A Nossa Chance De Amar - Triunfo Del Amor escrita por Mrs Belly


Capítulo 15
Capitulo 15




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— Heriberto!!!

Victoria gritou, deixando a bolsa e as chaves caírem no chão assim que o viu praticamente grudado em uma mulher que ela não tinha ideia de quem era. Mas que iria matar, com suas próprias unhas. A rainha da moda  ficou tão atordoada ao presenciar aquela cena que perdeu a fala por alguns segundos, mas quando viu Heriberto soltar a desconhecida e caminhar até ela, foi como se toda a sua razão e ao mesmo tempo todo aquele sentimento terrível de dor e raiva por ter sido traída voltasse a atingindo no peito com força, fazendo as pernas tremerem e o ar faltar.

— Sai de perto de mim!!! -  esbravejou empurrando o médico para longe, as unhas grudaram no tecido fino da camisa, arranhando o peito onde os botões não alcançavam.

Do outro lado da sala, Marcela permanecia imóvel assistindo a tudo sem dizer uma só palavra, pois para ela nada precisava ser dito Já que se estava viva, Heriberto ainda era o seu marido e a única errada da história era aquela mulher. Analisou a outra dos pés a cabeça e não pode deixar de perceber que se tratava de alguém de muito boa aparência e de um excelente bom gosto para moda, maquiagem e beleza em geral. Quando eram casados, ela se lembrou naquele instante que Heriberto sempre demonstrou a amar do jeito que era e que sempre esteve acostumada a ser, Marcela era sim também muito elegante mas a sua maneira, simples e sem qualquer exagero e esse fato a fez voltar-se  em atenção a cada detalhe que possuía a figura feminina em sua frente de quem o amor de sua vida e pai de seus dois filhos, agora chamava de meu amor.

Atenta a tudo, Marcela seguia a os observar.

— Meu amor, me deixa explicar! -Heriberto tentou a tocar novamente mas Victoria permanecia arisca.

— Explicar o que? Que estava aos beijos com essa... - olhou Marcela - Não precisa nem se dar ao trabalho porque não sou cega e sei muito bem o que vi! - seus olhos pegavam fogo, o sangue fervia novamente nas veias mas mesmo assim ela tentava se controlar ou teria um infarto.

— Essa, tem nome querida, Marcela Ríos, a esposa desse homem aqui! - interrompeu e a rainha da moda ficou possessa, sem saber se ria ou chorava porque no fundo ela sempre imaginou que mesmo sendo praticamente impossível, uma hora aquilo iria mesmo acontecer.

— A morta... Victoria sussurou.

Heriberto pensou em como intervir diante daquela situação mas não teve saída, sequer encontrava respostas para as suas próprias atitudes mas sabia que alguma coisa precisava ser feita ou ele mesmo perderia a cabeça e acabaria com aquela mulher com as suas próprias mãos.

— Marcela, vai embora pelo amor de Deus, antes que eu faça uma loucura! - ele gritou, o rosto vermelho realçando todos os seus sentidos.

— O que foi, Heriberto? Não vai dizer a ela que estamos juntos de novo? Que sou a sua mulher e a mãe de seus filhos?

— Sai daqui, cala a boca!!! - ele a olhou e depois encarou Victoria que se escorou na porta para não cair, ela estava tão feliz e cheia de novidades para contar mas agora tudo pareceu um inferno novamente, uma ruína prestes a desmoronar de uma vez só em sua cabeça.

— Não precisa me explicar nada Marcela, eu já sei disso. E sei inclusive que ele ainda te ama, então não tenho mais nada para fazer aqui! - soluçou pela última vez antes de deixar para trás os olhos masculinos que a imploravam para ficar.

Marcela sorriu, certa de que tinha vencido e de que aquele território ainda era seu, nada ali havia mudado tanto então ela podia entender que ele nunca quis a esquecer realmente e isso a deixava mais feliz e tranquila pois ao lado de Heriberto tudo poderia voltar a ser diferente e nunca mais nem ela e nem seus filhos passariam quaisquer dificuldades. Porém, enquanto uma agradecia aos seus pelo premio recebido, a outra se colocava a correr pelo corredor do prédio até o elevador como se fosse uma fugitiva.

Heriberto foi atrás pedindo perdão e tentando argumentar o que nem ele mesmo sabia explicar, as lágrimas de ambos rolavam diante do medo da perda e de ter que viver longe um do outro, mas para Victoria não havia mais volta, não queria sofrer outra vez pela desgraça de ser traída embaixo do próprio nariz, como uma boba, uma ingenua incapaz de enxergar um centímetro a sua volta. Ela correu mas quando viu que ele chegava perto para alcançá-la, Victoria então abaixou-se rapidamente tirando o par de saltos dos pés e os deixando para trás para descer mais rápido pelas escadas. Não eram muitos andares a descer mas ela corria afobada, gritando palavras que jamais imaginou que algum dia poderia dirigir aquele homem que há poucas horas era a razão de seu viver mas que agora convertia-se a nada.

Doía muito! Ainda mais forte enquanto ela o ouvia dizer as pressas que a amava e que não seria nada sem ela. Machucava muito e ela só desejava morrer.

— Victoria, espera! Espera meu amor! Tenta me escutar!

Heriberto gritou parando na escada e a encostando firme presa entre ele e o corremão assim que finalmente conseguiu a alcançar. As respirações dos dois ficaram bem próximas e o silencio que se findou permitiu até mesmo que as batidas do coração fossem ouvidas, Victoria tremia, não queria o olhar.

— Vicky, pelo amor de Deus olha pra mim! - pediu e ela balançou a cabeça em negativa como uma garota mimada e desobediente está acostumada a fazer — Olha pra mim  agora, Victoria Gutiérrez Ríos Bernal! - mandou e ela o olhou espantada.

— Ríos Bernal? - desdenhou chorosa encarando os olhos dele — Está errado, a sua esposa está lá no seu apartamento agora como se nada tivesse acontecido, e você ainda a ama, então quer fazer o favor de me largar e me deixar em paz! - Victoria gritou para o prédio inteiro ouvir.

— Quieta! - ele tapou os lábios dela com uma das mãos enquanto a outra permanecia firme na cintura a mantendo imóvel contra ele — Será que você não entende que é você quem eu amo e que é você quem eu desejo que seja a minha esposa? Você é o amor da minha vida Victoria, e não aquela mulher! A minha vida com a Marcela acabou no momento em que ela mentiu pra mim, roubou meus filhos e me fez acreditar por todos esses anos que eu era o culpado pela minha família inteira ter morrido naquele maldito acidente!

— Eu sou o amor da sua vida, Heriberto? E o que a sua boca estava fazendo grudada na dela quando eu cheguei em casa? - bateu com as duas mãos no peito dele, estava irada e toda aquela aproximação que estavam tendo ali colados um no outro naquela escada, era demais para ela resistir apesar de tudo.

— Eu não sei! Victoria, aquilo foi uma loucura! Eu não queria, foi ela quem me beijou! Eu amo você! Não ela!

— Será mesmo Heriberto? Será que não sentiu nada quando a viu de novo viva em sua frente? Me solta, eu vou embora! - o empurrou mas ele continuou a segurando, não iria a deixar sair daquela forma sem antes ver em sus olhos a certeza de que ela era mesmo e sempre seria o grande e único amor da vida dele.

— Eu não vou te soltar coisa nenhuma! Me ouve mulher teimosa! - ergueu a voz e sentiu forte o tapa que ela desferiu em sua face — Victoria! Isso dói porra!

— Me larga agora ou eu vou gritar! Eu te odeio Heriberto! Eu te odeio! - chorou rendida sob o olhar dele que sentiu o peito doer e se entregou ali, despedaçado da mesma forma.

— Eu te amo, por favor não me deixa agora... - suspirou segurando o rosto dela com carinho e amor — Acredita em mim minha vida, eu juro que coloco aquela mulher pra fora das nossas vidas! A mando para onde nunca deveria ter saído, mas por favor não faz assim, não vai embora!

— Então manda ela embora! Eu não vou dividir você com ninguém, Heriberto! Não vou ser a outra e muito menos a última opção na vida de ninguém, não vou!

— Mas você não vai ser nunca meu amor! Não vai, olha pra mim... eu te amo... muito!

Ao ouvir aquelas palavras, Victoria não pensou em mais nada a não ser em afogar todas as suas dúvidas, medos, raiva e inseguranças em um beijo voraz e cheio de todo o amor e a paixão que ela em toda a sua vida só foi capaz de sentir por ele, o homem que também amava e que era mais que tudo para ela, era agora o seu único alicerce e a única pessoa em que ela podia confiar além dos filhos. Sem Heriberto Rios Bernal, o que seria dela? Como seria a vida, as noites frias e encaloradas, como seria feliz novamente? Victoria não sabia nenhuma dessas respostas e por isso não queria e sofria tanto por medo de o perder. Aquele beijo foi ficando mais e mais quente, intenso, cheio de forma e desejo, um desejo tão urgente e verdadeiro que, minutos depois quando se deu conta, Victoria já estava suspensa na escada com as pernas abertas e envoltas ao corpo dele, quase sem a calcinha também porque as mãos ágeis já buscavam arrancar.

— Você me deixa maluca, seu desgraçado traidor! - Ela respirou forte se soltando dos lábios dele com dificuldade pois não podia negar que estava louca por mais daquele desejo insaciável apesar da bagunça nos seus sentimentos por ele — Me solta, eu vou embora. Não vou atrapalhar o seu momento de amor com a sua mulher!

— Vai insistir mesmo nesse absurdo, Victoria? - bufou com raiva enfiando de uma vez a mão no meio da intimidade dela, já que o modo como estavam o proporcionava isso junto ao prazer que o perigo de serem pegos o impulsionava fazendo-o mandar tudo a merda, pois só queria mesmo estar com ela.

— Aaahhh! Tira a mão daí! - gritou assustada batendo outra vez na cara dele.

— Não tiro! Não tiro porque você não acredita em mim! - Apertou os dedos mais forte pressionando o clítoris dela com força e prazer ao mesmo tempo.

Victoria gemeu forte e mesmo com raiva e entristecida por aquela situação toda, acabou se deixando levar e grudou mais o corpo ao dele pendendo a cabeça nos ombros até sentir o gozo chegar. Heriberto a tocou mais e mais intenso do jeito que ela gostava apreciando cada gemido baixinho que recebia em troca como uma música em seus ouvidos e também como a certeza de que ela igualmente o amava e que não iria o abandonar, mesmo se a revolta falasse mais alto depois daquilo, os dois sempre se encontrariam porque nada e ninguém seria mais forte do que o amor que havia entre os dois.. Entre beijos eles se olharam quando tudo acabou por mais alguns instantes até que Victoria se soltou dele arrumando suas roupas e partiu rumo ao estacionamento sem dizer mais nada.

Se estava tudo acabado com ela Heriberto não sabia. Mas com Marcela, ele tinha certeza. O acerto de contas havia chegado definitivamente.

Se estava tudo acabado com ela Heriberto não sabia. Mas com Marcela, ele tinha certeza. O acerto de contas havia chegado definitivamente.

— Meu amor, que bom que você voltou! - Marcela sorriu agarrando Heriberto pela gola da camisa  enchendo de beijos o rosto abatido em cada canto que conseguiu, mas ele se manteve imóvel controlando a vontade louca de colocar até mesmo a sua reputação em perigo caso levantasse o dedo para desferir qualquer ato violento sobre ela.

Heriberto um dia amou tanto aquela mulher, deu tudo de si inteiramente para ela jurando que seriam felizes para sempre mas de repente tudo mudou, não por vontade dele mas sim por uma escolha dela totalmente distante de tudo o que um dia sonharam em viver juntos, agora diante daquela figura que o pedia perdão e dizia o amar, ele percebia que era tarde demais. Por mais que tentasse nada voltaria a ser como antes pois nem ele e nem ela eram as mesmas pessoas de vinte anos atrás.

— Marcela... - a voz arrastou-se embargada — Por favor, vai embora. - soltou-se dela — Nós dois sabemos que não é possível voltar a viver o passado, acabou e eu não te amo mais!

— Está me dizendo que você já me esqueceu? - ela andou pela sala, varria o ambiente com o olhar tão ou quiçá ainda mais carregado do que o dele — Não me diga Heriberto que a promessa que me fez está desfeita por um capricho! É isso, um capricho seu por aquela...

— Não se atreva a falar de Victoria! - ergueu a voz — E isso que você chama de capricho, Marcela, é amor! Amor! Um sentimento que eu não tenho mais por você! O que pensou? - andou até ela e a fez olhar em seus olhos — Achou mesmo que eu iria ficar aqui sozinho e sofrendo por você pelo resto da minha vida? Eu estou vivo Marcela, sou de carne e osso e tenho sentimentos, já você estava morta, eu a vi morrer na minha frente naquele maldito acidente!

— Eu não estou morta caramba! Eu estou aqui, eu voltei! Será que você não está vendo? - gritou nervosa.

— Estou vendo muito bem e esse é o problema! Você me enganou, me traiu com aquele cara e tirou de mim os meus dois filhos! Como eu pude ser tão ingênuo, ter te amado tanto a ponto de não ser capaz de enxergar a cobra peçonhenta que dormia todas as noites na minha cama? Não tem volta, entenda isso e saia da minha vida! Mas não pense que não vou atrás de Ludy e de Rafael, são meus filhos e eu vou fazer de tudo para tê-los do meu lado!

— Ah sim, claro! Vai roubar meus filhos e vai viver feliz para sempre com eles ao lado daquela mulherzinha de quinta categoria? Não vai mesmo, nunca! Você está me ouvindo Heriberto Rios Bernal?

— Por acaso isso é uma ameaça, Marcela?! - a encarou puxando-a pelo braço com certa brutalidade, seus olhos duelavam e a respiração alterada tentava a impossível mediação.

— Entenda como quiser meu querido esposo! - ela sorriu — Espero que o meu lado no seu armário esteja vago, preciso muito de um bom banho para descansar da viagem.

Heriberto bufou e seguiu pelos cômodos do apartamento atrás de Marcela, ele se sentia tão atordoado que seu corpo realizava seus comandos enquanto a sua mente permanecia fora de órbita, presa naquela avalanche de decepções e desconcertada completamente em busca de Victoria.

(...)

Do lado de fora não muito longe dali, a mente de Victoria buscava por ele na mesma intensidade ainda tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Parecia que o que estava vivendo depois de um lindo conto de fadas, era um terrível pesadelo, e enquanto as lágrimas caiam a rainha da moda caminhava na direção da rua deixando o carro, a bolsa e as chaves de casa para trás. Naquele momento ela não queria mais nada além de chorar para refletir mais uma vez em como a sua vida mudava tão rápido de uma hora para outra. Até que de repente, depois de já ter percorrido longos minutos descalça com o par de saltos nas mãos, Victoria quase perdeu os sentidos quando um carro freou bruscamente em frente a ela, a jogando sentada no meio fio devido ao susto.

— Aaahhh, o que é isso seu maluco!! - gritou — Que droga!! Que droga! - ela tentou se levantar mas antes que pudesse pensar em qualquer outra forma de xingar aquele delinquente, ela sentiu seu corpo der puxado para frente de maneira brusca.

— Se quiser, eu posso ajudar a rainha da moda a se recompor. — debochou — Machucou o pézinho princesa? Rainha... ou prefere ser chamada de vagabunda?

— Osvaldo!! Me solta!! me solta desgraçado!!

— Cala a boca! e entra logo nesse carro antes que eu acabe com a sua raça aqui mesmo!

Osvaldo estava possesso de ódio, Victoria não sabia, mas há dias desde que ele saiu da casa de modas, estava rondando o prédio de Heriberto para observar a rotina dos dois e aquele momento foi o mais oportuno que ele encontrou para enfim fazer com ela o que tanto queria. Com pressa, ele jogou Victoria para dentro do carro e cantou pneu para longe dali o mais depressa possível.

A vingança estava prestes a começar. Victoria perderia tudo, tudo o que conquistou e até mesmo a vida. Só que antes disso, ela precisava sofrer, exatamente como pensava Osvaldo.

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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