A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 7
Capitulo 7




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Enquanto isso Osvaldo andava pela casa destruindo tudo o que via pela frente. Ele nunca poderia cogitar a hipótese de que em algum momento de sua vida seria capaz de chegar aquele ponto extremo de raiva, ódio e rancor. Tudo o que fez em seu casamento com Victoria foi por amor, ele a tirou da lama e a ajudou a se reerguer quando não tinha nada além da roupa do corpo, a cuidou e foi um marido fiel até o miserável dia em que não aguentou resistir e se entregou nos braços e encantos de outra somente para se satisfazer e ter algo que a esposa há muito tempo não o dava, Victoria só queria saber de trabalhar e subir na carreira, não se importava mais com ele então tudo aconteceu. Ela não é a única culpada e disso ele sabia, porém apesar de tudo e de todas as suas tentativas de se redimir e reerguer as rachaduras do amor e da família, nada parecia mais importar para a rainha da moda e muito menos fazer qualquer sentido.

Onde fica tudo o que viveram juntos? Os filhos e tudo o que conquistaram? Osvaldo não conseguia mais assimilar ou entender, apenas queria acabar com tudo e deixar Victoria Sandoval na rua da amargura. Ela e Heriberto iriam pagar por tudo o que estavam o fazendo passar, por cada humilhação e tentativa frustada.

— Maldito! Maldito doutor! - ele gritou subindo as escadas depois de jogar tudo o que existia de mais valioso da sala de casa no chão. — Eu vou te destruir Victoria! - e assim foi ao quarto dela.

Assim que entrou ali, a primeira coisa que Osvaldo pensou em fazer era por fim em tudo o que ela mais amava, começaria pelas roupas e tecidos, sabia o quanto Victoria dava valor a suas coisas, a decoração do quarto, as molduras de arte, tudo aquilo que transmitia a presença daquela mulher iria se tornar um nada. Depois ele atacaria a empresa dela, a afastaria dos filhos e por último e não menos importante pensaria em como acabar com a relação sem nenhum fundamento com aquele homem que a roubara dele. Victoria era o seu único bem, a única razão pela qual ele ainda estava ali verdadeiramente naquela casa praticamente vazia, em breve seriam apenas os dois pois Max iria se casar e Fernanda refazer a vida com Cruz mas se nem essa oportunidade seria possível ter para recomeçar ao lado de quem amava, Osvaldo então estava mais do que decidido em se tornar o pesadelo de todos daquela família até conseguir tudo e arruinar a paz de quem ama. Para ele qualquer coisa era válida naquele instante, qualquer coisa que fizesse Victoria sofrer e voltar atrás arrependida era o bastante para que pudesse ser feliz.

— Sabe todas essas coisas aqui Victoria? Acabou! Nada do que possui ou que comprei pra você voltará a fazer parte da sua vida. Nada! Perderá tudo! Inclusive a sua tão amada casa de modas!

Com ódio no olhar, ele colocava todas as roupas dela em malas depois de passar a tesoura em cada uma. Cada tecido e cada fio de seda e de algodão até as peças mais sofisticadas e até mesmo desenhadas por ela própria, iam se transformando em pedaços de retalhos sem nenhum valor. Não sobrou nada ali naquele quarto que antes era cheio de capricho, cuidado e bom gosto de uma pessoa tão especial e maravilhosa como ela mas seria apenas o começo, o início de um abismo sem fim que segundo Osvaldo Rios, era por culpa dela mesma e de suas infelizes escolhas.

Max estava no escritório na parte externa da mansão distraído ao telefone com Maria e os filhos em uma chamada de vídeo e por isso não viu nenhuma das atrocidades que o pai estava sendo capaz de fazer. Maria se entristeceu quando ficou sabendo de tudo, da discussão e do que a mãe teve que enfrentar passando por cima até dela mesma para ter a felicidade ao lado de quem ama depois de tanto tempo sofrendo sozinha e carregando um peso que não era somente dela por vinte longos anos nas costas.

Felizmente e ao contrário da irmã, ela era madura o suficiente para entender e desejar o melhor a Victoria e esse melhor seria apoiá-la em cada uma de suas decisões. Ela não quis falar sobre o que achava daquilo tudo para Max, porque o mais sensato primeiro era procurar a mãe e conversar com ela. Maria sabia que ela precisava conversar e desabafar suas angústias pois pelo pouco que já a conhecia, podia saber claramente que nada é simples e objetivo tanto assim para a rainha Sandoval e por isso assim que tivesse algum tempo livre, Maria procuraria sua mãe e a mostraria que estava ao seu lado para que ela pudesse seguir em frente da forma que desejasse ao lado de Heriberto. Alguém precisava ter os pés no chão e ser realista, então ninguém melhor que ela mesma para retribuir a Victoria todo o amor e paciência que sempre teve até as duas finalmente se acertarem.

(...)

Minutos depois, Max olhou para a porta do escritório e percebeu que a casa estava silenciosa demais para o agito que geralmente sempre teve. Nunca houve um só momento em que a família estivesse silenciosa demais mesmo quando os pais trabalhavam muito e quase não paravam em casa, sempre havia ali uma conversa, uma alegria, um abraço ou um afago para quem estivesse necessitado mas agora, tudo estava diferente e mudando. Ele não sabia se para melhor ou para pior, o clima estava pesado.

— Onde vai com essas malas? Vai viajar? - olhou Osvaldo descer as escadas rapidamente, a expressão do rosto não era nada boa, o que fez o jovem rapaz inteiro se arrepiar.

— Não meu filho, dessa vez não sou eu quem vai viajar mas sim a sua mãe.

— O que? - Max não entendia nada até que finalmente olhou em volta e percebeu as coisas e os vasos de louça cara espatifados no chão. Como ele não ouviu todo aquele barulho? Não sabia porém estava perplexo.

— A partir de hoje Victoria Sandoval não pisa mais aqui! Acabou! Agora sim ela conseguiu acabar com tudo!

— Que história é essa pai? Como assim a mamãe não pisa mais aqui? - Max o olhou sem crer no que estava vendo. A vida toda viveram ali naquela casa e nunca passaram por um momento complicado desses mesmo quando os dias e o clima não era dos melhores.

Viver com Victoria Sandoval em pé de guerra com certeza seria uma tarefa muito difícil, mas viver sem ela e sem a sua força como mãe e pilar daquela família seria pior ainda, e isso ele nem queria ou gostava de imaginar. Aquela mulher linda e forte cheia de graça e de encantos não era de fato a sua mãe, mas o criou e o deu amor como se fosse e por isso, Max decidiu que não permitiria que mais aquela desgraça pudesse acontecer. Ele viu Osvaldo puxar as malas até a porta da casa, mas antes que o visse jogar tudo para fora dali e por fogo, enfrentou a fúria do pai e o empurrou por impulso, fazendo o homem perder um pouco do equilíbrio e quase cair sentado no chão daquela sala.

Os olhos dos dois imprimiam naquele minuto um mar de sentimentos, tanta dor e perplexidade que nenhum deles mesmo com tanto pesar naquele dia, poderia dizer ou expressar algo mais que ações realizadas sem pensar. Era difícil se contrapor a alguém daquela forma, mas Max entendeu que pelo menos uma vez deveria ser racional e intervir em tudo aquilo que estava acontecendo.

— Pai, você não pode fazer isso! Não pode colocar a mamãe para fora de casa assim, tem que entender que apesar do que ela fez e escolheu as coisas não são dessa forma! – segurou no braço dele e Osvaldo voltou a firmar as pernas no chão.

— O que é agora Max? O que pensa que está fazendo? Sai da minha frente, não tenho mais tempo algum a perder. Isso é o que aquela ingrata merece! Fiz tanto por ela esses anos todos e olha aí! – gesticulou transtornado.

— Eu só quero impedir que as coisas sejam piores pra você pai! Ou acha que ela vai voltar correndo para os seus braços se fizer o que eu sei que está pensando em fazer? Pare e pense...

— Eu errei Max. Errei muito com sua mãe e se eu soubesse que um dia isso poderia acontecer, juro que nunca teria feito o que fiz. – Osvaldo suspirou e deixou as malas ali em um canto, Max tocou-lhe nos ombros e o levou para se sentar no sofá do ambiente em destroços pelo chão.

— Você errou feio mesmo. Não entendo como teve coragem de se deitar com outra mulher se ainda diz amar minha mãe. Um homem de verdade não machuca quem ama. – o olhou com firmeza e atenção — Descobri isso quando Maria me mostrou o que é realmente o amor.

— Eu sei, mas agora ela nunca vai me perdoar. Victoria fez sua escolha e quer ficar com aquele maldito doutor! Como não percebi as reais intenções daquele homem, meu filho? Como fui cego achando que ele só queria nos ajudar?

Max apenas o olhou transbordar-se em uma profunda tristeza. Tinham ali muitas perguntas para solução alguma, então só bastava mesmo sentar e esperar até que pelo menos Victoria Sandoval retornasse para casa ou desse enfim qualquer sinal de vida.

(...)

Fernanda chegou à casa de Cruz tarde da noite, porque quando saiu da casa dos pais ela rodou e rodou pela cidade com o carro sem rumo, tentando esquecer todo o horror e o pesadelo que estava vivendo, porém ela não teve tanto êxito assim.

O rapaz de origem mais simples morava em uma pequena vila distante das mansões e condomínios luxuosos que faziam parte da realidade daquela menina. O portão tinha a tranca aberta e os vizinhos conversavam e tocavam alguma música entre uma roda de amigos ou outra, quando alguém gentilmente a avisou que ele não estava em casa, mas que logo chegaria.

Minutos eternos passaram até que o relógio marcou onze horas e da esquina Fernanda o viu apressar os passos assim que os seus olhos castanhos se encontraram com os dele. Cruz a tirou da prisão que ela mantinha consigo mesma, tirou dela a rebeldia e a fez enxergar tudo de uma forma diferente e mais real, então quem sabe também não seria ele a fazê-la entender sua vida e a autonomia que a mãe tem sobre a própria vida?

— Meu amor, o que faz aqui essa hora? Por que não está com a sua mãe? Você disse que passaria o fim de semana com ela já que mal tem tempo para estarem juntas... – ele a abraçou com amor e a ajudou a entrar em casa.

Fernanda não estava bem e isso significava que apesar de já ter amadurecido bastante ela ainda precisava melhorar e tinha muito que aprender, afinal, é humana. Quando entraram, a primeira coisa que Cruz fez depois de guardar suas coisas foi servir uma água a ela e se sentar ali de frente a ela para saber o que tanto a afligia. Não foi uma conversa fácil como era de se esperar, Fernanda contou tudo e principalmente a decisão que a mãe tomou sem se importar com nada ou ninguém e aquilo era terrível demais para ser aceito de forma pacifica.

— Eu não tenho mais mãe, Cruz! Acabou. Ela destruiu tudo, a nossa família para ficar com um homem qualquer! Eu dizia a meu pai sobre os olhares que os dois trocavam durante as minhas consultas... As terapias... O tempo todo! Mas ele não acreditou em mim.

— Calma Fer! – Cruz a trouxe para perto e a abraçou forte — A sua mãe não está destruindo nada, você nunca parou para pensar no quanto ela também deve estar sofrendo nesse momento e o quanto ela já sofreu na vida?

— Ela era feliz ao lado do meu pai. Eles se amavam a vida toda! Como pode acabar assim? Como ela pode se apaixonar por outro tão rápido?

Ele sorriu. A verdade estava estampada para que todos pudessem ver, mas apenas ela não via ou não queria enxergar. O amor cega as pessoas e também faz despertar para o que de fato vale a pena viver nessa vida.

— Me diga você, Fernanda. É possível se apaixonar tão rápido por alguém? Olhe para si mesma, para as lutas que passou até chegar até aqui e então entenderá pelo menos um terço das razões que levaram a dona Victoria a escolher a verdadeira felicidade. Você não acha que seu pai errou e que a sua mãe merece ser feliz?

— Cruz, eu...

— Pensa meu amor. Se coloque no lugar dela um minuto e vai perceber que ao invés de defender a sua família, você está contribuindo para que todos sejam infelizes, está sendo cruel e egoísta.

Fernanda suspirou, estava sem palavras...

Longe dali...

Heriberto fazia uma massagem nas costas de Victoria para aliviar um pouco do cansaço e da tensão diante do que ela estava sentindo. Depois de se amarem mais uma vez e de fazê-la sentir-se desejada, ele agora dava atenção mais uma vez a tudo o que ela gostaria de dizer. A pele quente e nua na cama, a cabeça deitada no travesseiro de pena de ganso, os cabelos soltos no lençol. Victoria era tão perfeita trabalhando com sua pose de rainha quanto amando e se deixando ser amada em um momento simples de amor e de uma boa companhia.

Ele apertava com cuidado os dedos nas costas e distraída Victoria sorria ali, juntos faziam planos até de um casamento em que Heriberto mesmo fazia questão em que ela entrasse na igreja de véu e grinalda.

— Acha mesmo que eu ficaria bem de noiva nessa idade? – riu, esticando a cabeça para olhar nos olhos dele, ela amava esse contato, era como se precisasse disso para ter certeza de que não estava sonhando.

— Quer a minha humilde e sincera opinião, Victoria? – Heriberto sorriu passando as mãos mais para baixo, indo em direção ao bumbum dela.

— Uhum, quero. – gemeu quando o sentiu tocar aquela parte, estava ficando excitada com todas aquelas caricias.

— Casa comigo então! Vem pra cá ficar do meu lado, acordar nos meus braços todos os dias... De verdade. O que me diz Victoria?

— Casar, assim...? – ela se sentou depressa na cama e o olhou.

— Sim. – Heriberto a beijou pela mão, queria muito estar junto assim para sempre.

Os olhos se encheram de lágrimas, mas ela perdeu as palavras, tudo estava indo tão de repente em suas vidas...


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Notas finais do capítulo

Continua...



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