz ele ficava, então magoá-la não estava em seus planos.

Estes últimos dias tinham sido bem esclarecedores, pois eles estavam conversando como nunca, falando das suas rotinas e um pouco deles mesmo, sobre seus gostos, ídolos e manias, encontrando muitas afinidades, inclusive o gosto por sorvete de pistache e o amor a música clássica e aos Beatles.

Aos poucos estavam construindo uma relação de cumplicidade e respeito, onde os limites eram, ao mesmo tempo, testados e respeitados.

Edward sentia como se estivesse chegando a uma zona de conforto, onde todas as coisas se encaixavam e deixavam sua vida mais fácil.

Mas ele queria mais… Queria uma relação por inteiro!

Ele desejava Bella como sua mulher, não apenas sua esposa, mas precisava continuar agindo com calma.

Deixando o assunto sobre Bella de lado, ele conversou um pouco mais com Jasper Hale, buscando explicá-lo um pouco do seu novo trabalho, mas assim que terminaram o almoço, liberou o rapaz para que ele fosse ao seu antigo emprego comunicar da sua saída e resolver suas pendências.

Pensou em ligar para Bella para lhe contar a novidade, mas uma ideia ainda melhor surgiu em mente. Iria convidá-la para jantar depois que terminassem suas atividades, já que naquele dia, a esposa estava tendo atividades extras que a deixariam a tarde inteira na faculdade.

Mandou uma mensagem para Jasper e lhe pediu para que não contasse a Bella sobre a conversa de mais cedo, recebendo logo a resposta positiva. 

Trabalhou arduamente por toda a tarde, mas louco para encontrar com Bella, no começo da noite Edward parou seu carro na frente da faculdade e esperou pacientemente que ela aparecesse no portão.

Ao sair da sala meio tonta, depois de uma manhã e uma tarde repleta de aulas  e atividades extras, Bella avistou Edward parado no outro lado da rua, encostado na porta do seu carro e com um sorriso enorme.

Feliz por não imaginar que ele lhe faria aquela surpresa, Bella abriu seu maior sorriso, andando ao encontro do marido, lhe dando um abraço apertado e um beijo estalado na bochecha.

— Edward! O que você faz aqui? 

Ele se afastou um pouco para olhar o rosto feliz da sua esposa e  lhe deu um beijinho na ponta do nariz arrebitado.

— Vim te convidar para jantarmos na rua... – falou simplesmente - Tenho uma excelente notícia para te dar.

— Notícia? – Bella perguntou ainda envergonhada pelo seu momento de empolgação – Agora estou curiosa.

— Então o que acha de irmos a um restaurante pequeno e calmo que conheço e lá conversamos em paz?

— Pode ser… Mas vamos logo! - ela segurou a mão dele -  Eu estou faminta e curiosa! 

— É para já, Isabella! - ele apertou a mão dela entre a dele - É você quem manda!

 Com um sorriso triunfante no rosto, Edward conduziu a esposa até o carro e depois de um breve caminho, pararam em frente a um charmoso restaurante em Knightbridge.

— E então, o que você tem a me contar? – Bella perguntou logo quanto se sentou à mesa escolhida por Edward.

— Calma Bella... – ele riu da impaciência da linda esposa – A maravilhosa notícia que tenho a te dar é que seu primo Jasper, a partir de hoje,  é o meu mais novo assessor... Tinha o convidado a alguns dias e hoje, finalmente, ele me respondeu que aceitava.

— Ele aceitou mesmo? – Bella falou sem conter sua felicidade por seu marido está se dando tão bem com seu primo - Ele tinha me contado do convite, mas me disse que ainda estava indeciso quanto à oferta que você tinha feito a ele… Ele achou que era muito para um profissional com a experiência dele...

— Pois ele aceitou! – Edward se alegrou com a carinha feliz que Bella fez - E a oferta foi condizente com o trabalho que ele vem desenvolvendo na empresa. Seu primo é muito competente e será meu braço direito, de agora em diante.

— Obrigada Edward! – os olhos de Bella brilhavam de empolgação - Você não sabe como isto é importante para mim… Que consigamos nos dar bem com a família do outro...

— Seu primo é merecedor do cargo que vai ocupar... E além do mais, tenho que me dar bem com a sua família, por que, assim como minha mãe e irmã te consideram uma Cullen, eu também tenho que ser um pouco Hale e Swan.

— A minha família também é sua? - ela o fitou encantada.

— É claro que sim, Bella.. - ele segurou a mão dela - Somos casados… Nossas famílias devem se unir.

O coração de Bella pareceu perdeu uma batida de tão feliz que ela ficou ao ouvir as palavras do marido.

— Oh Edward… - foi o que ela conseguiu falar.

— Entenda uma coisa, Bella… Eu gosto de você -  ele falou deixando que o seu coração o guiasse - Não estou mentindo quando te digo isto desde o dia do nosso casamento. – abrindo um sorriso e traçando uns desenhos na palma da mão dela, continuou – Eu gosto da sua companhia, de te ter por perto e estou realmente feliz em estar casado com você… O mais natural é que agora sejamos uma grande família sim! Minha mãe e irmã… Sua tia e primos… Unidos.

— Edward, eu também gosto de você... – Bella sussurrou incrédula com as declarações daquela noite – Pensava que não, mas estar com você me faz bem... Me traz paz...

Aproveitando do clima informal que tinha se formado entre eles, Edward resolveu dar mais um importante passo para conquistar de vez a confiança da esposa.

— Bella, eu te prometi uma vez que iria te contar sobre a minha vida e este dia chegou.. –fitando intensamente a expressão surpresa que se formou no lindo rosto da esposa, ele continuou – Você tem o direito de saber mais sobre mim, não acha?

— Claro que sim, Edward! – Bella respondeu empolgada 

Seria muito bom saber um pouco mais sobre seu marido, pois o que Alice e Berna tinham lhe dito sobre ele não tinha aplacado a sua curiosidade.

Com uma expressão serena no rosto, Edward contou muito da sua infância feliz ao lado dos pais e de Alice, falou de como ele era ligado ao pai e como foi difícil tomar conta dos negócios, da sua mãe e de sua pequena irmã quando seu pai morreu vitimado por uma pneumonia, quando ele tinha apenas quinze anos de idade.

Bella apenas ouvia atentamente a história de vida do marido, fingindo não saber de nada do que era narrado.

Prosseguindo com sua fala, Edward falou sobre seu primo Emmett, que era seu grande companheiro até que, a uns dois anos atrás, foi promovido na empresa em que trabalhava e por esta razão teve que se mudar para Nova York.

 - Eu era bem sozinho aqui em Londres até que você apareceu em minha vida daquela forma inusitada e mudasse tudo para melhor... - o sorriso dele foi crescendo a cada palavra - Eu achava que que o nosso casamento iria atrapalhar a minha vida, os meus planos, mas, definitivamente, não foi o que aconteceu e eu me sinto feliz de estar errado nas minhas previsões…

Edward deu um sorriso empolgado que fez Bella sorrir junto com ele, enquanto calada tentava absorver as palavras ditas.

Ela estava muito feliz por Edward ter se permitido compartilhar aquele momento com ela.

— É... - Bella falou baixinho - Tenho que admitir que eu também estava enganada quando achava que iria odiar cada dia que teríamos que passar juntos...

Eles sorriram ao mesmo tempo, descontraindo ainda mais o ambiente.

— Nosso casamento não está sendo o terror que você imaginava - Edward sussurrou, olhando firme para a esposa.

— Definitivamente, não. 

— Isto é bom… - ele falou– E sobre você, não tem nada que queira me contar? – perguntou, soando simpático diante do silêncio da esposa – Falar um pouco sobre a sua família, sobre a sua mãe…  Você nunca comentou nada sobre ela...

Neste momento, o amplo sorriso de Bella se fechou.

Ela esteve tão radiante nestes últimos dias que foi só quando Edward falou em sua mãe que se lembrou que no próximo sábado faria mais um ano da morte da sua e aquilo ainda lhe doía muito. 

Com os olhos cheios de lágrimas ela fitou o marido.

Bella queria abrir a sua vida assim como Edward fez, mas relembrar algumas coisas do seu passado não lhe faz bem.

— Não fique assim Bella... Se você não quiser falar, tudo bem... - Edward voltou a falar, notando a carinha triste que ela fazia.

— Edward, não é que eu não queria falar mas, hoje não... – murmurou deixando algumas lágrimas escorrerem pelo rosto - Falar da minha mãe e da minha vida antes da sua morte é algo que mexe muito comigo pois eu a perdi muito nova e muitas coisas ruins aconteceram depois... –falando em um tom um pouco desesperado ela continuou - Você me entende? Não vai ficar chateado comigo se eu preferir não tocar neste assunto?

Estendendo a mão para acariciar a sua bochecha e enxugar suas lágrimas, Edward fitou Bella com uma expressão séria.

Com a convivência, ele passou a, definitivamente, entendê-la melhor e agora sabia que por trás daquela aparência forte, existia uma garota frágil e provavelmente, cheia de traumas, que precisava de proteção, de apoio, de amor.

— Claro que te entendo... No dia que você se sentir confortável estarei pronto para te ouvir, Bella – ele falou baixo, porém firme - Nunca se esqueça disto.

Toda a atenção e compreensão que Edward estava dispensando a ela fazia seu coração apertar.

Por mais que ela tentasse, por mais que já tivesse evoluído muito nesse pouco tempo de convivência, não conseguia retribuir todo o carinho que Edward tinha por ela da maneira que ele merecia, mas apesar de ser um assunto muito difícil de lidar, ela tinha a obrigação de alertá-lo sobre seus traumas, sobre o que lhe causava maior dor. 

Tinha que alertá-lo sobre assuntos que, um dia, precisaria contar a ele, mas não sabia se teria coragem.

— Edward... – murmurou abaixando o rosto na tentativa de esconder seu sofrimento – Tenho que te avisar que sou complicada... Sou muito complicada... Minha vida é cheia acontecimentos que eu não me orgulho, que não gosto de lembrar.

Notando a agonia na voz da esposa, Edward colocou o dedo em seus lábios delicados, calando-a

— Não se preocupe com isso Bella... – pegou suas mãos carinhosamente e sorriu – Eu sou paciente com quem eu gosto e saberei esperar o seu momento... Pelo tempo que for preciso.

O dia que Bella mais temia no ano tinha chegado. Depois de passar boa parte da manhã trancada no quarto, chorando com as lembranças da sua família, ela decidiu que iria ao cemitério colocar algumas flores nos túmulos e conversar um pouco com a sua mãe.

Cuidadosamente, desceu as escadas e correu para a porta, conseguindo sair de casa sem que Berna a visse. 

Tinha vergonha de expor seus sentimentos e não queria que ninguém visse o estado em que ela se encontrava, muito menos Edward, que, por sorte, naquela manhã de sábado estava na empresa resolvendo alguns assuntos importantes, que ela esperava demorar o tempo suficiente para que ela conseguisse ir e voltar de seu compromisso.

Enquanto isso, após conseguir resolver todas as suas pendências na empresa, Edward correu para casa a fim de almoçar com a esposa, pois tinha notado que Bella especialmente estava triste e melancólica naquela semana. Ele entrou na garagem do edifício contando os minutos para encontrá-la e assim que parou o carro, se deparou com uma cena que o deixou chocado. 

Bella estava saindo do elevador vestida em uma roupa totalmente preta, de óculos escuros e com a cabeça baixa, como se estivesse se escondendo.

— Bella! – ele falou espantado para a esposa – O que aconteceu?

Ela tomou o maior susto ao ouvir a potente voz do marido, pois não esperava que Edward voltasse para casa tão cedo e  também não queria que ele a visse naquele estado deplorável.

— Me deixe, quero ficar sozinha...– ela abaixou ainda mais a cabeça e fungando, continuou andando em direção ao seu carro.

— Espera, Bella! – a segurou pelo braço - Me conta o que aconteceu… Alguém te destratou?

— Não, Edward… Não e nada disto… Só quero ficar sozinha – ela tentou se soltar, mas ele a segurou pela cintura. 

— Bella, eu estou preocupado com você... – sussurrou em seu ouvido, prendendo-a entre seus braços fortes - E não vou deixar que você saia dirigindo desta maneira.

Sem conseguir conter a sua dor, Bella se rendeu enterrando o rosto em seu peito, enquanto ele a levava até o quartinho do motorista e fazia com que ela sentasse no sofá.

— O que eu sinto é tão ruim, Edward! – ela murmurou perdida – E dói tanto...

— Sabia que você agora tem a mim para te ajudar... Compartilhe comigo o que você quiser...

Cheia de coragem e se sentindo protegida por Edward, Bella, finalmente resolveu abrir seu coração, compartilhando com ele uma parte da sua vida.

— Eu estava indo ao cemitério... – Bella sussurrou deixando as lágrimas rolarem ainda mais, banhando todo seu rosto – Hoje faz 11 anos que perdi a minha mãe em um acidente de carro... Hoje faz 11 anos que a minha família acabou...

— Fale Bella, vai te fazer bem... – Edward a incentivou - Estou aqui para te ajudar... Para te ouvir...

Aos prantos, Bella começou a contar ao marido a sua terrível história.

A sua família voltava da casa de praia onde tinham passado férias de meio de ano quando Charlie, em meio a muita chuva e neblina na estrada, perdeu o controle do carro e fez com que eles despencassem de um barranco.

Bella e Charlie sofreram apenas alguns ferimentos, mas Renée Swan, estava grávida de quase 9 meses de seu segundo filho Nicholas, ficou muito ferida e apesar dos muitos esforços dos médicos para salvar a sua vida e a do bebê, eles acabaram falecendo alguns dias depois, fazendo de Charlie Swan um viúvo desesperado com uma menininha de 10 anos para criar.

Bella também contou ao marido um pouco sobre a sua infância com a mãe e com o pai, onde ela era muito amada e vivia feliz, em uma família harmoniosa.

Charlie, antes da morte da esposa era um pai perfeito para ela, muito amoroso e dedicado, mas depois do fatídico acidente tudo piorou e nas mãos de um pai cada vez mais distante e de uma governanta que a odiava, Bella passou a ter muitos traumas, pois o pai não tinha tempo para ela e a governanta a enchiam de medo e quase não deixava que ela saísse de casa, a não ser para freqüentar a casa da sua tia Elizabeth, que foi a única pessoa que lhe deu amor e atenção depois que ela perdeu a sua mãe.

Chocado com tudo que tinha ouvido, Edward apenas pegou sua frágil Bella nos braços e a abraçou protetoramente, fazendo com que ela se aconchegasse, sentindo-se segura e acalentada depois de tanto tempo.

Depois de um momento apenas aproveitando do calor emanado pelo seu lindo marido, Bella voltou a falar, sem conseguir esconder o desespero que sentia.

— Edward, tudo isto ainda dói como se tivesse acontecido ontem... – ela encarou o marido como quem pedia ajuda  - Será que isto nunca vai passar?

— Vai passar sim, Bella... – Edward passou as mãos por seu cabelo carinhosamente, enquanto ele a embalava como se fosse um bebê. – A sua dor vai passar... Vou te ajudar no que puder... Confia em mim... – sussurrava sem para tentando fazer com que ela se sentisse acolhida.

— Eu confio... – murmurou.

Sentindo-se segura e protegida com Edward, Bella foi se acalmando aos poucos. 

Estar em seus braços fazia com que ela sentisse que nada nem ninguém no mundo pudesse atingi-la.

Ao notar  que o choro de Bella tinha cessado e que ela tinha se acalmado, Edward levantou do sofá e abraçando-a, andou até seu carro.

— Vamos comigo... – ele deu um beijo em sua cabeça – Vou te levar ao cemitério. 

Ela foi soluçando e ele segurando a mão dela, às vezes levando até os lábios lhe dando beijinhos carinhosos até que pararam em frente endereço fornecido.

— Quer que eu entre com você, Bella? - ele perguntou ao abrir a porta do carro para ela. 

— Não precisa... – ela enxugou os olhos e então pegou sua bolsa - Não vou demorar.

— Estou te esperando… Qualquer coisa, me chame.

Entendendo que era um momento só dela, Edward apenas a acompanhou até o portão e ficou s parado, encostado na parede, observando todos os movimentos da sua frágil esposa.

Após comprar algumas flores em uma barraquinha, Bella foi até o local onde sua mãe e seu irmão estavam enterrados e as depositou sobre os túmulos, deixando as lágrimas lavarem a sua imensa tristeza e angustia.

Ajoelhando-se ao lado do túmulo da mãe, Bella começou a conversar com ela, como sempre fazia naquela data.

— Mãe... – Bella murmurou, fechando os olhos e mentalizando a imagem que tinha de Renée Swan – Tenho novidades este ano... Depois de muito tempo, parece que estou encontrando um pouco de paz em minha vida... Eu me casei… Foi meio um capricho do papai, mas está dando certo. - ela esboçou um sorriso - Estar com Edward, o meu marido, me faz bem, me deixa feliz, mas preciso de forças para esquecer o que me aconteceu no passado e me permitir curtir este momento tão especial que estou vivendo... – sorrindo um pouquinho ao lembrar dos seus últimos dias, Bella continuou - Quero ser tão feliz com Edward como a senhora foi com meu pai... – continuou como se a mãe pudesse realmente ouví-la - Quero que ele me ame desesperadamente como o meu pai amou a senhora. Quero que Edward seja o meu melhor amigo, o meu porto seguro para todas as horas como meu pai foi o seu... – virando o olhar para Edward, que continuava parado a observando atentamente, Bella sentiu a esperança brotar em seu peito. – E parece que vou ser... Se as coisas continuarem como estão, tenho quase certeza que serei feliz ao lado dele...

Ainda parado junto ao portão, Edward, de longe, viu a esposa colocar as flores nos túmulos dos seus parentes, enquanto as lágrimas corriam por seu rosto, demonstrando toda a sua dor, o seu grande sofrimento.

Um sofrimento que fazia seu coração apertar, que fazia com que ele quisesse chorar junto, sofrer junto...

E se fosse preciso, ele sofreria... Sofreria por sua esposa... Pela mulher que ele estava aprendendo a admirar cada vez mais...

Depois de beijar uma rosa e colocar sobre o nome da sua mãe, Bella andou em direção a Edward, encontrando-o com os braços estendido em sua direção.

— Vamos para casa, Bella... – falando baixinho, ele pegou a esposa em um abraço aconchegante e protetor e a levou até o carro. 

Ao conhecer a triste história da sua esposa, Edward chegou a conclusão que ela já tinha sofrido demais e que isto não podia continuar acontecendo.

Era seu dever protegê-la e tornar a sua vida o mais feliz possível, fazendo que no lugar daquelas lágrimas sofridas, só brotassem sorrisos de felicidade.

E era isto o que ele iria fazer!