Meu coração ainda palpitava depois que eu tinha saído da aula, que durou a manhã inteira. Aquilo era real? Edward Cullen iria fazer aulas comigo e ser minha dupla de novo? Respirei fundo e tratei de acalmar o coração acelerado. Eu não podia fazer o papel da adolescente apaixonada de novo. 

Cheguei ao refeitório para o almoço e me juntei às minhas amigas. Angela falava sobre sua aula de escrita criativa, enquanto Rosalie a ouvia atentamente. Quando me sentei, os olhos das duas se voltaram para mim. 

— Oi, Bellinha. – Angie falou. 

— Oi cunhadinha. – Rosalie disse e soltou uma risada. 

— Oi, para vocês. – Eu falei e abri minha garrafa de suco. 

— Sério que agora a Bella foi elevada ao posto de cunhada? – Angela perguntou à Rose. 

— É claro. Ela é minha cunhada favorita. – A loira olhou para mim e sorriu. Ela e Emmett tinham um “rolo” desde o ensino médio, e, pelo visto, agora tinha ficado sério. 

— Ele te pediu em namoro, Rose? – Eu perguntei, curiosa. 

— Não houve um pedido oficial, mas nós estamos juntos. – Ela contou. – Eu estou tão feliz! – E suspirou. Ela estava mesmo diferente. Eu conhecia Rosalie desde que eu me entendia por gente e nós duas sempre fomos muito próximas. Ela sempre teve uma personalidade forte, e quase nunca conseguíamos arrancar um sorriso dela, mas só hoje ela tinha distribuído pelo menos cinco deles para mim. Então sim, minha melhor amiga estava mudada. 

— Eu fico feliz. Torço muito por vocês. – Eu passei minha mão por cima da mesa, e Rose a pegou. Ela me mandou um beijo no ar. 

— Como foi sua aula, Bells? – Angela perguntou, e, na mesma hora, Edward voltou à minha mente. Tentei afastá-lo. 

— Foi boa. O professor de didática é muito bom. Ah, nem conto para vocês. Adivinha quem é a minha dupla? 

— Quem? – Angie e Rose perguntaram em uníssono. 

— Edward Cullen. – Respondi. 

— Mentira. – Rose falou. 

— Pode acreditar. – Falei para ela. Rose sabia de toda a minha não-história com ele. 

— Meu Deus! – Ela gargalhou. – Isso é o destino, Bella. – Ela disse e Angela riu. 

— Eu não duvido de nada. – Angie falou. 

— Vocês são malucas, isso sim! Foi só uma coincidência. – Eu falei e coloquei um pedaço do frango na boca. 

— Depois não diga que nós não avisamos, Isabella. – Angela falou, e Rosalie concordou com a cabeça. 

— Mas então, como foi o final de semana de vocês? – Tentei desviar o assunto e ,consequentemente, tirar Edward da minha cabeça. 

— Foi ótimo. Descobrimos que meu irmão vai ser pai, vocês acreditam? Ele e a Kate tentaram tanto… – Angela contou, e na mesma hora eu me lembrei da história que minha mãe havia me contado no dia anterior. 

— Gente, eu preciso contar uma história para vocês. – Eu falei e logo as duas se voltaram para mim, ouvindo atentamente. Falei tudo o que minha mãe tinha me dito, toda aquela história do "namorado da maternidade".

— Cadê a foto? – Rose perguntou e quase pulou por cima da mesa. 

— Está no porão. – Respondi. 

— Ah, Bella. Pelo amor de Deus. Eu queria ver. Você sabe que eu gosto de fofoca com evidências. – Ela reclamou e cruzou os braços. 

— E vocês não fazem nem ideia de quem possa ser esse garoto? – Angela perguntou. 

— Não, Angie. Minha mãe nem lembra o nome da mãe dele e, agora, imagino que seja difícil reconhecê-la. – Eu falei. – Mais um mistério não solucionado. 

— Bella, eu quero ver essa foto. A Renée pode tirar uma foto dela! Liga pra tua mãe. – Rose disse, e foi o que eu fiz. Cinco minutos depois, a foto dos bebês estava em meu celular. Eu entreguei o aparelho para Rosalie. 

— Ai que lindinhos. Você é a de lilás? – Angela, que agora estava com a cabeça colada na de Rose, olhava a foto e perguntou. Rose me devolveu o celular.  

— Sim. E o de azul é o nosso garoto misterioso. – Eu disse. 

— Misterioso nada. Nós vamos descobrir quem ele é. – Rosalie falou. 

— Como? Se minha mãe nunca mais encontrou a mulher, eu é que vou encontrar o filho dela agora? Eu nem sei o nome dele, Rose. Completamente impossível. – Eu rebati. 

— Isabella, meu amor… Você mora em Forks. Se essas pessoas forem daqui, nós vamos descobrir. A internet faz milagres, querida. Me dá seu celular. – Ela falou e estendeu a mão. Eu fiz menção de entregar o aparelho mais uma vez para ela, mas parei. 

— O que você vai fazer? – Perguntei. 

— Eu vou fazer um tweet! Essa história é boa demais para passar em branco. Agora, me dá aqui. – Ela falou e pegou o celular da minha mão. 

— Rose? Você tá doida? Qual a chance disso dar certo? – Eu perguntei e olhei para Angela, em busca de ajuda. – Angie, me ajuda. Você acha que isso daria certo? 

— É óbvio Bella! Vai que o garoto vê o tweet e se reconhece? É nossa melhor chance. – Ela falou. Aquilo era demais. 

— Gente, isso não vai dar certo… Melhor deixar tudo como está. – Falei, tentando convencer minhas amigas que aquilo não ia dar em nada. 

— Bella, você quer ou não quer descobrir quem é o menino? – Rosalie perguntou. 

— Quero, mas… – Eu disse, porém Rose me interrompeu. 

— Sem “mas”. Vou fazer o tweet. – Ela disse e começou a digitar freneticamente no meu celular. Apoiei meus cotovelos na mesa e coloquei a cabeça entre minhas mãos. Uma parte da minha razão estava dizendo que eu era louca e que eu deveria ter deixado aquilo para lá. Porém a outra parte – com certeza, o diabinho em meu ombro, que sempre contrariava o anjinho – dizia “Ah, mas você está curiosa. Vamos ver o que acontece.” 

— Pronto. – Rosalie falou e me entregou o celular. Logo vi a thread de tweets que ela tinha feito em minha conta. 

“Quando minha mãe estava grávida de mim, ela conheceu uma outra mulher grávida no hospital, e as duas acabaram dando a luz no mesmo dia. Nasceram eu e um garoto. Nossas mães resolveram tirar uma foto de nós dois bebês, brincando que seríamos namorados. [foto]”

“Depois disso, minha mãe perdeu o contato com eles. A única coisa que eu sei é que esse garoto nasceu no mesmo dia que eu, no dia 13 de setembro, aqui em Forks. Então, se você, garoto misterioso que nasceu no mesmo dia que eu, estiver vendo isso, saiba que quase fomos namorados se você não tivesse sumido!”

— Agora é só esperar a mágica acontecer. Nosso garoto vai aparecer. – Rose falou com um ar de certeza. 

— Estou animada. Como será que ele está agora, hein? – Angela questionou. 

— Bem, eu não faço ideia. Eu preciso ir para a minha aula. Chega de aventuras por hoje. – Eu falei e fui conferir meu horário junto com minhas amigas, de modo que saímos as três juntas.  Eu e Angela fomos para o prédio da Letras, enquanto Rosalie se dirigiu para o da Engenharia. Joguei meu celular dentro da bolsa e, ingenuamente, o esqueci lá pelo resto da tarde. Não esperava, ou melhor, nem imaginava que os tweets fariam tanto sucesso.