Pimentinha - La Madrastra & Triunfo del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 10
Capitulo 10




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Mais tarde, Maria estendia roupas no varal da nova casa para onde os tios se mudaram quando souberam que Heriberto estava livre e que poderia procurar por eles. Nada mudou para ela nesse novo lugar, a não ser pelas dores que passou a sentir a algum tempo abaixo do ventre mas não disse nada a ninguém com medo, não poderia dar mais despesa aos tios ou passaria o resto da vida trabalhando para comer.

De repente ela sentiu uma tontura e o mundo girou, Maria caiu sobre o chão de terra e só acordou tempos depois. Ela estava zonza e perdida, não imaginava onde estava e despertava lentamente, ainda fraca enquanto ouvia vozes dizendo baixinho.

— Eu sinto muito doutor, mas não foi possível salvar o bebê, a paciente sofreu um aborto espontâneo...

— Droga! - o médico respirou fundo ao ouvir aquelas palavras, realmente a sua equipe médica havia se esforçado muito para reverter o quadro difícil daquela paciente mas nada mais era possível fazer para salvar a vida daquele ser tão pequeno, daquele filho que a mulher tanto desejou ter.

— Avisamos o marido dela agora doutor? - perguntou um enfermeiro.

— Sim por favor, avisem ao marido de Cecilia que tudo o que pudemos fazer, foi feito mas infelizmente casos de aborto no inicio da gravidez acontecem principalmente nos três primeiros meses. Ela ainda é jovem, têm trinta e seis anos, eles podem tentar outra vez daqui a três meses.

— Tudo bem. - o enfermeiro assentiu e junto a colegas seguiu para dar a noticia ao marido da moça.

Enquanto isso Maria do outro lado do quarto hospitalar, se movia na cama com dificuldade, ela ouvia toda aquela conversa dos médicos sobre uma paciente que estava na cama ao lado e podia sentir o seu coração apertar com aquela noticia terrível. Como seria para uma mãe perder um filho de repente? Seria a sua dor maior do que a dor daquela mãe ao receber a noticia? Isso ela não sabia responder, mas a verdade era que ninguém está preparado para perder alguém que ama, nem uma mãe para perder o filho e nem um filho para perder a mãe, como ela mesma tinha perdido há alguns meses atrás. Maria olhava a mulher ao seu lado aparentemente sedada e se colocou no lugar dela e pedindo a Deus para que melhorasse ela dormiu sofrida com o efeito da medicação.

O médico responsável pelo plantão àquela hora no hospital público da cidade, depois de perder o bebê da paciente, suspirou fundo e foi respirar um ar fresco e lavar o rosto antes de voltar ao quarto para se certificar agora do estado  de saúde de Maria. Para ele era comum presenciar mortes ou por vezes não ser possível salvar a vida de algumas pessoas, mas apesar de todos os anos nessa área esse acontecimento não era nada fácil para ele como um ser humano que trabalha naquela profissão. Saiu e andou alguns passos largos pelos corredores do hospital até chegar à lanchonete que havia ali e pedir uma água.

— Mais alguma coisa doutor Daniel? - perguntou a recepcionista atenta a ele que parecia muito cansado.

— Não, obrigado. - sorriu educado e olhou para trás sem deixar de notar a cena que era protagonizada ali na frente de todos.

— Anda seu traste! Me fala! Por que trouxe aquela menina pra cá? O lugar dela é em casa com a gente! - a mulher puxava o marido pelo braço com força o arrastando para a recepção. Ela falava alto com ele então era impossível não ouvir o que estavam dizendo.

— Calma Ana! Eu tinha que trazer a Maria pra cá, ela tava caída lá no quintal, você queria que eu fizesse o que, é nossa sobrinha!

— O lugar daquela infeliz é em casa, não me interessa o que ela teve,  a gente não pode ter problema agora ou você já sabe o que vai acontecer, Hernesto!

Quando ouviu essas palavras rapidamente Daniel se aproximou deles já que ele era o médico que atendeu e que cuidava de Maria desde o minuto em que ela deu entrada ali. Aquilo tudo era bem estranho e ele notou assim que Hernesto trouxe a menina para o hospital, ela estava desidratada e aparentemente não se alimentava bem a dias e agora vendo a face da tia dela, o doutor percebia que o caso era ainda pior do que imaginava e as suas suspeitas por fim estavam sendo confirmadas infelizmente.

— É a minha sobrinha, Maria Fernandez Acuña... - Ana olhava a recepcionista do hospital com impaciência, ela tinha que tirar a garota dali ou teria problemas com a justiça se os médicos suspeitassem de alguma coisa e isso poderia com toda a certeza arruinar todos os planos que tinha para ela.

Porém, quem planta, colhe.

— Com licença, os senhores são os responsáveis pela jovem que deu entrada hoje mais cedo... - Daniel tocou o ombro de Ana e a fez tremer de susto.

— Sim doutor, fui eu que trouxe a Maria. - Hernesto o cumprimentou. Ele não temia a sua própria sorte ao contrário da esposa pois nunca achou de acordo maltratar a sobrinha por raiva e por dinheiro, aquilo era errado e se fosse preciso ir contra a mulher, ele seria.

— Eu me lembro. - o médico assentiu enquanto colocava os olhos sobre Ana - E a senhora é?

— Ana Fernandez, doutor. A tia da menina. - respondeu nervosa já querendo sair dali.

— Vamos até a minha sala? Eu sou o médico que a atendeu e acredito que temos muito que conversar senhores. É por aqui. - Daniel pediu e os dois foram com ele e caso as suspeitas que tinha fossem corretas, os tios da paciente sairiam do hospital direto para a cadeia.

Heriberto voltava para casa de carro e se sentia devastado pela falta de noticias de seu amor. Ele foi a casa que os tios dela estavam morando mas não encontrou ninguém, então passou na casa de cada um dos amigos que sabia que Maria tinha mas infelizmente também não encontrou nenhuma pista que lhe indicasse onde ela poderia estar agora. Há um bom tempo Maria não frequentava o colégio ou o bar e a boate que gostava de ir e isso o preocupava, fazendo Heriberto baixar a cabeça sobre o volante chorando de raiva e de dor pelo caos em que as suas vidas tinham se tornado.

— Anda meia roda!! - gritou um motorista para ele quando o sinal abriu e Heriberto soluçou partindo.

— Pimentinha, onde está você?

No hospital...

— Heriberto...

— Quem é Heriberto mocinha? - perguntou uma enfermeira olhando com cuidado se ela já estava melhor - Está sentindo alguma dor? - ela pegou uma prancheta ali do lado para conferir o prontuário dela - Senhorita Maria Fernández...

— Minhas costas, minha cabeça dói... - começou a chorar - O que aconteceu comigo, por que vim parar aqui? - estava assustada e queria ir embora dali.

— Calma Maria! - Laura tentava acalma-la - Você desmaiou mas o seu tio Hernesto foi quem te trouxe para cá, tem que se cuidar, você está muito fraca e desidratada... não está se alimentando bem.

— Eu ando sem fome... - desconversou dando qualquer desculpa, ela não podia falar a verdade sobre o que sofria na casa dos tios ou morreria como Ana mesmo havia ameaçado, não tinha para onde ir então o melhor seria continuar mentindo para o seu próprio bem.

— Mas tem que comer, menina ou vai piorar. - a mulher puxava a orelha mas estava sendo sincera.

— Eu já posso ir embora?

— Acredito que amanhã cedo você poderá ir mas o doutor Daniel vai falar primeiro com os seus responsáveis.

Na mesma hora Maria sentiu o corpo todo se arrepiar. Voltar para a casa com os tios era a ultima coisa no mundo que era desejaria fazer, já tinha sofrido muito e sido humilhada de todas as formas muitas vezes ficando até dias sem comer ou dormir direito e desde que a justiça a tirou de Heriberto, a sua vida ficou assim, terrível e dolorosa como um verdadeiro inferno.

— Eu não quero voltar pra casa doutora por favor! - ela chorava desesperada segurando o braço da enfermeira que se sentou ao lado dela na cama - Eu não posso voltar com eles eu vou acabar morrendo, não aguento mais! minha tia é má e só me quer o mal, ela me separou do Heriberto.

— Isso é muito grave Maria! O que de tão ruim a sua tia faz para que você não queira voltar para casa com ela? - Laura se preocupou e secou com um lencinho as lágrimas da menina, ela podia sentir nas palavras de Maria todo o medo e o pavor que ela tinha mas estaria ali ao lado dela para o que precisasse.

— Promete que não vai contar nada pra ninguém? - Maria olhou a enfermeira e sentiu confiança nela, precisava desabafar ou morreria com todo o seu sofrimento sufocado no peito.

— Confie em mim... - Laura pediu segurando a mão dela com carinho - Me conte o que está acontecendo e eu vou te ajudar.

— Obrigada... - sorriu fraco e começou a falar - Minha mãe morreu tem algum tempo e [...] - contou tudo até o momento em que estava ali.

— Meu Deus menina! Então esse homem com quem você morava perdeu a causa para os seus tios e desde então, eles te mantem trancada como uma empregada em casa sem comer ou... - a enfermeira tremia nervosa, aquela história era asquerosa demais para ficar impune.

— Sim... mas por favor não conte pra ninguém eu te imploro! ou ela vai me matar como prometeu! Vai acabar comigo!

— Calma, calma! - a abraçou forte a vendo chorar - Isso não vai acontecer eu prometo. Você não sabe onde pode estar ele, o Heriberto? o que ele é seu? - Laura a olhou com cuidado e decidiu que sim, faria alguma coisa ainda que ela fosse contra.

— Eu não sei... desde que ele foi preso por causa da bruxa da minha tia naquela audiência, eu nunca mais vi. Depois ela me contou que ele saiu da prisão porque passou no jornal, mas eu não sei se é verdade, eu não acredito em nada do que ela fala. - Maria suspirou triste com o coração apertado - Mas ele é o meu amor, Heriberto é tudo o que eu tinha depois que a minha mãe foi embora, doutora. A gente ficou junto pouco tempo porque ele tinha medo do que iam pensar de nós dois, eu tenho dezessete anos e ele tem quarenta e dois.

— Maria, eu não sei nem o que dizer... - a enfermeira disse ficando em pé ao lado dela - Mas você pelo menos lembra o número do telefone dele, sabe onde trabalha? eu quero te ajudar, isso não pode ficar assim, eu te prometo!

— Você faria isso por mim? - ela sorriu se ajeitando na cama e sentindo uma dor abaixo do ventre - Ai!

— Claro! calma, sente dor? - a olhou a ajudando a se acomodar com o travesseiro.

— Sim, aqui em baixo! - gemeu e Laura se afastou indo até a porta.

— Eu vou chamar um médico! - saiu a deixando Maria ali perdida em pensamentos.

Horas depois...

Hernesto e Ana depois da longa conversa que tiveram com o doutor Daniel Salgado, precisaram seguir para uma delegacia acompanhados por ele e por alguns policiais. A conversa que tiveram não foi nada boa e por vezes Ana se descontrolou demonstrando a sua raiva por estar ali. Ela não era uma mulher má mas tinha a sua ambição e de algum tempo para cá estava mudando para pior, como o marido dela mesmo disse. Daniel ficou perplexo com o que ouviu dela, em sua carreira como médico ele estava acostumado a ouvir historias de todo o tipo mais nada ali se comparava com o que agora ele sabia que aquela menina, a sua paciente estava passando.

— Me desculpem mas eu não pude evitar, tive que chamar a policia pois isso é crime e é inadmissível!

— Você é médico, não tem que se meter na vida de ninguém! - Ana gritava enquanto eles entravam na sala do delegado, o juiz também foi comunicado e a situação só ficaria pior para ela.

— Eu te disse Ana, eu não queria isso pra ninguém! - Hernesto falava quando o delegado chegou de volta a sala depois de analisar a acusação.

— Maus tratos, carcere privado, agressão física e psicológica... - o delegado dizia olhando todos ali - É assim que os senhores cuidam de uma menor, da própria sobrinha?

— A culpa é dela doutor! - Hernesto gritou em pânico.

— Acalme-se, porque pelas informações que chegaram até aqui, o senhor é cúmplice nesses crimes com a sua mulher!

— É mentira! A Mariazinha é tudo pra mim! - Ana dizia - É minha sobrinha e eu praticamente criei aquela menina!

Nesse momento a porta da sala da delegacia se abriu e todos inclusive o médico que atendeu Maria e que fez a denuncia, se virou para olhar a pessoa que ali entrava com fogo nos olhos e a alma ferida.

— Acabou para vocês, dona Ana! De agora em diante ninguém mais toca em um só fio de cabelo de Maria para fazer mal a ela, eu já sei de tudo e trouxe testemunha...

— Espera aí, quem é o senhor? - Perguntou o delegado confuso se levantando da cadeira.

— Meu nome é Heriberto Rios Bernal...

— Espera aí rapaz! A minha delegacia virou circo agora? - o delegado olhava Heriberto com uma cara nada boa. Ele sabia que precisaria de testemunhas para comprovar o ocorrido com Maria mas aquele homem não podia simplesmente entrar assim em seu local de trabalho sem ser anunciado.

Heriberto o olhou e encarou fortemente todos ali e quando seus olhos castanhos pararam sobre aquela mulher, ele quis com todas as suas forças matá-la para que a mesma não pudesse mais fazer nenhuma maldade contra a sua menina. Suspirou fundo recuperando o ar que faltou, se colocou de frente para o delegado e depois lhe pediu desculpas de forma um pouco mais calma do que segundos atrás.

— Perdão senhor delegado mas eu não me contive quando ouvi todos esses absurdos! - ele se sentou em uma cadeira perto da porta e continuou a falar - Essa mulher que se diz a única família de Maria, é uma bandida! Uma infeliz!!!

— Cala a boca seu velho porco! Abusador de menores! - Ana rebateu indo com tudo para bater nele mas Hernesto a agarrou pelo braço antes que as coisas se tornassem ainda piores para ela.

— Ordem!! - o delegado bateu a mão na mesa - Eu quero entender o que está acontecendo mas se continuarem assim, vou ser obrigado a mandar todos vocês pro xadrez! - ele fez uma pausa e se sentou novamente - Tem testemunha senhor Heriberto? Pois bem, que entre, então! Vamos acabar logo com isso!

Nesse momento todos que estavam ali se viraram em direção da porta à espera da pessoa que seria a resposta e o ponto final de todo o sofrimento que rondava a vida de Maria e Heriberto. O médico que cuidou dela no hospital já sabia de quem se tratava então apenas suspirou aliviado ao ver a sua enfermeira adentrar aquela sala. Laura não podia ouvir todo aquele horror da boca de Maria e simplesmente permanecer calada, não é correto expor a vida de seus pacientes mas no momento em que esteve com a garota e que via ela sofrer, a enfermeira decidiu arriscar tudo inclusive a sua carreira para salvar mais uma vida e assim ela continuaria fazendo pelo resto da vida como jurou que faria no dia em que se formou na faculdade.

— Laura! - o doutor Daniel se levantou e a abraçou com carinho, era difícil para ela estar ali mas era preciso então ele a ajudou a se sentar em frente à mesa do delegado e ficou ao lado dela o tempo todo, passando força, coragem e apoio como sempre fez durante todos esses anos que trabalha com ela no hospital.

— Boa noite delegado Ramirez! - Laura cumprimentou e em seguida olhou Heriberto que fez um sinal agradecendo por ela estar ali.

Ana se moveu na cadeira e olhou o marido que não tinha mais nenhuma expressão pois estava decepcionado, estar em uma delegacia com problemas na justiça era a última coisa que ele imaginava passar na vida e por isso em seus pensamentos Hernesto tomava uma decisão de uma vez por todas, mas falaria sobre isso com a esposa em outra hora.

— Boa noite senhora?

— Laura Victoria Rivez. - ela completou e o delegado prosseguiu com seu trabalho finalmente.

— Bom, como a senhora já deve saber eu recebi uma denúncia de mais tratos, cárcere privado e violência contra uma menor, Maria Fernandez Acuña... e os senhores aqui presentes, dona Ana Fernandez e Hernesto de Paiva são os agressores... pois bem. De que forma a senhora pode testemunhar nesse caso? - fez um sinal e o escrivão se posicionou para coletar o depoimento.

— Infelizmente todas essas acusações são verdadeiras doutor! - Laura segurou firme na mão de Daniel para começar a falar tudo o que sabia - E eu posso afirmar isso porque a Maria mesmo me contou e depois o senhor pode ir até o hospital falar com ela para confirmar. Ela não queria que eu contasse o que aconteceu mas eu simplesmente não podia ouvir todos aqueles absurdos sem fazer nada para ajudar, pra tirar um pouco dessa dor que ela sente e... Heriberto, o tempo todo em que eu estive com ela, ela perguntava por você!

Ela o olhou e uma lágrima escorreu dos olhos de Heriberto que sorria feliz com aquela declaração e se sentia mais aliviado pois Maria nunca se esqueceu dele assim como ele nunca a tirou da cabeça e nem do coração. E por isso eles se amavam, se pertenciam um ao outro.

— Prossiga, senhora Rivez. O que exatamente a menor Maria Fernandez te contou? - perguntou o delegado interessado em tudo aquilo.

— Bom, tudo o que eu sei é que os tios dela - olhou para os dois que estavam ali calados - Obrigavam a menina a trabalhar em casa como empregada em troca de oferecerem a ela comida e moradia. A Maria até onde me contou, não tem mais ninguem da familia além da dona Ana e do seu Hernesto e por isso ela não podia protestar já que a justiça a entregou a eles por justamente serem parentes de sangue... mas a verdade é que ela sempre quis estar de volta com o senhor Heriberto, morava com ele e a mãe dela em um apartamento e depois que a mãe faleceu, a Maria continuou com ele.

— Isso procede senhor Heriberto Rios?

— Sim delegado. A mãe da Maria trabalhava pra mim durante anos desde que a menina era criança e elas sempre foram como parte da minha familia já que vivo sozinho e não tive filhos... - Heriberto suspirou secando suas lágrimas -  Depois quando a Marina morreu, a Maria ficou comigo porque a mãe dela mesma me pediu, as duas não tinham onde morar e eu as acolhi em minha casa quando foram despejadas de onde moravam.

Ana ao ouvir aquilo sentiu raiva, ódio por si mesma e pela irmã que sabia onde ela estava e mesmo assim procurou por ajuda de um estranho, ela não podia acolher Marina e a sobrinha em sua casa mas era a sua única familia e por isso se sentia ressentida, não era a melhor pessoa e nem a melhor irmã do mundo para Marina pois ela mesma reconhecia isso, mas o fato de ser descartada a magoava muito e talvez por isso tinha em seu coração um rancor imenso e uma revvolta que uma hora ou outra descontava ou no marido Hernesto que era o seu capacho, ou em Maria, que nada tinha a ver com a distancia entre a mãe e a tia.

— Desgraçado!!! - Ana gritava avançando em cima de Heriberto e o enchendo de tapas - Nada disso estaria acontecendo se você não bancase o bom samaritano pra elas! eram a minha única familia e você roubou só pra ficar com a Maria e fazer o que quisesse com ela!! - bateu mais e Heriberto a agarrou pelo braço enquanto sentia aquelas duras palavras entrando em seu peito como um punhal, nada daquilo era verdade.

— É mentira! A senhora nunca esteve com elas! nunca ligou e só tinha contato com Marina porque ela sentia falta e te procurava e a senhora fazia o que? pedia dinheiro, que eu dava por minha conta sem descontar um só centavo do salário dela.

— Dona Ana se acalme! - o delegado se alterou e um policial a tirou de perto de Heriberto mas ela continuava falando com ódio.

— Mentiroso! confessa que você abusava da minha sobrinha!! seu porco indecente! não acredite em nada do que esse imundo diz, delegado!

— Já chega! eu não vou ficar aqui vendo a minha delegacia se tranformar em um campo de batalha!!  - O delegado gritou com ela e Heriberto baixou a cabeça em seu canto sofrendo, ele não aguentava mais aquilo e só queria sair dali e estar com Maria, nada mais era tão importante para ele nada vida do que ela agora.

— Policiais por favor, tirem essa senhora daqui, levem para fora, ela precisa se controlar ou será presa agora mesmo! - Mandou e os policias a tiraram dali, Hernesto também ia sair mas Ramirez não deixou pois os depoimentos estavam apenas começando e muita coisa precisaria ser feita e assim, as horas se arrastaram.

A enfermeira Laura e o médico Daniel disseram a policia tudo o que sabiam e todas as suspeitas que ele como profissional atento em seu trabalho teve quando atendeu Maria e viu a situação critica dela além das marcas roxas que ela tinha nos braços e em algumas outras partes do corpo. Heriberto também falou tudo o que precisava dizer e manifestou o seu desejo de permanecer com Maria e cuidar dela, depois Hernesto desabafou confirmando por fim todo o ocorrido, ele seria indiciado por cumplice e Ana finalmente presa por diversos crimes depois que o delegado fosse ao hospital conversar com Maria para tomar a decisão final de uma vez por todas.

Os depoimentos acabaram e todos foram dispensados menos os acusados que precisariam permanecer ali na delegacia. Heriberto se levantou da cadeira esticando o corpo cansado e sem dizer mais nada saia dali quando foi alcançado pelo doutor Daniel ainda no corredor. Então ele parou e olhou o médico que lhe deu um abraço e disse que tinha um assunto importante e delicado a tratar.

— Heriberto! - Daniel tocou o ombro dele - Eu admiro a sua força e a sua vontade em ajudar alguém assim e agora eu sei e entendo o porque aquela jovem chama o seu nome... por isso saiba que tem todo o meu apoio se quiser recorrer por ela na justiça, a causa será ganha.

— Obrigado doutor! Maria é tudo pra mim, eu praticamente fui como um pai que ela não teve a vida toda e por ela eu sou capaz de tudo! Onde ela está?

—Calma, ela está no hospital municipal sobre os nossos cuidados. Chegou debilitada mas agora está melhorando e a Laura conversou bastante com ela, assim como eu. Mas tem uma coisa que você precisa saber se quer que ela volte para casa.

— O que? o que a minha menina tem doutor? - Heriberto arregalou os olhos com medo.

— A Maria não está mais sozinha nesse mundo, eu não disse nada a ela ainda porque estava muito abalada e isso pooderia piorar a situação em que estava quando chegou ao hospital, não é nada grave...

— Fala doutor, pelo amor de Deus!

— Ela está gravida, Heriberto, está com sete semanas de gestação!


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Notas finais do capítulo

Continua...



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