Contos de Hogwarts - Marotos escrita por LittlePhoenix


Capítulo 8
O dia que James Potter salvou a vida de Severus Snape


Notas iniciais do capítulo

Sirius Black revela à Severus Snape sobre a passagem secreta do Salgueiro Lutador como uma brincadeira, colocando em risco o segredo de Remus Lupin e a vida de Severus, que é salvo por James Potter.

Hogwarts - 1977



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Pela primeira vez depois de dias o sol aparecia no céu, que ainda tinha algumas nuvens espalhadas. Os terrenos de Hogwarts estavam cheio de alunos que aproveitavam o clima fresco e ensolarado da primavera. Porém, dentro do castelo quase vazio, dois garotos caminhavam desanimados.

— Como eu queria ir praticar quadribol. – Comentou Sirius Black olhando tristemente pelas janelas do corredor.

— A gente podia parar de se meter em confusão. Aí não teríamos que cumprir detenção em sábados ensolarados. – Retrucou James Potter, também desanimado.

— Mas a confusão sempre acaba encontrando a gente.

— Ultimamente você que tem buscado vigorosamente por ela. E o pior, encontrou o Filch junto.

Sirius deu de ombros. Os dois chegaram no saguão de entrada e olharam desanimadamente através da porta de entrada que levava aos gramados.

 - Nos vemos mais tarde. – Falou James subindo as escadas para chegar à sala de troféus.

Sirius acenou descendo para a escura e fria masmorra. James iria ajudar Filch a limpar a sala de troféus, enquanto Sirius ajudaria o Prof. Slughorn com os caldeirões na sala de poções. O garoto se sentia mal pelo amigo, porque dessa vez ele sozinho havia jogado a bomba de bosta na sala do zelador, porém, como os dois sempre estavam juntos, ambos receberam a culpa. James teve poucos argumentos para contestar, uma vez que foi pego a alguns metros da cena do crime junto com Sirius, que se deliciava rindo da situação. Mas ambos estavam acostumados com as detenções, a professora McGonagall nem se desgastava mais com longos sermões, pois sabia que não iria adiantar muita coisa.

Sirius chegou na porta da sala de poções e bateu, tendo a impressão de que havia ouvido vozes conversando lá dentro.

— Entre. – Falou a voz de Slughorn.

— Boa tarde, professor. – Falou Sirius entrando na sala. Parou então de supetão ao reparar que Severus Snape se encontrava lá fazendo algumas misturas em um caldeirão.

— Meu caro Sr. Black, entre. – O professor cumprimentou animado. – Vou até o meu estoque pegar alguns ingredientes para ajudar o Sr. Snape aqui, mas pode começar com os caldeirões que estão empilhados ali no canto. – Slughorn saiu da sala fechando a porta atrás de si.

— Brincando com seu kit de química, Ranhoso? – Provocou Sirius.

— Estou estudando. – Respondeu Severus rispidamente. – Melhor do que ficar colecionando detenções.

— E veja que mesmo colecionando detenções tiro melhores notas que você e ainda arranjo tempo de lavar os cabelos. – Retrucou Sirius.

Severus não respondeu, mas tinha um olhar furioso. Sirius nem se importou, caminhou para a pilha de caldeirões ao canto da sala e começou o trabalho de limpá-los e organizá-los.

— Seu amiguinho Lupin não tem aparecido nas aulas desde quarta-feira. – Comentou Severus quebrando o silêncio. – Doente novamente?

— Nossa, não sabia que participava do controle de ausência de alunos para isso ser da sua conta. – Caçoou Sirius.

— Só acho muito estranho ele sumir todos os meses. Estou certo de que estão escondendo alguma coisa.

— Colocando os seus miolos para trabalhar, Ranhoso? Se eu fosse você dava uma folga para seu cérebro mínimo, pensar de mais pode te dar dor de cabeça.

— Eu vou descobrir o que você e seus amigos idiotas estão escondendo, Black. – Severus demonstrava sua raiva na voz. -  Até já tenho minhas suspeitas.

— Que rapaz inteligente! – Riu Sirius. – Se quer mesmo saber, porque não dá uma olhada no que tem no final da passagem secreta embaixo do salgueiro-lutador depois que anoitecer?

— Passagem? – Questionou Severus interessado e desconfiado.

— É só tocar no nó certo que abrirá o caminho para as suas respostas. – Completou Sirius. – Mas, se eu fosse você, não sairia enfiando esse nariz grande onde não é chamado.

— Aqui está. – Falou o professor Slughorn entrando novamente na sala. – Acho que isso deve bastar.

O homem colocou um frasco na mesa de Severus e começou a comentar sobre as propriedades daquele ingrediente com o aluno. Sirius voltou aos seus afazeres e não conversou mais com o outro garoto até o fim de sua detenção.

A sala comunal da Grifinória ia se enchendo com os alunos que chegavam do Salão Principal depois do jantar. Alguns faziam deveres de casa ou estudavam para as provas finais. Outros jogavam xadrez bruxo ou Snap Explosivo. James, Sirius e Peter estavam sentados à um canto jogando conversa fora enquanto observavam o sol quase se pôr ao horizonte.

— Estou entediado. – Comentou Sirius, que estava completamente largado na cadeira. – Não podemos ir já para a casa dos gritos.

— O sol ainda nem se pôs Padfoot. – Respondeu James, que observava seu pequeno pomo-de-ouro com o queixo apoiado em uma das mãos.

— E daí? – Sirius deu de ombros. – Está com medo do que vai encontrar lá antes da lua cheia aparecer.

Peter e James riram entredentes. Repentinamente, James ajeitou a postura e bagunçou os cabelos.

— E aí, Evans? – Falou sorrindo para a garota ruiva que passava por eles.

— Oi, Potter. – Respondeu Lily, bufando e revirando os olhos.

— Vai fazer alguma coisa amanhã?

— Estudar para os N.I.E.N’s.

— Podemos estudar juntos. – Sugeriu James.

— Já combinei com a Marlene e a Dorcas, obrigada. – Lily seguiu seu caminho sem dar mais atenção ao garoto.

James se largou novamente na cadeira. Sirius debruçou sobre a mesa apanhando um pergaminho e uma pena.

— Dia 895 – Ele anotou no papel. – Lily Evans novamente não aceitou sair com o Prongs. Nada de novo sob o sol.

James empurrou Sirius que quase caiu da cadeira, ele e Peter riam.

— Vamos logo pra casa dos gritos, vai. – Falou James se levantando.

O trio seguiu para a passagem da mulher gorda e saíram sem chamar atenção, pois todos estavam distraídos com seus afazeres. Assim que se afastaram alguns passos da sala e viram que não havia ninguém por perto, James os cobriu com a capa da invisibilidade e eles seguiram seu caminho para o saguão de entrada.

Eles caminharam em silêncio para não atrair muita atenção, além disso, tinham que andar abaixados e devagar para que a capa os cobrisse bem. Ao chegar na porta de entrada, o sol já estava quase completamente escondido e a lua começava a aparecer no céu. Podiam ver o salgueiro lutador ao longe quando James percebeu um movimento estranho, alguém estava caminhando para a árvore?

— Tem alguém ali? – Questionou o garoto.

— O que? – Questionou Peter.

— Andando em direção ao Salgueiro. – James apontou para a figura encapuzada que quase chegava na árvore. Sirius parou bruscamente.

— Não pode ser...- Falou com uma mistura de surpresa e medo na voz. James encarou o amigo derrubando a capa no chão.

— Você sabe de alguma coisa que não sabemos, Padfoot?

— Bem... – Respondeu Sirius nervosamente. - Sabem como o Ranhoso tem nos enchido sobre como “ele vai descobrir o que estamos escondendo”? – Nem James, nem Peter responderam. – Bom... Ele estava na sala do Slughorn quando fui cumprir a detenção e veio com essa besteira de novo então eu... bom, eu posso ter sugerido que ele usasse a passagem secreta do salgueiro lutador já que queria tanto descobrir.

— Você o que? – Indignou-se James.

— Era só uma brincadeira, não achei que ele fosse realmente vir.

— O que deu em você Padfoof? Enlouqueceu? – James parecia furioso, Sirius nunca o vira assim, ficou até assustado.

James saiu correndo em direção ao Salgueiro Lutador no mesmo momento em que Severo desapareceu através das raízes da árvore. Quando o garoto se aproximou, o Salgueiro já voltara a se movimentar, ele pegou um galho comprido e cutucou o nó, também passando pela passagem, enquanto Sirius e Peter ainda se aproximavam.

— Snape! – Chamou James enquanto se movimentava o mais rápido que conseguia pela passagem apertada. Ninguém respondeu.

Ele já estava quase no buraco que dava acesso à casa quando ouviu um grito de espanto. James se apressou, nem precisou atravessar a passagem para ver Severus parado em completo choque e Remus se transformando ao fundo. O garoto se aproximou e puxou Severus bruscamente pelo braço, que imediatamente acordou de seu choque e caiu em cima de James.

— Corre! – Gritou James.

Severus apertou o passo sem questionar, enquanto ouviam os uivos de Remus ficando distantes. Sirius e Peter também estavam na passagem e, vendo os dois garotos, refizeram seu caminho de volta à entrada.

Quando saíram, os quatro estavam ofegantes. Severus caiu de joelhos no chão e parecia tentar assimilar o que tinha acontecido. James ainda sentia a adrenalina percorrer todo o corpo.

— Olha o que você fez, Padfoot! – Gritou para o amigo.

— Desculpe, eu realmente... – Gaguejou Sirius.

— Não cara, dessa vez você ultrapassou todos os limites. Você não parou por um minuto para pensar nas consequências disso? Que o Snape podia se machucar gravemente? Como Remus iria se sentir se descobrisse que feriu um estudante? Sem contar que agora ele sabe de tudo! – James apontou para Severus que ainda estava muito surpreso com tudo aquilo. Sirius não respondeu, não sabia o que dizer, nunca tinha visto James tão bravo assim com ele antes.

— Lobi... Lobisomen. – Gaguejou Severus se levantando. – Lupin é um Lobisomen.

— Desculpe, tá legal! – Gritou Sirius. – Eu realmente não achei que o seboso ia ser idiota o suficiente para vir aqui e eu... eu não pensei que...

— Que você não pensou eu realmente percebi. – Cortou-o James. – Você podia ser expulso. Ainda pode se...

— Gente, – falou Peter, que até então só observava os dois amigos discutirem – O Ranhoso.

James e Sirius olharam para onde Peter apontava e viram Severus correndo em direção ao castelo. Os três se entreolharam e correram atrás do garoto. Ao chegarem ao saguão de entrada Severus estava subindo a escadaria de mármore, Sirius jogou um feitiço que fez o garoto cair e escorregar pelos degraus com as pernas presas.

— Snape, não pode contar para ninguém sobre Remus. – Falou James.

— E por que eu faria isso? – Argumentou o garoto irritado desfazendo o feitiço de Sirius e se colocando de pé.

— James acabou de salvar a sua vida, acho que você o deve essa. – Argumentou Sirius.

— Salvou a minha vida? – Riu Severus. – Vocês me mandaram para uma armadilha isso sim. E agora eu sei o que tanto escondem.

— Bom, nós também sabemos de alguns segredos seus. – Falou Sirius, irritado.

— O que quer dizer com isso Black?

Nesse momento os dois garotos se encaravam muito próximos.

— Não acho que o que você e seus amiguinhos fazem é exatamente dentro do regulamento. Dumbledore sabe das suas atividades extracurriculares?

— Está me ameaçando?

— Boa noite, rapazes.

Os quatro garotos olharam imediatamente para o topo da escada, de onde a voz tinha vindo. Professor Dumbledore estava parado com um olhar sério sob seus oclinhos de meia lua. O que eles não sabiam, é que o diretor havia visto a confusão perto do salgueiro lutador através da janela de sua sala e descera imediatamente.

— Me acompanhem até minha sala, por favor. – Concluiu o diretor.

Eles o acompanharam sem dizer mais nenhuma palavra. Após percorrer alguns corredores, chegaram até a gárgula que guardava a sala do diretor. Dumbledore disse a senha e a passagem foi liberada para a escada caracol que levava até a porta de carvalho. Os cinco entraram, Dumbledore acenou com a varinha e quatro cadeiras apareceram em frente à sua mesa. Todos se sentaram em silêncio.

— Muito bem. Quero saber o que aconteceu e todos terão sua chance de falar. A começar pelo senhor Snape. – Falou o diretor calmamente.

Severus contou ao diretor tudo o que tinha acontecido, desde suas desconfianças, o que Sirius lhe contara até o que havia visto ao final da passagem secreta. Depois Sirius contou sua versão, então James e por fim Peter. Os três tomaram cuidado para deixar de fora a parte da história de que iriam se juntar à Remus e que se transformavam em animagos, em vez disso, disseram que James descobriu o que havia acontecido e foi ao socorro de Severus.

— Muito bem. – Falou o diretor quando todos terminaram suas histórias. – O que o senhor fez foi muito grave, Sr. Black. Colocou a vida do Sr. Snape em risco e expôs o seu amigo, não acho essa uma boa prova de amizade. Portanto, falarei com a professora McGonagall para que ela lhe aplique detenções. – Sirius apenas concordou com a cabeça, sabendo que o castigo era merecido. – Quanto ao senhor, Sr. Snape, conversarei com o professor Slughorn para que também lhe aplique detenções, uma vez que não é nada prudente ter saído do castelo para explorar os terrenos no meio da noite. Teve sorte que o Sr. Potter foi ajudá-lo e evitou uma catástrofe.

Severus fez um olhar de surpresa e indignação, porém não discutiu com o diretor. Sirius se segurou para não sorrir.

— Bom, agora que o senhor descobriu o segredo do Sr. Lupin, preciso que jure que não irá contar nada a ninguém. – Dumbledore olhou para o garoto por cima dos oclinhos. – Preciso que entenda tudo o que eu pessoalmente fiz para que o Sr. Lupin pudesse receber sua educação em segurança e garantido a segurança de todos os alunos. - Severus acenou positivamente com a cabeça. – Pode dizer em voz alta.

— Guardarei o segredo, diretor. – Snape parecia muito insatisfeito com aquilo, mas foi sincero em suas palavras.

— Ótimo. – Dumbledore deu um sorriso. – Agora está ficando tarde, voltem para seus dormitórios.

Os garotos se levantaram e saíram da sala do diretor em silêncio. Quando estavam no corredor, Severus falou:

— Vocês se safaram dessa, mas ainda vou encontrar algo que...

— Ah, cale a boca Ranhoso. – Interrompeu-o Sirius impaciente.

Severus bufou e saiu indo em direção ao salão comunal da Sonserina. Assim que ele sumiu de vista, Sirius jogou a capa da invisibilidade, que no meio da confusão havia guardado em seu bolso, sobre os três garotos e eles seguiram seu caminho de volta ao salgueiro lutador.

— Eu realmente sinto muito, Prongs. – Falou Sirius, ainda remoendo o acontecido. -  Vou pensar mais antes de fazer alguma brincadeira.

— Sabe Padfoot, acho que chegou a hora de definimos quais são nossas reais prioridades. – Falou James muito sério. - Muitas coisas estão acontecendo e o mundo está mudando. Chegou a hora de amadurecer e de escolhermos as batalhas que vamos lutar.

Sirius acenou positivamente, sabia muito bem do que James estava falando. Os garotos seguiram seu caminho e, ao chegarem ao salgueiro lutador, assumiram suas formas animagas, para fazer companhia à Remus por mais uma noite de lua cheia. 


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora para a postar, não tenho tido muito tempo para me dedicar aos capítulos, mas vou sempre me esforçar para postar com mais frequência.

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