A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 16
Capitulo 16




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— Olha, nessa vida eu já vi muita coisa brega, mas igual essa sua mulherzinha tá pra nascer outra! Que horror Heriberto, olha só essas roupas!

Marcela analisava cada peça de roupa de Victoria enquanto tirava tudo para fora do armário jogando no chão. Ela ria e olhava as peças em frente ao espelho e por mais que no fundo achasse todas na verdade lindas e de excelente bom gosto, ela não queria dizer, já era grande demais o peso por ter sido substituída, mais uma humilhação não queria suportar. Heriberto ao ver a cena, avançou para cima dela na tentativa de a fazer parar, mas tudo o que ele conseguiu foi mais alguns arranhões no braço e uma dor, uma tristeza e uma revolta tão insuportável que nem sabia explicar, apenas sentia, a ponto de quase bater em Marcela.

— Para com isso Marcela!!! Já chega desse teatro!! O que você quer? - a empurrou com força na cama — Quer me destruir? — Andou até um canto do closet e em um cofre, ele alcançou uma arma e entregou a Marcela.

Ninguém sabia da existência daquele revólver no apartamento, nem mesmo Victoria que era a pessoa que Heriberto havia escolhido para dividir todos os futuros instantes de sua vida.

— Pode atirar. — Heriberto suspirou decidido a entregar a vida por uma paz que a partir daquela noite ele sabia que jamais voltaria a conquistar.

— Desde quando você tem essa arma, Heriberto? — Marcela se assustou, manuseando a pistola nas mãos. Calibre trinta e oito com todas as balas dentro. — Eu não vou te matar!

— E por que não? — ele a olhou sofrido — Você só pode ter voltado do inferno para me matar, o que me fez sofrer pela sua falsa morte e dos meus filhos não foi o suficiente, não é mesmo? Então me mata de uma vez Marcela! - gritou.

Marcela envolvida pelas palavras dele, apontou a arma firme em direção ao peito do homem que amou e que era o pai dos seus filhos, mas quando estava prestes a atirar, o telefone dele tocou interrompendo e trazendo Marcela de volta para a realidade. Ali, de joelhos no chão do quarto ela chorou, a arma caiu no chão e Heriberto na mesma hora a alcançou.

— Já que não vai me matar, preciso atender, deve ser Victoria! - ele pegou o telefone nas mãos e o que ouviu não foi bem o que esperava.

— Alô Heriberto, a minha mãe está com você? - Max dizia com a voz tremula do outro lado da linha.

— Max? Não... é... ela não está. Eu não posso explicar agora mas nós discutimos e ela saiu. O que foi?

— Osvaldo está atrás dela! Ele acabou de sair da minha não tem muito tempo, e cara, eu tenho medo que ele esteja tramando alguma coisa.

— Eu não acredito! - Heriberto andava de um lado a outro do quarto enquanto observava Marcela ainda ajoelhada no chão.

— Ela te contou que o documento de posse que ele conseguiu da Casa de Moda era falso?

— Não, ela não me falou nada Max, não deu tempo!

— Então temos que ir agora atrás dela, meu pai jurou vingança!

De repente a ligação foi cortada, e Heriberto viu Marcela com o fio do telefone nas mãos.

— Eu já falei pra você esquecer essa mulher! A sua esposa sou eu, Heriberto! - ela gritou.

— Desgraçada!! Isso nunca!!!

Ele jogou o aparelho no chão gritando de volta com ela, precisava agir o mais depressa possível indo em direção ao único lugar que ele imaginava que Victoria poderia estar naquele momento, a Casa de Modas. Heriberto precisava fazer alguma coisa ou poderia ser tarde demais porque ele sabia que Osvaldo assim como Marcela, era capaz de tudo.

Então ele saiu batendo a porta.

Logo atrás saiu Marcela depois de pegar com cuidado a arma que acabou esquecida ali perto da cama.

(...)

— Me largaaa! Seu porco! Me larga!!!!! - Victoria tentava escapar dos braços de Osvaldo como podia, em vão.

A Casa de Moda estava totalmente deserta e escura, as câmeras de segurança haviam sido todas quebradas e os vigias feitos refém sobre os olhares da dúzia de capangas que ajudavam a concretizar todo aquele trabalho sujo. Osvaldo estava tomado de ira e em meio aos gritos e tapas que recebia fazendo o rosto inteiro arder, Victoria só conseguia pensar em seus filhos e em Heriberto, se sentia ferida e suja de todas as formas por estar sendo tocada daquela forma por aquele ser nojento mas nada adiantava e parecia nunca ter fim.

— Cala a boca Victoria! Que inferno! Você sabe que não adianta nada berrar, porque aquele babaca de merda não vai te salvar!

Osvaldo a jogou no chão com as mãos e as pernas amarradas mas quando ia amordaçar Victoria, ela o mordeu.

— Aiii!!! cachorra!

Devolveu a mordida com um tapa bem forte em cada lado da face dela. O objetivo daquela noite era a fazer sofrer bastante para somente depois de muita dor acabar com tudo, mas como ela não estava disposta a colaborar, Osvaldo decidiu adiantar de uma vez os seus planos.

— Você é uma desgraçada, Victoria! Não sei mais o que eu tenho que fazer pra você entender que é minha e que não vai ser de mais ninguém!

Osvaldo dizia aquelas palavras sorrindo, ele se divertia com o sofrimento dela ali amarrada em frente a ele.

— Sabe que você até que é bonitinha? - passava a arma suavemente pelas pernas dela, subindo o objeto até o meio delas por baixo da saia.

— Huuuummm!!! - Victoria tentava gritar mas não conseguia, chorava atordoada e com nojo daquele olhar.

— Que foi Vicky? — Osvaldo ria ainda mais — É assim que aquele doutorzinho te chama quando vai comer você? Eu sei que é... é assim que você gosta!

Victoria chorou mais.

— Escolhe, mato você ou ele primeiro?

Apontou a arma para a cabeça dela quando ouviu atrás de si uma voz alta dizer:

— Victoria!!!

Osvaldo na mesma hora se levantou e virou de frente mirando o revólver para a pessoa que chegava ali. Quando viu quem era, Victoria se desesperou ainda mais porém de mãos atadas a única coisa que ela podia fazer era assistir toda aquela terrível cena.

Um tiro então foi ouvido e logo em seguida outro. Dois corpos caídos no chão e muitos gritos...

Feridos, aterrorizados e com muita dor.

Um tiro então foi ouvido e logo em seguida outro. Dois corpos caídos no chão e muitos gritos...

Feridos, aterrorizados e com muita dor. Aquela parecia mais uma cena de filme de terror, Marcela não sabia como reagir já que Heriberto havia sido atingido na perna e mal conseguia se mover, o olhar dele a todo instante buscava por Victoria que também assistia tudo apavorada diante do corpo de Osvaldo caído em sua frente com a marca de um tiro nas costas.

— Heriberto! - Marcela se ajoelhou diante dele analisando cada parte do corpo em busca de mais alguma ferida.

— Marcela, o que você fez? - ele olhou em volta.

— Ele ia te matar! Eu podia ter deixado ele te matar mas quando eu vi a arma apontada pra você, eu não consegui Heriberto, tinha que fazer alguma coisa! Você está ferido... — ela olhou a perna — Temos que sair daqui meu amor!

— Eu não sou o seu amor! - olhou Vicky que resmungava irritada com aquela conversa toda — Se quer fazer algo por mim então solte a Victoria!

Marcela a olhou.

— Eu? Soltar essa daí? — riu voltando o olhar para ele.

— Anda logo Marcela!!

Victoria então a viu se aproximar e sentiu uma raiva tão grande daquela mulher que poderia a matar e comer viva se não estivesse sentindo tanta dor. Marcela se abaixou e olhou fixamente para ela observando cada marca e expressão de sofrimento que Victoria trazia na pele, as duas jamais poderiam ser amigas o que era um fato mas por um milésimo de segundo Marcela se colocou no lugar dela e por isso a soltou.

— Sabe o que eu devia fazer com você? Eu devia te matar igual fiz com esse babaca aqui! — apontou para Osvaldo que permanecia imóvel no chão e começou a desatar os nós da corda que prendia os pés e os pulsos de Victoria — Mas não, estou aqui soltando você! Então me faça o favor e suma da vida do meu marido!

— Seu marido? — Victoria a empurrou assim que se viu liberta de todas as amarrações, arrumou as forças que nem tinha e pulou em cima de Marcela, enchendo a rival de tapas, arranhões e puxões de cabelo.

— Ahhh piranha me larga!!! - Marcela gritava tentando sair debaixo do corpo da rainha da moda.

Enquanto isso Heriberto gritava para as duas pararem até que, Max finalmente chegou.

— Mãe!! Heriberto!! - ele entrou correndo sem saber o que fazer.

Victoria continuava esbofeteando a cara de Marcela sem dó fazendo questão de deixar marcado no rosto dela os seus dedos e as suas unhas para mostrar de uma vez por todas quem é que manda.

— Você está ferido!

Max olhou mais adiante e também viu o pai caído ali. Ele não tinha muito tempo então fez o que Heriberto havia mandado, separou a briga da mãe, ligou para a ambulância e ficou ali ao lado de Osvaldo depois de certificar que ele ainda estava vivo. Enquanto isso, Victoria ficava atenta a seu amor, agarrada a ele no chão com medo de que mais uma vez em sua vida o pior pudesse acontecer. Mesmo com dor Heriberto tentava a acalmar, também estava muito preocupado com ela e rezava para que Osvaldo estivesse morto, do contrário, ele mesmo poderia o matar.

— O que ele fez com você meu amor? — Tocou o rosto dela.

— Isso é um pesadelo Heriberto! Um pesadelo! — chorou mais.

Finalmente a ambulância chegou. Heriberto, Victoria e Osvaldo foram levados ao hospital enquanto Max avisava por telefone a irmã Fernanda e Maria sobre todo o ocorrido. As duas logo estariam acompanhando a mãe enquanto ele ficou na casa de modas com a polícia depois de impedir que Marcela fugisse dali.

(...)

— Mãe! — Fer e Maria são liberadas pelos médicos a visitarem Victoria que estava no quarto em observação.

Ela abraçou suas meninas com amor e depois de dar um beijo em cada uma delas, tratou de tranquilizar e contar as duas tudo o que havia acontecido.

— E Heriberto? Nenhum médico nesse hospital me deixou ver como ele está! Eu preciso sair daqui, já estou melhor! — Victoria fez menção de se levantar mas Fer a impediu.

— De jeito nenhum, Sandoval! A senhora não sai dessa cama até o doutor te dar alta!

— Isso mesmo mamãe! Calma, me disseram que ele está bem, foi um tiro de raspão! Já Osvaldo...

Fernanda abaixou a cabeça. Osvaldo agiu mal diversas vezes, a magoou, a humilhou e feriu mas mesmo assim ainda era o pai dela.

— Ele morreu? — Vicky se alarmou. Não estava triste, não sentia nada por ele a não ser raiva, porém sabia o quanto a filha estava sofrendo.

— Não. — Maria suspirou — Mas está em coma em estado grave... — abraçou a irmã.

— Reunião de família e eu não fui convidado? — Max entrou no quarto segurando um lindo ramo de flores.

— Filho! — Vicky sorriu e Max a abraçou depois de cumprimentar a irmã e beijar Maria — Como você está? Te machucaram? Cadê meus netos?

— Ei mãe, calma! Está tudo bem e João Paulo e Osvaldinho estão seguros com Antonieta.

— O que essa minha amiga não faz pela gente! — sorriu e Maria concordou com ela.

— A Antonieta adora você e aqueles meninos, mamãe! Amanhã ela vai estar aqui.

Fernanda as olhou e segurou com amor a mão da mãe.

— Mamãe que loucura tudo isso! Tem tanta coisa ruim acontecendo que eu nem tive tempo de te contar uma coisa...

— Xiii... lá vem! — Max riu.

— Ei! é sério, é uma noticia boa!

— Então conta minha filha, o que é?

— Duas noticias na verdade. A primeira é que o Cruz me pediu em casamento!

— Meu Deus! Isso é maravilhoso Fer! — Victoria a abraçou.

E a segunda notícia é que você vai ser vovó de novo! Estou grávida mãe, Cruz e eu vamos ter um filho!

— Ahhh filha! — chorou emocionada apertando a filha em seus braços. Maria e Max olhavam a cena com o coração cheio de amor, aquelas noticias eram a esperança de que tudo na vida daquela família poderia voltar a ficar bem novamente.

— Com certeza Fer, eu vou ser o tio mais babão! — Max a abraçou — Vou levar ele pra pescar junto com os primos.

— Nem vem Max! Eu sou a mais velha! — Maria riu dele — Meu sobrinho ou sobrinha vai ser mimado pela titia!

— Esqueceram que eu sou a avó? — Victoria chamou a atenção e todos sorriram, finalmente o clima parecia mais leve depois de tantas horas de sofrimento.

(...)

No dia seguinte...

— Ele tá tão diferente...

— É verdade, mas continua lindo! — ela sorriu — Você parece muito com ele.

— Eu sei, a mamãe sempre diz isso apesar de eu achar que nem é tanto assim...

— Ah não brinca Rafa! Vocês são iguaizinhos.

— Tá bom, vai. A gente parece um pouco.

— Por que você acha que a mamãe fez isso com ele? Ela nunca nem nos deixou saber qualquer notícia e agora estamos aqui nesse hospital.

— Eu não sei Ludy. A mamãe sempre ficou muito esquisita toda vez que eu queria saber o que aconteceu com ele.

— Você acha que ele se lembra da gente? — o olhou.

— Espero que sim, né mana. Ele é o nosso pai!

Ela então se aproximou da cama, estava ali no quarto há algum tempo apenas observando aquele homem e tentando se lembrar de todos os momentos bons e ruins que um dia puderam viver juntos. Naquele instante Ludmilla já não era mais uma criança, era uma linda jovem no auge da juventude assim como o irmão gêmeo que também era lindo e carregava muito daquele homem em si.

— Papai? — com cuidado ela segurou a mão dele, sentiu as lágrimas caírem e o irmão a abraçar em seguida.

Heriberto já estava melhor. Foi operado pelo amigo e colega de trabalho Arthur e se recuperava em observação. Ele dormia e achava estar sonhando, a voz de sua menina invadia os seus pensamentos finalmente o trazendo de volta para a realidade.

— Pai, sou eu... Rafa! — tocou a outra mão dele ficando de pé do outro lado da cama — Acho que ele vai demorar pra acordar, é melhor a gente sair.

— Não Rafa, olha! — Ludy sorriu ao sentir o pai apertar suavemente a mão dela e abrir os olhos.

— Meus filhos! — Heriberto sorriu.

— Ele lembrou! — ela chorou.

— Sim pai, sou eu, Rafael e essa é a Ludmilla!

— Meus filhos, meus bebês! Eu jamais poderia me esquecer!

(...)

Enquanto isso...

— O que você está fazendo aqui, sua piranha?

— Ei, olha bem como fala comigo entojada! — Marcela retrucou, fechando a porta do quarto.

— Já não basta ter mentido e ter voltado do inferno pra infernizar a minha vida e a do Heriberto? O que quer? — Victoria se sentou, queria olhar bem nos olhos daquela mulher.

— Quer ficar quieta? Eu tenho mil e um motivos para querer acabar com você também, então não amola! Só vim aqui porque quero saber uma coisa.

— O que é? fala logo, não tenho nada pra falar com você!

Marcela bufou e revirou os olhos mas resolveu por um fim em tudo de uma vez.

— Meus filhos estão aqui com Heriberto, eu os trouxe para ver o pai...

— Ah... os filhos...

— Sim. Se Heriberto não te contou, então agora você está sabendo que eu e ele temos dois lindos filhos. Um menino e uma menina.

— Ele me falou sim, Heriberto sempre me falou tudo. Mas anda, o que quer?

— Eu não devia, mas preciso saber. Você ama o Heriberto de verdade?

Marcela suspirou e Victoria não entendeu o motivo daquela pergunta. O que as duas não sabiam era que, a partir daquele momento tudo estava prestes a mudar entre elas e entre cada uma das pessoas que fazem parte daquela história.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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