Hayato desligava o laptop quando Miura entrou na sala da gerência para avisá-lo de que estavam fechando o caixa. Desde que retomaram as atividades, a cafeteria fechava mais cedo e isso talvez fosse um ponto a favor para os atuais planos de Izumi.

—Já vou descer. Se for possível, feche a porta da frente. -Pediu sacando o celular.

—Ok! -Concordou saindo, deixando Izumi terminar de fazer o que começou: enviar uma mensagem para Takeo.

“O ruivo-sedução tem planos para a noite?” -Enviou. E não demorou a ter resposta.

“Comer morango é um plano. >3

Alguma coisa em mente?”

Hayato riu corando levemente. “Assim, sem preliminares, é?”

“Aceito as preliminares. ♥”

“Jantar em Roppongi. Estou fechando a cafeteria.” -Sem esperar resposta, desceu para acompanhar o encerramento das atividades.

E lá estava o plano de comemoração do dia. Takeo conferiu a hora no celular estimando o tempo que Hayato levaria para chegar ao lugar combinado. A previsão dependia especialmente da hora que conseguisse fechar a cafeteria e só isso era o bastante para que se arrumasse para o encontro.

Um encontro.

A terceira comemoração era um encontro como no início do namoro, quando iam aos lugares que gostavam ou que cabiam no orçamento, e terminava numa noite de amor intensa. O evento merecia então a melhor jaqueta, o cabelo parcialmente preso em rabo de cavalo sobressaltando os piercings no supercílio e no lobo da orelha, e um perfume marcante.

Ao trancar a porta do estabelecimento, se despediu de parte dos funcionários seguindo acompanhado de outros em direção ao metrô.

—Izumi-san, tem o aniversário do Takeo-san para esses dias, verdade? -Um dos rapazes perguntou e Hayato assentiu.

—Amanhã, certo? -Era uma das garotas do grupo. No que Hayato concordou novamente, continuou. -Vamos fazer alguma coisa para ele?

—Alguma coisa? Tipo o que? -Hayato sorriu envergonhado.

—Um bolo, uma noite de guitarra… -O rapaz sugeriu.

—Não podemos aglomerar, lembra? -Izumi respondeu. -Se fizermos noite de guitarra, vai ter mais público do que o permitido.

—Um bolo então. -O rapaz deu de ombros esfregando as mãos e levando-as ao rosto, ia soprar ar quente, mas lembrou que estavam de máscara. Seria uma tentativa inútil de esquentar as mãos.

—Vou ver com ele. -Prometeu ao parar na porta da estação onde se despediram tomando rumos diferentes.

Pouco depois da hora marcada estacionou a moto em local permitido e seguiu para o ponto de encontro. Hayato o aguardava com as mãos bem fundas nos bolsos do casaco e logo que reconheceu o namorado caminhando em sua direção, as estendeu para recebê-lo. Não houve selinho, nem abraços, mas fitaram-se com carinho como se trocassem um beijo e um afago no rosto.

—Oi. -Hayato o cumprimentou primeiro.

—Olá. -Takeo sorriu sob a máscara preta e mesmo que não fosse visível, era possível ouvir seus sorrisos pelo tom das vozes. -Esperou muito?

Hayato acenou negando e convidou Takeo para acompanhá-lo. Entraram num restaurante chique, definitivamente nada parecido com o início de namoro deles.

Enquanto eram guiados pelo maitre até a mesa, Takeo se aproximou do namorado cochichando.

—Tem certeza de que vamos jantar aqui, Hayato?

—Sim, porque? Você não merece um restaurante de nome?

—Não precisa exagerar.

—Não estou exagerando. -Disse tomando lugar na mesa ofertada pelo funcionário. -Você merece o mundo.

—Ei, isso foi uma cantada? -Takeo riu sentado de frente para Hayato.

—Muito ruim? -Fez uma careta.

—Pode continuar. Mereço o mundo e que mais?

Hayato riu continuando os elogios e quando o estoque de bajulações acabou, Takeo ensinou mais algumas, deixando Izumi mais vermelho que morango maduro. As risadas enchiam a mesa durante o jantar e o clima de romance adolescente permaneceu até depois do encontro, quando ao chegar em casa, Hayato o convidou para o banho.

O romance continuou do banho para a cama e depois carinhos até que ambos dormiram abraçados.