Um Sangue Doce escrita por Thay Nascimento


Capítulo 11
Capítulo 11




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Elouise Blackrun:

Depois de alguns minutos conversando com Mel e Thomas, consigo convencê-los a procurar Marx e irem embora. Afinal, eu tenho que descobrir algo mais sobre a minha família (o que é irônico).

Propositalmente, o castelo estava extremamente escuro, depois da conversa que tive com o Lorde das Trevas, percebo que de alguma forma, ele sabia que os vampiros viriam logo tentar me buscar. Ou pior, ele poderia saber que eles estão aqui agora e estar com Marx.

—Precisamos ir por aqui! —aponto para um dos corredores e corro na direção da Biblioteca, que estava com a lareira acesa, Marx poderia ter estado lá, e pelo cheiro familiar ali, ele tinha sim estado ali.

—Ellie, você deveria pensar melhor, minha irmã, tem certeza de que não quer voltar conosco? —Tommy pergunta me olhando nos olhos ao segurar meus ombros quando me decepciono por não encontrar Marx na sala de livros.

Sacudo a cabeça mais para clarear os pensamentos do que para negar a sua pergunta, e sento na poltrona perto da lareira.

—Apenas, voltem para casa. De alguma forma, Marx irá ficar bem. Por favor. — Eu digo, dessa vez com voz e alma cansadas.

Cansada de ser forte.

Cansada de cuidar dos outros.

Cansada de estar sozinha mesmo quando acompanhada.

Cansada da eternidade.

Então simplesmente senti os dois deixarem a sala quando pularam a janela mais próxima dali.



Marx Kaelson:

Se eu fosse humano, com certeza agora eu sentiria meu rosto gelar e as mãos suarem, mas ao contrário disso o que aconteceu foi o som daquela voz sombria alcançar novamente os meus ouvidos.

—Sei que você a ama, —o Lorde diz repentinamente, e sua voz misteriosa é seguida de um suspiro fraco que não combinava com sua potência —mas, deixe-a ficar, em breve ela voltará para casa, deixe-a ficar.

Fico surpreso o suficiente para apenas observá-lo, assentir e me encaminhar para sair por onde entrei, então sou interrompido por um pedido dele.

—Não. Desça pela porta. E não confunda isso com gentileza. Mas diga ao irmão dela e à bruxa que podem vir visitá-la com você, uma vez na Semana Principal. Apenas não repitam esse erro de hoje.

Saio em velocidade sobrenatural quando ele abre a grande porta da entrada, e adentro a floresta de volta para casa.




                                                                     

Elouise Blackrun:

Depois de olhar as prateleiras por um momento, lembro do livro da minha família. E resolvo ir até o quarto para ler as muitas páginas que ainda faltavam para ser lidas.

"Eu ainda amava a minha mulher, e sentia saudades dos meus filhos, mas havia uma garota em especial que nunca seria a minha verdadeira filha, por culpa dela hoje minha família é tachada de aberração da noite. (aqui aparecem rabiscos indecifráveis).

Lisa Watson Blackrun. A filha do primeiro casamento. Um casamento que não foi por amor. No início eu amava a criança, mas tudo aconteceu muito rápido, e depois que Emma, minha primeira mulher, faleceu, precisei me casar novamente, tão logo fosse possível, mas esse casamento incrivelmente abriu meu coração para amar, me fazendo ter mais dois filhos com Sharon. Antes do nascimento de uma das crianças, um menino, algo estranho havia acontecido com Lisa em uma das noites que seguiram, e ela sumiu deixando rastros de sangue pelo chão da casa. Achando incoerente fui ver o que havia acontecido e me deparei com o corpo de um transeunte próximo a despensa. E sem saber o que realmente havia acontecido, fingi que não tinha mais uma filha, mesmo sabendo que uma garota de apenas quinze anos estava em alguém lugar indefesa, ou foi o que pensei, porém ela voltou e fingindo ser apenas uma moça interessada no meu filho nos tornou monstros iguais a ela.

 



Lisa Watson:

Passei séculos procurando por meu pai depois de transformá-lo, mas não consegui, e algo me diz que ele pode ser o Lorde das Trevas. Mesmo assim, é impossível. Não. Devo estar ficando louca. E tem Ellie, ela não pode descobrir que somos irmãs, e não pode saber que o ódio que eu sentia por ela não é mais alimentado pelo meu ego, mas não podemos ser amigas. Não posso estragar o que construí em tanto tempo, que foi minha autoconfiança.

O meu coração está morto há muito tempo, mas a idealização que eu tinha da minha família se esvaiu, e mesmo assim, estou sozinha. Não posso aceitar que meu pai nunca me amou de verdade. Ele fez de mim como que uma bastarda, ou ainda pior do que isso. E eu me senti tão só que nem percebi quando me tornei vampira, mas sei que o ódio que eu alimentei me deu forças suficiente para colocá-los comigo na eternidade.

Eu poderia tê-los ajudado quando entraram no castelo das trevas, mas não poderia arriscar a minha própria pele, o Grande mal não poderia descobrir que eu estou aqui. Sei que há um livro sobre a minha família, e preciso descobrir o que há nele. Mas não faço ideia de onde está, pois não o encontrei na Biblioteca. Seria bom se ao menos eu tivesse começado na estragar a história dos meus irmãos quando matei uma humana na grande Londres. Hipnotizei os habitantes apenas durante alguns dias e esse tempo está acabando.


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