Contos de Hogwarts - Marotos escrita por LittlePhoenix


Capítulo 4
Molly Prewett e Arthur Weasley


Notas iniciais do capítulo

Molly Prewett e Arthur Weasley se apaixonam em seu quinto ano em Hogwarts, o primeiro encontro, o primeiro beijo e todos os sentimentos e emoção dos dois jovens.

Hogwarts - 1966



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Dia catorze de fevereiro se aproximava e os alunos de Hogwarts se agitavam com o Valentine’s Day, cochichos e risinhos se espalhavam pelos corredores, a emoção e tensão do amor juvenil pairava no ar.

— Vão enviar algum cartão? - Perguntou Elizabeth Jordan.

Elizabeth era uma garota alta, do quinto ano, de cabelos encaracolados, volumosos e escuros. Ela estava sentada na grande mesa da Grifinória no salão principal, tomando café da manhã com duas outras garotas, uma baixa, com cabelos curtos e ruivos muito bem penteados, a outra era pequenina, com cabelos longos e castanhos.

— Eu não. – Respondeu Clare Robinson, a garota de cabelos castanhos. – Mas gostaria de receber. E sei de alguém que vai receber um... – Ela olhava pelo canto do olho para Molly Prewett, a garota ruiva.

— O que você quer dizer? – Perguntou Molly, muito sem graça, enquanto se servia de torrada com geleia.

— Bem, você sabe... o Arthur com certeza vai te mandar um cartão. – Respondeu Clare. Molly sentiu o rosto queimar.

— Que bobagem. – Falou Molly sem tirar os olhos de sua torrada.

— Ele está caidinho por você, Molly. –  Reforçou Elizabeth.

— Você acha? – Questionou Molly, esperançosa, olhando para a amiga a sua frente.

— Eu tenho certeza. –  Concluiu Clare fazendo um movimento com a cabeça indicando um garoto ruivo que lançava olhares na direção delas. Quando Molly olhou para ele, o garoto desviou o olhar sem graça.

— Bem... mas será que ele vai dizer algo? – Comentou Molly.

— Vamos ter que esperar não é mesmo? – Disse Elizabeth. – Ou você pode fazer como eu e mandar você o cartão primeiro. – Elizabeth tirou um papel do bolso.

— Para quem você vai mandar? – Perguntou Clare, curiosa.

— Para o Patrick Lewis. – Respondeu Elizabeth dando um sorriso.

— Não mesmo?! – Surpreendeu-se Molly.

Patrick Lewis era um garoto popular do sétimo ano, ele era goleiro do time de quadribol da Grifinória. As garotas seguiram comentando sobre as expectativas com o Valentine’s day, assim como a maioria dos alunos e assim como dois garotos que estavam mais afastados naquela mesma mesa.

Arthur Weasley, um rapaz alto, esguio, com cabelos cor de fogo e muitas sardas no rosto, estava pensativo, e muito nervoso também, se decidindo se tomaria a atitude de se declarar para a garota que a tanto tempo ele vinha observando.

— Mande logo um cartão para ela! – Falou John Write, um garoto tão magricela quanto Arthur, só que ligeiramente mais baixo, que estava sentado em frente ao amigo.

— Não é tão fácil assim. – Protestou Arthur.

— Claro que é! – Retrucou. – Pegue um papel, uma pena, escreva um bilhete e mande para ela. Mais fácil que isso impossível.

— Está decidido! – Falou um terceiro garoto se sentando repentinamente na mesa da Grifinória.

Ele era da Lufa-Lufa, tinha olhos e cabelos castanhos muito bagunçados. Ted Tonks e Arthur tinha se tornado amigos no expresso de Hogwarts e, mesmo em casas diferentes, Arthur era da Grifinória e Ted da Lufa-Lufra, dividiam algumas aulas e continuavam se conversando sempre que possível.

— O que está decido? – Questionou Arthur.

— Vou chamar Andrômeda Black para sair. Não importa o que aquela maluca da irmã dela diga pra mim! – Ted parecia decidido.

— Sério? Por que não diz isso para irmã dela? Ela está bem atrás de você. – Comentou John.

Ted deu um pulo do banco, assustado, olhando para trás, mas não havia ninguém ali. John e Arthur caíram na risada.

— Muito engraçado, John. Muito engraçado. – Disse Ted sentando-se novamente.

— Viu, Arthur! Até o Ted tomou coragem de falar com a Andrômeda. – Pontuou John. – Manda logo esse bilhete para a Molly.

— Toda semana ele diz que vai enfrentar a Black e chamar a Andrômeda para sair, mas nunca faz isso. – Falou Arthur dando de ombros.

— Dessa vez é sério! – Protestou Ted batendo na mesa e se levantando. – Vejam só.

Ele caminhou decidido para a mesa da Sonserina, Arthur e John observavam a cena. Ted se aproximou de Andrômeda e lançou um olhar para sua irmã, Bellatrix Black olhava para ele com fúria nos olhos. Ted passou direto por Andrômeda e refez seu caminho para se sentar na mesa da Lufa-Lufa com seus amigos.

— Quem sabe semana que vem ele não consegue? – Disse Arthur, John riu.

— Não importa. Considerando que você não tem que lidar com uma irmã maluca, já deveria ter falado com a Molly a muito tempo.

John tinha um bom argumento, mas Arthur estava tão nervoso em falar com Molly Prewett... e se ela não gostasse dele? E se risse da cara dele, virasse as costas e o deixa-se falando sozinho? Mas também havia a opção de lhe mandar um bilhete de Valentine’s day... Mas se ela simplesmente rasgasse e jogasse fora? Esses pensamentos o deixavam com o coração palpitando e as mãos suando. Mas espere ai! Arthur Weasley não era um covarde! Precisava tentar...

— Certo, eu vou enviar um bilhete a ela. – Falou decidido.

— É assim que se fala! – Apoiou John.

— Mas agora vamos andando, temos aula de poções. – Concluiu Arthur se levantando.

John o acompanhou e os dois seguiram para as masmorras para ter a primeira aula do dia.

— Molly, acorda! – Chamou Elizabeth sentada aos pés da cama da amiga.

O dia catorze de fevereiro tinha amanhecido frio e nublado, a maioria dos alunos estava acordando e alguns já caminhavam para o salão principal para tomar o café da manhã. Seria mais um dia pacato e comum na vida dos estudantes de Hogwarts, se não fosse a agitação por conta do Valentine’s day. Pequenos aviõezinhos e pássaros de origami voavam pelos corredores e salas comunais para encontrar seus destinatários.

— O que aconteceu? – Falou Molly sonolenta.

— Olha só o que achei na porta do nosso dormitório.

Elizabeth estendeu a mão que tinha um pequeno avião feito de papel, em uma das asinhas estava escrito “para Molly Prewett”. Molly pegou o delicado bilhete e leu em voz alta:

“Seus cabelos lembram o pôr-do-sol em uma tarde de verão

Seus olhos castanhos são como as folhas do outono

Seu sorriso radiante é como as flores que desabrocham na primavera

Como gostaria que seus braços pudessem me aquecer no inverno”.

 

— Ai meu Merlin, Molly! – Exclamou Elizabeth. - Ele não está só caidinho por você, está perdidamente apaixonado, quer se casar e ter sete filhos! 

— Você nem sabe quem foi que mandou. – Falou Molly rindo. – Não tem assinatura.

— O que está acontecendo? – Perguntou Clare, que se aproximava das amigas se espreguiçando e com a voz embargada de sono.

— Arthur Weasley mandou uma declaração de amor para a Molly.- Respondeu Elizabeth.

— Nem temos certeza se foi ele mesmo, Beth. – Falou Molly,

— Mas com certeza foi! – Afirmou Elizabeth.

— Foi mesmo. – Concordou Clare.

No fundo Molly queria muito que fosse uma mensagem do Arthur, há tempos estava sentindo alguma coisa diferente florescer dentro de si quando olhava pra ele, mas nunca tinha coragem de dizer nada.

— O que eu faço agora? – Perguntou Molly.

— Responda o bilhete. – Sugeriu Clare.

— Vou escrever, então. - Concluiu Molly. - Acham que devo assinar?

— Mas é claro! – Exclamou Elizabeth.

Molly pegou um pedaço de pergaminho, uma pena e começou a escrever.

Me sinto lisonjeada

Mas não precisa fazer mistério, pois sei quem você é

Se te preocupa, digo que o sentimento é recíproco

E também busco por abraços para me aquecer.

                - Molly Prewett

Molly dobrou delicadamente o bilhete como um passarinho, enfeitiçou-o e o lançou pela janela do quarto, ele bateu as asinhas e voou para seu destinatário.

Arthur estava sentado com John na mesa da Grifinória e ambos tomavam café da manhã, enquanto o salão principal aos poucos se enchia de estudantes. Pelos ares diversos bilhetinhos voavam para lá e para cá, Pirraça as vezes espionava alguém que lia alguma mensagem e saia cantarolando e zombando dos apaixonados. Até que um pequeno pássaro de papel pousou na frente de Arthur, o garoto sobressaltou-se.

— Mas... será que... como? – Gaguejou.

— Abre logo! – Falou John.

Arthur abriu o bilhete e os dois leram juntos, John soltou uma risada.

— Não tem graça! – Protestou Arthur.

— Claro que tem! Ela também gosta de você, cara. Não é ótimo?

Arthur sentiu o coração palpitar mais rápido, o rosto esquentar e as mãos suarem, a garota que ele tanto admirara nos últimos dias também gostava dele. Ele olhou para a porta do salão principal e a viu entrando acompanhada pelas amigas, os olhares dos dois se encontraram e Molly sorriu, ele sorriu de volta. Apressado ele pegou um pedaço de pergaminho, uma pena e escreveu uma nova mensagem, enviando-a no formato de um avião ao outro lado da mesa, para a garota.

Assim passaram o dia todo, trocando mensagens e olhares durante as aulas e pelos corredores, mas sem se falar pessoalmente.

— Vai até lá falar com ele. – Disse Clare, durante um intervalo de aulas enquanto Molly enviava mais um pássaro de papel pelo ar.

Ao fim do dia, quando caminhavam para a sala comunal da Girfinória, John disse para Arthur:

— Você precisa falar com ela.

— Mas estamos nos falando! – Protestou Arthur.

— Não, olho no olho. – Explicou. – Vocês já sabem que gostam um do outro, beija logo.

— Chifre de Erumpente – Arthur falou para a mulher gorda quando chegaram ao retrato e os dois entraram na sala comunal pelo buraco.

A sala se encontrava cheia de alunos que se preparavam para ir se deitar em breve. Molly estava sentada com as amigas conversando alegremente, Arthur a observou por alguns segundos.

— Presta atenção. – Falou John segurando o amigo de frente para ele. -Você precisa ir até lá agora e falar com aquela garota.

— Mas o que eu digo?

— Sei lá, chama ela para sair, ver as estrelas na torre de astronomia, alguma coisa!

— Certo! – Arthur se virou decidido. – Eu vou até lá!

Ele ajeitou os cabelos, arrumou as vestes e caminhou até o grupo de garotas, que olharam para ele assim que se aproximou.

— Acho que vou me deitar. – Falou Elizabeth se levantando.

— Eu vou com ela. – Falou Clare acompanhando a amiga para o dormitório das garotas

Molly e Arthur se olharam por alguns segundos, então ambos desviaram o olhar.

— Oi.- Falou Arthur.

— Oi. – Respondeu Molly.

— Bem eu... é que eu... bem pensei que... – Gaguejou o garoto.

— Fiquei muito feliz em trocar mensagens com você hoje. – Molly sorriu e Arthur sorriu de volta. De repente, ele se sentiu preenchido por uma coragem que não sabia direito de onde vinha, seu coração parecia que ia saltar do peito e as mãos suavam.

— O que acha de darmos uma volta para ir ver as estrelas na torre de astronomia? – Falou rapidamente e sem pausa.

— O que? – Perguntou Molly, que não tinha certeza se tinha entendido direito.

— Pensei que podíamos passar algum tempo juntos. – Respondeu Arthur perdendo um pouco da coragem que tinha ganhado.

— Agora? – Molly se levantou da cadeira ficando bem perto de Arthur, o garoto sentia seu rosto corar.

— Sim.

 

A noite estava fria, algumas nuvens cobriam o céu e não era possível ver muitas estrelas. Molly e Arthur estavam deitados no alto da torre de astronomia, sem nem reparar se era possível ver ou nãos os pontinhos brilhantes no infinito azul. Haviam se esgueirado pelos corredores, que ainda tinham movimento de alguns poucos alunos voltando para suas salas comunais, até que chegaram à torre de astronomia. A adrenalina de andar escondido pelos corredores de Hogwarts divertiu os dois, que agora conversavam e riam sobre os mais diversos assuntos.

— Sabe, eu acho o estudo dos trouxas muito interessante mesmo, já aprendi muito sobre suas geringonças, mas ninguém nunca soube me explicar qual é a função daqueles patinhos amarelos de borracha que eles usam nas banheiras. – Molly riu.

— Adoro o quanto você se dedica a aprender mais sobre um mundo diferente do seu, sabe, com o tanto de preconceito que existe por aí.

— Bem, eu acredito que todos tem sua importância no mundo, não é mesmo?

Os dois se olharam por longos segundos, ambos podiam sentir um sentimento intenso crescendo, quando finalmente seus lábios se tocaram, era como se fogos de artifício explodisse dentro do peito. Eles se abraçaram e rolaram pelo chão como se nada mais existisse no mudo, porém, existia. No momento em que pararam de se beijar e se sentaram, foram surpreendidos por uma voz severa:

— Imagino se os dois tem alguma explicação para isso? – Eles se levantaram em um salto e encararam uma Professora McGonagall muito aborrecida.

— Professora... – Falou Arthur, tentando encontrar algo para dizer.

— Me acompanhem.

Os dois seguiram a professora McGonagall pelos corredores, em silêncio, até a sala dela. Ao chegarem, a professora se sentou em sua mesa, enquanto Molly e Arthur se sentaram a frente dela.

— Absolutamente nada da o direito de um aluno estar fora da cama a essa hora, o que estavam pensando? – Falou mais séria e brava do que nunca. – Os dois cumprirão detenções severas e cinquenta pontos serão descontados de cada um.

Eles apenas se olharam sem dizer nada, sabiam que estavam errados e não tinha o que discutir.

— Agora voltem imediatamente para seus dormitórios e espero que esse comportamento não se repita.

Eles saíram da sala e caminharam por um tempo em silêncio, até que Arthur se manifestou:

— Olha, desculpe por ter te colocado em problemas. - Falou sem olhar diretamente para Molly.

— Não precisa se desculpar. – Respondeu Molly sorrindo para ele. – Eu aceitei te acompanhar e, na verdade, me diverti muito.

Arthur sentiu o rosto queimar, se sentia da mesma forma. Ele adorou o tempo que passou com a garota e queria ficar mais e mais com ela. Eles chegaram na porta da sala comunal, Molly falou a senha e ambos adentraram.

— Podemos repetir algum dia desses. – Falou Arthur olhando para os pés. – Você sabe... não precisa ser no meio da noite, quebrando as regras, podemos ir ao Três Vassouras ou, quem sabe...

— Eu adoraria. – Falou Molly segurando a mão de Arthur, ele observou o gesto. – Boa noite.

Molly deu-lhe um beijo na bochecha e subiu para o dormitório das meninas, se sentindo radiante, com a adrenalina e a emoção percorrendo cada centímetro do seu corpo. Nem se lembrava da detenção, nem dos pontos perdidos, só pensava no momento que tinha vívido.

— Onde você estava? – Questionou Elizabeth assim que Molly entrou no quarto, a garota estava sentada na cama junto com Clare.

— Pode nos contar tudo! – Pediu a outra amiga.

Molly lhes contou tudo o que tinha acontecido e como tinha se sentido, tinha um pressentimento muito bom sobre Arthur, nunca sentira nada igual.

Arthur ficou na sala comunal observando Molly subir para o quarto. Não sabia se ia conseguir dormir naquela noite, estava muito agitado com tudo que acontecera. Só conseguia pensar o quanto queria ver Molly de novo, nunca sentira nada igual.


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Notas finais do capítulo

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