S.H.I.E.L.D.: Guerreiros Secretos (Marvel 717 2) escrita por scararmst


Capítulo 18
A Lei da Traição




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/799252/chapter/18

Poucas coisas frustravam tanto Yo-yo quanto a sensação de impotência que agora sentia. Era uma revolucionária, sempre tinha sido; existia em seu sangue o impulso de tentar agir e corrigir toda e qualquer situação imediatamente, de interferir nas coisas, de mudar o mundo. Desde que seu caminho se cruzara com a S.H.I.E.L.D., ela vinha aprendendo, de novo e de novo, que nem sempre era possível salvar o mundo. Que muitas vezes as coisas estavam fadadas a acontecer, e nem sempre ela poderia impedir-las ou corrigir os erros.

Nem sempre. Como agora.

Ela estava sentada em uma das cadeiras colocadas no salão reservado para o casulo de Sirius. O inumano estava no meio do aposento com uma série de fios e sensores presos ao casulo, conectados a vários computadores sobre os quais Iniko e Bobbi se debruçavam durante a maior parte do dia, pensando e analisando, tentando entender a situação, corrigir o problema. Havia duas estações largas de trabalho montadas no local, uma de cada lado do casulo, e com as duas agentes conversando sobre algo aparente na tela do computador na estação da esquerda, coube a Yo-yo ocupar a cadeira da estação da direita, com o olhar cansado e inconformado direcionado ao casulo em sua frente.

Yo-yo não entendia muito das conversas científicas das duas. Tentava acompanhar, pois sabia o quão importante era entender os inumanos se estava ali justamente para ajudá-los a passar pela terrigênese e aceitá-la, e, para tal, era imprescindível ter um conhecimento — mínimo que fosse — sobre como suas mutações funcionavam. Ainda assim, o entendimento de Yo-yo dos detalhes da mutação ainda eram um tanto superficiais. A única coisa da qual ela tinha certeza no momento era o monitor à sua frente com uma série de linhas em zigue-zague, movendo-se devagar e registrando os sinais vitais de Sirius. Linha zigue-zague era bom, linha horizontal era problema, e isso era até onde o conhecimento da inumana ia. Por enquanto, só tinha visto zigue-zague. E estava sentada naquela cadeira sem parar desde o dia anterior para ter certeza da situação continuar assim.

Do restante, ela entendia mais ou menos. Havia uma outra linha no monitor, essa mudando frequentemente de padrão de zigue-zagues intensos para ondas suaves, medindo as ondas de sono de Sirius ou algo parecido. Mais uma vez, pouco importavam a Yo-yo os detalhes. As linhas servem para analisar se ele estava consciente ou subconsciente dentro do casulo e, até onde Iniko e Bobbi a tinham informado, Sirius estava inconsciente por todo o tempo desde a terrigênese.

Fora isso, havia números, como batimentos cardíacos, a assustadores 120 bpm. Assustadores, Yo-yo sabia, por Bobbi e Iniko já terem informado que o normal para um homem adulto em repouso era de 60 a 100, sendo 120 um número fora do limite esperado, obviamente. As duas levantaram várias hipóteses sobre porquê esse número estaria alto assim, e Yo-yo até tentou acompanhar por um tempo, mas quando Piper chegou e se mostrou mais útil para isso, a inumana acabou recuando e deixando as três conversarem.

Ela era uma mulher simples, no fim das contas. Sirius estava preso em um casulo, passando pela terrigênese, e isso, ao menos, Yo-yo sabia exatamente como era. A sensação do casulo se formando sobre a pele era fria, rígida e bastante incômoda. Enquanto estava dentro dele, mesmo tendo ficado inconsciente, a ponto de não fazer ideia de quanto tempo teria se passado quando saiu, as sensações eram vívidas. Um formigamento sob a pele, de dentro para fora. No caso dela, tremedeira, algo agora entendido por Yo-yo como seus primeiros reflexos de super-velocidade. E o formigamento nunca saía de lá; a acompanhou até enfim sair do casulo e ver seu corpo tremer e se ajustar às novas habilidades enquanto aos poucos a pele parava de reagir.

Tinha sido horrível. Yo-yo chegou a pensar que morreria, ajoelhou-se em frente ao altar de sua sala e rezou, por horas e horas, para pelo amor e pela bênção divina de Deus e de seu senhor Jesus Cristo, que Santa Laura não deixasse nada acontecer com ela, que pelo amor do Pai não estivesse morrendo, pois seu primo não tinha ninguém além dela, e precisava continuar naquele mundo para cuidar dele.

Não conseguia sequer pensar em ir ao hospital. O que diria? “Comi um peixe assado e depois meu corpo foi coberto por uma casca estranha e, agora que saí, acho que posso estar com algo infeccioso”. Não, não era o tipo de coisa possível de se explicar com facilidade, ou ao menos não foi por algum tempo, até os outros inumanos começarem a aparecer e ela entender o que tinha se tornado.

Yo-yo sorriu. Tinha descoberto seus poderes sentada no sofá, querendo uma cerveja e de repente se vendo com ela em mãos. Sem perceber, tinha ido até a geladeira e voltado ao sofá tão rápido que sequer tinha visto a porta da geladeira abrir. Não demorou muito depois de entender suas habilidades para que começasse a utilizá-las para montar sua pequena insurgência contra a polícia colombiana. Hum. Bandidos de farda. Isso sim.

Ela virou o rosto da tela do computador para o casulo, com um sorriso um pouco melancólico nos lábios. Quando Sirius saísse de lá, estaria assustado também. Não faziam ideia, ao menos por ora, de quais mudanças ele iria manifestar, se ia sair com a mesma cara ou se teria chifres, se teria alguma habilidade especial ou não. Mas Yo-yo sabia o quão incrível poderia ser se descobrir alguém com capacidade para coisas especiais e, apesar de seus receios, esperava, do fundo de seu coração, que conseguisse passar esse sentimento a Sirius também.

Para isso, ajudaria conseguir completar sua missão com Adrian e Erasmus antes. Erasmus ia bem. Tinha gostado de entrar no mar, falava empolgado sobre o quão rápido tinha nadado e parecia esperar ansiosamente a oportunidade de repetir o feito. Já Adrian… Dizer que seus sentidos aguçados estavam o deixando de mau-humor era uma grande simplificação da coisa. E como se não bastasse, por vezes ele parecia estar passando por surtos de dor realmente de dar pena. Ao menos, ele parecia estar fazendo progresso, usando os tampões cada vez menos. Quem sabe, se as habilidades dele se estabilizassem logo, não conseguiria mostrar a ele as coisas incríveis que poderia fazer?

Isso, é claro, também dependia de algumas tantas evoluções nas quais ela não podia interferir. De novo.

Bobbi e Iniko, de repente, pareciam ter terminado com o assunto delas. As duas se separaram, virando-se para Yo-yo e a chamando com um gesto da mão. E ali vinham as notícias. A inumana se levantou, receosa, caminhando até a estação utlizada pelas duas agentes e se escorando contra a mesa. Ela cruzou os braços, as próteses robóticas fazendo um rangido muito suave com o gesto, e esperou enquanto as duas começavam a lhe passar as novidades.

— O casulo é feito de algum composto químico não identificado em registros terrestres — Iniko começou, olhando para Bobbi por um segundo como se procurasse afirmação de estar passando as informações corretas. — Não sabemos exatamente qual.

— É alienígena, então? — Yo-yo perguntou. — Kree?

— Muito provavelmente — Bobbi continuou, mostrando algumas coisas na tela do computador as quais Yo-yo tentou muito entender, mas não conseguiu, então decidiu só fingir que sim. — Considerando que os inumanos foram criados pelos kree, e tem sangue kree envolvido na coisa, não seria surpresa.

— Tá. E o Sirius? — Perguntou em seguida, decidindo logo que não lhe importava como ou de que tinham sido feitos os inumanos. Já estavam ali, pronto, o importante era lidar com o presente.

— Não consegui extrair uma amostra de tecido para analisar o andamento da mutação — Bobbi continuou. — O casulo é incrivelmente impenetrável, e achamos melhor não tentar rompê-lo por métodos que poderiam ser excessivamente invasivos.

Tudo bem. Não tinham conseguido furar, não queriam arrancar um pedaço. Isso foi o entendimento de Yo-yo, e era algo com o qual conseguia concordar. Não achava interessante a ideia de quebrar aquele casulo de qualquer forma não esperada pelo processo natural pelo qual Sirius estava passando.

— Entendi — ela respondeu, dessa vez tendo de fato entendido aquela parte do diálogo. — O que podemos fazer, então?

As expressões nos rostos das duas deixaram muito claro qual seria a resposta. Nada. Não podiam fazer nada, a não ser esperar e torcer para o resultado da transformação de Sirius ser o melhor possível. Yo-yo apertou os punhos, um reflexo inconsciente mesmo agora que tinha braços de metal e o gesto não fazia nada para acalmar a circulação do sangue.

Não podia fazer nada sobre isso, precisava aceitar. Se queria mesmo ajudar, tinha de focar em coisas com as quais poderia lidar. E havia algumas questões esperando no fundo de sua mente, coisas colocadas por ela em “espera” por não serem tão importantes quanto Sirius. Se não podiam fazer mais nada por Sirius agora… Então talvez fosse o momento.

— Tudo bem, tenho dois pedidos então — a inumana disse, contendo um suspiro de frustração. — Já que só podemos esperar no caso de Sirius, quero ter certeza de que esse tipo de desespero não vai se repetir. Por favor refaçam o escaneamento genético de todos os agentes da base. Bem, quase todos… Davis é um robô, então ele escapa dessa.

— Certo — Bobbi respondeu, puxando um tablet da mesa e começando a anotar coisas. — Eu já tive contato com terrígeno uma vez, na verdade engoli uma pílula de óleo de peixe depois daquela crise do terrígeno no mar…

— Ah, me lembro disso — Yo-yo disse. — Minha terrigênese aconteceu em situação similar. Eu comi um peixe.

— Como é? — Iniko perguntou de repente, franzindo a testa.

Ah, claro. Yo-yo abriu um sorriso divertido. Se Iniko tinha uns dezesseis anos agora, devia ter uns doze na época em que tudo aconteceu, talvez menos. Era de se esperar que a garota não tivesse familiaridade com os detalhes, em particular tendo crescido em situações tão adversas no meio dos Purificadores.

— Digamos que há muito tempo, antes d’eu me juntar à equipe, uma de nossas agentes derrubou um carregamento de terrígeno no mar — Bobbi explicou. — Ela tinha boas intenções, e ninguém imaginou que o terrígeno pudesse contaminar a vida aquática, só precisávamos sumir com a carga.

— É, mas contaminou — Yo-yo completou. — Eu comi um peixe. Puff, terrigênese. E a Bobbi engoliu uma pílula de ômega 3, mas não aconteceu nada a ela.

— Ah — Iniko respondeu, piscando os olhos, um pouco surpresa. — Bem, se caiu no mar e é ativado pela água, faz sentido o mutagênico ter se espalhado nos peixes todos debaixo do mar. Eu sinto muito — a garota completou, fixando o olhar em Yo-yo.

A inumana deu de ombros na mesma hora. Era exatamente isso o que precisava ser destruído, essa noção da terrigênese ter sido um castigo. Não o era.

— Não sinta. Foi um belo presente — a inumana respondeu com um sorriso divertido. — Bem, voltando ao tópico, mesmo assim Bobbi, escaneiem todo mundo que não é robô nem inumano, incluindo vocês. Não quero abrir precedentes para pessoas alegarem que já tiveram contato com terrígeno antes e sermos pegas de surpresa depois.

— Sim senhora — Bobbi respondeu com um suspiro e um sorriso cansado.

— Ótimo. E a outra coisa… — Yo-yo disse, abaixando o tom de voz enquanto falava. Não havia ninguém além das três na sala e Sirius dentro do casulo, mas ainda assim, ela achava imperativo se certificar de que a próxima ordem ficassem entre a menor quantidade possível de pessoas. — Quando a bomba do laboratório explodiu, eu tentei sair para ir ao encontro de vocês, ver se precisavam de ajuda. Então Mack entrou em contato comigo e disse que Adrian, Erasmus e eu devíamos nos trancar em uma das celas de contenção da base.

Sabia que as duas se lembrariam disso. Tinha certeza de terem sentido falta de sua ajuda com os braços robóticos quando foi necessário transportar Sirius de lá para cá.

— Lembramos — Iniko comentou. — Não entendemos porquê.

— Nem nós — Yo-yo continuou. — Mack disse que a ordem veio de Erasmus, e que ele parecia muito desesperado, o suficiente para Mack o levar a sério sem pedir explicações. Mas algo não estava certo nessa situação toda, então depois de um tempo Mack foi perguntar a Erasmus qual foi o problema da situação. Ele respondeu que segundas terrigêneses podem ser perigosas e mortais.

Nesse instante, Bobbi e Iniko franziram as testas e pareciam tão surpresas quanto a própria Yo-yo tinha ficado com a revelação. Muito bom saber que tinha prendido a atenção delas. Era mesmo importante, afinal.

— Como ele saberia uma coisa dessas? — Bobbi perguntou.

— Ou melhor, de onde ele tirou isso? Quer dizer, não faz muito sentido, faz? — Iniko retrucou, encarando o casulo de Sirius com receio. — Parece inventado.

— Parece não explicado — Yo-yo respondeu de vez. — Parece o tipo de informação importante que se dá a alguém, mas prendendo o resto da informação porque não se quer falar sobre algo, ou que se descubra algo. Em outras palavras… Erasmus não foi completamente honesto e está escondendo alguma coisa.

Iniko não pareceu feliz com a possibilidade. Yo-yo conseguia entender, tinha visto ela, Theodore e Erasmus muito próximos ultimamente, e conseguia imaginar a sensação de traição a comendo por dentro. Não tinha sido a intenção de Yo-yo causar qualquer tipo de animosidade na equipe, e sentia que devia impedir o crescimento desse sentimento.

— Pode ser qualquer coisa, por qualquer motivo — Yo-yo prosseguiu. — Ele pode inclusive estar em perigo. Não vamos assumir o pior sem ter certeza.

— Não é bem isso… — Iniko respondeu. Ela pegou o tablet, ansiosa, e começou a passar de arquivo em arquivo até encontrar o que procurava e mostrar a Yo-yo. — Quando ele e Adrian chegaram na base, fizemos leituras genéticas nos dois. As leituras diferiam muito, mais do que deveriam, na minha opinião. Então comparamos as duas com leituras de outro inumanos catalogados, como você, um “Lincoln”, uma “Daisy” e um “Joe”, e embora nenhum dos dois fosse completamente compatível com o resto, o caso do Erasmus é muito gritante. O cálculo de diferença genética foi tão grande que eu decidi passar ele em alguns crivos e… Bem, ele praticamente se classifica como outra espécie.

Outra… Espécie? Yo-yo arregalou os olhos e, ela viu, de lado, Bobbi fazer o mesmo. Iniko parecia um pouco acuada. Ela abaixou o tablet, guardando os arquivos e parecendo um tanto envergonhada.

— Desculpe por ter feito isso sem te falar, Bobbi, mas algo simplesmente não parece certo e…

— Fez bem — Yo-yo cortou. — O que mais conseguiu?

Iniko olhou para Bobbi um pouco receosa, mas a loira tinha um sorriso orgulhoso e encorajador no rosto. Isso pareceu bastar para a garota relaxar, abrindo os arquivos de novo e os entregando para Bobbi dar uma olhada.

— Mais nada, por agora.

— O que lhe falta para encontrar respostas? — Yo-yo questionou.

— Informação, acho. Eu já esgotei o banco de missões interno da equipe.

Yo-yo assentiu, entendendo a a resposta. Ela deu uma última olhada no casulo de Sirius e conteve um suspiro na boca da garganta.

— Vou falar com Mack sobre liberar seu acesso para o banco geral da nossa divisão — a inumana continuou. — Tem algo acontecendo nessa situação toda. Eu quero saber o que é. Entendido?

Iniko concordou, balançando a cabeça com notável energia e parecendo muito satisfeita e aliviada com o retorno recebido na situação. Yo-yo se despediu das duas e deixou a sala, indo procurar Mack para passar seu novo requerimento a ele.

 

[...]

 

Perder era frustrante. Já estava na S.H.I.E.L.D. há muito, muito tempo, e tinha falhado em missões, perdido amigos e recebido negativas tantas vezes que era de se esperar estar acostumado a essa altura. Mas não estava. Sentado em sua sala de diretor, encarando o microcomputador em forma de uma caixinha preta deixada por Fury com seus agentes de confiança mais alta, ele se perguntou pela centésima vez naquela tarde se a merecia ou não. A resposta se aproximava cada vez mais a uma negativa.

Fury tinha dado aquela caixa a Coulson. Era a Coulson que ele tinha confiado um posto de alta confiança na organização, não a ele. E Coulson… bem, Mack o amava tanto quanto qualquer agente a ter integrado a equipe deles, mas tinha de admitir a tendência do homem a confiar nas pessoas com alguma facilidade. Mack se conhecia. Era um bom homem, tinha um bom coração, não era do tipo de desconfiar de todo mundo e tinha a tendência a dar uma chance a todos assim como Coulson. Mas ser diretor de uma divisão da S.H.I.E.L.D. exigia mais. Exigia malícia, algum nível de sabedoria o colocando vários passos à frente de todo mundo, algo que, ao menos até o momento, Mack não acreditava ter.

Ele suspirou, abaixando o rosto sobre as mãos e tentando se acalmar. Tudo bem, sabia dos propósitos de Barton serem bem questionáveis desde o instante em que o homem colocou os pés no hangar, e tinham conseguido impedi-lo de roubar informações deles, como receavam acontecer. Era uma vitória. Precisava começar a encará-la como tal.

Ainda assim, fazia um dia desde que enfiaram Barton em uma cela e, até agora, não tinha conseguido reunir coragem para ir falar com ele. Bobbi havia tentado, Mack sabia, mas no fim não disse nada, apenas encarou o homem do outro lado do vidro e foi embora. Se ele queria respostas de algum tipo, teria de ir buscar ele mesmo. Bobbi podia ser a melhor interrogadora que conhecia, mas algumas coisas tocavam perto demais do coração, até para ela.

Então, era isto. Precisava se mover, as perguntas não se fariam sozinhas. Ele se levantou, pegou um dos tablets em sua mesa e caminhou para fora da sala, bem a tempo de ver Yo-yo vindo em sua direção pelo corredor do laboratório.

— Mack! Preciso falar com você.

E por Deus, tudo o que Mack adoraria seria poder passar um tempo com ela e ignorar a tarefa em mãos, mas, infelizmente, seu senso de responsabilidade sempre tinha sido muito mais barulhento que seus anseios.

— Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou, quase temendo a resposta. Já tinham problemas demais em mãos, por favor, não precisavam de mais. Que Jesus os guardasse de mais tragédia, não sabia nem como lidariam com as existentes.

— Sim. Eu conversei com Iniko — a mulher respondeu e Mack ficou muito aliviado em ver a expressão neutra no rosto de Elena. Se houvesse algum problema, ela de certo demonstraria mais preocupação. — Sirius está estável, mas não podemos fazer mais nada agora além de esperar.

Mack tinha receado isso. Ele engoliu em seco e tentou disfarçar qualquer reação, esperando Yo-yo continuar.

— Eu falei com elas sobre a situação com Erasmus. Iniko tem alguns palpites, mas precisa de acesso a um banco de informações mais completo para fazer suas análises.

— Eu vou liberar para ela depois que voltar da conversinha com o Clint.

— Ah — Yo-yo se sobressaltou por um instante, parecendo surpresa. — Está indo?

— Preciso.

— Quer companhia?

Sim, ele pensou, vendo o olhar de Elena quase brilhar em sua direção com a ideia de fazer algo do tipo junto dele. Porém, Mack achava que Clint era o tipo de homem mais propenso a responder à autoridade, não intimidação. Precisava mostrar para ele quem mandava ali. Sozinho.

— Não dessa vez — respondeu. — Fique de olho na coisa com os inumanos, por favor.

— Certo. Boa sorte.

Yo-yo se colocou na ponta dos pés, deixando um selinho sobre os lábios de Mack. Ele envolveu a namorada em um abraço breve, sabendo precisar mesmo de toda a sorte possível, e seguiu para o andar das celas.

As tais celas não eram tão diferentes assim dos bunkers em questão de conforto — mesma parede cinza, uma cama, uma mesa, cadeiras — mas, com certeza, o grande vidro na frente era um golpe e tanto na privacidade das pessoas. Mack não tinha ficado feliz em prender Clint lá dentro; acreditava na índole do homem. Sua desconfiança vinha do mandante do crime, e era o assunto no qual planejava se imergir agora.

Ele abriu a porta da cela sem maior aviso. Avistou Clint, sentado à mesa, emburrado, rabiscando alguma coisa numa folha de papel com um lápis. Era o desenho de um cachorro, até bem bonitinho, embora não fosse profissional. O vingador parou ao ver Mack entrar na cela, largando o lápis sobre a mesa e assistindo Mack se sentar à frente dele.

Estava cansado. Conseguia ver, em partes, que o outro também. Talvez isso contasse a seu favor e pudessem ao menos ir direto ao ponto. Talvez não.

— Então — Mack disse, apenas, com esperança de Clint dizer tudo de uma vez e não precisar passar por todo um processo com ele.

Esperança vã, ele logo percebeu.

— Então — foi a resposta do homem.

Mack pegou o tablet, mexendo nos arquivos das filmagens de segurança salvos no aparelho e abrindo o vídeo na frente de Clint. A câmera mostrava tudo: Clint colocando o pendrive no servidor, escondendo-se nas sombras e esperando. Depois disso, Mack acelerou a filmagem até o ponto no qual Agnes entrava no local. Ela ficou parada com um tablet na frente do pendrive por um bom tempo, provavelmente fazendo sua análise da situação, até Clint aparecer, apontar o arco para ela, pegar o pendrive e sair.

O diretor soltou o tablet na mesa e cruzou as mãos.

— Vamos lá Barton, o usual. Quem o enviou, o que estava procurando, etc. Você conhece essas coisas.

— Eu me enviei — ele respondeu com um sorriso críptico no rosto cuja natureza Mack não conseguiu desvendar. — Estava atrás de… Bem, se Jäger ficou com o pendrive, vocês já devem saber.

— Agnes está fazendo o assessoramento dela — Mack respondeu, desejando de repente que a mulher pudesse já ter terminado essa parte do trabalho. Mas queria acreditar que ao menos possuía o suficiente para o interrogatório, ou uma versão inicial dele. — Mas muita coisa sobre terrígeno. Para quem estava recolhendo isso?

— Para mim — Clint respondeu mais uma vez, dando de ombros.

Ele não mudaria a narrativa, não com facilidade. Precisava pegá-lo em ato falho.

— E o que ia fazer com ele?

— Guardar.

E, é claro, isso seria muito frustrante. Mack precisou de toda sua força de vontade para não demonstrar o tamanho de sua frustração naquele momento, pois sabia o quanto a confiança de Clint poderia subir caso a demonstrasse.

— Fury liberou um código de acesso especial para você entrar nesse hangar. A sua chegada foi literalmente patrocinada por ele, ou eu devo acreditar que você roubou o código também?

— Ah, não — Clint respondeu com uma expressão de surpresa cômica de tão falsa. — Fury definitivamente liberou minha presença na sua base.

— E então te mandou roubar informações pra ele?

— Você quem está dizendo.

Mack travou o maxilar, sentindo um comichão de fúria debaixo da pele. Conseguia entender os motivos pelos quais Bobbi não quis interrogá-lo. Interrogatórios eram frustrantes por natureza e, contra esse tipo de gente escorregadia, eram mais ainda. Imaginava o quão pior poderia ser se tratando de um ex-cônjuge.

— Qual o interesse de Fury em informações sobre mutações com terrígeno?

— Sei não, ele tem interesse?

— Qual o seu interesse em informações sobre mutações com terrígeno?

— Curiosidade acadêmica.

Inferno. Jesus lhe desse a luz, pelo amor de Deus, e Nossa Senhora o desse paciência. Muita paciência.

Era melhor começar de novo. Ele voltou o vídeo para o começo, sabendo que a noite seria longa e que a única forma de ganhar aquele caso seria pelo cansaço. Ele apertou o botão para iniciar o vídeo de novo, e a filmagem estava nos primeiros segundos quando ouviu batucadas fortes contra o vidro da cela.

Mack olhou para fora. Theodore estava ali, um pouco ofegante e com o rosto vermelho, e balançava um maço de papéis. Tinha vindo correndo, isso era fato. Parecia alarmado. Yo-yo era a única que sabia onde Mack estava e, se ela tinha enviado Theodore até ele no meio daquele interrogatório, certamente se tratava de alguma emergência.

— Não acabamos aqui ainda — Mack comentou, pegando o tablet e deixando a cela.

— Mack! — O garoto exclamou ao ver o diretor do lado de fora. Ele mal esperou Mack fechar a porta,  prestes a começar a falar, e Mack mal teve tempo de guiar Theo para longe do vidro da cela antes que ele desembuchasse. — Mack, é o Sirius! Você tem que ver isso…

Sirius? Tinha acontecido algo com ele? Mack se certificou de estarem fora do campo de visão de Clint e escorou-se contra a parede de frente para Theo, para poderem conversar.

— Theodore, eu sei que você admira o Barton, mas ele está preso agora, e com motivo. Não podemos ter conversas sensíveis onde ele possa ouvir. Ou ver, inclusive. Ele é majoritariamente surdo e sabe fazer leitura labial.

— Ah. Perdão, desculpe, desculpe — o garoto puxou uma boa lufada de ar e parecia estar se acalmando enquanto folheava os papéis em suas mãos.

Mack, que ainda esperava notícias sobre Sirius, sentiu o coração apertar devagar temendo serem más notícias, embora a expressão de Theodore parecesse denotar empolgação. O garoto também parecia ter esquecido

— O que aconteceu com Sirius?

— Sirius? Nada, por que… Ah! Ah, sim, claro, perdão, não é ele, ele, exatamente, é quase isso, é só que… — Theodore parou, respirando fundo e encarando as folhas que segurava. — Ele está na mesma. Não é sobre ele, é sobre isso aqui. Essas são as anotações dele, estavam caídas do lado do casulo quando chegamos no laboratório. E… Ele descobriu, Mack! Ele descobriu quem está por trás de tudo!

Ele o quê, como, quando? Mack arregalou os olhos, encarando as anotações nas mãos de Theo e ouvindo embasbacado enquanto o garoto continuava falando.

— Ele quase descobriu, na verdade. Ele não teve tempo de terminar porque a bomba explodiu, mas olha, ele tinha listado um monte de organizações suspeitas, e tem algumas palavras-chave aqui no canto. Tecnologia, exército, mercenários… E então ele saiu riscando as organizações que não cabiam e meu trabalho foi só terminar o que ele já estava fazendo, mesmo. E… Hum… Você conhece a “Ideias Mecânicas Avançadas”? Está aqui como “I.M.A.”. Ela foi a única que sobrou enquanto eu eliminava opções.

Mack sentiu o sangue correr para fora de seu rosto, tendo a certeza de de repente parecer muito pálido.

— Perdão. O que disse? — Talvez tivesse ouvido errado. Não podia estar assim debaixo do seu nariz o tempo todo, não podia ter ignorado a situação dessa forma.

— Ideias Mecânicas Avançadas — o garoto reforçou, entregando os papéis para Mack. — Eu não achei tanta informação na base de dados da equipe, talvez quando Iniko tiver o acesso aberto dela… Ah, desculpa, ela me contou… Bom, enfim, a gente se conta muita coisa eu acho, mas eu sei que ela vai ter acesso aberto e então…

Mack parou de ouvir. As palavras de Theo começaram a soar como um ruído distante, longe de seus ouvidos, indistinguível. Ele pegou o tablet, avançando o vídeo da câmera de segurança e vendo mais uma vez Agnes entrando dentro da sala e Clint escondido atrás da estante. Os dois parados. Ela certamente parada por tempo demais, agora que parava para analisar melhor, quase como se estivesse esperando. Em verdade, ela não fez menção nenhuma de interromper o hack de Clint até o próprio vingador interferir.

Sua mente estava dando voltas. Ele se voltou para a cela de Clint de uma vez, ciente de estar deixando Theodore suspenso no meio de algum raciocínio, mas sem conseguir dar atenção ao garoto agora. Ele invadiu a cela a passos rápidos, deixando a porta aberta e espalmando o tablet na mesa. Clint se sobressaltou um pouco, mas Mack sabia não ser medo, apenas susto. Não ligava, também.

— Você está trabalhando com Jäger?

Clint franziu a testa, visivelmente confuso.

— O quê?

— Está ou não?!

— Não! Que doidera é essa, ela estava lá pra me impedir de sair com meu pendrive! Se eu estivesse trabalhando com ela, ela tinha me deixado ir embora!

Impedir. Estava, não estava? Mack entregou o pendrive diretamente em suas mãos para fazer o que quisesse com ele. Quanta conveniência! Impedida de vasculhar os arquivos da base pelo sniffer em seu pulso, se viu de frente com um pendrive prontinho para recolher tudo o que pudesse, bem ali, em sua frente. Um pendrive com tantos arquivos que, sabendo que a mulher estaria lidando com milhares de arquivos nas horas subsequentes, e tendo muitas coisas para resolver ele mesmo, Mack não checaria a sniffer de Agnes por muito tempo; aliás, desde o dia anterior. Para completar, não era mesmo uma enorme coincidência a bomba explodindo ao alcance de Sirius exatamente quando ele tinha chegado tão perto de descobrir a verdade? Agnes poderia até não saber que o transformaria em casulo, mas com certeza tinha sido uma ótima distração. E já que tinha transformado… uma distração mais que perfeita. E não tinha sido exatamente ela reconhecida na compra da bomba, por um homem que agora, Mack tinha certeza, tinha sido contratado atraves da I.M.A.?

Ele deixou a cela, não querendo que Clint visse os próximos minutos daquilo. Agnes podia até ter se aproveitado das atividades dúbias dele na base, ela podia até ser o problema principal agora, mas isso não queria dizer que confiasse no homem. Ele tinha, afinal, tentado roubar dados deles. Mas Clint era problema para o Mack do futuro.

O homem se escorou contra a parede, desesperado, abrindo o programa de vigia de Agnes e clicando para verificar o histórico. Na mesma hora, a tela do tablet piscou e ficou preta, e letras brancas começaram a aparecer nela.

 

Ops!

 

Acho que você me pegou

 

É hora de ir

 

E terminava com um gif da Millenium Falcon partindo na velocidade da luz.

Na mesma hora, a luz da base caiu. Mack viu Theo se sobressaltar, mas o garoto demorou meio segundo para tirar uma pistola de I.C.E.R. do coldre que carregava consigo e se colocar em posição de alerta.

— O que está acontecendo? — Ele perguntou. — É a I.M.A.?

— Sim. É Agnes. Lembra que a busquei na Rykers? Ela foi presa por associação com a I.M.A.

— Puta merda! E está aqui debaixo dos nossos narizes! Com o pendrive do Clint!

O garoto era rápido. Ele parecia ter um ótimo tempo de reação também. Isso poderia usar. Não gostava de colocar crianças sob pressão, mas a necessidade de alguns casos demandava reações extraordinárias.

— Procure quantos agentes puder pela base, diga a todos para a impedirem de sair. Eu vou tentar chegar ao hangar antes dela.

— Certo!

Mas mesmo ao começar a correr em direção ao hangar, Mack soube que não teria tempo. As celas ficavam em outro piso e, sem luz, os elevadores não funcionavam. Ele deu a volta no corredor até alcançar as escadas de emergência, saltando dois degraus de cada vez e amaldiçoando sua ideia de colocá-la ali dentro. No que estava pensando?! Devia ter aceitado um dos técnicos da academia, por que raios tinha decidido escolher a mulher depois de alguns poucos favores?

Raios, sabia porquê. Daisy. Agnes o fazia se lembrar de Daisy, com um passado problemático e um talento que podia ser convertido para o bem. Mas Agnes não era Daisy, assim como Sirius, com seu jeito desajeitado e meio antissocial, não era Fitz. Tinha se cercado de pessoas que o lembravam da família que tinha perdido e, agora, um deles estava preso em um casulo, sem saberem quando iria retornar, e a outra estava os traindo.

Não podia recriar o que tinha tido com seus amigos. Devia ter percebido isso antes.

Ele empurrou a porta das escadas com força, saindo no andar do hangar. A passos largos, o que era muita coisa considerando o tamanho de suas pernas, ele avançou até a sala de comando. Havia um pequeno ajuntamento de agentes no entorno, incluindo Piper e Bobbi. Davis estava caído no chão, amarrado.

— O que está acontecendo? — Piper perguntou, a voz esganiçada. — Davis tentou nos atacar, e agora isso!

Mack olhou para as telas dos computadores de comando. Estavam todas pretas, ocupadas por variações de gifs de personagens de filmes da cultura POP gargalhando. 

— É Agnes! Se espalhem e não deixem ela sair!

E ainda tinha tido a audácia de hackear Davis… Mack sentiu os olhos lacrimejarem, nem sabia se de tristeza ou fúria. Davis já tinha passado por coisa suficiente, não bastava a morte, e ainda queria o usar para machucar os próprios amigos? Não. Era demais.

Mack abriu a porta da sala às pressas, pegando a escopeta-machado e prendendo um carregamento de cartuchos de I.C.E.R. no cinto. Ele começou a recarregar a arma, correndo em direção ao hangar, sentindo os pulmões queimarem pelo esforço e pela raiva, e receando, a cada passo, que não seria o suficiente.

Ele encontrou as portas do hangar fechadas. Ouviu alguns passos atrás de si mas não se virou para ver quem era, não podia perder tempo. Ele acertou o painel de controle ao lado das portas com a lâmina do machado, esperando o sistema reiniciar e as portas começarem a abrir.

Quando conseguiu rolar por baixo da abertura, emergindo de joelhos com a escopeta apontada para a frente, era tarde demais. Um quinjet partia, voando para fora da abertura do hangar à toda velocidade. Ele chegou a disparar dois tiros, mas a fumaça azul da dendrotoxina se dissipou no ar muito longe de fazer algum estrago. E então, simples assim, ela se foi.

Vinte e quatro horas. Ele deixou de vigiá-la por vinte e quatro horas e tinha sido o bastante para ela invadir a base, roubar um pendrive repleto de informações sensíveis e fugir da base minutos depois de ser descoberta.

Grande líder ele era. Devia jogar aquela maldita caixa preta de Fury no Lago Ontário. Com certeza o lago a mereceria mais.

 

[...]

 

21:19

 

Localização: Berlim, Alemanha

 

Os aviões da S.H.I.E.L.D. eram muito rápidos e competentes, mas se não queria ser pega, Agnes precisava desativar o rastreador antes de pousar, o que lhe custou algum tempo. Depois, continuou voando às cegas, tentando distrair os satélites de seu destino final e aproveitando a camuflagem do avião para voar sem ser vista.

Julgou ser mais seguro pousar com a noite avançada, quando seria ainda mais difícil de ser vista. Eventualmente, o avião seria encontrado, mas não tinha problemas com isso, contanto que estivesse bem longe do local.

Ela pegou o pendrive, satisfeita, saindo do avião quase aos pulinhos. Mal conseguia acreditar em sua sorte; ainda estava quebrando a cabeça para pensar em como iria contornar a sniffer de Mackenzie por tempo o suficiente para coletar a informação que precisava quando, surpresa, o Gavião-Arqueiro em pessoa decidiu fazer o trabalho por ela. E pouco lhe importavam as motivações do homem, não podia ligar menos, o importante era que tinha o que precisava.

E bem em tempo. Wolfgang von Strucker já estava parado do lado de fora com o monóculo no rosto, acompanhado de alguns seguranças da I.M.A. e alguns cientistas. Ela balançou o pendrive como se fosse um ticket para a felicidade, aproximando-se com um sorriso convencido.

Levou tempo — ele comentou, já dando as costas e começando a caminhar em direção ao avião atrás de si com ela o seguindo de perto.

Agnes franziu a expressão irritada, brandindo o pendrive na direção do homem.

Você me largou lá. Achei que tinha me abandonado, pra que ia fazer o trabalho então? Não me deu nenhuma notícia, nada!

Guarde a língua, garota, veja bem com quem está falando — Strucker resmungou, arrancando o pendrive da mão dela. — Você foi contatada quando precisou ser contatada. Vai me dizer que acreditar ter sido abandonada não facilitou sua entrada no timinho deles?

Agnes torceu a boca, emburrada, sentindo a garganta apertar. Bem, sim, tinha funcionado. Mas isso não a deixava menos magoada. Agora não importava também. Era hora de seguir em frente.

Estavam me vigiando mesmo assim. Mas tudo bem. O importante é que eu consegui.

Na hora certa. Encontramos a cobaia perfeita para o projeto M.O.D.O.K., Tarleston está esperando. Só faltava você. M.O.D.O.K. não pode ser completado sem minha especialista de T.I. para concluir a programação — Strucker respondeu com um sorriso vitorioso no rosto.

Não se preocupe, não vai levar muito tempo. Como imaginado, eles tinham exatamente o que eu esperava. O terrígeno vai servir perfeitamente como inoculante, eu só preciso finalizar alguns testes e, com os dados nessa belezinha aqui — ela indicou o pendrive —, não vai demorar muito.

Excelente. Hora de ir para a casa, Jäger. Já esperamos demais para começar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Link pro grupo de whatsapp: https://chat.whatsapp.com/DrHNqXKPp8cBfLb7UGgbAL

Considere favoritar essa fic e Homem de Gelo também. Vai deixar meu coração bem quentinho ♥

Além dessa, tenho vagas também para uma interativa original sobre revoltas civis. Acesse aqui:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/a-rosa-do-tempo--interativa-19350882/

Considere também dar uma olhada nas minhas outras histórias? :D Eu tenho coisas para vários gostos ^^

Leia a duologia Hunters! Comece aqui: https://fanfiction.com.br/historia/771022/Hunters_Hunters_1/

Leia minha original de fantasia urbana, Carmim! https://fanfiction.com.br/historia/787245/Carmim/

Leia minha fanfic de Harry Potter! https://fanfiction.com.br/historia/781763/Marcas_de_Guerra_Historias_de_Bruxos_1/
Fanfic 2 atualizando atualmente: https://fanfiction.com.br/historia/799894/Amargos_Recomecos_Historias_de_Bruxos_2/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "S.H.I.E.L.D.: Guerreiros Secretos (Marvel 717 2)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.