A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly
Horas mais tarde Victoria estava na casa de modas sentada na cadeira de sua sala com as mãos na cabeça depois de uma reunião importante. Em sua frente estava a amiga, aquela que confiava e que contava tudo, Antonieta a ouvia falar e a dava apoio, nunca a deixaria sozinha na vida.
— Está bem claro que você o ama, Victoria. Eu vejo bem aqui nos seus olhos que estão brilhando nesse momento amiga!
— Ai Antonieta, eu não sei, eu nunca senti tanto prazer, tanta coisa por alguém como senti ontem enquanto ele me tocava. - Victoria contava a ela com o rosto vermelho de vergonha mas só de pensar, ficava acesa de novo.
— Isso é maravilhoso! A gente sente essas coisas por quem a gente ama, Victoria. Aquele frio na barriga, aquele fogo lá embaixo! - Antonieta riu alto e Victoria bateu no braço dela rindo ainda mais.
— Quase peguei fogo. - confessou arrepiada se lembrando de Heriberto — Ele é descomunal, mexe muito comigo, não sei explicar.
— Então fica com ele sua boba! Se joga Victoria, vai ser feliz e aproveita esse homem maravilhoso que a vida colocou no seu caminho! Você merece tudo de bom que está vivendo com ele, acredite. - Antonieta andou pela sala animada gesticulando para ela.
— Eu não sei. - Victoria bebeu a água que estava ali em sua mesa — Não quero sofrer e não quero que a minha família sofra... Heriberto disse que me quer, Antonieta. Quer que eu seja o amor dele... mas eu não sei.
— Como não sabe? Ficou maluca? Quer prova maior que essa de que você está apaixonada e também o quer? Se vê de longe que vocês dois se desejam amiga, larga de ser boba, seus filhos já cresceram e estão fazendo a vida deles mas e você? Vai viver infeliz pensando neles e se esquecendo de você mesma?
Antonieta falava a verdade, e a Sandoval sabia disso, só não queria mesmo admitir.
(...)
— Bom dia papai! - Fernanda se aproximou de Osvaldo na mesa da cozinha, ele estava com uma cara de poucos amigos.
— Bom dia filhota. - a respondeu dando um beijo nela sem ânimo algum.
— O que foi? Tá tudo bem? Cadê a mamãe, já foi trabalhar? - ela se sentou para tomar o café mas prestava atenção nele, não gostava de ver o pai triste. Osvaldo era tudo para ela.
— Sua mãe não dormiu em casa essa noite minha filha. - a olhou comendo uma torrada. Sabia que Fernanda queria vê-los juntos e por isso contaria com ela para se reaproximar de Victoria.
— O que? Como assim? A mamãe nem sai mais de casa ultimamente papai!
— Mas saiu Fer, e desligou o celular. Acho que deve estar ocupada com o... - parou de falar, lembrar de Heriberto o fazia se sentir enjoado e com raiva.
— Papai o que está pensando? - Fer se alarmou entendendo a frase dele — Acha que a mamãe pode estar mesmo se interessando pelo doutor Rios Bernal?
Ele bufou.
— Basta olhar o modo em que ele a olha, minha filha! Mas eu não vou permitir! Victoria é minha o meu amor... mas pra ter sua mãe de volta eu vou precisar da sua ajuda e do seu irmão. Posso contar com vocês? - Osvaldo pegou a mão dela sorrindo.
— Claro né pai! Vou falar com Max e juntos vamos ter a nossa família de volta, você vai ver. Quero muito que você e a mamãe sejam felizes, o que passou, passou. Vira-se a página.
Fernanda olhou o pai com amor e estava confiante de que tudo estaria certo novamente e juntos seriam felizes, afinal eram uma família e isso, esse laço ninguém nem mesmo Heriberto poderia desfazer.
Mais tarde por volta do horário do almoço, Fernanda chegava no apartamento da irmã Maria. Ela sabia que Max estaria ali e precisava conversar com ele o quanto antes para juntos resolverem ou dar um empurrãozinho na relação dos pais. Entrou e foi recebida pelo irmão que a abraçou forte quando a viu. Os dois sempre foram muito unidos desde criança e ele sempre a protegeu querendo sempre a ver feliz.
— Maninha, que surpresa! Não esperava você por aqui! - ele a beijou e a chamou para entrar, Maria estava dando de mamar para João Paulo quando ela chegou.
— Você mal aparece em casa né Max. Mas eu vim aqui na verdade pedir a sua ajuda. - ela o olhou seria.
Max se sentou no sofá preocupado, algo nas palavras dela mostravam a ele que o assunto era mesmo importante e por isso ele suspirou.
— O que aconteceu Fernanda? Algum problema com Cruz? Ele te fez algo mal? Sabe que parto a cara dele mesmo que sejamos amigos, não permitirei que façam mal a você.
— Não Max, não! Tá tudo bem, estou feliz com Cruz, nós nos amamos... vim falar da mamãe e do papai.
Fernanda segurou o braço dele o acalmando, a família para ele também era o mais importante assim como o bem estar de todos acima de qualquer coisa.
— Parece que não tem mais volta. Nosso pai está arrependido mas mesmo assim a mamãe não quer aceitar e reatar o casamento com ele. Conversamos ontem a noite, ele estava até bebendo, coisa que ele não faz há muito tempo.
— Eu sei. - Fernanda o olhou triste — Nosso pai não está bem, estava sozinho na mesa esta manhã e a mamãe não dormiu em casa. Ela nunca dormiu fora de casa antes Max, nossa mãe está mudada e fazendo coisas que nunca fez depois que descobriu esse maldito câncer. - chorou, tinha medo de perder Victoria para sempre.
— Calma Fer, ela vai vencer essa doença você vai ver. - a abraçou com carinho e beijou os cabelos dela — Mas como assim ela não dormiu em casa? Tentou ligar? - se preocupou.
— Papai acha que ela está com o doutor Rios Bernal, acha que ela pode estar mesmo interessada nele e é por isso que eu estou aqui. Temos que fazer alguma coisa, é a nossa família que está em risco, papai nos pediu ajuda para reconquistar a Sandoval.
— Você sabe que não vai ser fácil né Fernanda? Victoria Sandoval é teimosa e quando não quer alguma coisa não há quem a faça mudar de ideia. - ele tinha razão mas para ver os pais juntos e felizes, faria tudo.
— Eu sabia que podia contar com você meu irmão mais lindo! - Fernanda riu o abraçando com amor.
Maria que estava no quarto e ouviu as risadas, logo veio a sala para falar com os dois, ela sentia falta da irmã e a amava muito, a abraçou e ficou ali conversando com eles, Max achou melhor não contar essa proposta para Maria ainda porque sabia muito bem que ela não estaria de acordo. Fernanda o olhou e piscou para ele, era a hora de ser feliz novamente.
(...)
Victoria trabalhou o resto da tarde tentando organizar as modelos para o próximo catálogo da coleção. Pepino falava sem parar todo animado para ela sobre as ideias que ele tinha em mente para fazer o desfile brilhar além das galáxias mas parecia que nada a fazia parar de pensar em Heriberto e em tudo o que ela viveu com ele no dia anterior. Tanto Antonieta quanto Pepino compartilhavam da mesma ideia e da mesma certeza de que ela deveria pensar mais em si mesma e se dar a oportunidade de viver um novo amor com alguém que valia mesmo a pena correr todos os riscos, pois as recompensas seriam as mais maravilhosas possíveis. Os minutos passavam e ela de volta a sua sala, andava de um lado a outro com o celular na mão. Primeiro precisava voltar para casa e falar com Osvaldo, abrir o seu coração de uma vez por todas e acabar com todas as suas dúvidas mas a vontade de ouvir outra vez a voz de Heriberto dizendo que a deseja era ainda maior. Assim, Victoria se sentou rapidamente em sua cadeira e fez a ligação.
— Oi, te atrapalho? - ela sorriu quando ele atendeu.
— Oi Vicky, nunca me atrapalha... - sorriu indo do corredor do hospital para o seu consultório, acabava de realizar um procedimento cirúrgico.
— Queria ouvir a sua voz, conversar... estou indo para casa agora, está na hora de falar com a minha família e eu simplesmente não sei como agir, como falar, Heriberto.
— Calma, se acalma. - ele entrou e fechou a porta da sala, se sentou e ficou atento ao que ela iria dizer. Se Victoria estava com medo era porque então o seu coração já tinha uma resposta e essa conclusão o fez se inquietar de uma hora para outra.
— Podemos nos ver mais tarde? - ela suspirou tensa, já estava quase chorando e precisava olhar nos olhos dele. Heriberto a transmitia paz, tranquilidade e confiança, era muito importante para ela.
— Claro, te pego em casa pode ser?
— Não melhor não... Osvaldo está lá com certeza. Eu vou ao seu apartamento assim que me encontrar com ele e com meus filhos. - uma lágrima caiu mas ela não queria demonstrar a sua fraqueza.
Heriberto concordou e se despediu carinhoso, queria muito estar perto dela nesse momento e imaginar que ela estava se sentindo fraca o deixava cheio de tristeza.
A ligação foi encerrada e Victoria chamou Antonieta para conversar mais uma vez para ter certeza se deveria arriscar mesmo. Ela parecia uma menina acuada cheia de incertezas e medos mas o seu interior gritava um nome e era por ele que ela iria lutar.
(...)
Tempos depois, Osvaldo chegava do trabalho e não ver Victoria em casa quase o fez perder a cabeça e explodir. Ele tentou ligar para ela mas não atendia, até quis ir a casa de modas mas antes pensou com o resto de sua sanidade e viu que a essa altura um escândalo naquele prédio rodeado por paparazzi não era uma boa ideia.
Então ele apenas decidiu esperar. Esperaria por Victoria Sandoval a vida toda se fosse preciso. Entrou no quarto e tomou banho, vestiu sua melhor roupa e quando desceu as escadas a viu entrar. Osvaldo quase infartou mas sentiu-se aliviado quando a analisou constatando que estava bem e que nada de ruim lhe havia acontecido, ele desceu os degraus com pressa e a tocou no braço a abraçando forte em seguida como se não a visse por longos anos.
— Você está bem Victoria? O que houve? Por que não atendeu o celular desde ontem e hoje o dia inteiro? Onde esteve? Onde dormiu?
— Osvaldo calma. Uma coisa de cada vez ou a minha cabeça vai explodir. - ela suspirou se soltando dos braços dele — Eu sei que deveria ter avisado que não dormiria em casa mas precisamos conversar. - o olhou firme se lembrando de Heriberto.
— Você sumiu! Nunca dorme fora, Victoria! Até pensei que o pior podia ter acontecido! - foi verdadeiro em suas palavras, andou com ela até o sofá da sala e sentaram-se ali um de frente para o outro, estavam sozinhos e ninguém os importunaria.
— Vira essa boca pra lá! - Victoria bateu com a mão na madeira da mesinha de centro — Eu vim até mais cedo para casa porque precisava conversar com você antes de qualquer coisa.
— Antes de que, Victoria?
— Calma, me deixa continuar Osvaldo, por favor. Passei o dia todo tentando encontrar forças para estar aqui nesse momento. - suspirou e continuou a falar olhando para ele — Eu vou ser direta porque já não aguento mais essa situação, sei que você quer reatar o nosso casamento mas eu não posso mais, não posso apagar o que você fez e seguir a vida me enganando.
— Victoria eu te amo, o que quer dizer? Quer que eu saia de casa? Eu não acredito! - se alterou levantando-se e ficando na frente dela, aquilo era terrível demais para ele.
— Eu estou apaixonada por outro homem! - disse de uma vez mesmo com medo da reação dele — Eu o amo na verdade! Amo muito!
— É aquele doutorzinho? Pelo amor de Deus Victoria, o que deu em você? O que aconteceu com seu pudor, com seus valores? - Osvaldo gritou com ódio, não podia crer naquilo.
— O nosso casamento há muito tempo já não estava bem, você não me ama Osvaldo e me traiu com aquela mulher bem mais jovem que eu! Não dá mais! Não dá! Vamos ser francos um com o outro, acabou faz tempo e até já estamos divorciados!
— Você é minha mulher Victoria! - segurou forte o braço dela mas depois soltou, nunca foi agressivo.
— Não sou mais, acho que nunca fui! - chorou sofrida e os filhos entraram pela porta.
— O que tá acontecendo aqui? - Fernanda se assusta quando chega e vê os pais aos gritos na casa.
— Sua mãe Fernanda! Ficou louca! Disse que ama aquele homem! Aquele doutorzinho filho da mãe! - Osvaldo olhou a filha e jogou duro contra Victoria, ele sabia que agora sim ela não teria outra saída a não ser esquecer toda a bobagem que estava dizendo.
— Como é que é mãe? É sério isso? Max foi até ela incrédulo como aquela declaração.
— Eu não pude evitar meu filho, eu me apaixonei, eu quero ser feliz! - foi sincera e já voltava a chorar com o corpo todo tremendo.
— Seja feliz com meu pai, mamãe! Vai destruir a nossa família por uma besteira, uma maluquice com aquele homem? - Fernanda perdeu o controle e Max a segurou.
Osvaldo apenas a continuou olhando, queria ver agora se ela teria a coragem de jogar tudo para o ar, uma vida inteira no ralo por causa de uma aventura com um homem interesseiro que não significava nada para ninguém.
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Continua...